A FORMAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NO ESPAÇO CLÍNICO E INSTITUCIONAL

Tipo de documento:Projeto

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Palavras-chave: Psicopedagogia. Clínica. Institucional. Dificuldades de aprendizagem. INTRODUÇÃO Para compreendermos a formação do psicopedagogo, faz – se necessário o entendimento do que é a Psicopedagogia, como surgiu e qual a sua trajetória, nos últimos tempos. Conceito A origem da palavra psicopedagogia surgiu a partir da reunião de duas áreas: psicologia (psico) e pedagogia. O Conselho Federal da Psicologia define a Psicopedagogia como: Área de interseção entre a Psicologia e a Pedagogia, um saber constituído a partir das intervenções na educação, destas duas áreas em conjunto, envolvendo atividades que são da competência do psicólogo e do pedagogo. Ou seja, é uma especialidade no âmbito das duas áreas e que, portanto, exige a formação geral e básica em uma delas. Porém, a psicopedagogia, segundo Lino de Macedo (1992): O termo já foi inventado e assinala de forma simples e direta uma das mais profundas e importantes razões da produção de um conhecimento científico: o de ser meio, o de ser instrumento, para outro, tanto em perspectiva teórica ou aplicada.

Desta forma, nos remete a pensar que, a partir da necessidade de melhor compreensão do processo de aprendizagem e de como se constrói esse processo, o termo, psicopedagogia não se basta como a aplicação da psicologia e da pedagogia, pois que transcende estas duas, ampliando seu leque de conhecimento, transformando-se, não mais em uma intercessão entre as duas, mas sim como uma nova ciência. Embora não tenhamos um único conceito e definição para psicopedagogia, podemos concluir que é a área que busca compreender as aprendizagens humanas e os respectivos processos de desenvolvimento, utilizando recursos pedagógicos e psicológicos, aliando-os às diferentes áreas do conhecimento como já listados acima. Objeto da Psicopedagogia Como toda a ciência há um objeto a ser estudado, muito embora o termo psicopedagogia ainda não tenha clareza quanto a sua total dimensão.

Para Kiguel (1991): Historicamente a Psicopedagogia surgiu na fronteira entre a Pedagogia e a Psicologia, a partir das necessidades de atendimento de crianças com ‘distúrbios de aprendizagem’, consideradas inaptas dentro do sistema educacional convencional e, no momento atual, à luz de pesquisas psicopedagógicas que vêm se desenvolvendo, inclusive no nosso meio, e de contribuições da área da psicologia, sociologia, antropologia, linguística, epistemologia, o campo da psicopedagogia passa por uma reformulação. De uma perspectiva puramente clínica e individual busca-se uma compreensão mais integradora do fenômeno da aprendizagem e uma atuação de natureza mais preventiva. Para esta autora, acima citada, o objeto central da psicopedagogia se estrutura em torno do processo de aprendizagem humana e seus padrões evolutivos normais e patológicos e a influência do meio (família, sociedade e escola).

O objeto de estudo da psicopedagogia, pela sua complexidade, necessita de diversas teorias embasadas na psicanálise, na psicologia social na Epistemologia, na Psicologia Genética, na linguística e demais áreas já supracitadas. Em se tratando da psicanálise, esta encarrega - se do mundo inconsciente, da dinâmica que se expressa por sintomas e símbolos; a Psicologia Social, da constituição dos sujeitos, as relações familiares, grupais e institucionais, condições socioculturais e econômicas; a Epistemologia e a Psicologia Genética descrevem o processo construtivo do conhecimento; a linguística, a compreensão da linguagem. Essas áreas não surgiram com o objetivo de compreender a aprendizagem humana, entretanto, cada uma de uma forma e objetivos diferentes, sob a luz do olhar psicopedagógico, delineia um norte ao terapeuta.

As possibilidades são inúmeras quando abordamos crianças com dificuldades de aprendizagem e nem sempre encontramos a sua explicação na metodologia inadequada da escola. Por exemplo: podemos citar uma criança que seja encaminhada por não estar conseguindo ler e escrever. Formação na Pós-graduação lato sensu – Especialização   Esta formação pauta-se pelas exigências da Resolução CNE/CES nº 1, de 8 de junho de 2007 acrescidas das recomendações que emanam da especificidade da formação do psicopedagogo. As disciplinas que fundamentam a formação do psicopedagogo (introdutória, específicas, eletivas e de orientação) devem estar articuladas por meio da pesquisa e da atuação supervisionada, culminando com a apresentação da monografia, trabalho de conclusão de curso ou artigo científico.

Formação na Graduação: A formação na graduação baseia-se na Resolução CNE/CP 28/2001 acrescidas das recomendações que emanam da especificidade da formação do psicopedagogo. As disciplinas que fundamentam a formação do psicopedagogo (introdutória, específicas, eletivas e de orientação) devem estar articuladas por meio da pesquisa e da atuação supervisionada, culminando com a apresentação da monografia ou artigo científico. Formação na Pós-graduação Stricto Sensu - Mestrado Profissional: A formação em nível de mestrado profissional deve respeitar a portaria normativa n° 7 de 22 de junho de 2009 - CAPES*. A formação do psicopedagogo na modalidade EAD semipresencial é possível, desde que preservados os princípios desta formação.   OBS. As Instituições que se sentirem preparadas para se credenciarem nesta modalidade deverão atender ás exigências do Decreto nº 3.

