A FAMÍLIA COMO PONTO CHAVE NO TRATAMENTO TERAPÊUTICO DE PACIENTES PORTADORES DE TRANSTORNOS MENTAIS

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Psicologia

Documento 1

Atualmente o tratamento terapêutico envolve um conjunto de ações e profissionais de várias áreas, além da família e da sociedade. Assim, ao compreender a importância do envolvimento familiar diante do tratamento de pacientes com transtornos mentais, o presente estudo teve como objetivo identificar e apresentar o papel da família e o seu lugar nos serviços de assistência psiquiátrica. Para isto, foi realizado uma pesquisa bibliográfica, onde busca por soluções através de um conjunto de procedimentos dispostos de maneira ordenada, de maneira que atenda ao objeto do estudo. A pesquisa foi realizada através da busca de estudos nas seguintes base de dados: Scielo (Scientific Eletronic Library Online) e Pepsic (Periódiocos Eletrônicos em Psicologia). Foram selecionados artigos a partir dos descritores: família, transtornos mentais, saúde mental e tratamento, escritos no idioma português e inglês.

Portanto, o tratamento em saúde menta concretiza-se com a aproximação dos profissionais da saúde, os serviços oferecidos, a família e o paciente, considerando-se ainda, as particularidades culturais, econômicas e sociais (RHEINHEIMER e KOCH, 2016). O cuidado torna-se portanto, o elemento primordial diante da transformação do estilo de vida, o modo que sente e o sofrimento do paciente (CARDOSO e OLIVEIRA, 2015). Desta forma, “a família é a primeira rede que referencia e totaliza a proteção e a socialização dos indivíduos” (NASCIMENTO et al. p. Neste sentido, Nascimento et al. Desta forma, o conceito que orienta clinicamente o transtorno mental é encontrado na literatura especializada de doenças e transtornos mentais sendo estas: a Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento (CID-10); o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) e a da Organização Mundial de Saúde (OMS) (CARVALHO e MACIEL, 2003).

Ter esta concepção que caracterize a doença/transtorno, pode auxiliar os profissionais da área da saúde a definirem com mais fidedignidade o diagnóstico e o tratamento. Desta forma, a intervenção depende da habilidade em identificar qual indivíduo faz parte deste grupo (LOLLAR, 2002). Nota-se portanto, que o interesse para definir e mensurar a incapacidade tem sido algo em crescimento na sociedade (CHATTERJI, USTUN e BICKENBACH, 1999). Assim, a OMS segue as referências de classificação da CID-10, que oferece um modelo etiológico, ou seja, classifica o diagnóstico de maneira padronizada e “[. A partir disso, a criação de novos métodos de tratamento estabeleceu como base o envolvimento familiar e assim, uma base comunitária, sendo que este meio foi uma das mais importantes ações diante da Reforma Psiquiátrica, pois, fundamenta ao indivíduo o acolhimento, cuidado e preparo de uma vida social (NASCIMENTO et al.

Neste sentido, “acredita-se que as consequências da reforma psiquiátrica, sem desmerecer seus méritos, se refletem, de forma direta, na família do portador de transtorno mental, principalmente sobre as pessoas responsáveis pelo seu cuidado” (PIMENTA e ROMAGNOLI, 2008, p. Portanto, (Rheinheimer e Koch, 2016), aponta que este modelo tido como extra-hospitalar, o suporte matricial tem sido adotado por vários municípios, a fim de que se possa integrar a área da saúde mental com a atenção primária, desta maneira, busca-se a formação do cuidado colaborativo. Assim, “essa nova forma de produzir saúde vem de uma perspectiva de reconstruir o sujeito, de inseri-lo na sociedade, onde o sujeito volte a se relacionar com o mundo fora dos muros do hospital” (RHEINHEIMER e KOCH, 2016, p, 53).

Portanto, isto tem refletido em novas perspectivas sonhadas ainda junto às famílias e comunidades. A partir disso, surge a necessidade de alcançar a importância da família neste novo contexto. Para Pimenta (2008), através desta reforma, a família torna-se integrante do processo da reabilitação e também de desinstitucionalização do paciente com transtorno mental. Diante disso, nas discussões voltadas a política pública, a família tem alcançado atenção privilegiada, sendo inserida como modelo de atenção da saúde (MORENO e ALENCASTRE, 2003). Assim, diante da saúde mental, “[. os familiares têm sido chamados a participar ativamente na implantação do projeto terapêutico do portador de sofrimento psíquico bem como são atores privilegiados na luta por melhores condições de assistência psiquiátrica” (MORENO e ALENCASTRE, 2003, p.

afirmam que “o impacto da doença é influenciado mais pelas características da família diante do enfrentamento, pela qualidade do relacionamento com o paciente e pelas atitudes em relação à doença do que por sintomas específicos”. Desta forma, o diagnóstico de um transtorno mental é traduzido pela família “[. como um momento crise e luto, no qual ocorre um desequilíbrio entre a demanda de ajustamento e os recursos disponíveis para lidar com a questão” (SOARES e MUNARI, 2007, p. De acordo com Gonçalves e Sena (2001), inúmeros estudos que são encontrados na literatura, destacam-se por afirmarem que a sobrecarga que a família carrega diante o doente mental, provoca a incompreensão familiar e até mesmo a rejeição. Os autores ainda defendem que se não aceitam-se mais a exclusão dos loucos, o mesmo deve acontecer com relação a redução da reforma psiquiátrica e o retorno destes indivíduos às suas famílias “[.

