A IMPORTÂNCIA DA ERGONOMIA NA PREVENÇÃO DE DOENÇAS OCUPACIONAIS

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Arquitetura e urbanismo

Documento 1

A pesquisa será realizada em forma de revisão bibliográfica, em consulta a artigos publicados em livros e revistas científicas abrangendo os últimos dez anos, na área de segurança do trabalho. Após a Revolução Industrial e até algumas décadas atrás, a saúde do trabalhador era pouco valorizada pelas empresas. A preocupação era a produção em massa, independentemente das condições de trabalho oferecidas. Com o aumento da prevalência de doenças ocupacionais e custos com afastamentos, é que a necessidade de dar atenção à saúde do trabalhador surgiu. A ergonomia é uma ciência que tem como foco primordial estudar a atividade de trabalhadores em contextos reais de produção, com o objetivo de diagnosticar possíveis inadequações na realização das tarefas e, consequentemente, disponibilizar medidas de correção.

With the increase in the prevalence of occupational diseases and the cost of sick leave, the need to pay attention to workers' health arose. Ergonomics is a science whose primary focus is to study the activity of workers in real production contexts, with the aim of diagnosing possible inadequacies in carrying out tasks and, consequently, providing corrective measures. Ensuring good working conditions will benefit not only the worker, whose health will be preserved, but will also benefit the organization by the fact that the healthy worker will be more productive. Keywords: Occupational Health. Ergonomics. As empresas precisavam de mão-de-obra para produzir e os indivíduos se colocavam à disposição para prestar seus serviços mediante uma remuneração. Contemporaneamente, o trabalho está associado à independência financeira, autonomia, interação social e autoestima.

Devido às demandas contemporâneas, significativamente influenciadas por aspectos da globalização e avanços tecnológicos, bem como devido ao novo perfil do consumidor, cada vez mais exigente, o ambiente de trabalho acabou sendo prejudicado devido às exigências. O trabalhador precisa produzir mais, muitas vezes em condições inadequadas, realizando jornadas duplas, acumulando funções, sem períodos de descanso proporcional, entre outros cenários. Essas condições favorecem o surgimento de doenças ocupacionais, sejam físicas ou mentais. A metodologia de pesquisa se embasa na revisão bibliográfica, em consulta a artigos publicados em livros e revistas científicas da área de segurança do trabalho, abrangendo os últimos dez anos. As plataformas de consulta foram o Google Acadêmico, Scielo e Bibliotecas virtuais. Principais palavras usadas como vetores de pesquisa serão ergonomia, doenças ocupacionais e saúde do trabalhador.

O estudo discorre de forma narrativa descritiva, sem intenção de apresentar pontos de vistas conflitantes entre os autores consultados. Embora seja inegável a relevância de oferecer medidas que visam preservar a saúde do trabalhador, algumas empresas ainda encaram as ações que promovem a saúde ocupacional, como despesas e não investimentos. Nos primórdios, dentro do contexto das sociedades tribais, as atividades envolviam basicamente a exploração da natureza, de forma organizada, para garantir o sustento da pequena sociedade. Esse modelo ainda pode ser visto nas tribos indígenas, a título de exemplo. Com o passar do tempo, com a formação do Estado, ocorreu uma nova organização do trabalho, onde a principal característica foi a origem da propriedade privada e acumulação do capital.

RIBEIRO, 2017). Tomando por base o século passado até o momento, o trabalho passou por metamorfoses consideráveis. Dito de forma simples, todos precisam do trabalho de alguém e todos trabalham para alguém. O trabalho representa coletividade. Nas primeiras civilizações, os homens reuniam-se em grupos para caçar, pescar e coletar alimentos e atualmente, o trabalho continua sendo realizado de modo cooperativo entre as pessoas. Com o passar do tempo o trabalho evoluiu. Houve, por exemplo, a divisão do trabalho, distribuindo tarefas de acordo com sexo, idade, força, habilidade e percepção. As demandas da sociedade exigem novas adaptações na cadeia produtiva e sistemas de distribuição de formas constantes. As empresas que não se adaptam a tais demandas, acabam perdendo espaço para as concorrentes.

