A interação do aluno com deficiência intelectual na educação infantil

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

A princípio foi retratado um breve histórico sobre a deficiência desde os primórdios da humanidade, passando pelas principais conquistas por meio das leis de inclusão e direitos humanos. O despreparo do educador infantil frente a diversidade na sala de aula ao que se refere ao modo de preparo didático e dialética da relação professor e aluno, aluno e colegas. Palavras chave: Inclusão escolar, Educação infantil, Deficiência intelectual. ABSTRACT This article sougth to discuss the social formation of children with intellectual deficience in the insertion of the traditional school, in specifically portrayed in this work childhood education. Seeking to ensure quality education and equality for all. O OLHAR HUMANISTA DO PROFESSOR COM ALUNOS DEFICIENTES: 35 8. OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NA PANDEMIA: 39 REFERÊNCIAS 42 INTRODUÇÃO O presente artigo busca ressaltar sobre a importância do desenvolvimento psíquico-social da criança com deficiência intelectual na inserção das escolas de ensino regular.

Sabendo-se que a inclusão é um dos temas mais recorrentes do séc. XXI, muito se fala nesse termo, mas será mesmo que ele pode ser usado de acordo com as nossas realidades? Um dos maiores desafios para os professores, de maneira geral, está relacionado a forma como ele vai se relacionar com aquele aluno deficiente, infelizmente esses alunos são tratados de maneira “diferente” por suas condições intelectuais de aprendizagem, o que não deixa de ser uma forma de preconceito. Durante muitos anos as pessoas deficientes, em geral, eram negligenciadas, vítimas de atos desumanos e não possuíam quaisquer direitos. As funções cognitivas correspondem à capacidade de aprender e compreender, sendo funções superiores que se estabelecem a partir do sistema nervoso central. Elas englobam as capacidades de linguagem, aquisição da informação, percepção, memória, raciocínio, pensamento etc.

as quais permitem a realização de tarefas como leitura, escrita, cálculos, conceptualização, sequência de movimentos, dentre outras. A deficiência intelectual, como chamada atualmente, nem sempre teve essa nomenclatura. Ela foi modificada ao longo do tempo graças aos avanços da medicina, no que diz as autoras BISOL e VALENTINI (): O estudo sistemático da deficiência intelectual se iniciou no século XIX, sendo que a primeira tarefa dos médicos foi distingui-la da doença mental. pages. nom. br). De acordo com PEREIRA, ARAUJO et al (2015): Indivíduos classificados com inteligência limítrofe apresentam capacidade suficiente para, com apoio, alcançar bom grau de autonomia nas atividades de vida diária. Quanto às características dessa população, destacam-se: ausência de traços físicos aparentes; defasagem entre a idade cronológica e a idade mental; carecem de iniciativa; tem dificuldade para generalizar mecanismos racionais que lhes permitam desenvolver-se com autonomia em situações cotidianas; dificuldade na tomada de decisões e na resolução de conflitos; dificuldade para adaptar-se com êxito em situações difíceis; baixo desempenho escolar; dificuldade para estabelecer e manter relações interpessoais, bem como em organizar o tempo livre; baixa autoestima e baixa tolerância ao fracasso e à frustração.

Nesse sentido, considera-se que a deficiência intelectual pode até ser estrutural, mas não deve ser construída – ainda mais pela falta de estimulação adequada, pois, por mais severo que seja o comprometimento, a capacidade de aprender é intrínseca. De acordo com o site NEUROSABER (2017) “As causas podem ser originadas, então, por fatores genéticos, problemas ocorridos durante o parto ou na gestação ”. Os primeiros testes realizados para detectar os transtornos de aprendizagem surgiram por volta de 1905, no que diz SILVA (2014, apud TRANCOSO, 2020, pág. o ministro Francês da Educação solicitou a Binet que identificasse as crianças que poderia apresentar transtornos de aprendizagens, a fim de oferecer intervenções de apoio. É por meio dessa pesquisa, realizada em parceria com Theodosius Simon (1873 – 1961), que teve origem ao primeiro teste de inteligência: a Escala de Inteligência Binet-Simon (primeira escala quantitativa de inteligência).

