A CONTRIBUIÇAO DA NEUROPSICOPEDAGOGIA DIANTE DO FRACASSO ESCOLAR

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Diante dessa situação, todos os envolvidos buscam ações que possam acabar ou minimizar o fracasso escolar. Existem ciências que têm ajudado a compreender esse problema, oferecendo também possibilidades a serem utilizadas como recursos pedagógicos. A Pedagogia tem se apoiado na Neurociência e na Psicologia em uma ação sistêmica. Desse modo, a Neuropsicopedagogia é uma área do conhecimento interdisciplinar, voltado para os processos de ensino-aprendizagem. Diante do desafio aqui apresentado, pergunta-se: qual é a contribuição da Neuropsicopedagogia para reverter o fracasso escolar? Para responder esse questionamento, fazem-se necessários o alcance de alguns objetivos. INTRODUÇÃO Este estudo discorre a respeito do fracasso escolar nas séries iniciais do Ensino Básico, da rede pública de ensino. Esse é um problema antigo e tem sido uma dificuldade enfrentada por educadores, pedagogos, psicopedagogos e neuropsicopedagogos, bem como dos órgãos diretamente ligados à educação.

O fracasso escolar tem sido um dos maiores desafios no cotidiano escola, sendo uma preocupação da escola e da família. Trata-se de um fenômeno emergente da sociedade contemporânea, gerado por diversos fatores, especificadamente por dificuldades de aprendizagem dos estudantes, detectadas no desempenho escolar baixo destes. Diante desse problema, todos os envolvidos buscam ações com vistas a acabar ou minimizar o fracasso escolar. Os alunos podem apresentar dificuldades e problemas de aprendizagem por falta de limites na sala de aula, devido à estrutura organizacional e pedagógica da escola, a metodologia utilizada pelos professores, devido a necessidades especiais, dentre vários outros fatores. Existem teorias de cunho sociocultural que tentam explicar o fracasso na escola, “atribuindo como causa principal, as carências ou diferenças culturais, que vão desde os hábitos cotidianos de um grupo até sua incompetência linguística” (GRIFFO, 2000, p.

Há um grande número de estudos, fundamentados nesta teoria que aborda relações entre carência cultural e baixo desempenho escolar é um motivo “natural” para o fracasso escolar. Perrenoud (2000) diz que é a própria organização escolar do trabalho pedagógico que produz o fracasso escolar. E continua afirmando que definir fracasso escolar como consequência de dificuldades de aprendizagem é uma visão que separa os que têm êxito e daqueles que não têm e que o sentimento de fracasso experimentado por um estudante, muitas vezes é a usado para julgar a instituição escolar. Strick e Smith (2007) ressaltam que o ambiente doméstico exerce um importante papel para determinar se qualquer criança aprende bem ou mal. As crianças que recebem um incentivo carinhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas, tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas.

Essas crianças buscam e encontram modos de contornar as dificuldades, mesmo quando são bastante graves. O estresse emocional também poder comprometer a capacidade de aprendizagem. A ansiedade em relação a dinheiro ou mudanças de residência, a discórdia familiar ou doença pode não apenas ser prejudicial em si mesma, mas com o tempo pode corroer a disposição de uma criança para confiar, assumir riscos e ser receptiva a novas situações que são importantes para alcançar sucesso na escola. diferenças culturais, insuficiente ou inadequada instrução pedagógica), elas não são o resultado de tais condições (FONSECA, 2004, p. Geralmente no início da fase escolar inicial surgem as dificuldades de aprendizagem, principalmente quando a criança não aprende a ler, a soletrar, a escrever ou a calcular, quando há um atraso de desempenho em relação aos colegas de classe e os resultados avaliativos.

Esse problema é identificado por meio de dificuldades em nível de desenvolvimento, constatado na realização de tarefas típicas para esta etapa. Para Fonseca (2004), as dificuldades de aprendizagem ainda podem aumentar quando a escola superlota as salas de aula e ainda não oferece condições materiais para a realização das aulas, sendo os materiais didáticos existentes desatualizados, além de contarem frequentemente com muitos professores “desmotivados” pelas faltas de condições de trabalho. A escola não pode continuar a ser uma fábrica de insucessos. O controle neural das funções vegetativas – digestão, circulação, respiração, homeostase, temperatura-, das funções sensoriais e motoras, da locomoção, reprodução, alimentação e ingestão de água, os mecanismos da atenção e memória, aprendizagem, emoção, linguagem e comunicação, são temas de estudo da neurociência e da Neuropsicopedagogia (VENTURA, 2010, p.

