A BUSCA DA VERDADEIRA FELICIDADE PARA SANTO AGOSTINHO: Obra De Beata Vita

Tipo de documento:Monografia

Área de estudo:Filosofia

Documento 1

URUÇUÍ - PI 2021 ALEX A BUSCA DA VERDADEIRA FELICIDADE PARA SANTO AGOSTINHO: Obra De Beata Vita Monografia apresentada a banca examinadora da Universidade Federal do Piauí - UFPI, como requisito para a obtenção do grau de graduada em Filosofia Aprovado em ______/______/______ BANCA EXAMINADORA ______________________________________________ Prof Me. Helysson Assunção França Orientador ______________________________________________ Prof. Examinador (a) ______________________________________________ Prof. Examinador (a) DECLARAÇÃO Declaro que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações do meu orientador. Afirmo que o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final. Tendo em vista que Agostinho coloca o problema da Filosofia na felicidade, a temática se justifica porque Agostinho afirma que o alimento da alma é a ciência e quem não a possui está com fome.

Para ele, a felicidade humana liga-se diretamente ao conhecimento e sem conhecimento é impossível ao homem alcançar a felicidade; que acarretará ao encontro da verdade. A verdade para Agostinho era a própria figura de Jesus Cristo. Assim a pesquisa é relevante, por permitir uma reflexão sobre uma inquietação da sociedade, o que é felicidade? Palavras-chave: Felicidade. Plenitude. Augustine Hippo SUMÁRIO INTRODUÇÃO 10 CAPÍTULO I: BIOGRAFIA, VIDA E CONVERSÃO AO CRISTIANISMO DE SANTO AGOSTINHO 12 1. BIOGRAFIA DE SANTO AGOSTINHO 12 2. SANTO AGOSTINHO: VIDA E CONVERSÃO AO CRISTIANISMO 13 CAPÍTULO II: OS DIÁLOGOS FILOSÓFICOS DE SANTOS AGOSTINHO NA OBRA DE BEATA A VITA 17 3. A FELICIDADE E SUA BUSCA 17 3. Os Diálogos Filosóficos: Os três colóquios; família, intelectualidade e espiritualidade 19 3. Nesse sentido, Santo Agostinho, acreditava que estar e ser feliz era diferente para cada pessoa, no entanto, acredita que a vontade de ter a felicidade é universal.

Assim, diante do posicionamento do filósofo Santo Agostinho que em seu livro dedica-se a refletir acerca da felicidade, se desenvolveu este estudo. Focalizando no livro De beata vita, pretende-se fazer pontuações e uma meditação sobre a concepção de felicidade em Santo Agostinho. Dessa forma, a busca pela felicidade ainda é uma das razões da inquietude de muitos seres humanos e a sociedade contemporânea associa felicidade com prazer, profissionalismo e realização pessoal, portanto, a escolha dessa temática surge da necessidade de analisar a felicidade e como persegui-la na prática, tendo em vista que a busca pela felicidade é uma das mais difíceis inquietações humanas e necessário é estabelecer uma relação tal que a felicidade que pensamos como verdadeira seja adequadamente aquela que buscamos obter na vida.

Nessa linha de pensamento a pesquisa teve como objetivo geral: Compreender a concepção de felicidade em Santo Agostinho a partir da sua obra De Beata Vita. BIOGRAFIA DE SANTO AGOSTINHO Aurelius Augustinus Hipponensis, ou mais conhecido Agostinho de Hipona foi considerado pelos intelectuais de sua época até os grandes estudiosos da atualidade um dos maiores intelectos da Fé cristã. Teve seu nascimento e infância na cidade de Tagaste, antiga cidade da Numídia, no norte da África em 354 da Era Cristã. Sua mãe chamava-se Mônica, era uma mulher cristã que vivia na Argélia e que transmitiu desde a infância, vindo na juventude desprezar os ensinamentos cristãos repassados pela mãe quando estudava em Cartago, pois os ensinamentos cristãos e as escrituras sagradas lhe pareciam conteúdos ingênuos.