A seguir, segue as características desses nove tipos de inteligência:. Lógico-matemática: “ É a capacidade de raciocínio lógico, cálculos e soluções de problemas com base na análise e interpretação de dados e informações. ” (SBCOACHING, 2019). Linguística: “Está relacionada à desenvoltura da comunicação, sobretudo com aspectos que envolvam a expressão. ” (SBCOACHING, 2019). Espacial: “Envolve a interpretação de movimentos e posicionamentos de objetos, percepções e experiências visuais mesmo sem estímulos físicos. ” (SBCOACHING, 2019). Musical: “Sons, ritmos, tons e timbres. ” (SBCOACHING, 2019). Existencial “Um perfil questionador. A utilização comercial de pessoas com deficiência para fins de prostituição ou entretenimento das pessoas ricas manifesta-se, talvez pela primeira vez, na Roma Antiga. SILVA, 1988, GARCIA, 2011) De acordo com SILVA (2015), no seu livro “História da pessoa com deficiência”, em um dos capítulos ela aborda que foi somente na idade média, com o apoio do cristianismo, que as pessoas deficientes passaram a ser observada com outros olhos, no que antes achavam ser um castigo divino, ela passa a ser tratada como anjos, acreditava-se que a cura estava nas leituras sagradas e no contato com o mundo espiritual.

Durante o século 19, foi o grande marco da história da pessoa deficiente, pois ela passa a ser considera como sujeito com deformidades biológicas ou congénitas, ou seja, o que antes as pessoas, em sua inocência, pensavam que a deficiência estava relacionada a algo sobrenatural, com as novas descobertas no campo medicina e da psiquiatria foi possível conceituar melhor sobre esse termo. Nesse período histórico, surge nos Estados Unidos o primeiro “Circo dos Horrores”, ou na sigla em inglês “Freak Show”. Segundo GALVÃO (2015): Durante o século 19, muitas das pessoas que nasciam com deficiências físicas eram abandonadas e não tinham esperança na medicina. Embora tenham feito diversas legislações a respeito da educação especial, no que diz COLUNISTAPORTALEDUCACAO (2012): Porém, tais direitos nem sempre se transformaram em ações, se considerarmos o número pouco expressivo de atendimento.

Entre as décadas de 50 e 60, surge à discussão sobre o conceito de Normalização, que tem como princípio, fazer com que a pessoa retardada (como se referia ao de deficit intelectivo), se assemelhe às condições normais de sociedade, questionando assim, as tendências segregativas e centralizadora com que eram atendidas. A educação especial no Brasil começa então, a ter um cunho educacional, apesar de ainda manter características assistencialistas. A partir dos princípios de normalização, a Educação Especial passou por importantes mudanças. No ano de 1959 com a aprovação da Declaração dos Direitos da Criança, tem assegurado no seu capítulo 7º, o direito à educação gratuita e obrigatória, ao menos em nível menos elementar. As alternativas encontradas para o ensino de crianças com deficiência, a escola filantrópica ou a classe especial em escola pública, causavam segregação e se limitavam em tratar o aluno como incapaz, isolando-os dos alunos considerados “normais”.

O foco não era o ensino curricular, mas sim o diagnóstico dos alunos, gerando uma educação de baixa qualidade e, consequentemente, a exclusão social das mesmas. A partir da Constituição Federal de 1988, iniciou-se algumas discussões sobre a educação inclusiva, definida nos artigos 206 e 208 a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola” como um dos princípios para o ensino. Ainda, no parágrafo III do artigo 208, a Constituição garante como dever do Estado a “oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino”. De acordo com a CF 88, a educação e o ensino especializado devem ser acessíveis a todos os alunos e em todos os níveis escolares, desde a pré-escola até o ensino superior, preferencialmente na rede regular de ensino.

