A Logística Reversa como estratégia para a sustentabilidade dos negócios

Tipo de documento:Projeto

Área de estudo:Logística

Documento 1

A pesquisa bibliográfica, realizada através de artigos e livros publicados sobre o assunto, visou ampliar os conhecimentos sobre o tema, entendendo que o atual momento é apropriado para tal, haja vista a crescente preocupação tanto das empresas, que reconhecem a necessidade de uma diferenciação no mercado e da sua responsabilidade enquanto sistema produtivo, quanto dos consumidores, cada vez mais propensos a valorizar as empresas comprometidas com as questões ambientais e de sustentabilidade. Palavras-chave: Logística Reversa. Vantagens Competitivas. Sustentabilidade. Diferencial Competitivo. A LOGÍSTICA REVERSA E A SUSTENTABILIDADE NOS NEGÓCIOS Nesta seção representa o embasamento teórico que compõem este artigo. Dentre os conceitos, o presente artigo aborda a Logística Reversa, bem como as vantagens competitivas proporcionadas às empresas que investem neste tipo de logística.

Traz também conceitos da sustentabilidade para os negócios empresariais e logísticos. A LOGÍSTICA REVERSA NAS ORGANIZAÇÕES A logística empresarial é a gestão coordenada de atividades inter-relacionadas, como as tradicionais áreas de finanças, marketing e produção, que ao invés de serem tratadas separadamente, são vistas na sua totalidade, visando agregar valor e diminuir os custos do processo, desde a compra de materiais até a entrega do produto pronto ao consumidor. A logística faz parte do processo de gerenciamento da cadeia de suprimentos, lidando com todas as “atividades importantes para a disponibilização de bens e serviços aos consumidores quando e onde estes quiserem adquiri-los” (BALLOU, 2006, p. as atividades da Logística Reversa são divididas em cinco funções básicas: a) Planejar, implantar e controlar os fluxos de materiais e informações do ponto de consumo ao ponto de origem; b) Movimentar os produtos na cadeia produtiva, no sentido inverso, do consumidor para o produtor; c) Melhorar a utilização de recursos, através da redução do consumo de energia ou da quantidade de materiais empregados, no reaproveitando, reutilização ou reciclamento de resíduos; d) Recuperação de valor, e e) Dar segurança no destino após utilização.

Para que o fluxo reverso aconteça, as empresas podem realizar ou terceirizar as atividades que compreendem a Logística Reversa, que são a coleta, a separação, a embalagem do material e a expedição dos itens usados ou obsoletos, dos pontos de consumo até os locais de reprocessamento, de reciclagem, de revenda ou descarte desses materiais, (STEVEN, 2004, apud CHAVES; BATALHA, 2006). A Figura 1 apresenta o processo reverso: Figura 1 – O Processo Logístico Reverso Fonte: adaptado de Lacerda, 2003 (apud CHAVES; BATALHA, 2006, p. Para Chaves e Batalha (2006, p. a Logística Reversa envolve a “reintrodução dos produtos ou materiais na cadeia de valor pelo ciclo produtivo ou de negócios. As empresas competem entre si o tempo todo, disputando o mesmo mercado, utilizando os mesmos processos e técnicas, que provavelmente somente a administração eficiente dos recursos logísticos pode fazer a diferença no desempenho das empresas, pois a diferença se dá na forma como os bens são adquiridos, armazenados, manuseados e entregues, possibilitando a redução de custos do processo, e assim obter a vantagem competitiva.

O descarte de produtos é proporcional ao ciclo de vida dos mesmos. O aumento do poder de consumo das pessoas, o desenvolvimento de novas tecnologias que barateiam o custo, além dos processos de marketing que cada vez mais incutem nas pessoas o desejo de consumir, tem provocado a falta de espaço para direcionar o lixo produzido. “A Logística Reversa de pós-consumo vem trazendo o conceito de se administrar não somente a entrega do produto ao cliente, mas também o seu retorno, direcionando-o para ser descartado ou reutilizado” (MUELLER, 2005, p. Segundo a escritora, há três destinos possíveis para os produtos que são descartados: ir para um local apropriado para o descarte como os aterros sanitários, ser descartado de forma incorreta, na natureza, ou voltar à cadeia de distribuição reversa.

A abordagem ambiental está presente na percepção das lideranças das empresas, que segundo Leite (2003), têm buscado um posicionamento e um reforço nas imagens corporativas, como responsabilidade social e ambiental, agregando valor ao negócio. Santos e Viana (2015) trazem o parecer de que os consumidores também estão cada vez mais voltados a pressionar as empresas no sentido de que ações sustentáveis sejam realmente implantadas nas suas ações empresariais, valorizando as práticas de conservação ambiental e desenvolvimento sustentável, como forma de garantir um futuro melhor ao planeta. Mueller (2005) cita que as vantagens competitivas às empresas que investem em ações voltadas a logística reversa se dá ao nível de menores custos, pelo reaproveitamento de materiais ou compra de produtos advindos da reciclagem, bem como ao nível de melhorias no serviço ao consumidor.

