Alfabetização ou letramento? Implicações pedagógicas de um debate necessário

Tipo de documento:Redação

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Entretanto, diante dos resultados inexpressivos de alunos brasileiros nas avaliações externas da capacidade de leitura e compreensão de textos, faz-se necessária a retomada do debate, visando a elaboração de estratégias pedagógicas que propiciem a formação de leitores e escritores competentes. A consecução desse objetivo constitui-se em um desafio para a pedagogia, devido à necessidade de formação continuada para que os professores possuam consciência sobre sua própria prática e sobre as teorias que a fundamentam. Palavras-chave: Alfabetização; Letramento; Desafios. INTRODUÇÃO Na sociedade contemporânea, torna-se imprescindível as habilidades de leitura e de escrita para que o indivíduo consiga ter algum êxito nas mais diferentes esferas. A capacidade de produzir e interpretar textos encontra-se entre os critérios de hierarquização na chamada sociedade do conhecimento.

Textos de diferentes gêneros são encontrados na rua, na escola, na igreja, em anúncios publicitários. Por esse motivo, a temática da alfabetização e do letramento pode ser considerada atual e possui relevância social, pois a inserção na sociedade letrada ocorre mesmo que inconscientemente. Desde muito cedo, as crianças convivem com textos, mesmo que não compreendam o que está escrito. Dessa forma, a curiosidade e a vontade de aprender a ler levam a criança a formar hipóteses de leitura. Compreender como a alfabetização e o letramento se relacionam permite identificar estratégias pedagógicas para que a criança apreenda tanto a tecnologia quanto o uso da leitura e da escrita, tornando-se um cidadão pleno do mundo letrado.

Os processos de constituição da relação do letramento com a alfabetização, no que tange ao Brasil, ocorreram de forma distinta. Foi através da crítica aos métodos de alfabetização que o conceito de letramento foi formulado, ocorrendo, portanto, um amalgama conceitual entre letramento e alfabetização, incentivado por diferentes espaços de produção de significado, como pode ser auferido a partir dos “censos demográficos, a mídia, a produção acadêmica” (SOARES, 2004, p. Com isso, embora se falasse em alfabetização, tinha-se em mente o letramento. Assim, a divulgação de um conceito de alfabetização conectado intimamente com o conceito de letramento dificulta a compreensão e, portanto, a elaboração de estratégias pedagógicas para o enfrentamento do problema urgente: “precisamos descobrir por que os desempenhos dos alunos têm piorado de modo tão sistemático e marcante.

E, sobretudo, descobrir soluções claras e eficazes, capazes de reverter esse quadro alarmante, e empreendê-las de modo decisivo, sistemático, lúcido e corajoso” (CAPOVILLA; CAPOVILLA, 2007, p. Segundo o método construtivista, a alfabetização da criança se dá em quatro níveis de desenvolvimento: a) pré-silábico; b) silábico; c) silábico-alfabético; e d) alfabético. Assim, diferenciam-se a alfabetização – “aquisição do código da escrita e da leitura” – e o letramento – “utilização desta tecnologia em práticas sociais de leitura e de escrita” (LOPES; ABREU; MATTOS, 2010, p. Entende-se que ambas as competências são necessárias e estão intimamente ligadas. O desafio que se coloca à pedagogia está em trabalhar de forma equilibrada com as duas perspectivas. E isso de maneira efetiva, não apenas na teoria ou no discurso.

Trata-se do ponto de partida para a ação pedagógica, não do ponto de chegada, pois “esses conhecimentos não são suficientes para o aluno produzir plenamente os gêneros textuais solicitados pela escola e exigidos nas avaliações externas, como também para atender às demandas sociais do letramento” (RESENDE; MACIEL, 2015, p. Os conhecimentos prévios dos alunos dizem respeito ao letramento ocorrido em ambiente não escolar. Mesmo indivíduos ainda não alfabetizados possuem inferência maior ou menor do letramento, pois trata-se de um fenômeno é inerente à sociedade letrada, ocorrendo a partir do uso cotidiano da linguagem, permeada por textos dos mais diversos gêneros (LIMA; SANTOS; SOUTO MAIOR, 2014). Entretanto, a amplitude e a qualidade do letramento variam de indivíduo para indivíduo, pois muitas vezes até há o domínio da tecnologia, mas não o domínio de seu uso social.

CONSIDERAÇÕES Ao longo do presente paper, foi possível identificar as características da alfabetização, concebida como a aquisição da tecnologia da escrita e da leitura, e do letramento, compreendido como a utilização da tecnologia da escrita e da leitura em contextos sociais. Trata-se do “letramento acadêmico”, segundo o qual o professor precisa equacionar teoria, método e prática (LIMA; SANTOS; SOUTO MAIOR, 2014). REFERÊNCIAS BIBLIGRÁFICAS CAPOVILLA, Alessandra G. S. CAPOVILLA, Fernando C. Alfabetização: método fônico. Acesso em: 25 jul. CHAGURI, Jonathas P. JUNG, Neiva M. Letramento no ensino fundamental de nove anos no Brasil: ações legais e pedagógicas previstas nos documentos oficiais. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. S. SANTOS, Lúcia F. SOUTO MAIOR, Rita C.

Refletindo sobre letramento e responsividade na formação docente. Bakhtiniana, São Paulo, v. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2010. Programa Escola Ativa). Disponível em: <http://portal. mec. gov. P. Letramento escolar: reflexões sobre a produção escrita de adolescentes. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. n. p. p. jan. abr. Disponível em: <http://www. scielo.

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