A INFLUÊNCIA DO EMPREENDEDORISMO RELIGIOSO NO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: O CASO DE JUAZEIRO DO NORTE CE

Tipo de documento:Dissertação de Mestrado

Área de estudo:Administração

Documento 1

Aprovado em Banca Examinadora Prof. ª Drª Amanda Aires Prof. Dr. Prof. Dr. “Nossa cidade é perseguida e invejada. O motivo disto é que temos aqui coisas que nenhuma outra parte do mundo tem. Juazeiro ainda crescerá tanto e irá ser uma cidade tão famosa que a prosperidade a julgará”. Padre Cícero RESUMO O presente trabalho procurou analisar a influência do empreendedorismo religioso no desenvolvimento econômico: o caso de Juazeiro do Norte. Uma cidade que tem como a prepoderância a religiosidade do povo juazeirense, influenciada pelo emblemático Padre Cícero. ABSTRACT. The present work to analyze the influence of religious entrepreneurship on economic development: the case of Juazeiro do Norte. A city that has os its prepoderance the religiosity of the people of Juazeirense, influenced by the emblematic Padre Cícero.

Juazeiro do Norte has the ability to promote regional concentration through economic, cultural, social and educational characteristics, which will now have a development pole in the Northeast. It is a manifestation of religious entrepreneurship in companies that are born from the context and commercialize religious articles. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Mapa de Localização de Juazeiro do Norte (CE). Figura 2 - Três características básicas do empreendedor. Figura 3 - Razão entre empreendedores por oportunidade e necessidade (TEA e Nascentes) Brasil (2001 - 2009). Figura 4 - Participantes da 1ª peregrinação à Divina Pastora 40 Figura 5 - Devota fazendo oração após o depósito de ex-voto. Figura 6 - Comércio ambulante. Objetivos específicos 17 3 JUSTIFICATIVA 18 4 REFERENCIAL TEÓRICO 20 4. Conceituando o empreendedorismo 20 4. O turismo e a peregrinação 28 4. O turismo religioso do contexto mundial à realidade de Juazeiro do Norte 36 4.

As motivações para o turismo religioso 44 4. Cenário econômco 92 5. Comércio e serviços 96 5. Fábricas 97 5. Pandemia - Impactos no comportamento do consumidor juazeirense 98 5. Antes da pandemia 98 5. O município traz na sua essência o histórico de desenvolvimento o aspecto geográfico como um dos seus principais diferenciais, uma vez que se localiza no centro do Nordeste do Brasil, equidistante em torno de 599 quilômetros das capitais da macrorregião. Juazeiro do Norte com outros 28 municípios engloba a Região do Cariri cearense. Onde possui papel de principal cidade devido a capacidade de promover a polarização regional mediante características econômicas, culturais, sociais e educacionais, o que a torna um polo de desenvolvimento no Nordeste do país. Com uma população, segundo o IBGE (2010), de 249.

habitantes e densidade demográfica de 1. Onde atualmente o Padre Cícero está presente nas fachadas das lojas e estabelecimentos comerciais, nas celebrações e práticas devocionais. Em várias cidades pesquisadas no Nordeste, Sudeste e Sul do país, o Juazeiro é conhecido como Juazeiro do Padre Cícero “ O Padim Ciço”. Atualmente, o desenvolvimento econômico desta cidade se deve ao legado deixado por Padre Cícero, figura mais importante da história dessa cidade. Nesse sentido, Pereira (2009) afirma que Juazeiro hoje é uma cidade considerada por muitos como uma “Cidade Santa” devido a sua história que se confunde com a do Padre Cícero. Soma-se a isso às peregrinações que existem e ocorrem todo ano por parte dos romeiros vindo de todos os lugares do Brasil, que vão à cidade para agradecer pelas graças alcançadas e fazer promessas para atingir novas metas e objetivos ao Messias do Cariri (PEREIRA, 2009).

Em linhas gerais, a comercialização desses artigos pode ser interpretada a partir da relação entre um determinado objeto e seu respectivo significado religioso, em que elementos simbólicos provenientes de diferentes religiões (Catolicismo, Protestantismo, Espiritismo, etc. estariam representados em uma variedade de tipos de produtos (livros, imagens, CD’s, DVD’s, roupas, acessórios, etc. Por outro lado, Filho (2006) entende que nem só de comércio de artigos devocionais é feita a economia de Juazeiro do Norte, pois a cidade possui também forte atuação nos setores de calçados, joias folheadas, artesanato e confecções, que também se beneficiam da presença dos peregrinos, chegando a se expandir para outros mercados do país. Conforme a SETRUR1, a cidade de Juazeiro do Norte destaca-se em relação aos demais municípios da região do Cariri no que tange à demanda de comércio, serviços, equipamentos, oportunidades de negócios e turismo, assim como pela dimensão de sua estrutura urbana, tornando a cidade polo de referência para os municípios e estados vizinhos sob sua área de influência comercial e religiosa.

Em suma, é possível afirmar que o turismo religioso é uma atividade que desde muito cedo vem se caracterizando como importante nicho de mercado, ao contribuir enormemente para geração de empregos e fomentar novos empreendimentos. É sob a influência visionária de Padre Cícero que o presente projeto procura cooperar para a compreensão de uma forma particular desse fenômeno caracterizado como empreendedorismo religioso, identificado através da influência de elementos simbólicos e subjetivos do campo da religião em decisões e ações para formulação de planos de negócio, nesse processo de identificação de oportunidades e sua exploração, na adoção de inovações e novas práticas organizacionais, bem como condução das atividades do empreendedorismo. Criação e o desenvolvimento de novos e pequenos negócios, tipicamente dirigidos por proprietários, gerentes ou empreendedores proprietários, como forma alternativa de inclusão social, de geração de trabalho e renda no combate ao desemprego e à pobreza, em meio ao desmonte do estado do bem-estar social.

Nesse contexto, observa-se nova ênfase, no âmbito das políticas públicas, na promoção das micro e pequenas empresas, por sua capacidade de geração de emprego e renda e por seu potencial inovador (ALBAGLI; MACIEL, 2002 p. Levando em consideração o que foi exposto, almeja-se desenvolver uma pesquisa na qual se buscará compreender este nicho de mercado pouco aprofundado na academia, caracterizado pela comercialização de produtos, serviços, e artigos que trazem consigo um conjunto de significados e símbolos que se associam a componentes religiosos. A problematização que aqui se propõe buscará responder à seguinte pergunta: Como e quando se originou o fenômeno do Empreendedorismo Religioso e porque a cidade de Juazeiro do Norte e a figura de Padre Cícero podem ser servir de base para um aprofundado estudo em torno deste conceito? A resposta a esse questionamento passa pelos os objetivos a seguir.

Em se tratando do ponto de vista acadêmico, defende-se que exista uma grande defasagem de publicações acadêmicas sobre a temática do empreendedorismo religioso, principalmente aqueles que têm como pano de fundo o contexto histórico e religioso da cidade que honra a memória de Padre Cícero. De acordo com as pesquisas realizadas com as principais palavras-chave: Padre Cícero, empreendedorismo religioso, e o desenvolvimento econômico. É necessário esclarecer que definir as publicações que farão parte da revisão de literatura implica em estabelecer critérios de inclusão e exclusão para as obras, e diante dos objetivos deste estudo sobre a influência do empreendedorismo religioso no desenvolvimento econômico de Juazeiro do Norte-CE, os critérios estabelecidos para ele se encontram nos quadros abaixo (Quadro 1).

Quadro 1 - Critérios de inclusão e exclusão de pesquisa. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO Artigos, teses, dissertações e monografias disponíveis na íntegra Obras que não estejam disponíveis na íntegra Obras em língua portuguesa, devido à especificidade do tema. al. p. Por outro lado, Greco et al. esclarece que um país deve criar um cenário econômico favorável para que a atividade empreendedora possa se expandir a contento, visto que uma série de fatores pode contribuir para a quantidade e qualidade das iniciativas nesse campo, na forma de crescimento econômico, populacional, perfil cultural e iniciativas governamentais de fomento a atividade empreendedora como evidencia o Quadro 2. Quadro 2 - Percepção de oportunidades e habilidades para abertura de um novo empreendimento no Brasil - ano referência (2009).

Desde o século XVIII, o autor (Cantillon [1755]) já associava o empreendedor ao risco, à inovação e ao lucro, ou seja, ele era visto como pessoa que busca aproveitar novas oportunidades, vislumbrando o lucro e exercendo suas ações diante de certos riscos. Diversos economistas, mais tarde, associaram, de um modo mais contundente, o empreendedorismo à inovação e procuraram esclarecer a influência do empreendedorismo sobre o desenvolvimento econômico. CHIAVENATO, 2007, p. O que se deu por meio dos estudos do economista austríaco Joseph Schumpeter, cujo foco residia especificamente na questão da inovação, na forma de novos produtos, processos e estruturas organizacionais, entre outras possibilidades. Conforme Albagli e Maciel (2002), Schumpeter defendia que o indivíduo empreendedor/inovador tem como característica a busca constante por novas oportunidades. Novas pesquisas sobre o perfil do empreendedor são propostas, visto que eles diferem em suas habilidades, busca de oportunidades, motivação, e, em educação, envolvimento social, competências sociais e orientação de tempo e risco.

