A terapia narrativa aplicada à família

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Psicologia

Documento 1

Como critérios de inclusão, optou-se por um recorte temporal de 2009 a 2019, artigos de periódicos, usando os descritores “terapia narrativa” e “família” ou “narrative terapy” and “Family”. Assim, foram selecionados 9 trabalhos para a análise e discussão que interessa no presente estudo. Os estudos apontaram que há pouca investigação teórico-prática sobre terapia narrativa, ressaltando a necessidade de maiores investigações a respeito, especialmente quanto à sua aplicabilidade no contexto familiar. As pesquisas ressaltaram as diferentes abordagens que pode se beneficiar da terapia narrativa como ferramenta terapeutica. Especialmente, os conteúdos mostraram uma mudança na significação por parte dos sujeitos, auxiliando na reetruturação de problemas de difícil manejo, que a partir da atitude dialógica puderam ser reelaborados. Introdução Na década de 1990, Michael White fundou a terapia narrativa, baseado no construcionismo social.

Ele postulou sobre como os indivíduos são afetados por seus problemas. Igualmente, David Epston, terapeuta familiar, acreditava que uma rede de apoio era necessária para que a mudança nos pacientes pudesse se sustentar. Ainda, a influência das ideias foucaultianas contribuiu para formar o constructo teórico da terapia narrativa. Conceitualmente, TN é um processo que visa transformar as narrativas, a fim de ampliar as possibilidades sobre um determinado problema, organizando os enredos, por meio de questionamentos (Grandesso, 2009). A família patriarcal tem seus fundamentos na tendência à indissolubilidade da família. Por isso, o autor pondera que, em decorrência do enfraquecimento da linhagem, surgiu a família conjugal. Este estudo teve como objetivo realizar uma análise crítica sobre a aplicabilidade da terapia narrativa à família.

Nesse sentido, a pesquisa se orientou para compreender quais seriam as contribuições das narrativas para a prática clínica com famílias. Para tal, realizou-se um estudo bibliográfico, do tipo “Estado da arte”, que se baseou na revisão de quatro bases de dados: Scielo, BVSalud, Periódicos Capes e Pubmed. O recorte temporal compreendeu o período de 2009 a 2019. Foram considerados apenas artigos de periódicos, excluindo-se, portanto, editoriais, teses, dissertações e capítulos de livros, e artigos duplicados em mais de uma base. Instrumentos Neste sentido, a figura 1 descreve o percurso realizado pelo pesquisador para refinar os estudos. Figura 1 – Fluxograma do processo para o uso do Estado da arte Fonte: adaptado de Vilas Boas et al. p. sujeito Observação participante e a análise dos registros das doze sessões de um grupo de curto prazo -Estudo de caso.

Houve mudança na autodescrição do sujeito - de alguém dependente da família e com pouca iniciativa para suas próprias necessidades – para alguém com mais autonomia e independência familiar. Cuidar de um familiar com câncer: contribuições da terapia familiar sistêmica BVSalud Barros, Sibelle Maria Martins de, Andrade, Maria Angélica Carvalho, & Siqueira, Flávia Alves Aguiar 2012 Pensando Famílias  investigar a experiência de cuidar de um familiar com câncer quatro cuidadores, sendo três mulheres e um homem, com idades entre 37 e 44 anos genograma e a entrevista semiestruturada. Para a análise dos dados, recorreu-se à análise de conteúdo contextos familiares caracterizados por violência, pobreza e rejeição; dificuldades em lidar cotidianamente com o familiar doente e ter que abrir mão de sua rotina.

Aspectos positivos também foram identificados, como mudança pessoal e felicidade. Capes Martínez G, Lina María 2017 Nómadas analisar os significados paradoxais da experiência de gênero no casal, em relacionamentos caracterizados pela paridade socioeconómica quarenta entrevistas em torno de intervenções com casal e família, conduzidas por terapeutas de seis cidades (Bogotá, Medellín, Cali, Barranquilla, Bucaramanga e Manizales). pesquisa qualitativa foi orientado a partir da perspectiva etno-sociológica A terapia narrativa se mostra como um enfoque que permite desconstruir histórias significativas, através da integração de idéias feministas que aportam à transformação de ataduras patriarcales persistentes nos casais. Momentos marcantes na construção da mudança em terapia familiar Capes Rasera, Emerson F.   &  Guanaes, Carla 2010 Psic. Teor. Tabela – 1 Resultados Fonte: Os autores (2019) Discussão Para Bronfenbrenner (1996), que desenvolveu a Teoria Ecológica, fundamentado em seus estudos a respeito do desenvolvimento infantil e sua relação com os mais diferentes contextos, a família é importante como mediadora do par criança-meio.