Nos casos em que a legislação interna preveja a declaração de interdição, quando for necessária e apropriada para o seu bem-estar, esta não constituirá discriminação. Artigo II Esta Convenção tem por objetivo prevenir e eliminar todas as formas de discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência e propiciar a sua plena integração à sociedade. A respeito do código de Lei Nº6570/2013, ao que se refere aos artigos I e II, segundo ROMARIO (2013): Art. Esta Lei dispõe sobre a proibição da cobrança de taxa adicional para alunos com deficiência e dá outras providências. Art. A CRIANÇA COM DEFICÊNCIA E A EDUCAÇÃO A educação dos alunos com deficiência passou a ser discutida com maior frequência por meio do surgimento da Constituição Federal de 1988, porém, podemos perceber que a inclusão enfrenta alguns desafios que precisam ser debatidos, objetivando os direitos de permanência e aprendizagem, bem como analisar a maneira que está acontecendo o acesso de escolarização dos alunos com deficiência na escola de ensino regular.

De acordo com SANTOS (2012): A educação escolar tem por fundamento atender a todos, mesmo quando há necessidade de adaptar a estrutura escolar e as práticas de ensino a cada criança, uma vez que as diferenças humanas são naturais. Seguindo esse princípio, num processo histórico surgiu a educação inclusiva, com o objetivo central de fortalecer, nas instituições escolares, equipes de trabalho que se preocupem em atuar eficazmente perante uma variada gama de situações envolvendo alunos com necessidades educacionais especiais (singulares), de modo que eles, em sua singularidade, tenham a possibilidade de desenvolver tanto suas capacidades cognitivas quanto as sociais. A educação inclusiva visou garantir que todos os alunos pudessem ter acesso à educação regular, assumido uma responsabilidade para que isso acontecesse na realidade.

No caso de crianças com deficiência intelectual, é necessária uma atenção especial para que as características individuais destes alunos não impeçam o desenvolvimento escolar e o alcance dos conhecimentos propostos pelo currículo escolar. A lei prevê com a presença de mais um professor em sala de aula, com objetivo de auxiliar na aplicação de atividades pedagógicas em sala de aula que possui alunos com deficiência. Segundo o artigo 58 da Lei nº 9394/96 BRASIL (1996): Art. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. § 1º Haverá quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.

§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração, nas classes comuns de ensino regular. Articulação intersetorial na implementação das políticas públicas. Apesar de ter sido criada em 2007, a PNEE - PEI passou a vigorar somente em 2008, com o objetivo principal de defender os direitos das pessoas com deficiência. Para isso, é realizado o acompanhamento do processo de inclusão escolar através da observação dos avanços e dificuldades encontrados. A contribuição com novas práticas, ideias e políticas garante que os alunos estejam no ensino regular e recebam atendimento educacional especializado (AEE) dentro de suas especificidades, almejando uma educação inclusiva e de qualidade para todos.

Todo professor tem o direito por lei a um Atendimento Educacional Especializado (AEE), no que diz RODRIGUES: Um professor de uma sala de aula comum que possui um aluno com necessidades educacionais especiais tem o direito por lei a um Atendimento Educacional Especializado, pois o AEE precisa prover condições de acesso, participação e aprendizagem desse aluno no ensino regular (BRASIL, 2011). MEC, 2004, p. Para os alunos com dificuldade intelectual, uma das principais características se encontra na forma de aprendizagem desses alunos. De que forma podemos garantir o aprendizado deles enquanto parte do ambiente escolar? Sabendo-se que uma das suas principais características é a dificuldade de entender conceitos abstratos, no que diz NEUROSABER (2018) “É aconselhável que os educadores usem exemplos concretos na exposição da matéria e dos exercícios, principalmente com aplicação no cotidiano da criança”.