Em sua busca por ensinamentos religiosos dignos de uma preleção filosófica aderiu ao maniqueísmo, dualismo sincretista que teve sua origem na Pérsia e foi ampliado durante o Império Romano, tal seita foi fundada pelo profeta Mani. Segundo relatado em suas Confissões, aos 18 anos, Agostinho de Hipona resolveu retornar ao lá e morar com a mãe e seu filho Adeodato, apesar de considerar valioso o tempo que passará na cidade de Cartago estudando e transmitindo ensinamentos. C. onde conta sua vida de pecados e a descoberta de Deus; sua autobiografia, e a Cidade de Deus (413-426 d. C. sua definição do estabelecimento do reino divino. Pode-se ainda citar: Solilóquios (387 d. C. SANTO AGOSTINHO: VIDA E CONVERSÃO AO CRISTIANISMO Santo Agostinho nasceu em Tagaste, localizada no Norte da África, no ano de 354, tinha uma grande capacidade intelectual e se dedicou a estudos filosóficos, para ele, estar feliz, sentir-se feliz, o anseio de ser feliz é algo que faz parte da essência do ser humano e, este desejo natural, leva-nos a refletir a respeito do que é felicidade.

Dessa forma, é possível dizer que o estado de felicidade além de algo muito desejado pelos seres humanos também é um enigma tão antigo quanto a própria humanidade e, nesse contexto, foi uma das grandes inquietações enfrentadas por Santo Agostinho de Hipona. Assim, para Agostinho a vontade de ser feliz tornou-se o problema que o levou a elaborar sua obra De Beata Vita, onde o alcance da felicidade é o problema central. Assim, surge em meio a essa busca do que seria a felicidade um diálogo, uma discussão sobre o assunto, onde foi nitidamente marcada pelo evidente auxilio de seus antecessores, mediante a conjuntura histórica vivenciada por cada um na época na qual estava inserido e que de uma maneira ou outra conduziram Agostinho a resposta para seu questionário, o que é a própria felicidade e quais as maneiras de alcançá-la.

Posteriormente, Agostinho embarca nos ensinamentos platônicos, direcionando seus estudos para as concepções de que as opiniões eternas e transcendentes originam todos os elementos da realidade material. E, em ato contínuo, ele passa por um processo de comutação, onde deixa de ser um mero apreciador da filosofia e passa a ter uma vida na filosofia. Nesse passo, Agostinho cria uma grande intimidade com as literaturas de Hortênsio de Cícero que o impulsiona a esse processo de conversão e acaba por influenciar seu comportamento social e individual. Dessa forma, a modificação tão ansiada por Santo Agostinho pode ser notada no seu relato em Confissões, onde o filósofo demonstra o seu estado subjetivo, demonstrando suas intenções e seus sentimentos, conforme o trecho a seguir: Este livro mudou meus sentimentos, Senhor, minhas orações inspiraram seus outros desejos.

De repente, percebi como meus sonhos são desprezíveis. AGOSTINHO, 1998). Observa-se, dessa maneira, que Agostinho despertou a ideia de bem-aventurança associando-a tal ideia aos que vivessem de acordo com a verdade, ou seja, a ideia de verdade se compara ao conhecimento de Deus e a felicidade só seria possível a com a obtenção desse conhecimento. CAPÍTULO II: OS DIÁLOGOS FILOSÓFICOS DE SANTOS AGOSTINHO NA OBRA DE BEATA A VITA Neste segundo capítulo apresenta-se uma abordagem detalhada sobre os dialógos filosóficos entre Agostinho em Cassicíaco, acompanhado por sua mãe, Mônica, seu irmão Navígio, o filho Adeodato, dois primos e dois jovens discípulos: Trigésio e Licêncio; Alípio, seu grande amigo, sobre a Vida Feliz, onde Santo Agostinho apresentará uma solução para o problema da felicidade com base na Fé Cristã.

A FELICIDADE E SUA BUSCA As inquietações acercavam a vida de Santo Agostinho de maneira constante, assim, Agostinho estava sempre imerso em um ambiente propenso a grandes discussões apologéticas, onde as preocupações voltavam-se para questionamentos cujo intuito era saber a origem do mal e do bem, felicidade, verdade, etc. Nesse sentido, Pegoraro (2006) aduz que Agostinho de Hipona “discutiu todas as doutrinas filosóficas de seu tempo que lhe caíram sob os olhos”. Perseguiu esse propósito com base em seus princípios religiosos e filosóficos. Baseando-se, dessa forma, em dois princípios básicos: fé e razão. Acentua Souza (2006) que Santo Agostinho: Ele nunca sucumbiu aos extremos do Faithismo e do Racionalismo. Ele primeiro aprendeu que as razões não eram suficientes para explicar tudo o que seus pensamentos desejavam, e ele sabia que a Fé, como uma explicação do mundo, carece de uma explicação racional.