Neste verdadeiro frenesi, o trabalhador sofre impactos relevantes na sua forma de trabalho. Contemporaneamente, é totalmente comum e aceito no ambiente empresarial, que trabalhadores executem mais de uma função, realize longas jornadas de trabalho, esteja disponível para trabalho em turnos e viagens até mesmo diárias, além do constante aumento das metas. Embora a maioria dos trabalhadores estejam cientes de que tais exigências trabalhistas podem ser cobradas e mesmo que estes estejam dispostos a encarar os desafios, com o passar do tempo, este ambiente pode impactar na sua saúde. Mesmo o comportamento dos profissionais gera certa tensão, isso porque a globalização promove fusões, aquisições e reestruturações de empresas, o que produz um sentimento de insegurança entre os funcionários, incluindo os executivos de direção.

DOPPLER, 2018). A modernização no trabalho, por si só, já representou a presença de certas inseguranças. A multiplicação dos computadores e demais recursos tecnológicos aumentou a relevância do trabalho mental, ou seja, as principais ferramentas deixaram de ser as mãos, passando a ser o pensamento e funções cognitivas. O trabalho passa a representar uma condição contrária ao que realmente deve propor, ou seja, deixa de oferecer contentamento e satisfação, passando a representar frustração e caracterizar condições inadequadas para a saúde do trabalhador, quando extrapola certos limites, gerando o que se denomina excessos. MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2018). Fatores Ambientais Os fatores ambientais estão relacionados a exposição a substâncias perigosas; exposição a ruídos de alta frequência; exposição a explosões, iluminação inadequada, exposição a altas ou baixas temperaturas, entre outros cenários.

Um tempo de exposição prolongado pode transformar condições toleráveis em condições extremas ou intoleráveis. O ruído, a título de exemplo, é um elemento do ambiente. Pode se tornar “um agente agressivo, pois implica o risco de lesar o ouvido, mascarar sinais úteis e tornar a situação muito desconfortável”. BARTHE et. al. p. O trabalhador, inserido nesta carga de jornadas de trabalho, estará num desiquilíbrio quase permanente. Esforços Repetitivos As lesões por esforço repetitivo (LER) “são um dos problemas físicos mais comuns que pode causar limitações ou mesmo incapacidade de trabalhar”. O adoecimento psíquico afeta não somente a integridade biológica da pessoa, como também sua integridade como ser humano. A síndrome de Burnout, uma das doenças mentais mais prevalentes entre trabalhadores contemporâneos, afeta a produtividade do indivíduo, devido à queda de rendimento, sentimento de frustração e baixa autoestima.

Depressão, síndrome do pânico e TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático) também são muito prevalentes no âmbito empresarial. OLIVEIRA E PIZA, 2016). O estresse é outro elemento amplamente abordado na literatura contemporânea, independentemente da área onde está inserido. excluídos do trabalho para o resto das suas vidas”. SOUSA-UVA E SERRANHEIRA, 2013, p. As relações entre o trabalho e a saúde dizem respeito a várias disciplinas. Entre elas é possível citar a ergonomia, a medicina do trabalho, toxicologia, psicodinâmica, saúde pública, entre outras. O PAPEL DA ERGONOMIA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE DO TRABALHADOR A saúde do trabalhador, também denominada saúde ocupacional, pode ser definida utilizando-se as bases para definição da saúde como um todo.

Medidas preventivas são sempre mais eficazes do que as medidas corretivas. A ergonomia é uma ciência que atua expressivamente nesta proposta porque sua filosofia central é atuar na mudança de estilo de vida do trabalhador. Ou seja, na proposta de promover a saúde do trabalhador através do seu estilo de vida, estão inclusas a alimentação correta, a redução de ingestão de bebidas alcoólicas ou tabaco e outras drogas e a prática de exercícios físicos. Todas essas iniciativas são de preocupação da ergonomia. SOUSA-UVA E SERRANHEIRA, 2013). PEGATIN, 2020, p. Dito de forma concisa, a ergonomia tem como objetivo identificar situações com potencial dano e transformar as condições de trabalho baseada nas atividades das pessoas. A ergonomia estuda a atividade de trabalhadores em contextos reais de produção de forma a constituir um diagnóstico baseado nas inadequações das tarefas e os consequentes problemas enfrentados por eles para, posteriormente, agir visando às transformações necessárias para preservação da saúde dos trabalhadores e para melhoria dos processos produtivos.