O Brasil é um país que possuí uma grave escassez de professores especializados na educação especial, uma vez que os temas específicos existam apenas em cursos de pós-graduação, de acordo com o artigo NOVAESCOLA (2013): O programa curricular dos cursos de formação de professores prioriza o estudo das deficiências quanto às suas caracterizações e condições específicas. Esse programa mantém o modelo conhecido da Educação especial, que sobrepõe a formação do especialista à formação do professor comum. Ocorre que a escola se democratizou abrindo-se a novos grupos sociais, mas não aos novos conhecimentos. Exclui, então, os que ignoram o conhecimento que ela valoriza e, assim, entende que a democratização é massificação de ensino e não cria a possibilidade de diálogo entre diferentes lugares epistemológicos, não se abre a novos conhecimentos que não couberam, até então, dentro dela.

Nos últimos anos podemos observar o crescente movimento de inclusão de alunos com deficiência na escola regular. Com isso, é preciso desenvolver no ambiente escolar novos pontos de vistas para que não se rejeite a exclusão dos ditos “diferentes”, promovendo um local acolhedor, com diferentes aprendizados, desenvolvimento, interação e livre de qualquer discriminação. Por isso são necessárias mudanças, na teoria e na prática, de atitudes e estratégias de organização, para que a inclusão do aluno com deficiência na escola regular se torne cada vez mais uma realidade nas escolas. Um dos fatores que influenciam na interação entre diferentes grupos é o convívio com pessoas de diferentes culturas e realidades, que faz com que o indivíduo acabe categorizando os grupos de acordo com a sua vivência social.

Crianças com deficiência intelectual possuem maior dificuldade em relação a socialização, devido ao possível comprometimento de comunicação e linguagem. No que diz MANTOAN (2003): A inclusão é produto de uma educação plural, democrática e transgressora. Ela provoca uma crise escolar, ou melhor, uma crise de identidade institucional, que, por sua vez, abala a identidade dos professores e faz com que seja ressignificada a identidade do aluno. O aluno da escola inclusiva é outro sujeito, que não tem uma identidade fixada em modelos ideais, permanentes, essenciais. Um exemplo é o trabalho de Ferreira e Munster (2017), onde foram avaliadas as habilidades sócio comunicativas, antes e após uma aula de Educação Física com propostas específicas, por meio do SSRS-BR, Sistema de Avaliação das Habilidades Sociais.

As propostas foram realizadas com o uso de sessões de dança, circo, ginástica geral, esportes e lutas, que criam com os alunos um ambiente de responsabilidade, autocontrole, autodefesa e cooperação. A partir da intervenção foram identificadas melhorias nas habilidades sócio comunicativas, principalmente nas categorias de responsabilidade, asserção positiva e autocontrole. Neste estudo foi possível concluir que as habilidades de comunicação são influenciadas por programas de intervenção que criam maior aproximação e troca entre as crianças, como por exemplo em áreas dentro da Educação física. Segundo o documentário “Deficiência intelectual” publicada pela MULTIRIO (2017), “o apoio dos outros alunos, dos gestores escolares, da família e do professor auxiliar para o aluno com deficiência intelectual é de suma importância para o seu desenvolvimento psíquico-social”.

Ela tem início por volta dos 2 a 3 anos de idade, período que determina a aquisição da linguagem. Tudo que a criança escuta ela repete, muitas vezes ao ouvir a palavra “não” ela começa a utiliza-la basicamente para tudo pois ela percebe a potencialidade da mesma. Lembrando que, nessa fase, quando a criança a utiliza não significa que ela está desafiando seus pais e se tornando uma criança rebelde. A partir de uma análise, de acordo com CAIXETA (2017): esta é uma fase importante para o processo de autoconhecimento da criança, mas que os pais precisam estar ali, apresentando limites e sendo firmes. “Esses limites devem ser moldados pelos pais, pelos professores. O brincar de “faz de conta” dá à criança a possibilidade de antecipar papéis que ela poderá desempenhar no futuro.

