A REFORMA PROTESTANTE E A PAZ RELIGIOSA DE AUGUSBURGO 1555

Tipo de documento:Resumo

Área de estudo:Religião

Documento 1

A prática de indulgências, era sobretudo “entendida como expressão e atuação da misericórdia de Deus, que ajuda seus filhos a se redimirem dos próprios pecados” (VIEIRA, Dilermando Ramos, 2020) tal prática se estendeu também pela Alemanha onde permaneceu por alguns anos até gerar incômodo e insatisfação por parte do protestantismo que já questionava algumas práticas católicas do momento em questão e, inclusive a já bem conhecida prática de indulgências. O papa Leão X, que fora eleito em meados de 1515, fez questão de difundir a prática das indulgências em território Alemão e estender a outros países; a “troca divina” estava sendo tratada com tanta seriedade que passou a existir as bulas de indulgências, para nortear os praticantes sobre o que de fato o pagamento da indulgência poderia “curar”; como prioridade era expressamente exigido o arrependimento dos pecados.

Em paralelo a esses acontecimentos, vemos a figura de maior representatividade do Protestantismo crescer e seguir o caminho do divino. Nascido no distrito de saxão da Turíngia, no ano de 1484, Martin Ludher ou Martinho Lutero como o conhecemos, teve suas primeiras influências do catolicismo ainda no primário enquanto frequentava a escola local; sua experiência não foi tão positiva devida a rigorosidade da escola. Já na adolescência mudou-se para Magdeburgo, situada a 70 km de Mansfield, onde foi tocado pelas influências clericais ao ponto de despertá-lo uma mudança religiosa. De início, Lutero apenas havia mudado seu discurso para condenar a forma como a prática das indulgências estava sendo realizada, de maneira exacerbada e perdendo sua essência; no entanto, após ter conhecimento sobre os discursos do Tetzel, passou a condenar toda a prática da indulgência expondo em suas famosas 95 teses, seus ideais sobre o teocentrismo entre eles proferia que “as indulgências e as boas obras não eram necessárias para a salvação, já que a salvação dependia somente da “graça não merecida”, oferecida por Cristo” (VIEIRA, Dilermando Ramos, 2020).

Publicada as 95 teses, Lutero propôs debates teológicos em espaços públicos, mas nenhum representante católico se dispôs a confrontá-lo; mas como a imprensa já existia na época, as 95 teses foram impressas e traduzidas do Latim; passou a ser difundida e por incomodar o catolicismo, os dominicanos passaram a reconhece-lo como herege. Em 1517, Lutero envia uma carta ao seu então Bispo, solicitando a retirada de seu “poder divino” como líder do catolicismo e em anexo à carta enviou as 95 teses; o Bispo não aceitou seus argumentos e denunciou o ocorrido a Roma. De início, o Papa Leão X não deu valor ao acontecido e acreditou se tratar de briga entre frades, somente no ano de 1518 iniciou-se um levante contra os monges alemães conduzido pelos dominicanos; a partir desse momento os acontecidos envolvendo Lutero chega com mais seriedade aos ouvidos do Papa trazidos pelo seu conselheiro.

Lutero foi convidado pelo Papa para explicar seu objetivo com as 95 teses publicadas, o que não aconteceu pois Lutero temia ser preso devido as inflamações que já estavam ocorrendo. Os princípios teológicos que mais separavam a ideologia do catolicismo com os ideais Luterano são as cinco “solas” defendidos pela corrente, sola fide, sola gratia, sola scriptura, solus Christius e soli Deo Gloria, que respectivamente significam só a fé, só a graça, só a escritura, somente em Cristo e somente a Glória a Deus glória”. Lutero defendia que a salvação só existia através da fé, boas obras e méritos pessoais não eram levados em consideração na rendição do pecado; defendia que a salvação viria apenas através da Graça de Deus, não havia outro meio que justificasse; acreditava que apenas a escritura era a verdade, não considerando as autoridades Papal e clérigos, esses não eram extensão do poder divino.