Todavia, também a família pode se fazer presente, participando e ajudando ativamente na reintegração do portador de transtorno mental junto à sociedade e na promoção dos laços sociais (PIMENTA, 2008, p. Desta forma, Carvalho (2003), aponta que a família possui grande importância diante dos tratamentos dos pacientes com transtorno mental, pois, segundo o autor, ela possui história, experiência de todo o contexto do paciente. Assim, através destas relações entre família e paciente, é possível trabalhar para que o tratamento alcance patamares que estão além do olhar clinico. A partir disso, Pimenta (2008) afirma que o paciente torna-se integral diante da sociedade e não somente como a doença em si. Ao recorrer o envolvimento familiar diante do tratamento do paciente com transtorno mental, é importante que todo apoio e orientação também sejam oferecidos.

Considerando estas condições, torna-se claro que o trabalho e o tratamento mental são pontos complexos com inúmeras vertentes onde precisam de atenção e de cuidados. Assim, diante todas as condições expostas, torna-se cada vez mais nítido a importância familiar na incluída na assistência do tratamento do indivíduo com transtorno mental (PIMENTA e ROMAGNOLI, 2008). Para os autores Pimenta e Romagnoli (2008), é preciso que a família seja parceira atuando junto ao serviço de saúde mental, pois, ela está possui maior envolvimento na vida do paciente. Pimenta (2008), destaca ainda a importância da família, sendo que esta constitui-se também enquanto organização, pois trata-se de um grupo que não é fechado em torno de si e, nem é algo passivo com sua relação diante da sociedade: trata-se de um grupo que tem de ser mantido em movimento.

Ainda, “[. Entende-se ainda que, a relação que a família pode ter com o familiar com transtorno mental, pode ser tensa, contudo quando o paciente estiver com os sintomas do transtorno em controle, esta relação pode ser de maneira harmoniosa, de maneira que seja possível vislumbrar o paciente enquanto um ser único e repleto de potencialidades mesmo que apresente determinadas limitações, é possível reconhecer sua capacidade de relaciona-se e ainda de realizar atividades (BORBA et al. Em um estudo realizado por Bessa e Waidman(2013), as autoras identificaram que para que na rede de assistência em saúde mental alcance a consolidação de sua assistência de maneira integral e humanizada de acordo com a reforma psiquiátrica, é primordial que se tenha ainda um suporte financeiro para os serviços comunitários da saúde e também que seja sistematizado o trabalho destes serviços.

Segundo as autoras, “[. para isso, é necessário conhecer as necessidades das famílias que cuidam das pessoas com transtorno mental e buscar a resolução destas demandas com embasamento científico, ou seja, de forma sistematizada” BESSA e WAIDMAN (2013, p. CONSIDERAÇÕES FINAIS O caminho percorrido pela assistência em saúde mental, tem alcançado níveis cada vez mais saudáveis e positivos com relação ao paciente, família e sociedade. Recomenda-se portanto, que outros estudos sejam realizados focando ainda medidas que possam despertar a atenção da família para que seu papel e sua importância sejam destacados. REFERÊNCIAS AMARANTE, Paulo. A questão da saúde mental e atenção psicossocial: considerações acerca do debate em torno de conceitos e direitos. Physis Revista de Saúde Coletiva, v.

n.  Texto & Contexto Enfermagem, v. n. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. n. CARDOSO, Lucilene; GALERA, Sueli Aparecida Frari; VIEIRA, Mariana Verderoce. O cuidador e a sobrecarga do cuidado à saúde de pacientes egressos de internação psiquiátrica.  Acta Paulista de Enfermagem, v. CHATTERJI, Somnath; USTUN, Bedirhan; BICKENBACH, Jerome E. What is disability after all? Disability and rehabilitation, v. n. p. COLVERO, Luciana de Almeida; IDE, Cilene Aparecida Costardi; ROLIM, Marli Alves. Procedimentos metodológicos na construção do conhecimento científico: a pesquisa bibliográfica. Revista Katálysis, v. LOLLAR, Donald J. Public health and disability: emerging opportunities. Public Health Reports, v. São Paulo. NASCIMENTO, Keyla Cristiane do et al. O desafio familiar no cuidado às pessoas acometidas por transtorno mental.

Revista de Enfermagem UFPE On Line. Recife. O papel das Classificações da OMS-CID e CIF nas definições de deficiência e incapacidade. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. p. PIMENTA, Eliane de Souza. A relação das famílias no tratamento dos portadores de transtorno mental realizado no centro de atenção psicossocial: uma perspectiva institucionalista. RHEINHEIMER, Isabel Lermen; KOCH, Sabrina. O papel da família no cuidado com a pessoa portadora de transtorno mental. Revista Psicologia em Foco, v. n. p. Considerações acerca da sobrecarga em familiares de pessoas com transtornos mentais. Ciência, Cuidado e Saúde, v. n. p.

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