GONÇALVES et. al. As raízes da ginástica laboral datam do ano de 1925 – como uma ginástica de pausa para operários. Os primeiros países a adotarem este recurso foram Polônia, Holanda, Rússia, Bulgária, Alemanha Oriental, respectivamente. Depois demais países foram adotando esse tipo de ginástica. MENDES E LEITE, 2012). No Brasil, a ginástica laboral começou a ser aplicada no ano de 1969. A ginástica laboral abrange vários aspectos da vida do trabalhador e suas funcionalidades. “Trabalha o cérebro, a mente, o corpo e estimula o autoconhecimento, visto que amplia a consciência e a autoestima e proporciona um melhor relacionamento consigo mesmo, com outros e com o meio”. MENDES E LEITE, 2012, p. A ginástica laboral oferece um novo espaço de qualidade de vida, saúde é lazer, pelo fato de ser realizada de modo espontâneo e criativo pelo trabalhador no seu ambiente e horário de trabalho.

A ergonomia contribui para a concepção de sistemas seguros, efetivos e confortáveis na interação entre o homem e o meio e analisa aspectos sobre trabalho e produção, pontuando enfaticamente as condições de trabalho e a adaptação do trabalhador, tendo como competência designar objetos, utensílios, ferramentas, softwares, mobiliários e outros elementos para a realização do trabalho de forma adequada. A ginástica laboral é eficaz pelo fato de poder ser aplicada no próprio ambiente de trabalho, durante o período do expediente e não demanda muito tempo. No entanto, a ergonomia é responsável por vários outros aspectos no âmbito organizacional. A ergonomia analisa a infraestrutura da empresa de um modo geral, avaliando fatores de riscos e a partir de então, quais as principais estratégias deverão ser adotadas.

O local de trabalho confortável, melhor disposição do maquinário para manipulação humana, a iluminação adequada, controle de ruído, controle de substâncias químicas, entre outros elementos estão sob a observação da ergonomia. A empresa que adota a ergonomia como parte de seus processos se beneficia duplamente, pois promove a qualidade de vida do trabalhador e se desenvolve. Essas doenças são responsáveis por inúmeros afastamentos, absenteísmo, custos com indenizações, além do impacto social nos trabalhadores, os quais muitas vezes ficam afastados em definitivo de suas funções. A doença ocupacional pode ocorrer com base numa diversidade de fatores. Os principais fatores de risco são tradicionalmente classificados como físicos, químicos, biológicos, psicossociais e relacionados com a atividade, também denominado como ergonômicos, por alguns autores.

Essas cinco categorias constituem fatores de risco que tornam suscetíveis a presença de danos para a saúde. A ergonomia é uma ferramenta que vem contribuindo, significativamente, para a manutenção da saúde do trabalhador e prevenção de doenças ocupacionais. al. Trabalhar em horários atípicos. In: FALZON, Pierre. Ergonomia. ª Edição. Revista Brasileira de Saúde Educacional, vol. n. p. Disponível em: <https://www. scielo. Disponível em: <https://enit. trabalho. gov. br/portal/images/Cartilhas/Cartilha-doencas-ocupacionais. pdf> Acesso: 27/05/2020. joinpp. ufma. br/jornadas/joinpp2017/pdfs/eixo2/ainfluenciaeaimportanciadotrabalhoparaasociedadeesuasdiferentesconcepcoes. pdf> Acesso: 24/05/2020. SILVEIRA, Rhenus Victor Luna; VIEIRA, Jadson Henrique dos Santos. Med. Trabalho, vol. n. p. Disponível em: <https://www.

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