A VIABILIDADE ECONÔMICA DE UTILIZAÇÃO DE PLACAS FOTOVOLTAICAS EM UMA EMPRESA

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Engenharias

Documento 1

Para isto foi contatado um fornecedor local para elaboração do orçamento, e utilizado o simulador PVsyst 6. para calcular a energia produzida pelo sistema fotovoltáico. Tendo como condição inicial estipulada pela diretoria a taxa mínima de atratividade (TMA) de 8,3 %, o resultado demonstrou, através dos métodos utilizados de Payback, Índice de Rentabilidade (IL), Retorno sobre Investimento (ROI), Valor presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR), que o projeto é economicamente viável e a empresa em questão tem capacidade física para instalação dos equipamentos promovendo grande economia financeira no médio e longo prazo contribuindo para produção de energia limpa no Brasil. Palavras-chave: Energia solar; Painéis fotovoltaicos; Viabilidade econômica THE ECONOMIC VIABILITY OF THE USE OF PHOTOVOLTAIC PLATES IN A COMPANY 4.

ABSTRACT The growing search for modernization of industries, with efficiency gains, productivity and cost reduction, puts into question the discussion about the use of new technologies that at the same time promote the sustainability of the business and the productive and economic efficiency for the Company of the segment offshore, which operates in the Campos basin, in the municipality of Macaé / RJ. A utilização dos métodos para estudo da viabilidade econômica de um projeto de investimento visa estabelecer se há ou não potencialidades de implementação do projeto. Ou seja, a análise tem como objetivo obter respostas para as seguintes indagações: O projeto pode ser desenvolvido com sucesso e alcançar os resultados esperados pelos investidores? O projeto tem possibilidades de satisfazer ao retorno esperado pelos investidores e gerar riqueza para a organização? (ABREU FILHO, 2012).

Os métodos de viabilidade econômica abordados pelo presente trabalho foram: Taxa Mínima de Atratividade (TMA), Retorno sobre Investimento (ROI), Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR), Índice de Rentabilidade (IL) e Payback. Estes foram selecionados pois visam embasar e demonstrar a real situação da viabilidade econômica. Segundo Damodaran (2004), as finanças de uma empresa englobam todas as decisões que envolvem implicações financeiras. Suas implicações são transversais, pois o uso da energia solar permite algumas vantagens, como a redução do uso de combustíveis fósseis, redução de emissões de gases de efeito estufa, geração de empregos qualificados, desenvolvimento tecnológico e criação de valor e vetores de sustentabilidade ambiental, social e econômica. ESPOSITO; FUCHS, 2013).

A energia solar oferece diversos benefícios ambientais ao planeta. Um dos principais, como já abordado, é a capacidade de redução de emissão de gases do efeito estufa. Um estudo desenvolvido no ano de 2016, pela Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (ABESCO), indica que uma residência equipada com um sistema fotovoltaico, o qual é capaz de gerar 180 kWh/mês, tem a capacidade de reduzir cerca de 1,3 toneladas de CO2 na atmosfera em um ano. Dentre estes, o principal responsável pelo alto custo de instalação do sistema são os painéis fotovoltaicos. No entanto, Pinho e Galdino (2014) afirmam que o preço dos módulos, que atualmente representa 50% do custo de instalação de um sistema fotovoltaico de 1 kW conectado à rede no Brasil, é o principal responsável por essa trajetória de queda dos preços, motivada pela significativa elevação da produção de módulos fotovoltaicos na Europa, nos EUA e, mais recentemente, na China.

Os sistemas fotovoltaicos podem ser classificados em 03 categorias distintas: isolados, híbridos e conectados à rede. Os sistemas isolados “off grid” não se conectam à rede elétrica, já os híbridos conjugam várias fontes de energia e, por fim, os conectados à rede “on grid” se conectam à rede elétrica. Cada um dos modelos é apropriado para determinada finalidade. O esquema contido na Figura 58 apresenta, de forma simplificada, a ligação de um sistema híbrido. Figura 58 - Exemplo de sistema solar híbrido. Fonte: ESV SOLAR VIDA (2018) Nos sistemas híbridos estão presentes tanto as baterias, quanto o medidor de energia bilateral, funcionando como sistema isolado, quanto conectado à rede. De acordo com Fernandes e Motta (2014), o mais importante marco legal para o setor de geração de energias renováveis é a Resolução Normativa ANEEL nº 482/2012, posteriormente atualizada pela Resolução Normativa ANEEL nº687/2015 (ANEEL, 2015), segundo a qual o consumidor brasileiro pode gerar sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis e inclusive fornecer o excedente para a rede de distribuição da concessionária de sua localidade.