Essa abordagem é chamada de construtivista. A análise psicológica da teoria construtivista tem sido bem aceita dentro do campo do empreendedorismo (CHIAVENATO, 2007). Por outro lado, Albagli e Maciel (2002) afirmam que a ação empreendedora não se dá somente em face de um interesse ou talento pessoal, pois pode também surgir em decorrência da necessidade de se manter relevante em um mercado cada vez mais competitivo ou em decorrência da precarização das relações de trabalho, sendo que de certa forma uma coisa está relacionada com a outra. Em um contexto de) declínio dos níveis de emprego e a apologia do auto emprego, concomitantemente à ascendência da ideologia neoliberal de redução do Estado (nem sempre levada a termo, sobretudo nos países de economia avançada), representando a flexibilização não só dos aparatos técnico-produtivos, mas também do trabalho.

Os estudos que abordam essa relação procuram compreender e verificar a influência de aspectos culturais como valores, símbolos, comportamentos, fatores da cultura local, regional e nacional, sobre a atividade empreendedora em um determinado contexto. Por sua vez, certos valores culturais se apropriam de aspectos ligados à religião. A religião ensina, promove e propaga um sistema de valores culturais em uma dada sociedade, imprimindo características específicas em iniciativas e em ações empreendedoras (BORGES et al. O fato é que, para Chiavenato (2007) os empreendedores podem ser descritos como heróis populares do mundo dos negócios, pois apesar de estarem constantemente lidando com uma expectativa de risco muito maior, tem um papel inegável no aumento da oferta de empregos, no desenvolvimento de inovações e impulsionam o crescimento econômico, portanto, não podem ser considerados como meros provedores de mercadorias e serviços, visto que se comportam como fator de dinamização da economia.

Continuamente, milhares de pessoas com esse perfil — desde jovens a pessoas adultas e de todas as classes sociais — inauguram novos negócios por conta própria e agregam a liderança dinâmica que conduz ao desenvolvimento econômico e ao progresso das nações. A visão dos economistas Existe concordância entre os pesquisadores do Empreendedorismo de que os pioneiros no assunto teriam sido os autores Cantillon (1755) e Jean-Baptiste Say (1803;1815;1816). Para Cantillon, o empreendedor (entrepreneur) era aquele que adquiria a matéria-prima por um determinado preço e a revendia a um preço incerto. Ele entendia que, se o empreendedor obtivesse lucro além do esperado, isso ocorrera porque ele teria inovado (Filion, 1999). A visão dos behavioristas Na década de 1950, os americanos observaram o crescimento do império soviético, o que incentivou David C.

McClelland a buscar explicações a respeito da ascensão e declínio das civilizações. Partindo dos pontos levantados alguém poderia perguntar quais são as características de um indivíduo que possui um ímpeto empreendedor, uma questão que Chiavenato (2007) julga como complexa, no entanto, aponta para a existência de três características básicas, como se segue no Quadro 4. Quadro 4 - Características básicas do espírito empreendedor. Definição Descrição Necessidade de realização As pessoas apresentam diferenças individuais quanto à necessidade de realização. Existem aquelas com pouca necessidade de realização e que se contentam com o status que alcançaram. Contudo, as pessoas com alta necessidade de realização gostam de competir com certo padrão de excelência e preferem ser pessoalmente responsáveis por tarefas e objetivos que atribuíram a si próprias.

Portanto, é possível dizer que empreender para a religiosidade é, portanto, uma alternativa que tem sido foco de muitos administradores, devido ao quantitativo da clientela ter sido ampliado nos últimos tempos. De acordo com Borges (2014), a comercialização de artigos religiosos se refere à ligação existente entre um determinado objeto e seu respectivo significado religioso. Entende-se neste sentido, que ao adquirir um produto religioso, o cliente estará materializando a sua crença sobre aquele determinado produto (BORGES, 2014). O turismo e a peregrinação Em seu estudo, Travassos (2015), se baseando nas definições estabelecidas pela OMT2, afirma que o turismo pode ser explicado de forma técnica como qualquer deslocamento para além dos limites do local de residência de um indivíduo por um período superior a 24 horas e inferior a 60 dias.

Conforme Tadini e Melquiades (2010) o elevado desenvolvimento do turismo ao longo da última década trouxe a necessidade de se identificar o perfil das pessoas que viajam, a fim de se observar demandas reprimidas, desafios e oportunidades. Portanto, é possível afirmar que o turismo receptivo é uma prática tão antiga quanto o surgimento de templos religiosos e outros locais de culto, pois pessoas que estão viajando precisam de locais para restabelecer os mantimentos, se alimentar, descansar e tomar banho. Conforme Tadini e Melquiades (2010), além destas modalidades de turismo dentro de um parâmetro comercial, o turismo também pode ser classificado de acordo com a forma de organização dos interessados, o que se dá na forma de turismo individual e turismo organizado, sendo que o primeiro se caracteriza pelas viagens que são feitas sem o intermédio de uma empresa, como as agências de viagem.

Além disso, no turismo individual questões como documentação, reservas e definição de roteiros ficam a cargo do interessado, o que implica no fato de que é mais difícil definir um orçamento para a empreitada. Por outro lado, de acordo com Tadini e Melquiades (2010) o turismo organizado se caracteriza por viagens que são realizadas por meio do intermédio de uma agência de viagens. Nelas, as agências cuidam de todos os trâmites burocráticos relativos a reservas, meio de transporte e serviços complementares, sendo que elas trabalham dentro de dois paradigmas diferentes, um em que o roteiro é estabelecido pelo próprio cliente e outro em que a agência cria o programa a ser seguido por quem compra o pacote. Nesse sentido, Travassos (2015) faz suas as palavras do filósofo das religiões nascido na Romênia Mircea Eliade, ao afirmam que o homem sempre teve como característica buscar viver perto daquilo que ele considera sagrado.

Desta forma, existe na vida do homem e na vida em sociedade espaço para manifestações profanas e manifestações sagradas, mesmo que a nossa época atual esteja em um processo de franca secularização. Se o homem necessita estar perto do sagrado, e isso nem sempre é possível, a única solução será locomover-se até o local de manifestação de sua fé, o que Eliade chamou de centro do mundo, que pode ser uma cidade inteira, ou um templo. ELIADE, 2001). Podemos afirmar que a peregrinação é um costume que permeia a sociedade desde os tempos mais remotos. Se caracterizando como o equivalente moderno de festivais e peregrinações de sociedades antigas, mais tradicionais. Desta forma, a viagem turística a centros religiosos é uma peregrinação voltada para a transformação e obtenção de conhecimento por meio do extraordinário e do sagrado, considerando a peregrinação como um precursor antigo e análogo do turismo moderno (STEIL, 2015).

Segundo Oliveira (1985), uma viagem turística a um centro religioso pode ser descrita como uma peregrinação porque representa um intervalo entre o “comum e “não-comum”; entre o sagrado e o profano, dando sentido próprio para a vida, pois ambos envolvem romper coma vida cotidiana e com a passagem de um tempo profano (o da vida cotidiana) para um tempo sagrado, totalmente diferente, em que há a renovação do significado. Hoje, a distinção entre os dois conceitos – turismo e peregrinação – se encontra bastante difusa, sendo cada vez mais difícil se diferenciar entre ambos, já que o turismo está emergindo rápida e intensamente em áreas religiosas, onde a mesma infraestrutura e elementos do sistema de turismo são compartilhados. Vários estudos sobre os deslocamentos motivados por devoção religiosa foram produzidos no Brasil.

Em suma, a diferenciação parte da busca pelo turista religioso por uma experiência prazerosa e enriquecedora, e por sua vez, o peregrino está buscando por uma experiência fundamentalmente mística, estando disposto a pagar o preço do sofrimento que o sacrifício implica. Portanto, o parâmetro profano/sagrado também pode ser utilizado para distinguir estas duas modalidades de atividade turística. Por sua vez, Oliveira (2008) defende que o ato de peregrinar remonta a práticas ritualísticas do passo nômade de certas sociedades do passado, pois esse ato envolve questões muito maiores do que a busca por melhores condições de sobrevivência, e para sustentar sua argumentação aponta que a palavra peregrinar é originaria da língua latina, significando “viajar ou andar por terras distantes”, o que por si só já forma um cenário mental carregado de imagens e simbolismos.