Esta é a base principal da metodologia de Agostinho usada para obter o maior benefício. E, diante essas novas circunstâncias e agigantado interesse pelo tema felicidade que Santo Agostinho – O Agostinho de Hipona, unindo razão e fé, aperfeiçoou seu pensamento e influenciou os entendimentos filosóficos e a história da filosofia por mais de mil anos. Os Diálogos Filosóficos: Os três colóquios; família, intelectualidade e espiritualidade Desejando com ardor chegar à conclusão do que seria a felicidade, Santo Agostinho buscou procurar a verdade e assim, desenvolveu diversas experiências que lhe ajudou a desenvolver estímulos e aprendizado. Agostinho de Hipona após diversos acontecimentos e posicionamento; assumiu-se como maniqueu, posterior a isso como platônico e, por fim, influenciado pelo livro de Cícero se submete há um processo de conversão ao cristianismo.

Ato contínuo, passa por um processo de reinvenção abdicando de sua carreira literária e adotando uma postura filosófica, que o leva a tratar, nomeadamente, o que é felicidade. E nesse passo, acerca do estado de felicidade humana, as considerações agostinianas aportaram-se nos diálogos de Cassicíaco, onde surgem as primeiras ponderações sobre o tema. ” No decurso desse tempo, Agostinho de Hipona resolve mudar-se em Cassicíaco com sua mãe, o irmão, o filho e alguns amigos, com intenção de se preparar para a imersão nas águas, ou seja, o batismo. Assim, Brown (2005), descreve esse momento: Quando Agostinho se aposentou em Cassikaco em setembro de 386, ele parecia seguir uma tradição antiga e fascinante: livre dos problemas da ocupação pública, ele estava prestes a entrar em uma vida criativa de lazer e se dedicar a uma carreira séria.

Esse é o antigo ideal dos liberais, é uma espécie de “cultivo cultural”, e Agostinho ainda se lembra dessa fase da vida, pode-se dizer que essa é a época de Christiana Vita Otium, esse é o período de lazer da vida cristã. Deste momento em diante, até se tornar sacerdote em 391, esse ideal passou a ser o pano de fundo de sua vida. BROWN, 2005, p. A valer, depois de unir esforços em um trajeto intelectual definido pela inquietação e obstinada busca – esmiúça-se neste diálogo, e em momento posterior, nas Confissões, que Agostinho encontrara nos ensinamentos cristãos uma resposta, segura e precisa, para todas as suas inquietações. Em seguida, a familiaridade a figura religiosa e intelectual de Santo Ambrósio, inicia uma questão voltada a conversão que, embora chegando ao batismo, em nenhum momento estivera concluído.

Nos escritos agostinianos percebe-se um avanço na busca pela verdade, principalmente, por meio da filosofia, que pode ser notada durante um diálogo afável, civilizado e franco. Esse tempo que passou em Cassicíaco marcou a vida do então novo convertido Santo Agostinho, que, indubitavelmente, não se apoiava em uma cultura literária fatigada, ao contrário, tenha consigo a luta por uma corrente bonançosa e forte que obteve durante o Baixo Império. A não ocupação liberal conhecida por Agostinho e seus amigos refere-se a uma vida dedicada as atividades profissionais, via pela qual a alma é tratada, enquanto se recolhe em si mesma, em meio a um desapegamento necessário. A Obra: Contra os Acadêmicos Essas produções filosóficas agostinianas foram escritas após sua conversão e elas compõem os diálogos filosóficos, também conhecidos de primeiros escritos, isto é, aqueles que foram apontados quando Agostinho decidiu colocar fim ao ensino de retórica em Milão (386) e sua ordenação presbiteral (391) – período esse onde Agostinho alinhavou os assuntos filosóficos que pairavam no seu pensamento.