A autora cita as vantagens ecológicas que a logística reversa propicia não só às empresas, mas dentro de uma visão de futuro, a todos igualmente. As autoras Brito e Berardi (2010, p. Os autores Shibao et al. p. também concordam com os três níveis distintos que se beneficiam com a prática da reutilização de matérias que antes iriam para o descarte: as demandas ambientalistas, que levam as empresas a se preocuparem com o destino dos produtos por elas gerados; a eficiência econômica, que gera benefícios financeiros e economia de recursos; e a melhora da imagem, que gera prestígio à marca, melhorando sua atuação no mercado. Diante de um processo que apresente resultados positivos para um setor ou organizações, os demais tendem a utilizá-lo como modelo, e assim, acaba-se criando uma metodologia de trabalho em que raras exceções não o utilizam.

Parece ser o caso da Logística Reversa, onde cada vez mais as empresas estão procurando criar soluções tendo em vista as necessidades empresariais da recuperação e aproveitamento de materiais, e a cobrança do mercado consumidor, que tem cobrado mais atenção ao desperdício e às formas de utilizam dos recursos, que são de todos. Essas práticas podem trazer benefícios às empresas que as praticam, pois além da economia de recursos, no respeito pelo ser humano e pela sociedade onde estão inseridas, os consumidores de maneira geral têm buscado valorizar as práticas sustentáveis das empresas com quem comercializam (SANTOS; SILVA, 2017). Para Banerjee (2002, apud PRATES et al. as empresas sustentáveis buscam o crescimento econômico com medidas que visem à preservação do meio ambiente, que estendam seu foco à justiça social e no desenvolvimento das pessoas, além de promover a criação, distribuição e utilização equilibrada dos recursos.

Ou seja, uma empresa sustentável pratica medidas para alocar os recursos que manipula para a obtenção do bem comum, de seus colaboradores e da sociedade onde está inserida. Sachs (2002) dá mais exemplos de como uma empresa pode utilizar os conceitos de sustentabilidade através de medidas interligadas que abordem o assunto nos seus processos gerenciais: a) social, busca pela homogeneidade social, praticando igualdade de acesso aos recursos, distribuição justa de renda, qualidade de vida no trabalho; b) cultural, respeitando às culturas e às diversidade; c) ecológica e ambiental, respeito e preocupação com a preservação ambiental; d) territorial, distribuição justa de recursos para a equidade nas oportunidades e supressão das diferenças regionais; e) econômica, viabilidade econômica; e f) política, respeito à democracia, à vida humana, qualidade e bem estar.

Dentro desta visão, a logística reversa é de grande importância para as empresas, pois representa um diferencial nos investimentos de recursos aplicados tanto à melhoria dos processos, como na redução dos custos com materiais que podem ser reaproveitados, como no caso do papelão para as embalagens. Em se tratando de benefícios ligados à marca, é uma grande oportunidade de incutir a responsabilidade ambiental nos seus processos, valorizando os conceitos ligados às questões ambientais, tão em evidência na atualidade, pela importância que tem quanto ao futuro das gerações. Importante valorizar o reaproveitamento de materiais, pois traz muitos benefícios à sociedade como um todo. Sob o ponto de vista econômico, reduz custos de produção, gera renda através de empregos na área, promove a recuperação de materiais que voltam à cadeia produtiva, dando movimento à economia.

Sob o ponto de vista ambiental, quanto maior o índice de reciclagem, menor é a quantidade de detritos em aterros sanitários, menor o consumo de matéria-prima e de energia na indústria, sem contar que o que pode ser reaproveitado, traz outros importantes benefícios à vida na terra. XXXI Encontro Nacional de Engenharia de Produção – ENEGEP. Belo Horizonte: out/2011, p. BANOV, M. R. Recrutamento Seleção e Competências. Nos bastidores, precisamos de menos papelão. fev/ 2016. Disponível em: < https://www. celuloseonline. com. abr. jun. p. CALLEFI, Mario H. B. Procedia Economics and Finance, n. p. CHAVES, Gisele de L. D. BATALHA, Mário Otávio. n. Vitória: Jan/ Jun 2006. p. GUARNIERI, Patrícia. Logística Reversa: em busca do equilíbrio econômico e ambiental. Acesso em: 02 out.

LEITE, P. R. Logística reversa meio ambiente e competitividade. São Paulo: Editora Puntice Hall, 2003. Confederação Nacional dos Transportes. Brasília: IDAQ/CNT, 2002. MOTTA, Wladimir Henriques. Análise do Ciclo de Vida e Logística Reversa. SEGET – X Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. Globalização, Desenvolvimento Sustentável e Governança: a importância dos espaços socioterritoriais. Ensaios FEE, Porto Alegre, v. n. jun. p. A sustentabilidade no campo de gestão e negócios: um retrato do tema. Gestão Contemporânea [recurso eletrônico], n. Porto Alegre: 2015, p. SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. p. SANTOS, Suzana Arleno Souza; VIANA, Alline Soares. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: Supply Chain Management a busca pela vantagem competitiva. Interfaces Científicas, Exatas e Tecnológicas, v.

n. Acesso em 25 set.

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