A UTILIZAÇÃO DAS GEOTECNOLOGIAS GOOGLE EARTH E GOOGLE MAPS NO ENSINO DE GEOGRAFIA: ESTRATÉGIAS, LIMITAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES

Tipo de documento:Projeto de Pesquisa

Área de estudo:Geografia

Documento 1

Natalia do Nascimento Santos TERESINA – PI 2017 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 4 2 JUSTIFICATIVA 5 3 PROBLEMATIZAÇÃO 5 4 OBJETIVOS 5 4. Objetivo geral 5 4. Objetivos específicos 5 5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 6 5. Ensino de Geografia e os principais desafios para o professor 6 5. O uso de novas tecnologias no ensino de Geografia 8 6 METODOLOGIA 12 7 RESULTADOS E DISCUSSÃO 13 7. Cabe ao professor selecionar aqueles que atendam os objetivos estabelecidos em seu planejamento. No ensino de Geografia, uma das alternativas se refere às geotecnologias, que correspondem ao conjunto de tecnologias, tais como: cartografia digital, sensoriamento remoto, sistema de posicionamento global e a topografia. São utilizadas para coleta, processamento e análise de informações em relação a uma determinada localização (ROSA, 2011, p. Tais recursos oferecem modelo tridimensional do globo terrestre – possibilitam a exibição de conteúdos por meio de um projetor multimídia, com telas estáticas exibidas aos alunos – com o diferencial do uso da ferramenta de zoom e apresentações mais dinâmicas, podendo trabalhar espacialmente, o que seria impossível apenas com o uso de mapas impressos.

O uso das diferentes tecnologias em sala de aula é recomendado pelos documentos oficiais como caminho para promover uma aprendizagem mais consolidada. Compreender e realizar a educação, entendida como um direito individual humano e coletivo implica considerar o seu poder de habilitar para o exercício de outros direitos, isto é, para potencializar o ser humano como cidadão pleno, de tal modo que este se torne apto para viver e conviver em determinado ambiente, em sua dimensão planetária. A educação é, pois, processo e prática que se concretizam nas relações sociais que transcendem o espaço e o tempo escolares (DCNEM, p. Na perspectiva dos PCNs o conhecimento geográfico deve favorecer a reflexão sobre a ação humana em todas as suas dimensões, formando sujeitos capazes de atuar de forma consciente em seu meio social, contribuindo para a construção de um mundo melhor (BRASIL, 2000, p.

Nesse contexto, o ensino de Geografia assume papel preponderante na formação de cidadãos críticos e participativos, capazes de utilizar seus conhecimentos para atuar de forma ética e responsável em seu meio social. Manuel Correia de Andrade salienta que a Geografia como ciência social e humana, possui a responsabilidade “de analisar a própria sociedade, as relações que influenciam no tipo de espaço produzido e explicar a razão de ser da ação da sociedade nesse espaço” (ANDRADE, 1987 p. Castrogiovanni (p. argumenta que: A escola não se manifesta atraente frente ao mundo contemporâneo, pois não dá conta de explicar e textualizar as novas leituras de vida. A vida fora da escola é cheia de mistérios, emoções, desejos e fantasia, como tendem a serem as ciências.

É urgente teorizar a vida, para que o aluno possa compreendê-la e representá-la melhor e, portanto viver em busca de seus interesses (CASTROGIOVANNI, p. Através da contextualização dos conteúdos de Geografia, o aluno conseguirá perceber a aplicação dos conhecimentos adquiridos na escola. Aulas baseadas apenas no quadro e giz, livro didático, sem a participação ativa dos alunos tem se demonstrado pouco eficientes. A discussão, o debate e a reflexão devem ser estimulados constantemente, contribuindo assim, para a construção das competências sócio-político-culturais. CASTROGIOVANNI, 2001, p. Entretanto, é importante destacar que a falta de recursos didáticos nas escolas não deve ser um fator limitante no ensino e aprendizagem dos conteúdos de Geografia ou de qualquer outra disciplina. Aquino Júnior (2007, p.

