A importância dos cuidados farmacêuticos em pessoas da terceira idade

Os cuidados farmacêuticos são de extrema importância para pessoas idosas, à medida em que, evitam a polifarmácia, promovem a educação em saúde, facilitam o acesso à terapia medicamentosa correta, previnem a automedicação e outros problemas decorrentes do uso descontrolado de medicamentos, além de favorecer a adesão à terapia medicamentosa e evitar erros durante o tratamento, minimizando a duração e, consequentemente, o uso de medicamentos desnecessários. Palavras-chave: Assistência Farmacêutica, Automedicação, Cuidados Farmacêuticos, Idosos, Uso Irracional de Medicamentos. INTRODUÇÃO Desde 1970, a população brasileira tem passado por um processo progressivo de transformação sociodemográfica e de envelhecimento populacional, a qual a sociedade deixou de ser predominantemente jovem e passou a ter um contingente cada vez mais significativo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos (MIRANDA; MENDES; SILVA, 2016).

Este fenômeno de aumento da longevidade ocorreu inicialmente em países desenvolvidos, porém, mais recentemente é nos países em desenvolvimento a exemplo do Brasil, em que o envelhecimento populacional passou a ter um crescimento mais acentuado, com a perspectiva de chegar a uma quantidade de 32 milhões de pessoas idosas em 2020 (VERAS; OLIVEIRA, 2018). Apesar do processo de envelhecimento não significar adoecimento, o fenômeno do alongamento do tempo de vida, traz consigo alterações naturais do processo biológico do idoso, promovendo assim, o aumento da probabilidade do surgimento de novas doenças e do crescimento do número de idosos com Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) e de caráter crônico, a exemplo da hipertensão e diabetes mellitus (SILVA et al.

Foram utilizados também nessas duas bases, os operadores booleanos (palavras que têm o objetivo de definir para o sistema de busca como deve ser feita a combinação entre os termos): AND e OR. Desta forma a pesquisa deu-se da seguinte forma: “cuidados farmacêuticos AND idosos”; “assistência farmacêutica OR cuidados farmacêuticos AND idosos”; “automedicação AND idosos AND cuidados farmacêuticos”. Os critérios de inclusão foram: 1) estudos disponíveis na íntegra; 2) estudos em idioma português; 3) estudos publicados entre os anos 2014 a 2019; 4) estudos realizados com idosos. Foram adotados os critérios de inclusão: 1) estudos fora do tema; 2) estudos em outros idiomas; 3) estudos publicados em anos anteriores a 2014; 4) estudos que não foram realizados com idosos. Foram encontrados 24 estudos na Lilacs; 26 estudos na SciELO e inúmeros estudos no Google Acadêmico (deu-se preferência às primeiras páginas, que faziam mais conexão com todos os termos pesquisados).

Dessa forma, o acompanhamento farmacoterapêutico, possibilita uma melhor eficácia de tratamento e consequentemente eleva o grau de segurança do uso desses medicamentos (LIMA et al, 2016). Além disso, os cuidados farmacêuticos devem ser voltados também para a estimulação do consumo consciente de medicamentos. Para isso, buscando alertar o idoso sobre os problemas relativos ao uso de medicações sem descriminação. O farmacêutico deve estar sempre a favor do paciente e não da comercialização desregrada de medicamentos – fator que tem aumentado o consumo de medicamentos não prescritos por um profissional de saúde, uma vez que os fármacos de venda livre estão entre as classes mais usadas para a automedicação (FERNANDES; CEMBRANELLI, 2015). RESULTADOS E DISCUSSÃO Para compor a amostra final foram incluídos 18 estudos que atenderam a todos os critérios propostos.

Revisão Integrativa da Literatura. Foi discutido o perfil dos cuidadores dos idosos no Brasil; Acesso aos medicamentos: um entrave persistente na assistência à saúde do idoso no domicílio; administração de medicamentos: os desafios da utilização; Observação clínica e comunicação sobre a farmacologia. Both et al. Cuidado farmacêutico domiciliar ao idoso: análise de perfil e necessidades de promoção e educação em saúde Traçar o perfil de idosos em municípios de pequeno porte no interior do RS, descrevendo a relação entre Atenção Farmacêutica (AF) e o uso de medicamentos por idosos. Pesquisa quantitativa. Grupos de educação em saúde são importantes para o esclarecimento de dúvidas, para a melhora da saúde dos idosos, e aumento do vínculo equipe/paciente.

VERNIZI; SILVA, 2016 A prática de automedicação em adultos e idosos: uma revisão de literatura Aprimorar os conhecimentos sobre automedicação em adultos e idosos. Revisão de literatura Foram abordados os temas: características da automedicação na população adulta; automedicação na população idosa; acesso à saúde e o impacto na automedicação; o papel dos estabelecimentos de dispensação de medicamentos. Lopes et al. Utilização de Medicamentos potencialmente inapropriados por idosos em domicílio Avaliar a frequência de utilização em domicílio de medicamentos potencialmente inapropriados por idosos e analisar a significância. Assistência Farmacêutica: Uma reflexão sobre o papel do farmacêutico na saúde do paciente idoso no Brasil Realizar um levantamento bibliográfico sobre o papel da Assistência Farmacêutica ao idoso no Brasil.