Trata-se da micro e mini geração distribuídas de energia elétrica, sendo estas inovações que podem aliar economia financeira, consciência socioambiental e auto sustentabilidade. Assim, será constituído o fluxo de caixa que proporciona a base das análises necessárias para o estudo de viabilidade que orientará o empreendedor para uma decisão mais assertiva para este projeto. DEGEN; MELLO, 1989). PAYBACK Segundo Degen e Mello (1989), o payback é o tempo necessário para que a empresa tenha o retorno do investimento inicial aplicado ao empreendimento. Trata-se de uma técnica simples, que pode ser analisada em qualquer periodicidade e que tem a viabilidade de um projeto definida como positiva quando o período do payback está dentro do previsto pelo empreendedor e que seja menor que o prazo total analisado, ou seja, o tempo que o investidor considera como ideal para a recuperação do seu investimento.

O payback pode ser calculado a partir da equação (1): (1) Vale ressaltar que na análise realizada pelo método do payback não é considerado o valor do dinheiro no tempo. O VPL pode ser calculado através da equação (3) e a representação das variáveis está indicada a seguir. Sendo, FCt – Valor presente das entradas de caixa; Io – Investimento inicial; k – Taxa de desconto (igual ao custo de capital de empresa); t – Tempo de desconto de cada entrada de caixa; n - Tempo de desconto do último fluxo de caixa. Para avaliar se o projeto pode ser aceito como viável, verifica-se o valor de VPL, da seguinte forma: VPL > 0 => O projeto deve ser aceito; VPL = 0 => É indiferente aceitar ou rejeitar o projeto; VPL < 0 => O projeto deve ser rejeitado.

Segundo Lucena (2004), o VPL é um dos métodos de avaliação de investimento de maior uso pelos principais órgãos financeiros do planeta, por ser considerado extremamente conciso e consistente, em comparação com os demais métodos existentes. TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) Pode-se conceituar a TIR como a taxa de juros para a qual o valor presente dos valores recebidos como resultado do projeto é igual ao valor presente dos desembolsos, anulando o valor presente do fluxo de caixa. A Tabela 11 ilustra o resultado da utilização desse método. Tabela 11- Índice de Lucratividade VPL DO FLUXO DE CAIXA FLUXO DE CAIXA R$ 9. R$ 2. Fórmula: 9. Fonte: Bordeaux-Rêgo – Adaptado pelo Autor (2018) Esse método, que é defendido pelos mais diversos autores, quando aplicado aos valores da Tabela 11, apresenta um retorno financeiro de 3,70 vezes superior ao investimento inicial.

que foi desenvolvido inicialmente pela Universidade de Genebra (Suíça) e é comercializado atualmente pela companhia PVSyst SA. Permite ao usuário trabalhar em diferentes níveis de complexidade, desde um estágio inicial de representação até um detalhado sistema de simulação. Apresenta também uma ferramenta adicional, tridimensional, que leva em conta as limitações no horizonte e aqueles objetos que possam projetar sombras. O programa permite importar dados dos programas Meteonorm e TMY2, o que facilita comparar valores simulados com valores medidos. Além disso, tem uma interface para dados e possui base de dados de irradiação de 22 localidades na Suíça e de 200 localidades do resto do mundo. As informações contidas na Figura 59 apresentam os dados utilizados para simulação da energia produzida com o auxílio do PVSyst 6.

Figura 59 – Dados da simulação com o PVSyst Fonte: Elaborado pelo autor (2018) Nesta figura é possível verificar os dados contidos no banco de dados Meteonorm 7. para a cidade do Rio de Janeiro, como irradiação direta, irradiação difusa, temperatura e velocidade do vento. Os parâmetros de simulação foram os seguintes: Tipo de sistema No 3D scene defined Orientação do plano dos módulos Inclinação 19° Azimute 0° Modelos utilizados Transposição Perez Difuso Perez, Meteonorm Horizonte: Sem horizonte Sombras próximas: Sem sombras Características do grupo Fotovoltaico (FV): Módulo FV Si-poly Modelo CS6X - 335P-FG Original PVsyst database Fabricante Canadian Solar Inc. Número de módulos FV Em série 17 módulos Em paralelo 20 strings Número total de módulos FV Nr. A receita é puramente o valor bruto do rendimento do sistema.