O autor explana que o desenvolvimento humano se dá em níveis ou estratos, a partir de sua organização, onde um envolve o outro. Bronfenbrenner (1996) defende a essência dinâmica de cada topo. A “casa” seria o núcleo do microssistema e onde ocorrem padrões de interação persistentes e evolutivos, sendo, portanto condutora das transformações. É neste sentido que a teoria embasa o entendimento a respeito do desenvolvimento infantil como um processo que é favorecido conforme a ação da criança física e socialmente no seu grupo. Logo, a família, como sistema organizado e complexo, acompanha as transformações sociais e sofre pressões a fim de manter sua finalidade precípua: o desenvolvimento psíquico e social dos partícipes. Da mesma forma, Souza e Chaves (2017) concluem sobre a importância de considerar as diferentes configurações da família moderna e que, justamente por isso, ela é plural, sofre modificações na história e inegavelmente exerce uma marca na formação do indivíduo.

Do ponto de vista biológico, a hipótese de que a família se funda com o objetivo de garantir a segurança e sobrevivência dos filhos, já que estes não conseguem cuidar de si próprios logo após o nascimento, é chamada de condição neotêmica. Ademais, para além do aspecto biológico, a família tem a capacidade de nutrir o indivíduo das construções sociais, morais, culturais e psicológicas (Osório, 1996). Silva (2015) observa que justamente por sua estrutura, a família deve ser estudada de diferentes vieses, principalmente por se tratar de uma instituição responsável pela inclusão do indivíduo na vida social. Outro verificou a eficácia da escrita narrativa como suporte às mães com estresse pós-traumático e depressão (Horsch et al.

O potencial da terapia narrativa para a desconstrução e transformação do significado de violência gênero e para promover a igualdade entre o casal foram abordados nas pesquisas de Martínez (2017;2018). Navarro (2010) discutiu a terapia narrativa para uma família com uma criança com Síndrome de Down. Ariès (1978/2011) explica a família a partir do seu papel ambíguo em que ora o sujeito quer se ver livre de qualquer sombra de opressão, ora deseja ser protegido diante das fragilidades sociais. Zimerman e Osório (1997) ao retomarem estudos clássicos de Levi-Strauss, Sigmund Freud e Pichon Rivière definem a família como um grupo, cujos objetivos são preservar a espécie e alimentar seus descendentes física e emocionalmente, a fim de contribuir para a transmissão e aquisição de valores e da cultura, bem como formar sua personalidade.

Cuidar de um familiar com câncer: contribuições da terapia familiar sistêmica.  Pensando familias, 17(2), 96-110. Recuperado em 20 de setembro de 2019, de http://pepsic. bvsalud. org/scielo. Disponível em: http://repositorio. ucp. pt/bitstream/10400. gestaodesenvolvimento19_139. pdf. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002. Grandesso, M. Desenvolvimentos em terapia familiar: das teorias às práticas e das práticas às teorias. Gilbert, L. et al. Improving Maternal Mental Health Following Preterm Birth Using an Expressive Writing Intervention: A Randomized Controlled Trial. Child Psychiatry Hum Dev (2016) 47: 780. org/10. Retrieved September 20, 2019, from http://www. scielo. org. co/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0121-75502017000100183&lng=en&tlng=. Porto Alegre, Ed. Artes Médicas. Navarro C. L. Terapia Narrativa Aplicada A Una Familia Con Una Niña Con Síndrome De Down. org/10.

S0103-56652012000100013 Rasera, Emerson F. Guanaes, Carla. Momentos marcantes na construção da mudança em terapia familiar.  Psicologia: Teoria e Pesquisa, 26(2), 315-322. v. n. p. p. jul. ISBN 978-85-7983-703-6. Available from SciELO Books. Souza, JG & Chaves, WC (2017). Família: pluralidade e singularidade.  Reverso, 39(74), 47-53. br/ojs/index. php/reamec White, M. Epston, D.  Medios narrativos para fines terapéuticos. Barcelona, Paidós. Como trabalhamos com grupos. Porto Alegre: Artes Médicas.

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