A socialização, na visão de BODART (2019): Trata-se de um processo de formação da identidade coletiva, sua identidade individual (papeis) e personalidade (persona) e que, por sua vez, esse indivíduo socializado passa a ser ferramenta de manutenção e transformação da socialização de outros, pois quem é o socializado é também um que socializa. Tal interação e integração estará sempre presente, pois enquanto houver relações humanas ocorrerá socialização. Podemos destacar ainda uma terceira fase da socialização, desenvolve-se na progressão da fase da adolescência para a fase adulta, na qual se desenvolve o olhar crítico dos alunos, ainda de acordo com o autor: Quando um indivíduo passa defender até as últimas consequências a seguinte tese de que “…não existe assunto inquestionável, não existe assunto proibido, não existe pergunta proibida, não existem experiências proibidas e cada um tem que ser adulto o suficiente para arcar com as conseqüências de seus próprios atos…”, significa que tal se encontra na fase terciária do processo de socialização humana.

O despertar da curiosidade é outro ponto importante a ser destacado, o nosso primeiro contato com o “olhar científico”, o uso dos “porquês”, ocorre principalmente nos primeiros anos da escola da educação infantil ao iniciar os estudos da matéria de ciência no eixo de entendimento dos fenômenos naturais, mas isso acaba afetando a autoestima da criança quando tratada de maneira errônea nas escolas, vindo a ser um adulto que aceita verdades prontas sem questionamentos, segundo relata Sagan no seu livro “O mundo assombrado pelos demônios”: conheço muitos adultos que ficam desconcertados quando as crianças pequenas fazem perguntas científicas. Para possibilitar esse aprendizado, Fröbel via os brinquedos, o trabalho manual e o estudo da natureza como processos espontâneos na criança e, ao mesmo tempo, meios educativos.

Partindo dos interesses e tendências inatos na criança para a ação, o jardim de infância deve ajudar os alunos a se expressar e a se desenvolver. Para Fröbel, a aquisição de conhecimentos deve ser considerada em segundo plano, o mais importante é basear-se na evolução natural das atividades infantis. O objetivo do ensino deve ser sempre extrair mais do homem do que colocar mais e mais dentro dele. Comparando esses dois autores, podemos perceber que ambos têm uma visão de que o contato social proporciona o aprendizado, ou seja, o conteúdo programático da escola tradicional passa a ser menos relevante, podendo no decorrer dos anos escolares manter o foco nas habilidades básicas do que consta no currículo escolar. É também incentivado a melhora na disciplina e a autoconfiança.

Pesquisas recentes retratam a imensa gama de benefícios em matricular crianças deficientes em classes regulares, ao invés de optarem por deixar em uma escola especial. Segundo aborda SANTOS (2020): Uma pesquisa realizada pelo CEPI – Centro de Ensino, Pesquisa e Inovação do Instituto Jô Clemente (antiga Apae de São Paulo), revela que crianças e adolescentes que frequentam as salas de aula comuns apresentam ganhos consideráveis em aspectos como identidade, autonomia, comunicação, linguagem, expressão, relacionamento interpessoal e aprendizagem. OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA O fato de o ensino ser separado em diversas áreas específicas gera uma maior dificuldade em relação a criar um ensino mais inovador. Por isso, é importante questionar este modelo tradicional de ensino e repensar formas mais eficazes de passar o conhecimento para os alunos.

