AQUISIÇÃO DA LÍNGUA DE SINAIS COMO PRIMEIRA LÍNGUA

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

de 22 de dezembro de 2005, representa uma conquista marcada através de um longo período de mobilização e lutas sócias. No entanto, mesmo após um grande avanço, a admissão da Libras como primeira língua ainda encontra-se reduzida, principalmente quando nos referimos a inclusão de surdos na educação básica, em que muitas das vezes, os surdos ainda desconhecem ou até mesmo pouco conhecem a Libras. Desta forma, são induzidos a aprender o português como primeira língua. Partindo desse cenário, o presente trabalho tem por objetivo apresentar uma reflexão sobre a importância da aquisição da Libras como primeira língua para a comunidade dos surdos, como forma de representação e valorização da cultural e da identidade surda.

Para tanto, através de um estudo de natureza bibliográfica, buscou-se refletir sobre a valorização da Libras como primeira língua, visando a garantia do indivíduo surdo ao direito a aprendizagem bem como sua inclusão social. Contudo, muito dos profissionais da área da educação sentem dificuldades em ensinar as crianças com necessidades especiais, como surdez e outras deficiências, pelo fato de não se sentirem aptos para atender as necessidades dessas crianças. Diante do exposto, o presente trabalho parte do questionamento: É possível instrumentalizar o professor e preparar as instituições de ensino para que estas possam atender as necessidades dos alunos surdos, garantindo o ensino da Libras como primeira língua e assim trilhar o caminho para a efetivação de uma escola inclusiva? Parece uma tarefa complexa e é mesmo.

Pensar em uma escola inclusiva é pensar em mudanças de valores da educação tradicional, o que leva o desenvolvimento de novas políticas e transformação de um sistema ainda excludente que segue um tradicional sistema estabelecido historicamente e essa concepção reflete, mesmo que inconscientemente, em várias questões do deficiente na sociedade, neste contexto pode-se destacar a Libras posta para o surdo como segunda língua, sendo que a Libras deve ser ensinada como a primeira língua de aquisição da cultura surda. Diante disso, o presente trabalho objetiva abordar sobre a importância da aquisição da Libras como primeira língua para a comunidade surda, bem como as necessidades de investir na formação de mais professores para atendê-los. Para tanto, a pesquisa partiu de um estudo qualitativo de cunho bibliográfico com a leitura de textos da área.

Os surdos viviam à margem da sociedade, em muitas casos, em condições sub-humana. Foi então que com a ascensão da Igreja Católica que a percepção do surdo na sociedade foi tomando novos rumos. De acordo com Piza (2007) esse período foi reconhecido como “Assistencialismo”, a pessoa surda deixa de ser visto como um sub-humano e passa a ser protegido pela igreja como um ser dotado de alma. Neste contexto de cuidados da igreja que surgiram os primeiros educadores de surdos da história. Carvalho (2007) afirma que o arcebispo John Berveley diante da esperteza de um jovem surdo se dedicou a ensiná-lo a escrever e ler. Mesmo assim, Carvalho (2007), diz que “apesar da proibição a língua de sinais continuava a ser transmitida de geração em geração graças aos jovens surdos, principalmente filhos de pais surdos, que se comunicavam às escondidas por meio das línguas de sinais”.

Diante do fracasso do método do oralismo a língua de sinal volta a ser a metodologia de ensino para pessoas surdas. houve o resgate dos sinais realizado através de uma abordagem de ensino denominada Comunicação Total, cuja proposta se baseava no uso de sinais, escrita, pantomima, alfabeto digital e fala oral. A comunicação total emergiu ao mesmo tempo em que a língua de sinais foi resgatada pela comunidade cientifica. Isso ocorreu graças aos estudos do linguista William Stokoe que publicou na década de 1960 um artigo comprovando os aspectos linguísticos da língua de sinais americana. de 22 de dezembro de 2005, no artigo 2°, considera-se pessoa surda como “aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais – Libras” (BRASIL, 2005).

Após essa Lei fica determinado a obrigatoriedade da adaptação seja nos espaços físicos, dando acessibilidade às pessoas com deficiência e anulando tanto as barreiras arquitetônicas como também as de comunicação. Surgiu a oportunidade de formação no ensino superior de letras-Libras, como também, cursos e nível superior de formação para tradutores/intérpretes de Libras, garantindo novas oportunidades. De fato, esta Lei marcou momentos históricos para a educação, cidadania, cultura e identidades surdas em nosso país, que se colocou à frente de muitos outros países do mundo. A LIBRAS COMO PRIMEIRA LÍNGUA O decreto de nº 5. Neste sentido que defende-se a importância das classes bilíngues com a presença do profissional de Libras acompanhando o aluno surdo durantes as aulas regulares.