Revisão da literatura. Evidenciou-se alto índice de erros relacionados ao uso de medicamentos. A intervenção do farmacêutico, junto à equipe multiprofissional pode reduzir esses erros, melhorando a farmacoterapia e qualidade de vida dos pacientes. CARVALHO; SENA, 2017 Problemas relacionados à manutenção do tratamento medicamentoso em pacientes idosos e as contribuições da atenção farmacêutica Investigar os principais problemas relacionados à manutenção do tratamento medicamentoso de pacientes idosos e a contribuição da Atenção Farmacêutica para minimizar essas complicações. predominou o gênero feminino, com idade entre 60-70 anos; ensino fundamental completo, a Losartana 50 mg apresentou maior prevalência de uso e a Hipertensão Arterial Sistêmica prevaleceu entre as patologias. SALES; SALES; CASOTTI, 2017 Perfil farmacoterapêutico e associados à polifarmácia entre idosos de Aiquara, Bahia, em 2014.

Descrever os medicamentos utilizados e analisar os fatores associados à polifarmácia em idosos de Aiquara, Bahia, Brasil. Estudo transversal, censitário. Apenas 53,3% dos idosos utilizavam apenas medicamentos prescritos; 31,6% usava pelo menos um medicamento não prescrito. ao analisar o acesso dos idosos aos serviços de assistência farmacêutica oferecidos pelo Sistema único de Saúde (SUS) no município de Ribeirão Preto – SP, Brasil. Verificou-se através de uma coleta de dados de forma padronizada, que em uma amostra de 1000 idosos, menos da metade (46,8%) conseguiram todos os medicamentos contidos na prescrição por meio do SUS. Além disso, mais de 87,4% dos idosos entrevistados relataram não receber orientações do farmacêutico no momento da dispensação e que 37,1% desse grupo, não sabiam a posologia correta dos medicamentos que utilizavam.

Os autores também informaram que 62,2% dos idosos em pesquisa, deixaram de utilizar os medicamentos prescritos alguma vez ao longo do tratamento. Dessa forma, o estudo ressaltou que as dificuldades de acesso e a falta de conhecimento por parte desse grupo da terceira idade, sobre a posologia dos medicamentos, evidenciam-se a deficiência e a necessidade dos cuidados farmacêuticos nesse meio. Os farmacêuticos que assistem idosos com orientações sobre a saúde podem realizar atividades de análise de prescrição de medicamentos, acolhida profissional, conciliação medicamentosa, revisão da farmacoterapia, acompanhamento farmacêutico, educação em saúde e provimento de informações sobre medicamentos aos pacientes e cuidadores, orientações de alta, incremento do autocuidado e adesão ao tratamento, identificação de problemas relacionados a medicamentos, encaminhamentos e suporte técnico à equipe multiprofissional (PELENTIR; DEUSCHLE; DEUSCHLE, 2015; RONZONI; MARAGNO, 2016).

Conhecer o perfil dos idosos possibilita planejar melhores cuidados farmacêuticos e direciona-los para as intervenções específicas na implementação de seu tratamento (SALES; SALES; CASOTTI, 2017). Dessa forma, o profissional farmacêutico ao realizar a dispensação de medicamentos, deve se atentar a orientar o idoso ou auxiliá-lo de todas as formas possíveis sobre o procedimento da medicação, verificando as particularidades de cada paciente, observando suas fragilidades e buscando oferecer uma orientação voltada para suas especificidades e limitações. Esse processo deve ser executado com muita paciência e dedicação, devido às dificuldades e diminuições cognitivas desse grupo de faixa etária, promovendo bem-estar físico e psicológico a esses pacientes (MOURA et al. Lopes et al. ALVARENGA, M. R. M. DE SALES MOURA, C.

RENOVATO, R. SANTOS, V. REIS, T. M. AYRES, L. R. F. ROSA, F. PERASSOLO, D. ALBUQUERQUE, F. M. L. M. LEITE, S. N. Conduta do tratamento medicamentoso por cuidadores de idosos. ELY, L. S. DALL’AGNOL, R. RIGO, M. P. PILOTO, J. A. R. Atenção farmacêutica ao idoso: uma revisão.  Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research–BJSCR, v. COSTA, E. M. RABELO, A. R. LIMA, J. CARDOSO, G. C. MORRONE, F. B. CARLI, G. Aspectos fisiopatológicos do envelhecimento humano e quedas em idosos.  Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto, v. n. FERNANDES, W. S. R. PEREIRA, L. L. V. GODOY, M. C. REIS, A. M. M. Utilização de medicamentos potencialmente inapropriados por idosos em domicílio. C. GOMES, F. M. N. ROLIM, N. GOMES, L.

Prevalência de hipertensão arterial sistêmica em idosos no Brasil entre 2006 e 2010.  Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, v. n. p. Text Context Enf, Florianópolis, v. n. p. MINAYO, M. C. G. SILVA, A. L. A. O envelhecimento populacional brasileiro: desafios e consequências sociais atuais e futuras. T. T. LIMA, R. R. O. N. MELO, D. A. Cuidados farmacêuticos na automedicação dos idosos. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, v.  Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. n. p. PELENTIR, M. DEUSCHLE, V. E. B. BIENE, A. CARNEIRO, S. R. B. PINHO, L. SILVEIRA, M. F. BOTELHO, A. n. p. RONZONI, M. M. MARAGNO, C. A. Perfil farmacoterapêutico e fatores associados à polifarmácia entre idosos de Aiquara, Bahia, em 2014.

 Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. p. SILVA, P.  Journal of Health & Biological Sciences, v. n. p. SILVA, J. V.  Caderno de Graduação-Ciências Biológicas e da Saúde-UNIT-ALAGOAS, v. n. p. SILVEIRA, E. A.  Ciência & saúde coletiva, v. p. VERNIZI, M. D. SILVA, L. D. M. FRANCESCHINI, S. D. C. RIBEIRO, S. C. C. Intervenções do farmacêutico clínico em uma Unidade de Cuidados Intermediários com foco no paciente idoso.  Einstein, v.