No entanto, com o processo de secularização das sociedades se acelerando, principalmente a partir da segunda metade do século XIX com o advento da Revolução Industrial, Oliveira (2008) afirma que o aumento das jornadas de trabalho somado à formação de uma cultura voltada para o entretenimento fizeram com que as peregrinações também tivessem como objetivo preencher o escasso tempo livre com lazer. Por outro lado, o referido autor aponta que com o aumento da renda da população, o que tinha como o objetivo o lazer acaba se tornando objeto de consumo, um processo que pode ser identificado como a origem do turismo religioso tal como conhecemos atualmente. Caminho da Fé Proporciona momentos de reflexão e fé, saúde física e psicológica e interação do homem com a natureza.

Seguindo sempre as setas amarelas, o peregrino vai reforçando sua fé observando a natureza privilegiada, superando as dificuldades do caminho que é a síntese da própria vida. Aprende que o pouco que necessita cabe na mochila e vai despojando-se do supérfluo (www. caminhodafe. com. org. br). Caminho da Luz Um caminho de peregrinação religiosa, ecológica e histórica, é muito mais do que um simples projeto turístico regional, é um caminho de peregrinação energizado pelos caminhantes e introspectivo pela força telúrica das montanhas, que provoca ao homem maiores possibilidades de mergulhar nos abissais de sua existência. Fonte: Adaptado de Steil e Carneiro (2008). Por sua vez, Calvelli (2006) defende que a peregrinação pode ser estudada por três prismas distintos, além do viés antropológico mencionado anteriormente, na forma de um prisma funcionalista, turneriano e interpretativista.

Podendo desta forma prestar um melhor auxílio aos turistas ou os peregrinos (romeiros), levando em consideração as diferenças entre os perfis de turistas. De acordo com a Revista Ibero-americana de turismo: O turismo religioso é um dos nichos do crescente mercado turístico. Os principais destinos desta tipologia turística são os lugares sagrados que representam lugares de devoção e peregrinação, bem como locais destacados por sua peculiaridade histórico-cultural (RIAT, 2019). O turismo religioso tem uma composição complexa por causa dos vários elementos que compõem seus destinos e os motivos que movem os viajantes para os lugares. Em outras palavras, o turismo religioso é constituído por padrões religiosos, culturais, tradicionais, espirituais e paisagísticos, que interagem entre si e influenciam na decisão de fazer a jornada (RIAT, 2019).

Diante do impacto e benefícios do turismo cultural, pode-se afirmar que este contribui para o desenvolvimento econômico de um destino, mas também para a integração social e a aproximação entre os diferentes povos. A outra grande vantagem do turismo cultural é o benefício da sazonalidade, que permite organização estratégica ao longo de todo o ano. Segundo Zaycko (2015), o desenvolvimento turístico desses recursos patrimoniais e históricos deve ser planejado de forma responsável e controlada, a fim de não comprometer o futuro dos recursos disponíveis. Em suma, é essencial desenvolver uma gestão sustentável do turismo cultural e religioso. Ao contrário dos segmentos do mercado turístico, é evidente que existe um nível maior de motivação por trás do turismo religioso.

Observando esse relato de Oliveira (2012) é possível compreender que em nenhum momento o objetivo inicial de Dom Luciano Cabral Duarte foi o de promover uma espécie de turismo religioso para a região, pois estes eram estritamente devocionais, como é possível observar por meio da Figura 4. No entanto foi o que ocorreu, pois, a causa foi sendo abraçada pela população. Analisando a referida figura é possível supor até que os participantes estão uniformizados, pois todos estão trajando camisas e vestidos brancos, com exceção as duas moças da esquerda que se encontram ajoelhadas, pois aparentam estar usando saias coloridas de chita. O fato é que esta simples foto se apresenta como um forte indício de como o perfil dos participantes da peregrinação se alterou ao longo do tempo.

Figura 4 - Participantes da 1ª peregrinação à Divina Pastora Fonte: Oliveira (2012). Hervieu-Léger (1997) identificou um profundo processo de dessimbolização, ou perda da eficácia do símbolo na esfera religiosa que, paradoxalmente, trouxe à sociedade laica a emoção, a experiência religiosa como o cerne de religiosidades emergentes, reconfigurando-se outros tipos de experiência: a viagem, o prazer, o fluxo turístico (SILVEIRA, 2007, p. A título de exemplo, a Peregrinação da Divina Pastora não surgiu a partir de um milagre originário, portanto, só é possível falar em um processo de dessimbolização em relação a proposta inicial de Dom Luciano Cabral Duarte no tocante à peregrinação, como uma forma de salvar jovens da influência do comunismo, uma corrente política abertamente ateia. Por outro lado, Oliveira (2012) menciona exemplos de romarias que surgiram indiretamente em torno de eventos ou santos relacionados a milagres, como é o caso da devoção à Nossa Senhora da Conceição Aparecida que veio a se tornar Padroeira do Brasil, e a devoção a Padre Cícero.

“Ao oferecer a hóstia consagrada à beata Maria de Araújo, a hóstia se transformou em sangue na boca da religiosa. Esse fato se repetiu diversas vezes por dois anos” (OLIVEIRA, 2012, p. Figura 5 - Devota fazendo oração após o depósito de ex-voto. Fonte: Oliveira (2012). De acordo com Calvelli (2006) isso implica em uma experiência religiosa (ou pseudo) religiosa desenraizada, ganhando os contornos de uma experiência mística distanciada de qualquer sentido institucional tradicional. “ É o sujeito que se identifica com o lugar de síntese, às voltas com suas próprias combinatórias, tentando incorporar nas suas experimentações os elementos mais disparates” (CALVELLI, 2006, p. Nesse sentido é estranho notar como algumas camadas de simbologia mística ou pseudoreligiosa foram sendo sobrepostas no ritual de Peregrinação a Divina Pastora.

As motivações para o turismo religioso Conforme Braga (2008) a motivação é o elemento diferencial básico entre os fenômenos do turismo religioso e da peregrinação. A razão para a peregrinação é acima de tudo de cunho religioso, visto que a chegada ao local sagrado perfaz um ato de culto ligado à oração, penitência e outras formas de culto. Por outro lado, no turismo religioso o lugar sagrado é visitado durante a viagem, mas não é o destino final. Em outras palavras, o que caracteriza esta modalidade de turismo é o interesse por aspectos do conhecimento religioso ou simplesmente aspectos de conhecimento, sem envolver necessariamente uma imersão em práticas religiosas como a oração e a penitência, como os romeiros que se locomovem de joelhos. Assim, o turismo religioso deve ser considerado uma viagem turística na qual o elemento religioso constitui um dos objetivos principais (DURKHEIM, 2003).

De acordo com Cordeiro (2010) em primeiro lugar é preciso ter em mente que as práticas dos romeiros envolvem um repertório de atitudes de amplo espectro, no entanto, o comportamento deste por si só não fornece uma boa noção de romaria, mesmo quando cruzadas com as expressões culturais e religiosas que tangenciam o evento principal. Em seu estudo o referido autor faz uma pesquisa entre romeiros com o objetivo de identificar o que significa para eles a palavra romaria dentro de alguns contextos distintos, como aspectos devocionais, intenções morais, sentido de tradição, valoração e disposições emocionais, entre outras respostas que foram ditas. E os resultados confirmam essa ideia de que as motivações e inclinações variam muito como é possível observar pelas respostas abaixo: 1) Importante; 2) Obrigação; 3) Compromisso; 4) Necessidade; 5) Divertimento; 6) Luta; 7) Proteção; 8) Caminhada.

Em sua pesquisa Cordeiro (2010) apresenta dezenas de outras respostas, no entanto, o que é digno de atenção é que estas palavras fornecem pistas valiosas sobre o perfil dos romeiros, visto que a motivação de um romeiro que faz a peregrinação pela caminhada é muito diferente daquele que faz a peregrinação respeitando um compromisso, pois supõe-se que aquele que se sente em um dever moral de fazer a romaria buscará participar dela todos os anos, sendo que o mesmo não se aplicaria aquele que faz a romaria por diversão, ou meramente entende que ela é importante para si ou para a cidade. Nesse sentido, Christoffoli, Pereira e Silva (2012) consideram que entender o turismo religioso e o seu sujeito, na figura do turista religioso, passa por diferenciar entre religiosidade e o religioso, visto que estas duas facetas da expressão religiosa afetam cada uma a seu modo, a decisão de um determinado ente no tocante ao perfil de viagem turística que desejam realizar.

Portanto, a partir do momento em que as pessoas começam a organizar comboios em ônibus confortáveis, sendo que isso implica em trocas comerciais e consequentemente lucro por parte destes organizadores (que não se envolvem em nenhuma etapa devocional da peregrinação), ou então outros apenas comparecem no evento principal da Igreja ao término dessa peregrinação, isso não é mais do que o secularismo avançando sobre a proposta inicial da caminhada. Desta forma, é possível dizer que o cerne da questão das motivações pessoais à nível de turismo religioso é esse. Pois os padres perderam boa parte do controle que eles tinham sobre o evento como um todo, não podendo obrigar que todos façam jejum antes de peregrinar, ou proibir que indivíduos compareçam apenas na missa ao término da peregrinação, entre outras possibilidades.