Ainda que no século XX, mesmo com leis que garantem a todos o direito à educação, infelizmente é comum o fato de pessoas com deficiências sofrerem exclusão e preconceito principalmente em ambientes escolares, onde as crianças muitas vezes não tem contato ou conhecimento sobre a situação. A inclusão não ocorre no momento em que é realizada a matrícula do aluno, pois depende de diversos fatores para que tudo funcione de forma correta. Isso depende de que forma os alunos serão abordados dentro de um sistema educativo que não os separarão como “regular” ou “especial”, de forma que todos eles sejam capacitados a aprender de acordo com suas individualidades e identidade. Para isso é necessário mais do que o esforço e boa vontade dos professores e demais funcionários de uma escola, é preciso também que políticas públicas sejam apontadas a estes novos rumos dentro da educação, além de mais conscientização da família os demais alunos, para que o assunto seja também discutido em casa, facilitando para que a educação oferecida nas escolas seja mais humanizada possível.

Na qual relata MANTOAN (2003): Nas redes de ensino público e particular que resolveram adotar medidas inclusivas de organização escolar, as mudanças podem ser observadas sob três ângulos: o dos desafios provocados por essa inovação; o das ações no sentido de efetivá-la nas turmas escolares, incluindo o trabalho de formação de professores; e, finalmente, o das perspectivas que se abrem à educação escolar, a partir da implementação de projetos inclusivos. Este levantamento é importante pois possibilita a adaptação do currículo escolar para as necessidades específicas dos alunos de uma escola. Além disso, promove a participação de todos e abre espaço para que funcionários e familiares cooperem em benefício a educação e cidadania. No ensino inclusivo não se deve utilizar técnicas de ensino especiais para alunos com deficiência, pois esta prática pode gerar uma maior exclusão dos alunos em sala de aula.

O que deve ser feito é respeitar os limites de cada aluno, que aprenderão cada um em seu tempo, caso o ensino seja de qualidade. Um novo aprendizado parte do princípio de que a criança já sabe algo, por isso o conhecimento evolui aos poucos, por partes. Mas não deve ser confundida com adaptação curricular”, diz. As escolas públicas vêm apresentado um número maior de matrículas de alunos com algum tipo de deficiência, embora grande parte dessas escolas apresente condições precárias, de acordo com o Censo de 2016, segundo SEMIS (2017): “O Censo mostra que o número de escolas públicas com dependências acessíveis era de 24% em 2015, 21% em 2014, 19% em 2013, 18% em 2012 e 15% em 2011”. Dentre as principais ações para promovermos uma educação inclusiva, encontra-se a contratação de um professor ajudante, desde que seja especializado em alguma das áreas de graduação ou pós graduação em educação especial ou por meio de cursos profissionalizantes como Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), garantido pela lei de inclusão em seu artigo 9º, inciso 3 (BRASIL, 2015) “disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tecnológicos, que garantam atendimento em igualdade de condições com as demais pessoas;”(Grifo nosso).

O que difere um bom atendimento educacional inclusivo nas escolas regulares? A resposta está na elaboração do Projeto Político Pedagógico (PPP) das escolas, uma escola inclusiva trata como princípio básico o aproximamento do aluno com a realidade, fazendo garantir a eles o direito ao ensino de maneira igualitária, respeitando o ritmo de cada aluno. Além do PPP, outro ponto importante a ser destacado é a tríade professor-aluno-família. Psicologicamente existe uma síndrome chamada de “Síndrome do coitadismo”. O que seria essa síndrome? A síndrome do coitadismo é a “doença” mais comum na sociedade. Seu conceito está relacionado as pessoas que são vitimístas, culpam o sistema por todos os seus males, culpa a Deus e o mundo por seus erros.

Partindo desse conceito para uma visão educacional, grande parte dos professores acabam tendo um pré-conceito em relação aos alunos com algum tipo de deficiência e por falta de conhecimento comportamental, segundo o site PORTABILISTECNOLOGIA (2008): Esse aluno invariavelmente necessita de uma atenção especial. Por isso, é essencial que ele se sente mais próximo do professor, para que seja mais bem acompanhado. Como resultado disso, podemos notar que o aluno passará a entender a junção das sílabas, podendo começar a construir as suas primeiras palavras. É aconselhável que o professor utilize palavras relacionadas ao cotidiano do aluno. Nesse caso, a musicalização torna-se um recurso indispensável na educação inclusiva, de acordo com RODRIGUES (2009) “A inclusão de músicas, brincadeiras orais, leituras com entonação apropriada, poemas e parlendas ajuda a desenvolver a oralidade.