Nos apontamentos trazidos nas três obras, os Contra os acadêmicos explanam sobre a possibilidade de se atingir a plena verdade em uma vida pautada na razão, levando em consideração que homem destina parte a razão e ao conhecimento intelectual. Em seguida, nas Retratações, Santo Agostinho, corrigirá tal informação, alegando este que o supremo bem só pode ser alcançado em Deus. Nesse cenário, Sangalli (1988), complementa ainda que: "Lembre-se de que Agostinho não distinguia filosofia de teologia, como fez mais tarde nas escolas secundárias da Idade Média. Para Agostinho, filosofar trata da questão de Deus e da supremacia que a humanidade busca. Assim, como forma de reconhecimento, por sua bondade e lealdade, Agostinho convida-o para o exercício filosófico e suas benfeitorias, e por isso, seu filho, Licêncio faz parte do diálogo, como pode ser visualizado em um trecho da obra, onde Agostinho fala que: “Voltemos a nós mesmos, Romaniano, para filosofar.

Devo agradecer-te. Teu filho [Licêncio] já começa a filosofar”. O diálogo não se limita apenas a esfera da razão, mas trata das doutrinas acadêmicas (livros II e III). Nesse passo, as obras são destinadas aos acadêmicos e são assinaladas como de grande importância, pois compõe a “nova” ou “cética” Academia, e se dispõem a discutir a doutrina de que tudo é incerto e obscuro, o que dificulta o encontro da verdade. Assim sendo, a primeira discussão, empenha-se saber qual a possibilidade do ser humano ser feliz, procurando-se se apenas pela verdade, sem, de fato, encontrá-la: A meu convite estávamos todos reunidos num lugar apropriado. Assim que pareceu oportuno, comecei: - Duvidais de que devemos conhecer a verdade? - De maneira alguma, disse Trigécio.

Os outros deram sinal de que concordavam com ele. Mas se, continuei, mesmo sem a posse da verdade podemos ser felizes, ainda julgais necessário conhecer a verdade? (AGOSTINHO, 1998) Durante o diálogo, Trigécio responderá a indagação com a máxima retirada de Hortênsio de Cícero, e utilizada por Santo Agostinho em seus livros: “Certamente queremos ser felizes”, e ininterruptamente, complementa que “se pudermos sê-lo sem a verdade, não precisamos procurá-la. ” Agostinho então torna a indagar sobre a possibilidade de ser feliz sem encontrar a verdade. Eu realmente quero saber como você vai defender suas opiniões, porque este assunto é muito importante e merece uma discussão séria. AGOSTINHO, 1998) Em seguida o embate se dar em torno dos posicionamentos entre Licêncio e Trigécio, que também se manifestam em relação a busca da verdade e a perfeição humana.

Nesse sentido, Licêncio questiona se não pode ser feliz aquele que busca a verdade, mesmo sem encontrá-la. Ao passo que Trigécio responde: “Feliz é o sábio perfeito em tudo. Ora, quem ainda procura não é perfeito”. Ou seja, Licêncio não se desvincula da sua posição anterior e insiste no mesmo posicionamento, continuando a afirmar que o melhor caminho que conduz à verdade é justamente a própria busca pela verdade. Assim, diante dessa conjuntura na qual o debate se encontra, Licêncio aduan ainda, que quem segue por este caminho, já é sábio; e todo sábio é feliz; “logo, o que faz feliz não é só a descoberta, mas a própria procura da verdade”. AGOSTINHO, 1998) Na terceira discussão, versa-se sobre aborda-se a definição da sabedoria estimulada por Agostinho, bem como as refutações de Licêncio, e as contestações de Trigécio e a tréplica de Licêncio para fundamentar seu pensamento de que a sabedoria e ciência de Deus e constante busca humana.

Assim, Trigécio se posiciona dizendo que: “a sabedoria é a ciência das coisas humanas e divinas, mas daquelas que pertencem à vida feliz”, ao tempo que Licêncio diz que: “a sabedoria é não só a ciência, mas também a diligente busca das coisas humanas e divinas referentes à vida feliz”. AGOSTINHO, 1998). A sutileza da razão nunca permitirá que as almas cegas caminhem pela escuridão múltipla errada e desapareçam sob a cobertura de imensas impurezas do corpo. Se este Deus alto é movido pela misericórdia de seu povo e não move o corpo humano Incline e inferior à autoridade da sabedoria divina (AGOSTINHO, 1998) Dessa forma, deter-nos-á a analisa, especificamente, a obra agostiniana que trata do tema da felicidade e acrescenta de forma significativa, novos posicionamentos ao pensamento filosófico a partir do cristianismo.