Em suma, existem nuances difusos que diferenciam o consumo do sagrado da expressão legítima da fé individual, e identificar as motivações de cada uma passa por esse entendimento. E é possível dizer que Cordeiro (2010) tenta fazer esta diferenciação ao realizar a sua pesquisa, na qual identifica que 26,04% dos participantes da pesquisa relacionam a romaria com o campo simbólico da fé e da devoção, ao passo que 7,69% identificam a romaria com o campo simbólico da penitência, sacrifício, purificação e absolvição de pecados. Em suma, estabelecimentos como o CAR3 do Santuário de Aparecida foram desenvolvidos, pois se identificou que uma parcela da população demandava por um espaço onde pudesse consumir produtos, se descontrair e trazer divisas para a cidade.

Ao contrário daquele perfil de romeiro que busca apenas pagar uma promessa, sem pretender criar qualquer tipo de laço com o mundo profano e secular que está ao redor, na forma de lanchonetes e mercados. As motivações culturais e ecológicas Entende-se que os santuários são antes de tudo espaço propício para a vocação religiosa se manifestar, bem como a devoção popular por meio da oração, sendo que na maioria dos santuários as celebrações litúrgicas podem ser compreendidas como experiências de imersão a serem vividas, principalmente pelos romeiros e peregrinos. Nos santuários podem ser observadas inúmeras práticas religiosas, como os terços milagrosos, as romarias, as orações, os cânticos de louvor, etc.

Estes atos configuram os festivais, cerimônias e rituais de cada santuário. Por sua vez, Silveira (2007) aponta que a noção de tempo e espaço fora da estrutura usual da vida cotidiana assume os contornos de uma jornada "sagrada". Além disso, existem definições que defendem a existência de uma natureza radicalmente diferente entre os dois fenômenos. Durante uma peregrinação, por parte dos fiéis, exerce-se a penitência, a devoção e a oração. Em vez disso, uma viagem turística implica um comportamento diferente incorporado no interesse cultural, de conhecimento, de descanso, entre outros. SILVEIRA, 2007). E embora o objeto deste estudo seja o cristianismo, não é correto dizer que o empreendedorismo religioso se aplique somente a esta religião, pois naturalmente outras religiões podem ser abordadas.

Conforme Serafim, Martes e Rodriguez (2012) o empreendedorismo religioso pode ser compreendido como um desdobramento de uma nova fase do empreendedorismo que surge a partir da década de 1980, em decorrência de processos massivos de reestruturação das empresas, o que trouxe como subproduto a precarização das relações de trabalho e aumento do patamar de concorrência. Para Serafim, Martes e Rodriguez (2012) foi a partir desse momento que o empreendedorismo também passou a ser associado com indivíduos que assumem maior risco para abrir negócios, mais por necessidade do que por tino comercial empreendedor. Além disso, apontam para uma diferença paradigmática fundamental entre os estudos sobre empreendedorismo e empreendedorismo religioso, visto que o primeiro se desenvolve em cima de uma perspectiva econômica, portanto, fenômenos religiosos são vistos como prática social e não como uma expressão do transcendente, o que implica em uma série de especializações e aprofundamentos acerca da história das religiões a fim de se abordar o empreendedorismo religioso de forma holística.

De acordo com Serafim (2008), existe uma pequena lacuna na interseção do âmbito religioso e econômico onde a prática religiosa interfere na vida econômica (e vice-versa), de maneira peculiar à promoção ao empreendedorismo através da criação do capital social e espiritual. SILVEIRA, 2004). O que deve ficar claro é que autores como Max Weber foram sim os primeiros a discutir o empreendedorismo relacionado a vida religiosa, ou melhor, a vida religiosa relacionada ao empreendedorismo, já que segundo Serafim (2008) o objeto de estudo era a influência decisiva do sistema de valores dos protestantes para o surgimento de um ethos empreendedor. Portanto, conclui-se que na abordagem de Weber, o empreendedorismo é uma consequência do foco da sua análise (de cunho sociológico), a relação entre protestantismo e capitalismo.

Portanto, Serafim (2008) aponta que a ação empreendedora pode sim ser vista como estando imersa na prática religiosa, no entanto, estudos apontam que a questão envolve muito mais do que apenas questões econômicas e religiosas. Nesse sentido aponta para algumas linhas de estudo que de forma alguma se chocam umas com as outras, pelo contrário atuam de forma sinérgica: a) Recursos econômicos, sociais e informacionais; b) Aspectos culturais; c) Fronteiras entre o sagrado e o profano, o que envolve estudar a questão sob a ótica da imersão cultural e do mero turismo à lazer; d) Fronteiras entre ética religiosa e racionalidade econômica. Por outro lado, conforme Serafim, Martes e Rodriguez (2012) o segundo viés diz respeito às obras de figuras como Bourdieu, Burt e Lin, que norteiam suas argumentações a partir dos recursos que grupos ou indivíduos encontram à sua disposição a partir de suas relações sociais.

E para esse fim introduzem o conceito de mecanismos de rede, de tecido social, e seu papel no direcionamento do fluxo de recursos. O que implica em dizer que “aqueles indivíduos com melhores posições na rede – o que significa acesso a mais e melhores recursos - possuem mais capital social do que outros que estão em uma posição relativamente pior. ” (SERAFIM; MARTES; RODRIGUEZ, 2012, p. Trazendo a questão para os dias atuais, Serafim (2008) afirma que a postura oficial da Igreja Católica se alterou a partir da década de 90, assumindo uma opção pela mídia e pelo marketing, passando a incentivar eventos de grande porte e iniciativas no campo do entretenimento, turismo e comércio. Conforme Serafim, Martes e Rodriguez (2012) o maior projeto dentro do paradigma de Economia da Partilha no Brasil é o Polo Empresarial Spartaco, criado em 1994 e situado no município de Cotia em São Paulo, sendo formado por seis empresas que são administradas pela holding Empreendimentos, Serviços e Projetos Industriais S.

A. ESPRI). “As empresas que atuam no Polo Spartaco pertencem a diversas áreas da indústria (. e do setor de serviços (. Conforme dados levantados por Stinghen (2000), existem mais de 160 poemas do cancioneiro popular que trazem a figura do Padre Cícero como tema, sendo que alguns deles foram elaborados quando ele ainda se atuava em Juazeiro. O que não significa que a sua canonização esteja próxima de se concretizar, pois de acordo com Soares (2015) Padre Cícero esteve por muito tempo à margem da Igreja de Roma, devido a ter recebido penalidade de uso da ordem sacerdotal antes de seu falecimento, o que fez com que os milagres atribuídos a ele fossem encarados como crendices na Santa Sé. Portanto, seu processo de canonização se encontra em um impasse, mesmo que tenha recebido um perdão póstumo no ano de 2015, o que torna o caminho para a canonização mais fácil dentro das normas canônicas da Igreja.

Mesmo assim, os arquivos do caso Padre Cícero continuam abertos para um estudo crítico, chegando a ser criada uma comissão de estudo, sob “a orientação da Congregação da Doutrina da Fé”. SOARES, 2015 p. Cícero começou a estudar aos seis anos de idade na chamada “escola doméstica”, nome que era dado às escolas particulares de então, visto que as públicas ainda se encontravam em número muito reduzido. BRAGA, 2007). Em sua obra afirma que Cícero sempre teve muito gosto pelos estudos, dando sinais de uma vocação sacerdotal desde muito cedo. O que, segundo Braga (2007) não desagradou a sua família, embora seu Pai Joaquim desejasse que ele se tornasse comerciante. No entanto, os primeiros passos rumo ao sacerdócio só foram dados a partir dos 16 anos, quando Cícero foi encaminhado para o colégio paraibano do Padre Inácio de Souza Rolim em Cajazeiras.

” (ARAÚJO, 2005, p. Portanto, é possível afirmar que o futuro Padre Cícero herdou do Padre Ibiapina o legado de unir elementos de fé e de trabalho em sua atuação religiosa, permitindo que os fiéis buscassem ao mesmo tempo almejar elevação espiritual e êxito material. Nesse sentido, Araujo (2005) defende que Cícero herdou um legado sociológico erigido pelo Padre Ibiapina. Conforme Braga (2007), o fato é que em pouco tempo “Dona Quinô” assumiu os negócios da família e contando com o apoio do padrinho de seu filho, o coronel Antônio Luiz Alves Pequeno, importante figura do Crato, conseguiu apoio para bancar os estudos de Cícero no recém-criado Seminário Episcopal do Ceará em Fortaleza, e quando este contava com 21 anos, ingressou no seminário diocesano da capital, intitulado como Seminário da Prainha.

