A Nova Gestão Pública no contexto escolar e os dilemas dos diretores

Tipo de documento:Resenha Crítica

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Em face disso, tornam-se relevantes os estudos que visam à investigação dos efeitos provocados sobre a gestão escolar em decorrência das transformações em andamento. Neste contexto, a nova gestão pública (NGP) traz importantes diretrizes para o âmbito escolar, e o artigo objeto desta resenha tem o objetivo de analisar essas orientações segundo a visão dos diretores escolares. A introdução do artigo apresenta alguns dados metodológicos do estudo, que foi realizado com dados obtidos em cinco capitais brasileiras, quais sejam Belo Horizonte, Goiânia, Curitiba, Recife e Belém, nas quais foram selecionadas determinadas instituições de ensino, cujos diretores foram entrevistados a partir de questões relacionadas à conjuntura escolar. A partir disso, buscou-se analisar a percepção dos diretores acerca das determinações impostas às escolas.

O primeiro assunto abordado no desenvolvimento do artigo é a relação entre NGP e o gerencialismo na educação. A estratégia para modernização do sistema tinha como essência a quebra da burocracia hierárquica em um sistema descentralizado, em organizações autossuficientes. A influência da NGP na agenda global da educação é justificada pela potencialidade orçamentária do setor, no qual tem produzido profundas transformações de governança. É oportuno destacar que os principais objetivos da NGP, de acordo com Neto e Souza (2017), são a modernização e padronização dos métodos organizacionais, de modo que pode-se, ainda, complementar a justificativa para a penetração da NGP no âmbito da gestão escolar como sendo inspirada nesses fins. A introdução da NGP no Brasil é criticada no artigo devido aos efeitos produzidos pelos mecanismos de gestão adotados, que prejudicaram as condições de trabalho e remuneração de professores.

É comentado, ainda, que o processo de adaptação às condicionalidades da NGP ocorreu de modo bastante variado entre os estados e municípios. Outros relatos são comuns às experiências dos gestores entrevistados, como a ineficiência participativa de conselhos de representação, que se ausentam de assuntos relacionados às necessidades das escolas. A correlação entre os casos narrados é pertinente, uma vez que esses são problemas facilmente verificáveis e que corroboram os dados estatísticos anteriormente apresentados. Uma vez que as condições de trabalho e os recursos disponíveis não perfazem uma relação plenamente satisfatória, e não obstante os critérios questionáveis de indicação de diretores, são exploradas pelo artigo as motivações dos diretores e seu comprometimento com os resultados dos alunos, retratados nas impressões obtidas nas entrevistas.

Os métodos empregados nas escolas e as definições dadas pelo autor do artigo a termos utilizados por entrevistados torna concisa a apresentação dos argumentos, e reflete, mais uma vez, a semelhança de características entre os depoimentos, revelando possíveis causas em comum. Acertadamente, o artigo retoma a questão da relação entre o diretor e os demais profissionais que atuam nas escolas, cujo teor já tinha sido brevemente introduzido ao tratar da carga de trabalho do diretor devido à falta de profissionais de apoio. p. set. dez. DOI http://dx. doi. n. p. jul. dez. DOI http://dx.

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