MORAES, 2005, p. Diversos autores/pesquisadores, tais como, Lévy (1993), Perrenoud (2000) e Fonseca (2010) apontam sobre a importância do uso dos diferentes recursos tecnológicos (computadores conectados à internet, softwares educativos, plataformas de aprendizagem, etc. no processo de ensino e aprendizagem. Atualmente o conhecimento não é encontrado exclusivamente nos livros didáticos, a conexão com a internet possibilita a aquisição de informações que são atualizadas a todo instante. O estudo do espaço geográfico como hoje é entendido requer a apropriação de diversos métodos de leituras da paisagem, descrição, observação, explicação, interação, análise, síntese, dentre outros. O professor poderá utilizar esse programa para elaboração de roteiros de campo para o estudo do espaço geográfico, exploração tanto dos recursos físicos, visualização de aspectos geomorfológicos do relevo, da vegetação, e nuances topográficas de ruas, bairros e avenidas.

Em relação ao Google Earth, esse recurso pode ser acessado através do endereço eletrônico <http/www. googleearth. com>. Figura 2: Tela inicial do Google Maps. O uso desses programas também é apontado por Vale (2014, p. como metodologia didática para os alunos compreenderem os fenômenos geográficos e suas complexidades de maneira multidisciplinar, auxiliando-os a refletir e desvendar a realidade na qual estão inseridos. Outro fator positivo é a possibilidade de ampliar as habilidades dos alunos quanto às relações topológicos e projetivas. Amade (2010, p. aponta algumas vantagens e desvantagens da utilização do Google Maps e Google Earth (Quadro1). As aulas tornam-se mais difíceis de controlar devido às inúmeras possibilidades que os alunos ficam expostos ao acesso a essas tecnologias. Fonte: Amade (2010, p.

Fonseca (2010, p. também aponta que em muitos lugares as imagens não são atualizadas frequentemente ou apresentam baixa resolução, podendo dificultar a investigação geográfica de determinados fenômenos. Entretanto, apesar dessas limitações o uso dessas tecnologias tem demonstrado resultados positivos na aprendizagem dos alunos. Pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato (GIL, 2008, p. Também foi utilizada a técnica de observação participante. Ela ajuda o pesquisador a “[. identificar e obter provas a respeito de objetivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu comportamento” (MARCONI & LAKATOS, 1996, p. A observação também obriga o pesquisador a ter um contato mais direto com a realidade.

Todos os alunos aceitaram contribuir para o trabalho. A terceira etapa consistiu na intervenção pedagógica através do uso do Google Maps e Google Earth pelos alunos. Foram duas aulas seguidas, totalizando 100 minutos. A aula foi ministrada pelo pesquisador. No final da aula (faltando 30 minutos) os alunos responderam um segundo questionário (Apêndice II), cujo objetivo foi coletar informações sobre a opinião dos discentes sobre o uso do Google Earth e Google Maps no estudo de Geografia. Através da análise do gráfico acima (Gráfico 1) verifica-se que a maior parte dos alunos investigados conhece e sabem utilizar o Google Earth e Google Maps. Aqueles que assinalaram conhecer o Google Earth também indicaram que conhecem o Google Maps. Os alunos que declaram não conhecer tais recursos foram aqueles que não possuem celulares ou computador em casa.

Esse fato foi observado ao confrontar os dados da questão anterior (questão 1) com a questão 2. Quando questionados sobre o estudo de Geografia, apenas 2 alunos assinalaram que não acham importante. Gráfico 2- Frequência das atividades consideradas mais importantes para os alunos. Fonte: Dados do questionário. Através da análise do gráfico acima, percebe-se que as atividades que os alunos consideram mais significativas são aquelas que envolvem a interação entre eles durante aula, no caso de trabalhos em grupo. A utilização de metodologias diversificadas (documentários, uso de tecnologias e trabalhos de campo) também representou a maioria das respostas. Apenas 2 alunos consideraram trabalhos individuais como importante para aprendizagem. Para que os alunos pudessem familiarizar com os programas Google Earth e Google Maps, o professor realizou uma apresentação em datashow sobre as principais funcionalidades e como manuseá-los.

O tempo de duração dessa primeira etapa da aula foi de 30 minutos. Os alunos acompanharam a explicação atentamente e ao mesmo tempo foram praticando em seus computadores. Essa etapa foi importante porque muitos estudantes não tinham conhecimento sobre esses programas e outros apresentaram dificuldades em acessar a internet e realizar operações simples com o computador. Diante dessas observações ressaltamos sobre a importância da inserção das novas tecnologias no processo de ensino e aprendizagem. Os demais que gostaram da atividade destacaram que o Google Maps e o Earth facilitaram a compreensão das mudanças que ocorreu ao longo dos anos no espaço geográfico. Segue abaixo a justificativa apresentada por três alunos. “Na minha opinião ficar só copiando matéria é ruim demais, agora com o computador ajudou muito a gente entender a geografia, as aulas deveriam ser todas assim”.

