A mineração em Minas Gerais

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:História

Documento 1

Com isso, homens de coragem com técnicas de sobrevivência e sábios dos caminhos milenares, também conhecidos por Bandeirantes, travaram uma constante procura de ouro, prata e pedras preciosas visando à expansão dos lucros, com foco no Estado de São Paulo. Em 1674, o bandeirante Fernão Dias Pais, deu um grande passo ao indicar o caminho para o interior do Brasil, onde estavam localizadas as Minas, entretanto, não descobriu qualquer metal precioso. Em 1681, Fernão acreditou ter encontrado esmeraldas, porém eram turmalinas, pedras que são consideradas muito similares. Então, por volta de 1693, os bandeirantes começaram a notar a presença de ouro em diferentes lugares da região, que futuramente seria conhecido como Minas Gerais. O pioneiro na descoberta do ouro foi o bandeirante paulista Antônio Rodrigues Arzão, que em uma expedição junto de seus homens, andavam pela bacia do Rio Doce.

A mineração ocorria de duas formas: a Lavra, que era de grande extração; e a Faiscação, que correspondia a uma menor extração. Dentre as pessoas que se dirigiram às Minas, encontrava-se um misto de ricos, pobres, negros, índios, brancos, homens e mulheres, além de cerca de 4 mil portugueses que desembarcavam anualmente. O fato resultou em uma miscigenação entre pessoas, devido às variadas etnias presentes ali. Em consequência a corrida do ouro, as regiões litorâneas do Brasil tiveram suas cidades e vilas com uma população reduzida a principalmente idosos, mulheres e crianças, os engenhos do Nordeste ficaram sem funcionar, pois não havia mão-de-obra suficiente, isso fez com que o governo português adotasse medidas para impedir o despovoamento da costa brasileira.

O despreparo dos que partiram para Minas resultou em muitas mortes, devido aos confrontos com os índios e a fome, visto que, os produtos nesta região possuíam preços altos. Em 1707, a tensão gerou um conflito armado conhecido por Guerra dos Emboabas. De início, nas regiões de Sabará, Caeté, Vila Rica e São João Del Rei, ocorreram combates resultando em numerosas mortes. Em 1708, os emboabas formaram um grande exército visando à expulsão dos paulistas da região. Em 1709, cerca de 300 paulistas foram mortos no rio das Mortes, após serem rendidos aos emboabas (Capão da Traição). Devido à numeração inferior, os paulistas se retiraram da região das Minas. Tais medidas adotadas pela Coroa portuguesa mostravam a importância da mineração no Brasil.

Por volta de 1729 na região do Arraial do Tejuco, de acordo com relatos da época, os habitantes de onde atualmente localiza-se a cidade de Diamantina, faziam uso de pequenas pedras brilhantes para auxiliar nos jogos de cartas, porém, não sabiam seu valor comercial. Surgia assim, a descoberta dos diamantes. Visando a expansão dos lucros, o governo português criou a Intendência dos Diamantes, decretando que o mineral era monopólio da Coroa. Em 1793, foi liberada a extração de forma particular. Antônio Francisco Lisboa, conhecido por Aleijadinho (1730-1814), era um arquiteto e escultor renomado no país e, foi responsável pela arquitetura das igrejas de Nossa Senhora do Carmo e de São Francisco de Assis, localizadas na Vila Rica (Ouro Preto). No setor musical, o compositor José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, vulgo Lobo de Mesquita (1746-1805) é considerado a figura mais importante da música mineira no século XVIII.

É perceptível o grande interesse de Portugal em expandir suas riquezas nas Minas Gerais, entretanto, o governo não foi capaz de explorá-la de forma conveniente. Com o povoamento repentino que ocorreu, não houve a preocupação de gerar uma melhoria na qualidade de vida daqueles que ali trabalhavam e, a exploração não foi realizada de forma eficiente, devido à falta de informação, visto que, as terras não possuíam a presença de um engenheiro, geólogo ou mineralogista. A Coroa focou apenas na fiscalização e no imposto, gerando uma repressão com o policiamento e largos tributos. Caso houvesse o descumprimento do mesmo, era realizado o confisco de bens e propriedades que fossem de interesse da Coroa. A derrama aflorou o nervosismo na região das Minas, que acreditava ser algo injusto e de extremo abuso.

Com tal insatisfação, a população resolveu se juntar para conquistar a independência do Brasil. Este episódio resultou na Inconfidência Mineira ou Conjuração Mineira, no ano de 1789, onde alguns membros da elite brasileira como proprietários e grandes mineradores, conhecidos por Inconfidentes, uniram-se e liderados por Joaquim José da Silva Xavier – o Tiradentes -, lutaram pela liberdade e contra a opressão do governo português. Todavia, não foram vitoriosos, pois a revolta foi abortada pelo governo. FURTADO, Celso.  Formação Econômica do Brasil. São Paulo: Nacional, 1959. p. v. p. RAMOS, Duílio.  História da Civilização Brasileira. ed. São Paulo: Saraiva, 1961.

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