A Globalização na Cultura Organizacional Brasileira

Tipo de documento:Projeto de Pesquisa

Área de estudo:Administração

Documento 1

O artigo resenhado discute os estudos clássicos que generalizam a visão da cultura de um país ou região e defende, apoiado em diversos estudos contemporâneos, que tal análise não pode ser aplicada, com sucesso, a um país de dimensões físicas e humanas como o Brasil. O texto é bem organizado nas 5 seções “Introdução”, “Cultura e Cultura Organizacional: a Formação do Campo” (discute o termo geral “cultura” e a categoria “cultura organizacional”), “Cultura Organizacional Brasileira” (explora a relação com a cultura organizacional brasileira), “Perspectiva Regional e a Condição Brasileira” (avança sobre a questão regional no país) e “Comentários Finais” (faz uma análise final do objeto em estudo e tece sugestões para o avanço do campo).

“Cultura Organizacional na Perspectiva Cultural Regional Brasileira” afirma que seu objetivo é “analisar o contexto cultural brasileiro, suas multiplicidades e suas ambiguidades e a influência dessa característica no universo organizacional do país”. Qual a importância dessa abordagem? Sustenta que “o reconhecimento da heterogeneidade da cultura brasileira e sua influência no comportamento organizacional pode contribuir para a eficiência das organizações, principalmente em áreas de gestão onde o componente regional possui maior poder de influência”, como “em ações mercadológicas ou de gestão de pessoas” (p. De acordo com o texto, “é natural”, para empresas “que atuam em diferentes regiões ou países”, “a convivência com realidades culturais distintas daquela encontrada em sua matriz, o que leva a inquietações e desafios adicionais aos gestores” como (1) “as formas como as organizações lidam com as diferenças culturais de seus colaboradores”, (2) “a adequação das estratégias organizacionais aos diferentes contextos culturais”, (3) “a maneira como essas organizações agem diante da mudança de costumes de novos consumidores”, entre outros (p.

Tais análises “continham abordagens históricas, sociológicas e antropológicas” iniciadas “com a formação plural do povo com as raças portuguesa, indígena e africana” mais “a influência de cada uma delas para a formação da matriz cultural do país”. Já a “segunda corrente foca nos aspectos simbólicos das relações sociais”, “com ênfase nas particularidades e idiossincrasias da sociedade brasileira”, como o “jeitinho brasileiro” ou o “você sabe com quem está falando?” (p. No Brasil, afirma, “o hibridismo emerge como característica importante” para compreender “os impactos dos fluxos culturais” e do “processo de globalização”. Ele “valoriza o intermediário em muitas dimensões”: no mulato, “junção entre o preto e o branco”; no sincretismo religioso “entre catolicismo e cultos africanos”; na mistura entre moderno e tradicional; na “economia estatal e empreendedora”; “ou ainda entre a casa e a rua”.

Informa que Wood Jr. “Hoje”, pondera Henrique Muzzio, a “análise da perspectiva regional” “não mais fica relacionada a um espaço territorial com fronteiras delimitadas”, e inclui “novas vertentes como os valores, as atitudes, os comportamentos, os fluxos culturais, as simbologias próprias, as ressignificações locais, as dinâmicas comerciais etc. “Diante disto”, prossegue, “historiadores, antropólogos, sociólogos, geógrafos, entre outros” “passam a valorizar mais a identidade cultural comum como elemento norteador” pela “incorporação de uma visão multidisciplinar”. Como base para tal afirmação a obra enumera diversos trabalhos:  Soja (1993) “trabalha a perspectiva espacial por meio de um olhar contemporâneo da geografia”.  Vayrynen (2003) “traz uma perspectiva geopolítica” ao defender “que o espaço tem sido objeto de revisão de sua dimensão dada uma nova ordem mundial em que” ele “é visto como elemento de disseminação de transações econômicas” e “como proteção da hegemonia capitalista global”, significando que “o novo regionalismo possui uma função de proteção do território contra os efeitos negativos da globalização”.

 Yeung (1998) “ressalta a importância de uma perspectiva relacional do espaço” para se compreender “as lógicas em um mundo globalizado” (p. “Há regiões culturais diferentes” com “consumidores diferentes”, “funcionários diferentes”, “códigos culturais distintos” e “variadas formas de gestão”. E conclui: “Não há um Brasil, mas sim alguns brasis que seria pertinente reconhecermos”. “Cultura Organizacional na Perspectiva Cultural Regional Brasileira” é bem fundamentado. Apresenta diversos estudos contemporâneos que abordam uma perspectiva de países com várias culturas, mesmo reconhecendo que exista uma “cultura nacional”, um conjunto de comportamentos e crenças comum a todos os nacionais. E bem estruturado: primeiro explica cultura, depois a categoria “cultura organizacional”, para daí mergulhar em “culturas e subculturas” e ligar tal raciocínio ao contexto brasileiro.

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