A perspectiva dos usuários da UPA do município de Pelotas

O presente estudo tem como objetivo principal avaliar o grau de satisfação quanto ao atendimento das UPAs (Unidades Básicas de Saúde), especificamente na Unidade do município de Pelotas, Estado do Rio Grande do Sul. A pesquisa será realizada na forma de revisão bibliográfica em livros e revistas cientificas na área da saúde e na forma quantitativa através de um questionário aplicado a alguns usuários da Unidade citada. A proposta das UPAs é prestar um serviço de saúde intermediário, atendendo casos de média complexidade e desta forma minimizando as demandas dos Hospitais. É possível afirmar que uma das queixas mais recorrentes quanto ao atendimento das UPAs é o tempo de espera, seguido pela falta de qualificação dos profissionais, do ponto de vista dos usuários.

Os profissionais, por sua vez, alegam dificuldades devido ao fato de se depararem com ocorrências que não são de responsabilidade das UPAs, devendo ser direcionadas para outras Unidades de saúde. Os cuidados com a saúde passaram por diversas mudanças no decorrer da história do Brasil. O próprio conceito de saúde mudou com o passar das décadas. O autor Paim (2009, p. comenta em seu livro que a saúde “tem sido reconhecida como o completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença, o propósito almejado é que as pessoas possam ter uma vida com qualidade”. No Brasil colônia, a organização sanitária se espelhava na metrópole Portugal, onde a atenção maior era para os serviços de saúde para as tropas militares, enquanto os moradores das cidades solicitavam médicos mediante cartas ao rei; em 1543 surgiu a primeira Santa Casa na cidade de Santos, caracterizando atendimento aos pobres em forma de caridade; no Brasil imperial houve uma reforma nos serviços sanitários, cuja característica peculiar foi dar atenção para a higiene escolar e proteção de crianças e adolescentes e por fim, com a proclamação da República, os Estados passaram a ter a responsabilidade pelas ações de saúde.

Entre os recursos oferecidos pelo SUS na intenção de promover a saúde e com base na Política Nacional de Urgência e Emergência, lançada pelo Ministério da Saúde em 2003, constituiu-se a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) 24 horas. De acordo com o CONASS (Conselho Nacional de Secretários da Saúde) (2015, p. o objetivo da UPA é ser um componente intermediário entre a atenção básica e atenção hospitalar, com os “objetivos de dar suporte à atenção básica para os casos agudos que ultrapassam sua capacidade de resolução e de reduzir o afluxo de usuários para as portas de entrada hospitalares. ” O presente estudo tem como objetivo principal apresentar a avaliação quanto ao atendimento de uma UPA no munícipio de Pelotas, Estado do Rio Grande do Sul, do ponto de vista de seus usuários.

A avaliação conta com a aplicação de um questionário visando medir o grau de satisfação, que pode ser base para identificar possíveis mudanças que podem melhorar ou aumentar a qualidade no atendimento. METODOLOGIA A pesquisa foi realizada em forma de revisão bibliográfica em livros e revistas científicas na área da saúde, bem como compêndios governamentais e da gestão pública, de modo quantitativo descritivo e qualitativo, sendo este último embasado em um questionário aplicado. Os artigos serão selecionados abrangendo um período de publicação nos últimos dez anos, pesquisados através de palavras chaves tais como: saúde pública, atendimento nas UPAs, SUS, município de Pelotas. Artigos excluídos na busca serão aqueles que apresentam detalhes sobre as UBSs ou Pronto Socorros e Hospitais, por não se tratar do foco de estudo.

As plataformas de busca serão Google Play (livros eletrônicos); Google Acadêmico, Scielo, Pubmed, Lilacs e sites da Internet, podendo haver acréscimo de outras plataformas de acordo com as demandas. Será aplicado um questionário confeccionado com doze questões que visam medir o grau de satisfação no atendimento da UPA no município de Pelotas/RS. O sistema público de saúde no Brasil nasceu basicamente de três vias: saúde pública, medicina previdenciária e medicina do trabalho. Antes do SUS, os serviços de saúde eram separados, entre a saúde pública e a saúde do trabalhador. A partir do SUS, extinguiu-se os serviços de caridade. Os serviços dessas instituições passaram a ser responsabilidade do SUS, financiados pela sociedade, através do pagamento de impostos.

É preciso conhecer mais detalhadamente todos os conceitos de atendimento à saúde presentes no SUS porque somente assim a sociedade terá condições de avaliar a qualidade real do sistema. “O termo sistema não é tão familiar, podendo abranger coisas distintas, como o sistema solar, o sistema nervoso ou o sistema de freios de um veículo”. PAIM, 2009, p. Basicamente, é possível conceituar um sistema de saúde como um conjunto que envolve agências e agentes cuja atuação objetivam primordialmente garantir a saúde das pessoas e das populações. É relevante pontuar que apesar do termo único na conceituação do SUS, sua rede de atendimento é composta por estabelecimentos e serviços que pertencem a diversas organizações, sejam públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos. A filosofia do SUS, que originou a demanda para sua criação foi basicamente uma, a saber, oferecer atendimento na promoção da saúde a todas as pessoas.

p. O Ministério da Saúde estabeleceu através da Portaria 1. GM de 13/05/2009, “as diretrizes para a implantação do componente pré-hospitalar fixo para a organização de redes loco regionais de atenção integral às urgências em conformidade com a Política Nacional de Atenção às Urgências”. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016, p. O Ministério da Saúde alista uma série de ocorrências passivas de serem direcionadas para as UPAs. a 300. habitantes 301 a 450 pacientes 6 médicos, distribuídos entre pediatras e clínicos gerais 13 – 20 leitos Fonte: (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016) Adaptado pelas autoras Tabela 2 – Custeio das UPAs de acordo com população atendida Sala de Estabilização UPA I UPA II UPA III População Coberta Menor que 50. habitantes 50. a 100. habitantes 100.