Recomendamos o contato com a relatoria da Comissão Assessora para Educação Superior à Distância (Portaria MEC nº 335, de 6 de fevereiro de 2002) e o Decreto nº 6. de 12 de dezembro de 2007. Sociologia: cultura, sociedade e ideologia, pensamento contemporâneo. Psicopedagogia e as áreas de conhecimento 8. Desenvolvimento sócio - afetivo e implicações na aprendizagem 9. Desenvolvimento cognitivo, aquisição de conhecimento e habilidades intelectuais. Desenvolvimento psicomotor e Implicações na aprendizagem. • Pesquisa em Psicopedagogia • Atuação supervisionada clínica e institucional (grifo nosso) • Trabalho de conclusão de curso articulando teoria e prática Recomenda-se a realização de Seminários Integradores com o objetivo de articular, sintetizar e ampliar as disciplinas desenvolvidas em cada eixo temático, possibilitando o desenvolvimento de uma consciência interdisciplinar. Carga Horária: No lato sensu recomenda-se que a carga horária mínima do curso seja de 600 horas presenciais, observando-se a especificidade e complexidade da formação e especialização do psicopedagogo, sendo 75% de aulas teóricas e 25% de atuação supervisionada.

Os cursos de graduação em Psicopedagogia devem ter no mínimo 3200 horas de efetivo trabalho acadêmico, ao longo de 4 (quatro) anos de duração, com a seguinte distribuição da carga horária: 300 horas dedicadas ao estágio supervisionado, desenvolvido em atividades nas áreas institucionais e clínica; 100 horas de atividades complementares realizadas em áreas específicas do interesse dos alunos, mediante comprovação; (grifo nosso). horas dedicadas às atividades formativas, incluindo fundamentação e intervenção. Os cursos presenciais de graduação, desde que autorizados pelo MEC, podem compor sua carga horária com até 20% de atividades na modalidade de EAD. Estimular novas capacidades e introduzir este indivíduo no meio social. Em algumas situações é possível que o Psicopedagogo venha a solicitar a ajuda de outros profissionais como fonoaudiólogo, psicomotricista, neurologista dentre outros.

Nestas situações, os profissionais instituirão uma linha terapêutica para que o trabalho seja integrado. O atendimento clínico é feito em consultórios, previamente projetados para que o paciente tenha todos os recursos disponíveis para a intervenção. Para Weiss (2000), a prática psicopedagógica deve considerar o sujeito como um ser global, composto pelos aspectos orgânico, cognitivo, afetivo, social e pedagógico. Na área da saúde, em instituições hospitalares, o trabalho será com o objetivo de reconhecer as alterações de aprendizagem provocadas pela internação do paciente, bem como as dificuldades provocadas por patologias pré-existentes ou adquiridas, tornando possível o reingresso desta criança ou adolescente à escola sem maiores prejuízos. Quanto às empresas, o objetivo é favorecer a aprendizagem para uma nova função, auxiliando no desenvolvimento mais efetivo das atividades.

CONCLUSÃO Para podermos compreender melhor a formação do Psicopedagogo e quais as diferenças de formação entre o Psicopedagogo Clínico e Institucional precisamos conhecer um pouco do surgimento da Psicopedagogia, em especial no Brasil, uma vez que há uma trajetória percorrida e marcada por três momentos, segundo Moojen (1999). O primeiro momento, na década de 60, no século passado, a psicopedagogia tinha como abrangência as áreas da Pedagogia, da Psicologia e da Medicina (Neurologia) e o objetivo era o estudo das dificuldades de aprendizagem e suas origens. Com essa visão a prática psicopedagógica dedicava-se ao desaparecimento do sintoma, com a reeducação ou remediação, baseadas em metodologias que valorizassem os aspectos motores e perceptivos. A formação envolve diversificados profissionais, o que caracteriza o caráter interdisciplinar que requer o profissional de psicopedagogia, mas ao mesmo tempo, por esta mesma razão, há dificuldades de construir uma identidade própria.

Outro aspecto importante é o fato de que os cursos oferecidos, na sua grande maioria são cursos de especialização, enquanto a formação em nível de graduação, com duração de cinco anos, como ocorre na Argentina, proporciona um conhecimento bem mais sólido e amplo e, por consequência uma prática mais consistente. Os cursos devem atender às exigências mínimas do Conselho Federal de Educação (CFE) quanto à carga horária, critérios de avaliação, formação do corpo docente. Entretanto, não há normas ou critérios mínimos na questão do conteúdo, o que abre a grande diversificação das formações. Ora, se já existem divergências acerca do que é Psicopedagogia, cada curso terá um referencial teórico de acordo com a sua concepção, desta maneira, também serão abertas as portas para cursos com ênfase na clínica ou no institucional.

Sendo assim, busca os significados de cada dado permitindo dar sentido ao observado. O termo clínico, vem da Medicina, onde o médico observa, vê, escuta seu paciente para então fazer seu diagnóstico e elaborar o tratamento. Este “olho clínico”, utilizado pela psicopedagogia foi emprestado da Medicina e refere-se à postura terapêutica do psicopedagogo. Nesse “contexto, a observação significa o ‘olhar e a escuta” numa postura clínica, frente à produção do sujeito, para decifrar uma mensagem um silêncio, uma recusa, uma atitude É a partir da leitura desses símbolos que será possível verificar o que está por trás do não-aprender. Partindo desta ótica, que o psicopedagogo, utilizará o referencial teórico adequado a cada situação. Decreto nº 5. de janeiro de 2005.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações, 2002. BRASIL. Parecer do Conselho Nacional de Educação/CP, 2001.   ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA. Diretrizes Básicas da Formação de Psicopedagogos no Brasil. São Paulo, 12 de dezembro de 2008. Psicopedagogia: diferentes contextos, diferentes olhares. Porto Alegre: Alcance, 2010. WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia institucional: controvérsias, possibilidades e limites In SARGO, Claudete (org. A práxis psicopedagógica brasileira.

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