Em relação a esse período da vida de Cícero Romão Baptista, Braga (2007) afirma que transcorreu sem maiores percalços embora afirme que o reitor do seminário, Padre Chevalier não tenha recomendado a sua ordenação. Fonte: Soares (2015). No entanto, Soares (2015) aponta que isso não significa que Cícero Romão Batista buscasse se tornar um revolucionário, muito pelo contrário, pois apenas sabia equilibrar vocação religiosa com o fator humano, que chama de centralidade da obra de Deus. Portanto, de um lado estava Cícero defendendo que os padres deveriam estar mais integrados ao seio da sociedade e suas mazelas, e de outro estava o Padre Chevalier, acreditando que este era pouco afeito aos sacramentos e possuía ideias muito progressistas para sua época.

Segundo a autora, a ação evangelizadora do apostolado do sertão, constituída por Ibiapina e, posteriormente, pelo Padre Cícero, era, ao mesmo tempo, civilizadora em um movimento de valorização da cultura sertaneja. Padre Ibiapina já difundia a concepção de desenvolvimento pautada no trabalho e fé, posteriormente apropriada e aperfeiçoada pelo Padre Cícero. Padre Cícero começava a dar seus primeiros passos de incentivos ao empreendedorismo na região, pois recuperara a imagem da capelinha através de imagens doadas pelos fiéis (NETO, 2009). Adquirindo a confiança do povoado, Padre Cícero começou a desenvolver um intenso trabalho pastoral na região com pregação, conselhos e visitas à domicílio, algo que nunca se tinha visto antes, e dessa maneira conquistava ainda mais a simpatia e a confiança do povoado, exercendo uma grande liderança na comunidade.

Suas pregações eram bastante simplórias, mas muito eficazes onde quem roubasse não poderia mais roubar; quem bebia não poderia beber mais; quem cometesse crimes não podia mais matar, dentre outros aspectos que não fosse de boa conduta. Paralelo a isso começou a agir com muita severidade, que moralizava os maus costumes da população acabando pessoalmente com tudo aquilo que ele pregava nas suas missas (NETO, 2009). Lira Neto (2009), chama atenção por um acontecimento incomum que transformaria a vida do povoado e a vida de Padre Cícero para sempre. Joaquim Vieira, (Vieirinha), do interior de São Paulo, Campinas. Tratou de enviar uma comitiva de padres e médicos com a missão de analisar o extraordinário fenômeno. E, se provável negativar a bem da fé e da verdade da Igreja.

Segundo os estudos de Lira Neto, (2009) após várias pesquisas e da observação continuadas do próprio fenômeno, a diligência se pronunciou num primeiro momento que o fato não podia ter alguma explicação natural a não ser um milagre (NETO, 2009). Ao a caso, um dos doutores que participara da comissão, chegou a dar início, a professar a sua fé em documento escrito que o sangue em que a hóstia se transformava era claro que era o sangue de Jesus Cristo. FILHO; CORDEIRO, 2006, p. Lira Neto, (2009) comenta que Padre Cícero em vida tentou invalidar a sua punição, e foi pessoalmente a Roma diante ao tribunal do Santo Ofício para isso, não obstante sem sucesso. A ínfima vitória que ele adquiriu em Roma quando lá esteve em 1898, o Santo Ofício o autorizou a rezar missa, mas bispo Dom Joaquim Vieira não considerou a decisão do Vaticano e manteve Padre Cícero afastado dos seus deveres de sacerdote.

Na interpretação do Padre Rocildo, Padre Cícero, diante de uma vida marcada por castigos e reprovações oficiais superiores da Igreja, sustentou uma indestrutível fidelidade à Igreja e ao seu povo. O ainda destaca que o sacerdote nunca levantou publicamente nenhum sinal de amargura ou revolta. Desta forma, o lugarejo que possuía apenas 30 casas foi se tornando um espaço com centenas delas, o que fez com que a capelinha de Juazeiro do Norte se tornasse pequena demais para abrigar o elevado número de fiéis em busca de orientação e bênçãos por parte de Padre Cícero. Portanto, este encabeça o projeto para a construção de uma Igreja mais ampla para Juazeiro, o que se daria por meio de mutirões, sendo que os voluntários receberiam em troca o alimento doado por indivíduos mais abastados da localidade (ARAÚJO, 2005).

Kelly Hekally, (2018) em sua reportagem descreve na íntegra as palavras de Luciane Carminatti7 sobre o sacerdote. Padre Cícero enquanto pessoa e personagem era precisamente a figura do líder que se ajustava à mentalidade do povo de sua época. As formas de repercussão do seu legado são claramente frutos que poderão ser colhidos por um longo tempo. Isso foi decisivo na valorização do lugar, que se abriu para os interesses econômicos de grandes empreendimentos e multinacionais até hoje. Padre Cícero Romão Batista “ O Padim Ciço” foi o ser pensante que enxergou uma cidade próspera sem pensar no grande caminho que iria percorrer, e como seria árduo para ele este percurso, mesmo com tantos contras para sua vida promoveu uma elevação da região nunca vista e nunca almejada antes a tal ponto, era um ser humano a um passo da sua história, um visionário que usou de poder político, econômico e religioso para conseguir chegar onde queria, num patamar jamais visto no sertão do Ceará.

MÁXIMO BRUNO; MÁXIMO AGNA, 2016). Comércio religioso em juazeiro do norte Conforme Araujo (2011), a ação do padre Cícero sobre a cidade de Juazeiro contribuiu para delimitar o espaço social, político e econômico. O padre formava mutirões de sertanejos que trabalhavam em troca de refeição e da benção do patriarca, reforçando a intrínseca relação entre o trabalho e a prática religiosa. O que significa a demanda por esse tipo de produtos nunca deixou de existir. A loja Padre Cícero de artigos religiosos é a maior que existe no espaço largo do Socorro. Nela encontram-se bens de consumo Padre Cícero de várias dimensões, que variam de dois centímetros (2 cm) até um metro e oitenta (1,80m) de altura, havendo uma diversidade de preços de acordo com a dimensão do bem.

Os materiais que são usados na fabricação dos bens Padre Cícero, nas oficinas espalhadas pela cidade, são: gesso, concreto, fibra, borracha, resina, PVC, acrílico, louça, parafina e cristal (MARQUES, 2017, p. Figura 10 - Comércio informal Fonte: Andrelino (2013). Diferentes estabelecimentos comerciais em Juazeiro utilizam o nome, a estátua ou a imagem do Padre Cícero, dentre as quais destacamos: empresa de Turismo, Parque de Eventos, hotéis e pousadas, lava-jatos, concessionária, oficina mecânica, loja de autopeças, posto de gasolina, sucataria, borracharia, gráfica, papelaria, escola, joalheria, sapataria, salão de beleza, lojas de móveis, associação dos artesãos, farmácias, lojas de confecções, centro de artesanato e cultura popular, etc. ARAÚJO, 2005, p. Nesse sentido, Araújo (2005) afirma que o comércio de base religiosa em Juazeiro do Norte também reflete um cenário em evidência na economia pertinente a pós-modernidade, na qual os santos saem dos altares das denominações católicas e oratórios para fazer parte da cultura de massa, principalmente na moda e na literatura, fazendo com que mais pessoas entrem em contato com estas figuras religiosas mesmo que dentro do contexto de uma religiosidade difusa e diluída.

A partir do impulso das romarias, a cidade se tornou referência no interior do Estado em virtude do dinamismo empreendedor. O comércio intensifica-se a cada dia, e novas empresas fincam suas bases no sertão do Cariri. Quando se fala das cidades Santas, a exemplo de Juazeiro do Norte e de Aparecida - SP, o tipo de viagens nesse setor geralmente corresponde a estadias curtas de três ou quatro dias, geralmente coincidindo com fins de semana ou feriados prolongados. Existem várias posições em relação ao que está incluído nesse tipo de turismo; mas, em geral, pode-se considerar como exemplos a visita a santuários ou locais sagrados e as peregrinações, além de visitas a tumbas de santos, assistência e participação em celebrações religiosas.

Podendo ou não estar relacionado a certos contextos específicos como canonizações, visitas a líderes religiosos, congressos eucarísticos, anos sagrados, entre outros. STEIL, 2015). Consoante Castro (2016), a origem desse tipo de turismo às cidades Santas remonta à Grécia clássica, dada a grande importância ao lazer e o tempo livre que foi dedicado à cultura, entretenimento, esportes e à religião. Em linhas gerais, Souza (2009) aponta que quando o homem busca se comunicar com as expressões da divindade ele recorre a um espaço que pode ser considerado como um centro, um local que tem a função de agregar tanto forças quanto pessoas e, além disso, suas paredes cumprem o papel de deixar o espaço profano do lado de fora. De acordo com Pereira (2009) o espaço profano pode ser descrito como aquele que está desprovido de sacralidade, estando situado geograficamente, espacialmente ao redor e/ou em frente ao espaço sagrado e seu centro.