Afinal, quando usamos uma língua não estamos somente fazendo combinações de unidades menores com unidades maiores, mas também fazendo e orquestrando o uso de uma complexa constelação de sinais que nos fazem, por exemplo, mudar uma variedade, estilo ou registro, dependendo do nosso interlocutor e assunto. Ou ainda que nos permitem saber quando há mensagens implícitas e explícitas, distinguir o tom de humor, drama ou ironia em uma conversa em Libras. Aqui reside a diferença entre a aprendizagem de regras (conhecimento sobre a língua) e a aprendizagem do uso (conhecimento na língua) para através dela desempenhar. GESSER, 2012, p. Os sinais da Libras são classificados em icônicos e arbitrários, os icônicos possuem semelhanças com o seu referente, no qual, resgatar uma imagem que torne o sinal mais explícito.

Diversos estudos realizados por pesquisadores na última década do século XX e início do século XXI, vem contribuindo com o desenvolvimento da educação de alunos com surdez na escola regular promovendo a valorização das diferenças no convívio social e o reconhecimento do potencial de cada aluno. Com a percepção de uma educação especial e educação inclusiva e notário a mudanças de paradigmas. Os surdos que antes eram tratados com metodologias e didáticas que não atendia suas necessidades, vivendo em um ambiente escolar somente com pessoas deficientes e limitada. Atualmente, passaram a frequentar escolas, as aulas regulares, garantindo a igualdade de oportunidades, desta forma, para garantir a eficácia da inclusão é preciso um trabalho em conjunto entre professores, gestão e família.

O objeto da educação bilíngue é que a criança surda possa ter bons resultados comparado com a criança ouvinte, para que possa desenvolver uma relação harmoniosa no convívio social. O que diferencia as Línguas de Sinais das demais línguas é a sua modalidade visual-espacial. LIBRAS é uma língua da comunidade surda, porém, não são universais, cada país possui a sua. O bilinguismo é uma proposta de ensino usada por escolas que se propõem a tornar acessível à criança duas línguas no contexto escolar. Os estudos têm apontado para crianças surdas, tendo em vista que considera a língua de sinais como língua natural e parte desse pressuposto para o ensino da língua escrita. Vale ressaltar também a importância do professor no processo de inclusão do aluno surdo na educação regular, uma vez que, é esse profissional que estará na linha de frente no processo de aprendizagem desses aluno.

Assim, fica evidente a importância da Libras na formação inicial e continuada do professor. Sendo assim, na perspectiva da educação inclusiva não é o aluno com deficiência que deve se adaptar as instituições de ensino e suas metodologias, mas sim, a escola tem o dever de eliminar as barreiras e adaptar o seu espaço para atender este aluno. A Libras aparece como esse elemento facilitador na relação pedagógica que oferece a mediação pelo outro e pela linguagem. Além de representar uma conquista para os surdos, a Libras é um estímulo para novas conquistas e ampliação dos horizontes para surdos e ouvintes. GIL, 2008) Foram utilizados vários recursos para esta pesquisa. Pode-se mencionar como recursos materiais: os livros das obras utilizados na fundamentação teórica, notebook.

Desta forma, deu-se início à leitura e fichamento de textos de autores que buscam explicar como deve ser a importância do professor aprender sobre os aspectos linguísticos da Língua Brasileira de Sinais ‒ Libras ‒ para a comunicação com crianças e adolescente surdas como medida de garantia do ensino da Libras como primeira língua e a efetivação da inclusão no contexto escolar. Assim, iniciou-se a leitura de textos que buscam explicar como surgiu essa língua. Com esse estudo busca-se entender o processo que levou a construção dos paradigmas educacionais da educação inclusiva. Qualquer pessoa interessada poderá aprender, sendo assim, os portadores de deficiência serão incluídos e poderão se comunicar mais facilmente. O povo surdo conquistou o direito de desfrutar de uma língua que possibilite não só a comunicação, mas também sua efetiva participação na sociedade.

Através do desenvolvimento da linguagem, usando a Libras conseguiram maior rapidez e naturalidade para expressarem seus sentimentos, necessidades, desejos, e consequentemente, a sua interação social. É de suma importância que todos contribuam para o desenvolvimento dos surdos, assim como, os pais, professores, gestores, governante, ONGs, para que seja possível transformar a realidade e inseri-los, de fato, na sociedade. Crianças nas séries iniciais já deveriam receber incentivos das escolas ao uso de libras, para que desde cedo as crianças aprendessem a viver com à aceitação das diferenças. Decreto n° 5. de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei n° 10. Brasília: Senado Federal, 2005. BRASIL. de. Breve história dos surdos: no mundo e em Portugal. Lisboa: Surd’Universo, 2007. CHOI, D. et al. A criança surda – linguagem e cognição numa perspectiva sociointeracionista.

ª ed. São Paulo: Plexus, 1997. GOLDFELD, A criança surda: linguagem e cognição numa perspectiva sóciointeracionista. ed. Apostila da disciplina Fundamentos da Educação Especial. Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Campus de Marília. QUADROS, R. M. PIZZIO, A. QUADROS, R. M. de. Educação de Surdos: aquisição de linguagem. Porto Alegre: Artmed, 1997. edu. br/~ionildo/papers/TCC_Sandra-Libras. pdf Acesso em: 13 de Abr. de 2020 SACKS, O. Vendo vozes:uma viagem ao mundo dos surdos. ct. utfpr. edu. br/~ionildo/papers/TCC_Sandra-Libras. pdf Acesso em: 30 de mai.

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