” Um dos jogos mais interessantes de ser trabalhados na educação inclusiva é o “Twister”, que pode ser jogado com alunos de todas as idades e por ser um recurso didático fácil de ser feito e transportado além de gerar o aprendizado dos alunos outro ponto importante a ser ressaltado é uma atividade lúdica, as habilidades que são desenvolvidas, segundo ZUMBA (2012): Com essa atividade é possível desenvolver nos alunos o equilíbrio, força, lateralidade, coordenação motora, a noção de direita/esquerda, as cores primárias, estratégia usada durante a movimentação e a leitura, pois um dos alunos gira e faz a leitura do local onde o ponteiro da roleta parou. A dança com recurso pedagógico, na visão de EUSTÁQUIO (2019): como a melhora da resistência física, o aumento da flexibilidade, a definição do tônus muscular, o aumento da criatividade, a melhora da autoestima e autoconfiança, além de auxiliar no combate à ansiedade, adquirir mais consciência sobre o próprio corpo e proporcionar um bem-estar físico e emocional.

Freud aponta-o como um fenômeno psíquico que se encontra presente em todos os âmbitos das relações com nossos semelhantes. Ele reconheceu a possibilidade de que a transferência acontecia na relação professor-aluno. Na relação professor-aluno, está implicada uma relação de amor, uma relação afetiva. Uma relação de confiança de valorização do conhecimento, da revelação das habilidades e potencialidades do outro, só é possível através da afetividade. Com o afeto a criança se redescobre, se percebe, se valoriza, aprende a se amar transferindo este afeto em suas vivências e consequentemente na aprendizagem escolar. Um dos principais desafios que estamos encontrando com essa pandemia são as aulas na modalidade a distância, por conta do isolamento social, muitos alunos com dificuldades de aprendizagem estão sendo afetados.

O que antes tínhamos a escassez de professores especializados na área, agora enfrentamos um problema maior, a forma como podemos ensina-los por meio do ensino remoto. Afinal, não se trata apenas do despreparo profissional, mas sim pela forma como isso pode prejudicar esses alunos, até mesmo com aqueles que, devido à falta de recursos tecnológicos, acabam não tendo o direito à educação, previsto como um direito garantido por lei. De acordo com FRAIDENRAICH (2020): O aluno com deficiência, portanto, não pode ser tratado de modo diferenciado, sendo dispensado de algumas atividades e convocado a fazer outras mais simples, enquanto os colegas fazem as tarefas “de verdade”. Ele tampouco deve ser deixado somente a cargo do auxiliar da classe nem com outros profissionais especializados no atendimento a deficiências.

Os recursos a serem utilizados junto à aluna foram os jogos, acreditando na importância da sua utilização. No contexto em que desejávamos um curso de Física inclusiva, os autores a seguir ressaltam a importância dos jogos didáticos. Em meio a Pandemia, não somente os alunos deficientes estão tendo de se adaptar ao novo modelo de ensino, assim como também os outros alunos. Mas como saber se aquele aluno está ou não prestando atenção na aula? Se está com alguma dúvida. Pensando nisso, uma equipe de Neurociêntistas criaram um dispositivo na qual era possível acompanhar as atividades cerebrais dos alunos, de acordo com OLIVEIRA (2020): Um estudo realizado pela SOMOS Educação durante a quarentena acompanhou as atividades cerebrais de alunos do segundo ano do ensino médio para mapear momentos de maior ou menor sintonia e determinar quais tipos de atividades geraram atenção, motivação positiva e memorização[.

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