O que implica em dizer que o sagrado e o profano podem estar vinculados entre si de forma direta ou indireta. Como é o caso das atividades comerciais que se desenvolveram em torno do espaço sagrado, na forma de lojas de artigos religiosos, bares, albergues para os peregrinos e estacionamentos (PEREIRA, 2009), o que significa dizer que são estabelecimentos típicos do mundo profano, mas que encontram seu sustento nas manifestações do mundo sagrado. Nesse sentido é possível afirmar que não existe cidade santa sem a presença destes centros, uma questão que vai além do contexto histórico das religiões reveladas, visto que é a partir da presença desse centro e do influxo de pessoas que se dirigem a ele que uma determinada localidade ganha o cariz de cidade santa.

chama a atenção para o fato de que na maioria das vezes realiza-se em espaços profanos, “ligados ao mundo cotidiano do trabalho e do consumo, mas seu auge – sua principal destinação – está nos lugares especialmente delimitados pelas forças divinas, sagradas”. GODINHO, 2019, p. Por outro lado, Calvelli (2006) aponta que muito do que se fala acerca de peregrinações está permeado pelo contexto sociocultural da pós-modernidade, o qual tem muito mais afinidade com o universo simbólico da Nova Era, ou seja, é formado mais por uma espiritualidade difusa do que por uma crença ortodoxa. Para os indivíduos que compartilham o universo simbólico da Nova Era, a peregrinação é reinterpretada a partir de conceitos como transformação, autoconhecimento e terapia. A ideia da metáfora da peregrinação como um caminho interior em busca da identidade pessoal é constante nos estudos sobre as peregrinações na atualidade.

Conforme Godinho (2019) também é possível ocorrer o processo inverso, no qual o espaço sagrado vai espraiando sua influência sobre o mundo profano, como é o caso em que ao longo do percurso de peregrinação é iniciado um processo de sacralização dos espaços por meio da alocação de objetos religiosos ou então por meio de iniciativas estabelecidas com o objetivo de barrar qualquer proposta de empreendimento turístico ou equipamento social que esteja marcada pela especulação econômica, o que pode contribuir para prejudicar o cariz religioso e contemplativo da peregrinação. E como exemplo desta dinâmica, Godinho (2019) aponta para o caso de Trindade, no qual ao longo do trajeto percorrido pelos peregrinos foram instalados 14 painéis que ilustram graficamente os estágios da Via Sacra, o que simboliza uma intervenção do sagrado no mundo profano e adiciona mais camadas de simbolismo a experiência individual de cada um.

Outro exemplo disso pode ser observado por meio da Figura 13 que ilustra o chamado Portal da Fé de Trindade, que está situado na principal rota de entrada na cidade, o que não deixa de causar certo espanto visto que a constituição prega que o estado é laico. Figura 13 - Portal da fé de Trindade Fonte: Godinho (2019) De acordo com Pereira (2009) entender o fato religioso, ou seja, a motivação principal para uma cidade ter ganho o cariz de santa, é de fundamental importância para se compreender as dinâmicas das romarias para estas localidades, como é o caso de Juazeiro do Norte, pois as expressões culturais e religiosas acabam criando uma espécie de espaço de representação, que se revela por meio destas o que traz como resultado o surgimento de ligações afetivas que normalmente não se vê em uma cidade.

Nesse sentido, o lugar é considerado como um espaço que dá uma significação para os indivíduos, que transmite um simbolismo e que está bem próximo deles. É possível dizer que o mesmo processo ocorreu com Juazeiro do Norte a partir do chamado “Milagre da Hóstia” em 1889, fenômeno que deu início a sacralização da cidade segundo Pereira (2009), visto que anteriormente ao ocorrido era mais uma cidade carente como tantas outras do sertão. E atualmente, aponta que toda a cidade de Juazeiro do Norte pode ser descrita como imersa em um contexto de espaço sagrado formado por diversos centros, seguindo a terminologia de Mircea Eliade, pois imagens sacras podem ser visualizadas em todos os pontos mais importantes da cidade, como a Basílica de Nossa Senhora das Dores, a Igreja do Socorro e dos Franciscanos.

Sem esquecer-se da própria estátua de Padre Cícero que se encontra na Colina do Horto. Portanto, de acordo com Pereira (2009) a soma de todas estas intervenções no espaço público (e profano) de Juazeiro do Norte fez com que a cidade adquirisse o caráter de um espaço sagrado, mítico e que conta com uma aura de mistério, o que contribui para os romeiros identificarem como algo certamente divino e o próprio Padre Cícero como santo. O antigo secretário de turismo e romaria, o Sr. A magnitude da produção de mandioca gerou excedente para exportar para estados vizinhos, vindo o Cariri se tornar um centro produtor de farinha, revertendo o problema da fome no Juazeiro. ARAÚJO, 2005, p. Em seu estudo, Braga (2007) expõe que o flagelo da seca foi considerado como mais pesado do que o comum, o que fez com que a população interpretasse isso de forma simbólica, algo que o próprio Padre Cícero também o fez, interpretando esta pesada estiagem como uma punição divina, dentro de uma visão de mundo na qual o homem é um pecador saldando a dívida contraída pelo primeiro homem.

Portanto, ao transformar Juazeiro do Norte em um polo produtor de mandioca tornando a localidade livre das consequências da seca, isso também contribuiu para aumentar a aura de misticismo em torno da figura de Padre Cícero e os milagres atribuídos a questão da hóstia. “Acreditamos que as grandes secas (. Para os romeiros Joaseiro14 era a cidade do Padre Cícero e para Padre Cícero, Joaseiro era a cidade da Mãe de Deus e ele era o enviado especial da santa para proteger a cidade. Estabelecem-se assim as bases para a construção do espaço sagrado na cidade do Joaseiro. Padre Cícero era detentor do poder do carisma, articulando ampla rede de coesão social em seu espaço de atuação político, religioso, social e econômico (ARAUJO, 2005, p.

A partir de uma leitura atenta do trecho é possível identificar as palavras chave “rede de coesão social”, uma temática central para a ideia de capital social como forma de promoção do empreendedorismo de base religiosa. Em seu estudo, Araujo (2005) afirma que quando a notícia da existência de milagres começou a se espalhar pelo Brasil, um influxo de pessoas começou a ocorrer em direção à cidade de Juazeiro do Norte, potencializando o seu desenvolvimento. Por outro lado, Filho e Cordeiro (2006) apontam que a região já possuía a presença de indústrias artesanais antes das romarias tomarem corpo, no entanto, se prestavam a outras atividades, como a construção de casas, manufatura de objetos de uso doméstico e sacos para armazenamento de gêneros alimentícios.

Desta forma a crescente presença de romeiros na cidade fez também com que os artesãos de Juazeiro do Norte passassem a fabricar também fogos de artifício, ícones religiosos de madeira e barro, crucifixos, medalhas e rosários, entre outros artigos. E assim, “o município em questão passa a diversificar o conjunto das atividades produtivas, tendo por motivação principal a imagem do “Padre Cícero” e a visitação ao “local sagrado ou terra santa” (FILHO; CORDEIRO, 2006, p. A presença viva do Padre Cícero na cidade por ele construída incentiva a adoração e a renovação da esperança de vida dos seus devotos. O culto ao Padrinho está associado a objetos simbólicos produzidos e ou comercializados nos circuitos das romarias e nas imediações dos lugares sagrados.

Além disso, na ‘cidade santa’ existe um conjunto de fábricas que produzem alguns bens simbólicos, como estátuas do Padre Cícero, velas, cordéis e demais artigos religiosos. Essas fábricas na sua grande maioria são de ‘fundo de quintal’, que geram emprego e renda para um grande contingente de mão-de-obra (ARAUJO, 2011). Portanto o artesanato e todo conjunto de atividades que o compõe para vender estes serviços são importantes, pois geram muitos empregos. Dinâmica econômica Em seu estudo, Araújo (2005) também demonstra graficamente a dinâmica pela qual Padre Cícero estabelecia a logística de distribuição dos meios de produção, força de trabalho, tecnologia e o capital que circulava na cidade, o que pode ser observado por meio da Figura 14.

“Da ação conjunta na organização dos recursos na esfera da produção e circulação de riquezas, o Padre ampliava e consolidava o capital econômico e social” (ARAÚJO, 2005, p. Por sua vez, Andrelino (2013) aponta que o comércio religioso em Juazeiro do Norte não se restringe a oferta de artefatos religiosos, pois além da circulação de mercadorias e de divisas que surge em decorrência da presença dos romeiros na cidade, estes romeiros também precisam de alojamento. Nesse sentido afirma que: Grande quantidade de peregrinos não se hospeda em hotéis ou pousadas; preferem locar casas de famílias a preços bem menores, pois em uma residência pode ser alojado entre dez a quinze pessoas sem grandes arroubos, o que resulta em uma renda fértil para os proprietários.