Essa abordagem mostra o modo como o cérebro humano funciona, abrindo com isso, a possibilidade de os educadores utilizarem conhecimentos neurocientíficos em suas práticas pedagógicas. Razão pela qual, há pesquisadores de várias áreas do conhecimento, incluindo a educação que estão realizando investigações de como essa ciência pode solucionar problemas relacionadas ao uso do cérebro. O ambiente interfere no funcionamento do sistema nervoso, causando modificações tanto anatômicas, quanto funcionais no cérebro. Desse modo, há mudanças na quantidade de neurônios e as conexões entre eles (sinapses), conforme as experiências de vida do indivíduo da vida (VENTURA, 2010). Quanto à questão da identidade, estão se acumulando evidências de que os seres humanos são predispostos a desempenhar algumas operações intelectuais específicas cuja natureza pode ser inferida a partir de observação e experimentação cuidadosa.

Os esforços educacionais devem basear-se no conhecimento destas tendências intelectuais, assim como seus pontos de máxima flexibilidade e adaptabilidade (GARDNER, 1994, p. Segundo Russo (2015), as bases teóricas e práticas de suporte para os neuropsicopedagogos são provenientes da Neurociência e da Educação. Os estudos das neurociências auxiliam esse profissional a compreender como o cérebro funciona, bem como as articulações entre este e o comportamento do sujeito. Por sua vez, os estudos da pedagogia ajudam a entender o processo de ensino-aprendizagem. Os conhecimentos neuropsicopedagógicos possibilitam compreender o processo de desenvolvimento da aprendizagem de cada pessoa, possibilitando encontra estratégias pedagógicas para melhorar o ensino-aprendizagem. Para a Neuropsicopedagogia a aprendizagem sempre pode ocorrer, mas para alguns sujeitos é preciso muitos estímulos, atividades diferenciadas, que levem em conta o ritmo de desenvolvimento de cada educando (RUSSO, 2015).

Dessa forma, a Neuropsicopedagogia, é essencial para processos neuropsicobiológicos, tendo o cérebro como a fonte da aprendizagem humana, para encontrar possibilidades para trabalhar as dificuldades dos estudantes no que tange ao seu desenvolvimento na escola. Para isso, a Neuropsicopedagogia ajuda a entender o processo cognitivo do sujeito em aprendizagem, desde os primeiros anos de vida, suas dificuldades e as implicações principais referentes à aprendizagem (LIMA, 2017). A Neuropsicopedagogia visa realizar intervenções que se fazem necessárias para melhorar, compensar, adaptar o processo de aprendizagem de indivíduos que se encontram em condições de fracasso escolar, junto aos familiares, equipes multiprofissionais, escolas, professores para que sejam coparticipantes das práticas necessárias auxiliar os sujeitos com dificuldades a encontrarem o caminho do êxito no processo de aprendizagem (RUSSO, 2015). O neuropsicopedagogo deve trabalhar em conjunto com a família, a escola e outros profissionais ou instituições envolvidas, para poder chegar a um consenso a respeito dos problemas e das possibilidades de soluções.

São questões como essas que merecem a atenção do psicopedagogo, e podem transformá-lo num mediador entre o aluno, a escola e a família, tanto instrumentalizando esse aluno para sua inclusão no sistema de ensino, como instrumentalizando as instituições no sentido de relativizar as expectativas. Cabe às escolas buscarem o apoio desse profissional, uma vez que ele possui a capacidade para diagnosticar os problemas que impedem o sucesso escolar dos indivíduos sob sua responsabilidade. Partindo desse diagnóstico, os educadores podem planejar suas ações pedagógicas de modo a contemplar o perfil de cada estudante, tendo dificuldades ou não de modo a trabalhar com todos os estudantes, dando oportunidade para que cada um deles desenvolva suas capacidades a partir do ponto em que estão.

Naturalmente, para que isso ocorra, o professor precisa ter recursos disponíveis para personalizar seu trabalho para atender ao seu público alvo. Introdução às dificuldades de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. GARDNER, Howard. Estruturas da mente. A teoria das inteligências múltiplas. Dificuldades de Aprendizagem na alfabetização. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. LIMA, Francisco Renato. Sentidos da intervenção neuropsicopedagógica nas dificuldades de aprendizagem na pré-escola. EDUCA – Revista Multidisciplinar em Educação, v. edu. br/revista/artigos/Organizados/ desenvolvimentosn. pdf>. Acesso em: 22 de nov. POLITY, Elizabeth. Rio de Janeiro: Wak, 2014. RUSSO, Rita Margarida Toler. Neuropsicopedagogia clínica. Introdução, conceitos, teoria e prática. Curitiba: Juruá, 2015. Ventura, Dora Fix. Um retrato da área de neurociência e comportamento no Brasil. São Paulo: USP, 2010.

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