No que tange a manutenção o sistema fotovoltaico tem uma confiabilidade muito alta, e apresenta uma manutenção baixa. Com uma instalação bem feita e o acompanhamento remoto do sistema com frequência, basta a limpeza dos painéis e inspeção termográfica dos quadros elétricos. Foi prevista uma visita quadrimestral de dois funcionários de uma empresa terceirizada para a prestação deste serviço, cada visita no valor aproximado de R$ 1. A previsão de reajuste anual submetido à taxa de 4,5% de reajuste ao ano. Fonte: Adaptado do simulador Pvsyst 6. Observa-se que os gastos anuais com energia elétrica da empresa situada em Macaé/RJ se aproximam de R$ 333. De acordo com a Alta Direção Administrativa desta Empresa, o orçamento para custeio e manutenção da mesma no ano de 2017, autorizado pela Direção, foi de R$1.

Dessa forma, os gastos com energia elétrica representam aproximadamente 33,4% do orçamento para manutenção da empresa offshore, valor que compromete o custeio de materiais para novos projetos e investimentos. Os dados contidos na Tabela 12 apresentam o orçamento calculado pela empresa para instalação do sistema interligado à rede totalizando R$ 484. Gráfico 3 - Custo sem energia x Economia com Energia Solar. Fonte: Adaptado do simulador Pvsyst 6. Também é possível perceber que com a instalação do sistema fotovoltáico há uma projeção de uma economia de R$ 90. para o ano de 2017. Os dados contidos no Gráfico 4 indicam uma estimativa média da economia mensal de aproximadamente R$ 7. Gráfico 5 – Tempo de Retorno de Investimento. Fonte: Adaptado do simulador Pvsyst 6. Ao observar o Gráfico 5, percebe-se que o tempo de retorno do investimento foi estimado em aproximadamente 6 anos, sendo que no sexto ano já apresenta uma economia de R$ 9.

Ao final dos 25 anos de garantia das placas fotovoltaicas, a economia a ser gerada aos cofres da empresa estudada é de aproximadamente R$ 2. Os dados contidos na Tabela 14 apresentam os valores referentes a análise do investimento e custos durante 25 anos, tendo sido separados anualmente, de acordo com os seguintes tópicos: Energia Produzida, Tarifa Elétriva, Receita de Energia Produzida, Seguro anual, Fluxo de Caixa e Payback. Tabela 15 - Resultado dos indicadores de Viabilidade Econômica proposta Indicadores Econômicos – Resultados - Indice de lucratividade - IL 1,13 % Retorno Sobre Investimento - ROI 425,68% Valor Presente Líquido - VPL R$546. Taxa Mínima de Atratividade - TMA 8,30% Taxa Interna de Retorno - TIR 18,57% a. a Fonte: Elaboração própria (2018) Com base nos resultados da viabilidade econômica apresentado, pode-se afirmar que o projeto é considerado viável, pois proporciona grande economia financeira no médio e longo prazo, apresentando-se como uma das soluções para o alívio as despesas de manutenção da empresa petrolífera para superar a crise e contribui com a geração de energia limpa, sem emissão de CO2.

CONSIDERAÇÕES FINAIS O sistema de geração de energia solar tem se difundido amplamente em vários países no mundo. No Brasil, após a resolução 482/2012 da ANEEL, com a possibilidade de compensação de créditos de geração elétrica, o sistema fotovoltaico passou a ser utilizado em larga escala em residências, indústrias e organizações diversas. pdf>. Acesso em: 30 Jun. ABREU FILHO, José Carlos Franco, et. al. Finanças Corporativas – Editora FGV, 11. pdf> Acesso em: 27 set. ANEEL, Resolução Normativa n° 687, de 24 de novembro de 2015. Altera a Resolução Normativa nº 482, de 17 de abril de 2012, e os Módulos 1 e 3 dos Procedimentos de Distribuição – PRODIST. Disponível em: <http://www2. aneel. F. O. Tópicos de matemática financeira e engenharia econômica.

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f. Tese (-Graduação) - Curso de Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2006. utfpr. edu. br/jspui/handle/1/1043>. Acesso em: 1 o ut. GIL, Antonio Carlos. P. Eficiência Hidráulica e energética em saneamento: análise econômica de projetos. Rio de Janeiro. ABES, 2005. GUEDES, José Carlos de Souza. br/xmlui/handle/123456789/90237>. Acesso em: 26 set. LUCENA, L. F. L. Era Solar. Madrid: n°107, p. Marzo/Abril 2002. Disponível em: http://www. fotovoltaica. org/doi/10. Acesso em: 27 set. MARTINS, Jean Gleyson Farias; LEONE, Rodrigo José Guerra; LEONE, Nilda Maria C. P. Guerra. PEREIRA, F. OLIVEIRA, M. Curso técnico instalador de energia solar fotovoltaica. Porto: Publindústria, 2011. PINHO, João; GALDINO, Marco. s3-sa-east-1. amazonaws. com/chemicalengineeringproceedings/cobeq2014/1252-20243-183986. pdf>. Acesso em: 27 set.

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