A romaria é crivada pelo comércio utilitário, visto que para onde o romeiro se encaminha lhe são oferecidos artefatos, sendo visível a mistura entre profano e sagrado que são mantidos entrelaçados. ANDRELINO, 2013, p. Levando isso em consideração, Andrelino (2013) defende que o mercado criado para receber os turistas, dentre os quais romeiros e meros visitantes, contribui para expandir a renda local. E por outro lado, a partir da lógica weberiana da ética religiosa atuando sobre a ação empreendedora, sendo que a Figura 16 contribui para ilustrar bem qual é o cenário na cidade de Juazeiro do Norte, aonde tudo remete a história e ao legado de Padre Cícero, um assunto que será abordado mais à fundo nas páginas a seguir. Figura 16 - Estabelecimento comercial em Juazeiro do Norte com Estatueta de Padre Cícero na porta Fonte: Serafim (2008).

As evidências que o levaram a cidade ao crescimento estão correlacionadas a capacidade de o Padre Cícero potencializar nas pessoas o trabalho, a partir de suas vocações. De acordo com o antigo secretário, isso ocorreu durante os momentos que sucederam, principalmente o milagre, no ano 1889, em que levas e levas de romeiros chegavam à cidade, atraídas pela mística da fé que Juazeiro do Norte se tomava (SANTOS, 2009). A jornalista Elizângela Santos (2016), na entrevista com antigo dirigente lojista ele ressalta que Padre Cícero, em virtude da sua capacidade de angariar as pessoas para Juazeiro, se tornou, além de um grande líder, um ícone. Ao contrário, a cidade prosperou mais do que nunca e devoção crescia exponencialmente. Até os dias atuais, todos os anos religiosamente, no dia de finados, uma avalanche de devotos, cerca milhares de romeiros, vindos das mais diversas regiões do Brasil e do Nordeste, chega a Juazeiro do Norte para visitar “O Padim Ciço”.

Juazeiro – desenvolvimento econômico De acordo com a SEDECI15 (2019), o desenvolvimento socioeconômico de Juazeiro do Norte, possui uma população flutuante aproximadamente em 2 milhões de pessoas, segundo matéria publicada no Diário do Nordeste em 2016, gerando assim, uma grande afluência no comércio local, alavancando a economia e o desenvolvimento. Além do aquecimento comercial, o município é referência turística, cultural, social e educacional, merecendo destaque o turismo religioso, que atrai aproximadamente 2,5 milhões de romeiros ao longo do ano. Quando se leva em consideração o percentual residenciais com coleta de lixo realizada por serviço de limpeza, ligados a rede geral de água e com energia elétrica, Juazeiro do Norte possui os melhores padrões do Cariri com 94,22%, 92,59% e 99,51%. Segundo as informações REGIC17, 2007 a cidade de Juazeiro do Norte passa a ser catologada como Capital regional C, classificação essa dada a um total de 39 municípios, fazendo parte no Nordeste os municípios de Mossoró-RN, Caruaru-PE, Juazeiro do Norte-CE, Petrolina-PE, Sobral-CE, Arapiraca-AL e Imperatriz-MA.

Ao ser analisado o quadro da rede urbana, as cidades de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha passam a ser contadas como concentração municipal, no cotidiano a ligação territorial já é visível, começando pelo nome CRAJUBAR18 que é dado a união das três cidades, além de atividades complementares que as unem nos setores da educação, saúde e economia. Ainda, as três fazem parte da Região Metropolitana do Cariri, da Microrregião do Cariri e dos municípios que compõem o Araripe UNESCO Global Geopark19. Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha passam a polarizar o município de Brejo Santo (centro de Zona B) e outros 35 Centros Locais, a sua maioria no Ceará, mas também presentes no Pernambuco (Bodocó, Granito, Ipubi, Exu e Moreilândia) e pela Paraíba (Conceição) (REGIC, 2007).

A centralidade de serviços expressa no município pode ser percebida pela presença de equipamentos públicos e privados como Receita Federal, Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (SEBRAE), Serviço Nacional de Aprendizagem Nacional (SENAI), Serviço Nacional de Apoio a Empresa e Comércio (SENAC), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), serviços bancários como Banco do Brasil, Itaú, Caixa Econômica, Banco do Nordeste, Bradesco e o Santander. Juazeiro do Norte 2. Fonte: IBGE (2016). Levando em consideração o PIB per capita, os valores de Juazeiro do Norte ultrapassam da casa dos R$ 15 mil reais e chegando em torno dos R$ 15. Figura 19), se posicionando na 12a posição no ranking estadual. Em 2016 os trabalhadores formais possuíam um salário médio de 1,8 salários mínimos, saindo da posição 25ª ranqueada no ano de 2015 e passando a ocupar a 21a colocação no ranking estadual em 2016.

O capital humano é composto por parâmetros sociodemográficos, econômicos e educacionais, contrapondo não apenas a oferta atual, como também para um cenário promissor. Analisando a Infraestrutura municipal de fomento ao ambiente de negócios considera-se os indicadores como transporte, telecomunicações, energia e saneamento. Juazeiro do Norte aparece na posição 93ª e juntamente com Fortaleza, são 29 os únicos municípios cearenses no ranking. De acordo com o Índice Sebrae de Desenvolvimento Econômico, o que relaciona indicadores em 5 dimensões como capital empreendedor, tecido empresarial, governança para o desenvolvimento, organização produtiva e Inserção competitiva o município de Juazeiro do Norte é o segundo município de maior nível no Ceará, aparecendo no ranking com pontuação 0,399, com média superior ao Estado do Ceará que é de 0,365, ficando atrás apenas da cidade de Fortaleza (0,484) (ISDEL, 2018).

O indicador leva em consideração a escala de desenvolvimento de cada território, onde a escala tem variação de 0 até 1 a partir do cruzamento de 30 indicadores de fontes oficiais como Inovação, programas e ações, índice de complexidade econômica, valor de exportação e escolaridade. Habitualmente pela sua diversificação, o setor do comércio tem suas nuances com destaque no setor de vestuário e gêneros alimentícios, ainda, pelo artesanato que traz a beleza de trabalhos manuais de artesãos das mais diversas tipologias que vão desde a xilogravura ao trançado da palha e imagens que enriquece nos períodos das romarias (SEDECI, 2019). Conforme a (SEDECI, 2019), todos os anos, Juazeiro do Norte angaria um número significativo de empresas de diversos segmentos que além de instalarem, e investem na cidade de Juazeiro do Norte.

Em 2017 foram 1. empresas abertas, ao passo que em 2018 esse número foi de 2. assim, percebe-se uma evolução de aproximadamente 32%, o que aponta para uma aceleração na economia local no tocante à abertura de novos empreendimentos. Esse segmento foi estimulado com a chegada das faculdades e universidades e o fortalecimento do turismo regional, hoje conta 120 Hotéis e pousadas, sendo 7. leitos com taxa de (53%) de ocupação e representa (84%) da rede hoteleira da Região (SEDECI, 2019). Fábricas O dinamismo da industrialização do Cariri observa-se que as principais cidades da região, Juazeiro do Norte (63,7%), Crato (15,5%) e Barbalha (9,7%) são responsáveis por aproximadamente 90% do polo industrial, sendo Juazeiro do Norte a grande referência na Região Metropolitana do Cariri (SEDECI, 2019). No Figura 22 pode-se verificar uma maior concentração de empreendimentos industriais situados em Juazeiro do Norte comparado com regionais como o Cariri Cearense, RMCariri (Região Metropolitana do Cariri) e Crajubar demonstrando uma alta concentração e importância do segmento no município.

Figura 22- Percentual de indústrias de Juazeiro do Norte em relação a outras áreas geográficas Região Juazeiro do Norte Ceará 5,42% Cariri 56,97% RMC 72,95% Crajubar 79,76% Fonte: Inteligência FIEC. As regiões que foram coletadas as pesquisas foram: Juazeiro do Norte (62%), Crato (21%), Barbalha (7%), e outros lugares (9%). De acordo com os dados sociais da pesquisa,(51%) moram de 2 à 3 pessoas, (41%) moram de 4 à 5 pessoas, (2%) acima de 6 pessoas, e apenas (6%) moram sozinhos. Sobre o benefício do governo (77%) não recebem auxílio do governo, e (23%) recebem algum tipo de benefício do governo. Antes da pandemia Diante da instabilidade política e econômica, Juazeiro do Norte vai na contramão do cenário brasileiro e mantendo o seu nível de crescimento e desenvolvimento. No ano de 2019 a participação de consumo da população de Juazeiro do Norte é de 0,10529, isso significa que a cada R$ 100,00 gastos pelos brasileiros em 2019, R$ 0,10529 foi de responsabilidade do povo juazeirense.