Somente em Cristo era possível encontrar a salvação do mundo de pecados, segundo o Luterano, não havia outro caminho para redenção dos pecados se não uma vida guiada pelos ensinamentos de Cristo e por fim afirmava que a salvação só seria possível graças a Glória de Deus, por isso os cristãos devem dar glória a Deus em todas as suas ações. Lutero não só protestou contra os ensinamentos catequistas que perduravam por séculos, mas também fez questão de deixar instruções nas quais defendia veemente, para que os seus súditos pudessem ter suas teses como referências e inspiração. A doutrina Lutera superou suas polêmicas e conquistou um lugar de contraponto aos dogmas da Igreja Católica.

PROTESTANTISMO X CALVINISMO + ANABATISTAS + CISMA ANGLICANO Na Suíça do século XVI, começaram as resistências aos decretos do Papa Leão X, as práticas de indulgências também não estavam sendo aceitas no país que era dividida em comunidades rurais e urbanas; sendo assim o país sofreu influência de três movimentos reformadores: um liderado por Ulrico Zwiglio, outro por João Calvino e o terceiro pelos Anabatistas. Lutero ciente dos movimentos, buscou estabelecer acordos, principalmente com o líder Zwiglio mas este se opunha a alguns ideais luteranos declarando pois sua rivalidade a igreja e ao luteranismo; poucos anos depois sua morte se deu através de uma tentativa frustrada de bloquear o comércio aos catolicistas numa batalha que resultou no seu “título” de herege e esquartejamento.

Com sua morte, seus ideais foram pouco propagados e mais tarde, seus seguidores seu uniriam ao João Calvino. A essa altura já se destacava a figura de Calvino, nascido e criado na França, ele teve influências do luteranismo ao longo de sua vida e já na fase adulta resolve aderir a reforma; com seus estudos teocráticos Calvino passa a escrever algumas publicações e em dado momento de sua vida foi convidado pelo representante de Genebra para conciliar os crescentes movimentos protestantes na cidade com os seus próprios ideais; afinal o líder já era simpatizante de suas publicações; Calvino aceita e implementa uma ditadura teocrática fundamentalista. Duas de suas publicações se tornaram leis no país na cidade e consequentemente se transformaram na bússola norteadora da ideologia Calvinista.

Ciente do ocorrido, o Papa fez a intimação a Henrique de anular sua união com Ana e retomar o casamento legítimo com Catarina, caso contrário sua punição seria a excomunhão. Henrique manteve sua união com Ana Bolena e assim foi excomungado; como reação o soberano emitiu várias medidas antipapais e a principal delas dizia que a igreja não teria mais poder de influenciar as decisões do rei e ainda elaborou uma comissão para ditar a reforma eclesiástica na Inglaterra. Era a consumação da cisma. Após alguns anos e casamentos mal sucedidos, culminando quase sempre na morte de suas esposas e na má reputação do seu reinado, Henrique VIII tem o seu querido herdeiro dado por uma de suas esposas, o Eduardo VI.

Quando chegado o momento de governar, Eduardo VI trouxe inovação ao mesclar os ideais anglicanos com o calvinismo publicando durante seu reinado 42 artigos, que seriam suas principais contribuições à religiosidade na Inglaterra. Lutero morre sem presenciar a guerra religiosa que iria devastar a Alemanha anos depois. Carlos V cansado das violências dos príncipes protestantes, aliou-se ao papa em busca de proteção; conseguir derrotar a liga, mas sua intenção de fato era aliar-se ao protestantismo na procura por trégua. Emanou novo decreto na Dieta de Augusburgo declarando ser um documento de conciliação, intenção que não deixou claro ao papado e gerou discordância desse; o documento na verdade favorecia a fé protestante. Os protestantes aceitaram o documento, mas na verdade estavam se preparando para uma revanche; que foi conseguida e isso obrigou o Imperador a fugir.

Percebendo que os esforços de trégua eram em vão, e a unidade religiosa do catolicismo já estando abalada; a igreja decide aceitar o documento declarando vitória ao protestantismo com o único objetivo de manter a tranquilidade do Império.

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