Godoi et. al. cita em seu artigo alguns dos desafios que precisam ser superados pelas UPAs no caminho de oferecer maior qualidade no atendimento. A superlotação é um problema, em conjunto com a carência de recursos na infraestrutura, a discordância na priorização dos casos existente entre médicos e enfermeiros e ausência de protocolos. Levando em conta a opinião do público em território nacional, de modo geral, o atendimento das UPAs não oferece qualidade. Quadro 3 – Identidade do município de Pelotas Área 1. km2 Localização Encosta do Sudoeste, às margens do Canal São Gonçalo Altitude média 7 metros acima do nível do mar Coordenadas Latitude/longitude 31º46’19” / 2º20’19;’7 metros acima do mar Clima Subtropical úmido Temperatura média anual 17,6º C Limites Norte: Turuçu e São Lourenço do Sul; Sul: Rio Grande e Capão do Leão; Leste: Lagoa dos Patos; Oeste: Canguçu e Morro Redondo; Distâncias Capital do Estado (Porto Alegre): 250km Porto Marítimo (Rio Grande): 60km Fronteira Uruguai: 135km Fronteira Argentina: 600km Sistema viário Densidade demográfica 196,18 (hab/Km2) Eleitores 239.

Fonte: (PREFEITURA DE PELOTAS, 2013, p. Adaptado pela autora Quanto ao perfil do município na área da saúde, Pelotas conta com um contingente aparentemente suficiente para cuidar das demandas. Possui 49 UBSs, 1 centro de especialidades, 1 farmácia municipal, 8 CAPS, 1 Ubai, 4 farmácias distritais, entre outros recursos. Disponível em: <http://www. pelotas. com. br/noticia/entenda-a-diferenca-entre-ubs-upa-ubai-e-ps> Existem alguns padrões a se considerar a partir do momento que se pretende avaliar a qualidade de um prestador de serviços. A qualidade depende, basicamente, do ponto de vista de quem a avalia. Atendimento de pacientes com dores e febres, sintomas de gripes, pressão arterial, etc. Depende Clínico geral, pediatra. Na sua região, a UPA é de fácil acesso ou demanda certo tempo para chegar à unidade? 3. Quanto à infra-estrutura (prédio, instalações, limpeza), julga ser adequada para o atendimento relacionado à saúde? 4.

O atendimento pré consulta, feito por recepcionistas é amistoso? Esclareça porque pensa assim. Os médicos escutar mais os pacientes e familiares e ser menos estúpidos. Atender com mais rapidez ter mais médicos e atender todas as pessoas idosas, crianças, adultos em geral. Contratar mais médicos Acredito que se os médicos levassem mais a sério o seu juramento da medicina não deixariam as pessoas esperando tanto tempo para serem atendidos, parece que nós usuários do sistema de saúde estamos pedindo favores para eles e não é assim, pagamos impostos para ter esse direito. Falo por mim se depender de mim nunca mais procuro UPA aqui em Pelotas porque precisei e não fui atendido. Sim Acredito que tem coisas a melhorar sempre, um exemplo é a sala de medicação, onde as poltronas inclinam muito pouco ou quase nada, minha sogra estava tomando medicação e ficou fraca, deslizando da poltrona para o chão, as poltronas deveriam deitar mais para que o paciente fique mais confortável possível.

Essas frases denotam de modo resumido mais relevante a importância que as pessoas dão para sua saúde. Os desafios que as UPAs enfrentam e precisam ser superados são muitos. O pronto atendimento é uma intervenção complexa, desde pontuar as ocorrências que estão inseridas como demandas de um pronto atendimento até a conclusão de que o atendimento foi prestado de forma correta. Geralmente, o estado de saúde da pessoa está visivelmente comprometido quando se decide recorrer ao pronto atendimento. A pressão envolvida e a preocupação diante de possível agravamento no quadro da doença são componentes que maximizam as exigências num atendimento de qualidade. O’DWYER, 2017, p. Desta forma, é subtendido que boa parte dos atendimentos poderiam ser evitados se a intervenção primária, prestada pelas UBSs por exemplo, fossem realizadas de forma adequada.

A pesquisa citada comentou até mesmo que a UPA não deve ser implantada de forma substitutiva à atenção primária. CONSIDERAÇÕES FINAIS A UPA é um componente fundamental para o oferecimento de pronto atendimento para usuários em quadros leves ou moderados de agravo na saúde por motivos diversos. As Unidades devem funcionar 24 horas por dia, todos os dias da semana e possuir infraestrutura física e profissional seguindo padrões de acordo com a população atendida. Este último, a demora no atendimento, é pontuada como o maior problema, do ponto de vista de quem usa os serviços da UPA. REFERÊNCIAS BRASIL. CONASS. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Rede de atenção às urgências e emergências: avaliação da implantação e do desempenho das Unidades de pronto atendimento.

Brasília: Supremo Tribunal Federal, Secretaria da Documentação, 2019, 533p. Disponível em: <https://www. stf. jus. br/arquivo/cms/legislacaoConstituicao/anexo/CF. Acolhimento com classificação de risco: caracterização da demanda em unidade de pronto atendimento. Revista Cogitare Enfermagem, vol. n. p. Disponível em: <https://revistas. O’DWYER, Gisele. O processo de implantação das unidades de pronto atendimento no Brasil. Revista Saúde Pública, vol. n. p. pdf> Acesso: 16 nov 2019. SANTOS, Daiane. Site Prefeitura de Pelotas. Saúde: Entenda a diferença entre UBS, UPA, Ubai e PS. Disponível em: <http://www. O que é o SUS. Livro eletrônico). Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2009, 140p.