Na alimentação (66,2%) dos entrevistados afirmaram que aumentou o consumo durante a quarentena, (6,9%) afirmaram que diminuiram o consumo durante a quarentena, (24,9%) afirmaram que permaneram o mesmo consumo, e (2%) afirmaram que também permaneceram o mesmo consumo. Os itens de sáude ou medicamentos, a pesquisa mostra que (64,1%) dos entrevistados relatam que não houve alteração na compra de medicamentos, (4,20%) dos entrevistados aumentaram o consumo de remédios, e (37,1%) aumentaram o consumo de medicamentos. Foi pesquisado sobre os gastos com algum tipo de curso ou conteúdos para leituras, (75,3%) dos entresvitados responderam que permaneceram os mesmos gastos, (10,2%) afirmaram que diminuiram, e (14,5%) relataram que houve aumento nos gastos para melhorar sua qualificação. Em se tratando dos gastos com algum tipo de eletrodomésticos ou utensílios para o lar, (53,9%) responderam que não houve nenhum gasto para essa finalidade, (20,3%) dos entrevistados responderam que diminuiram os gastos, e (25,8%) disseram que houve necessidade e tiveram aumento, por se tratar estar conzinhando mais em casa.

Dando continuidade para utensílios residencias, foi perguntado sobre o consumo de algum tipo de móveis ou itens de papelarias, (73,6%) responderam que não houve necessidade, (13,2%) afirmaram que teve algum tipo de gastos, pois estavam trabalhando em home office, e (13,2%) também teve algum tipo de gastos para diversão em casa com a família, ou melhorando o seu escritório em casa. Em um período de quarentena global, com as pessoas em casa para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus, as redes sociais têm se mostrado como uma saída para aumentar o engajamento com o público e naturalmente as vendas. Comportamento de consumo pós pandemia Foi perguntado aos entrevistados, como seriam os consumos/gastos pós pandemia e de que forma eles prentendiam gastar/consumir.

A pesquisa deixou os entrevistados a vontade para responder mais de uma vez, ou concerder qualquer tipo de resposta. a) Houveram 554 respostas, afirmando que não tinha nenhuma pretensão de realizar gastos que não houvesse necessidade; b) 103 respostas afirmaram que, pretendiam ir pelos menos ao cinema; c) 194 respostas disseram que, estavam planejando realizar uma viagem; d) 34 respostas disseram que, pretendiam ir a um evento esportivo; e e) 86 respostas afirmaram que, iriam se divertir frequentando festas, ou casas noturnas. As respostas demonstram que, a maioria da população juazeirense tem um comportamento retraído pós pandemia, ou seja, (57%) das respostas não irão ter quaisquer tipo de consumo desde que não seja o básico. O que era prioridade, passou a ficar em segundo plano e talvez no terceiro.

Estamos falando em artigos de beleza e comésticos. A população hoje, está preocupada e provavelmente alguns com medo, com a incerteza do futuro e assim retraindo suas compras/gastos apenas tendo a intensão dos produtos básicos para seus lares e familiares. METODOLOGIA 6. Tipo, local e período da pesquisa Definiu-se como objetivo deste estudo abordar o tema da influência do empreendedorismo religioso no desenvolvimento econômico, com foco no caso de Juazeiro do Norte-CE, a ser realizado na UNIFBV WYDEN entre 2018 e 2020. Apesar disso, Goldenberg (1997) defende que esta falta de controle não implica no estabelecimento de um sistema dogmático por meio do qual as pesquisas são elaboradas, visto que toda abordagem metodológica é única, com suas particularidades, contextos, necessidades e características próprias.

Portanto, Pereira et al (2018) apontam que não existe ciência séria de fato fora de uma metodologia científica, mesmo que nem todas as áreas de estudo que se valem de um método possam ser chamadas de ciência. Uma postura que passou a ser tomada em um momento relativamente recente, no Século 16 pelos pensadores iluministas, que buscavam fundamentos mais sólidos para suas afirmações. Sendo um dos maiores expoentes desta nova corrente de pensamento o filósofo René Descartes que deu seu nome para o método dedutivo cartesiano. Conforme Pereira et al (2018), estes pensadores tinham como objetivo compreender as relações entre as coisas e a explicação dos acontecimentos, ao invés de seguir em um rumo mais gnóstico e buscar pelas causas absolutas ou a natureza íntima das coisas.

De acordo com Goldenberg (1997) a pesquisa qualitativa surgiu como uma forma de reação ao modelo positivista originário do pensamento de Auguste Comte, para o qual todas as ciências estavam e deveriam se manter unidas entre si, dentro de uma proposta de pesquisa sobre a realidade humana. Segundo Severino (2007 p. a pesquisa bibliográfica é realizada com base em registros já disponíveis e que são decorrentes de pesquisas anteriores de outros pesquisadores. Desta forma, os textos se tornam fontes dos temas que farão parte da pesquisa. Neste sentido, o pesquisador irá trabalhar com base em contribuições dos autores de estudos analíticos que constam no texto. O que não significa dizer que uma pesquisa qualitativa e outra quantitativa não possam ser utilizadas em conjunto, visto que não se excluem mutuamente, podendo ser empregadas de forma complementar.

Conforme Goldenberg (1997), o emprego de metodologias científicas, sejam elas quantitativas ou qualitativas torna possível um cruzamento de informações relativas aos dados que o pesquisador extraiu de sua pesquisa, o que permite o surgimento de uma confiança maior nos resultados obtidos, que passam a adquirir contornos mais críveis. Por sua vez, Gerhardt e Silveira (2009) apontam que a pesquisa qualitativa se distingue ao não lidar com dados numericamente representativos, o que não é o seu objetivo, pois se destina ao aprofundamento da compreensão em relação a um grupo social, organização ou fato. “Os pesquisadores que adotam a abordagem qualitativa opõem-se ao pressuposto que defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências” (GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p. Em suma, afirmam que a principal diferença da pesquisa qualitativa é que se preocupa com facetas da realidade que não podem ser quantificadas.

Além disso, afirma que nenhuma pesquisa científica é feita sem uma etapa de pesquisa bibliográfica, que cumpre o importante papel de fornecer respostas para uma determinada questão e identificar o que já foi publicado sobre um determinado tema. CONSIDERAÇÕES FINAIS Juazeiro do Norte é para milhares de devotos, um lugar sagrado de adoração e penitência. Os meses de maiores concentrações dos romeiros estão nos períodos de setembro e novembro, e também em julho que o aniversário da morte de Padre Cícero. Assim que chegou em Juazeiro do Norte, no mês de abril de 1872, Padre Cícero encontrou um povo sofrido, em condições de misérias e costumes que de cara ele o abominou. Com seu carisma, Padre Cícero conquistou aquele povoado, realizando os serviços pastorais sem nada cobrar, recuperando a imagem de Nossa Senhora das Dores, moralizando o lugarejo com bastante severidade, realizando na prática o que pregava nas suas missas, ou seja, que nenhuma pessoa poderia cometer atos que eram contra as leis de Deus e da Igreja.

O comércio formal e o informal a se desenvolver, despertando o interesse de diversas empresas a se instalarem e investir na cidade, em diversos setores inclusive o empreendedorismo religioso que cresceu muito em torno de todos os acontecimentos e até os dias atuais existem planejamentos de investimento nesse setor; c) o terceiro momento de Juazeiro que podemos observar, é a consolidação desse desenvolvimento, Juazeiro é um dos polos mais desenvolvidos do Nordeste, o PIB sendo o quarto maior do Ceará, seus números falam por si só. Sua economia crescente, destaques nas indústria de calçados principalmente em sandálias e chinelos, números de passageiros no aeroporto, crescimento no setor de hotelaria e pousadas, Juazeiro do Norte é considerada uma das melhores cidades para investir, tendo o segundo melhor desenvolvimento econômico, sendo os melhores comercio no mercado do varejo, instalações de multinacionais do mercado varejista e sem contar com as romarias, que é um símbolo que ainda tem um papel fundamental e de tal importância na produção do desenvolvimento econômico e, sobretudo reforçando os principais aspectos que ainda permanecem no presente.

Os romeiros com sua fé e a religiosidade conseguem interferir no desenvolvimento econômico de Juazeiro do Norte; e d) o quarto momento, é a pandemia, que mudou literalmente a vida das pessoas no mundo inteiro. E Juazeiro do Norte está tendo essa preocupação com a retomada da economia, pois como será a realização desse “novo normal”? Tendo como premissa: o entendimento sobre as mudanças nos ambientes internos e externos, identificando os problemas e as oportunidades de melhoria, tendo o discernimento da razão pela qual a empresa existe, onde quer chegar e quais são seus valores, melhoria nos canais de comunicação e vantagem competitiva, melhoramento das análise financeiras, planejamentos orçamentários e definir estratégias, decisões assertivas, criatividade e inovação, e o desenvolvimento do E-Commerce que definitivamente será um dos principais meios de compras da população.

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