“O uso do Google Earth fez eu ter outra visão da geografia. Antes eu sabia de nada, agora eu entendi muita coisa interessante”. Através das justificativas apresentadas pelos alunos percebe-se que a atividade proposta nesse trabalho poderia ter sido realizada em maior tempo. A quantidade limitada de computadores para os alunos bem como a baixa velocidade de conexão com a internet no momento da aula pode ter contribuído para atrasar o andamento da aula. Entretanto, esses são algumas das limitações que fazem parte do contexto escolar em muitas regiões brasileiras e acaba prejudicando a qualidade da educação. Essa situação demonstra a necessidade do desenvolvimento de políticas públicas que favoreçam a inclusão digital, de modo que as escolas de pequeno porte também sejam beneficiadas.

Além dessas discussões, é fundamental destacar o papel do professor na utilização das geotecnologias em sala de aula. Todos os alunos apontaram que o uso do Google Earth e Maps contribuiu para a aprendizagem dos conceitos de Geografia, o que antes tinham dificuldade de compreensão. Um aluno que havia declarado não gostar de estudar Geografia porque não conseguia atribuir significado no que estudava, no final, destacou que foi uma aula interessante e que havia percebido seu equívoco em pensar que os conhecimentos desse componente curricular não tinham fundamento em sua vida. Diante do exposto, recomendamos aos professores a utilização do Google Earth e Google Maps como recurso pedagógico no ensino de Geografia como alternativa ao modelo tradicional de ensino, uma vez que essa metodologia permite a contextualização e aproximação do conhecimento com a realidade do aluno.

Além do de promover a inclusão digital e desenvolvimento de habilidades essenciais à formação de cidadãos críticos e reflexivos, capazes de usar os conhecimentos como ferramenta de transformação social. CRONOGRAMA ETAPAS 2017 OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO JANEIRO/2018 1. ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia, Ciência e Sociedade. São Paulo: Ed. Atlas, 1987. AQUINO JÚNIOR, José. Brasília: Ministério da Educação e Desporto, 2012. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: Ensino médio. Brasília: MEC, 2000, 109 p. CALLAI, Helena Copetti. A Geografia e a Escola: Muda a Geografia? Muda o Ensino? Revista Terra Livre, São Paulo, n. p. CASTROGIOVANNI, A. C. Universidade Federal de Mato Grosso, Mato Grosso, 2011. FERREIRA, Carla Torres; ALVES, Simone Fonseca. O ensino de Geografia escolar e currículos identitários: um estudo teórico e suas relações.

In: Encontro Nacional de Prática de Ensino de Geografia, Porto Alegre, 2009. FERREIRA, Raquel Catarina de Sousa. FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. São Paulo: Paz e Terra, 1999. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. google. com>. Acessado em 26 de novembro de 2017. LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. A. LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados. ed. In: 10 novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000. ROSA, Roberto. Geotecnologias na Geografia aplicada. Revista do Departamento de Geografia, São Paulo, v. THIESEN, Juares da Silva. Geografia escolar: dos conceitos essenciais às formas de abordagem no ensino.

Geografia Ensino & Pesquisa, v. n. jan. ed. Petrópolis: Vozes, 2002. APÊNDICES APÊNDICE I Questionário I Prezado estudante; Estou desenvolvendo uma pesquisa sobre a utilização do Google Earth e Google Maps nas aulas de Geografia. Sua participação é muito importante nessa pesquisa. Conto com seu apoio! 1-Você possui algum aparelho eletrônico com acesso a internet? ( ) Sim. Você gostaria de participar de alguma aula de Geografia envolvendo a utilização do Google Earth ou Google Maps? ( ) Sim ( ) Não APÊNDICE II Questionário II Após ter participado da aula da atividade com o uso do Google Earth e Google Maps, gostaria de convidá-lo a responder as perguntas abaixo. Sua participação é muito importante nessa pesquisa. Você gostou da aula de Geografia?”Justifique sua resposta. Em sua opinião, o que poderia ser feito para tornar a aula com uso dos programas Google Maps e Earth mais interessante? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Muito obrigado!.

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