CAPÍTULO III: OS DEBATES SOBRE A FELICIDADE Neste terceiro capítulo apresenta-se uma abordagem detalhada sobre quais as inquietações humanas que conduzem o homem a busc pela verdade, contrapondo-se nesse contexto os princípios de fé e as vertenteas racionais, além do mais navergar-se-á sobre diálogos que conduziram Santo Agostinho ao encontro da resposta para o problema da felicidade. COMO CHEGAR A VIDA FELIZ De Beata Vita – A Vida Feliz em Santo Agostinho é uma obra dedicada pelo filósofo e amante da religião ao seu mestre e amigo Teodoro. Essa obra contempla diálogos onde Agostinho debate sobre o que é ser feliz, como encontrar a felicidade, tudo acontece nos dias 13 e 15 de novembro de 386. Agora, com base na vertente cristã, temas que não eram debatidos no meio filosófico passam a serem matérias filosóficas e passíveis de modificações, como aqui exemplificado, o problema da busca pela felicidade, explanada por Santo Agostinho, agora um novo convertido ao cristianismo, e que se mostra inclinado e dedicado a leitura dos escritos filosófico e a reflexão sobre as ideias ali formuladas.

E, nessa perspectiva, fará a leitura de autores como Platão que será um dos seus mentores e o influenciará em toda a Idade Média. O tema objeto de inúmeras inquietações, o encontro da felicidade, passará agora, a causar inúmeros diálogos, debates e perguntas, principalmente ao que se refere ao corpo e alma, bem como às coisas materiais. Nesse sentido, Agostinho aponta que o problema em si não estava nas coisas materiais, muito menos no corpo, tendo em vista que, todas essas coisas, eram criadas por Deus; um ser om, perfeito e agradável, incapaz de gerar algo mau, pois sua natureza era boa e criar o bem era sua atividade por excelência. Entretanto, Agostinho explica que as coisas criadas por Deus, mesmo que boas, ocupam graus diferentes de perfeição, sendo em sua totalidade, perfeito, apenas Deus.

Assim sendo, o homem inspirado nos posicionamentos de Santo Agostinho busca um bem que contente toda a sua vontade e resolva o problema de suas inquietações, ou seja, precisa se refugiar em algo que seja superior a ele. Nesse sentido, Agostinho de Hipona abre seu livro com a seguinte frase: “Fizeste-nos para ti, e inquieto está o nosso coração enquanto não repousa em ti [Et inquietum est cor nostrum, donec requiescat in te]”. Conf. I, 1). Tal trecho, demonstrar o estado subjetivo em que Santo Agostinho se encontra, onde confessar ser pecado e dar entender que o homem após a sua conversão se encontra com Deus em si mesmo, momento em que se realiza, pois, a medida que busca o amor encontra-se com Deus, por ser esse o próprio amor.

Pois bem, sabe-se que desde a antiguidade alcançar a felicidade sempre fora umas das maiores inquietações humanas. Sabe-se ainda, que muitos defenderam que a eudaimonia, poderia ser alcançada neste mundo, no entanto, os seres humanos teria que dispor de unicamente de força e esforços próprios. Assim, fica nítido, que a filosofia e a razão não são únicas, mas um abrigadouro uma da outra, e a felicidade é a beatitude somente descoberta em Deus. Dessa maneira, nota-se uma singularidade do filósofo cristão no que se refere as tradições greco-romana. Isso acontece, porque a buscas pela felicidade é um problema que acerca a vasta produção literária de Santo Agostinho, que investiga com afinco e busca solução para o problema da felicidade.

Aurelius Augustinus Hipponensis é bem-afamado e considerado um dos maiores Padres da Igreja, ele é o marco de um cenário intelectual da Patrística até a Escolástica no século XI, sendo seus apontamentos teológicos e moralistas jamais repetidos ou superados. Agostinho disponibiliza de uma obra grande e ampla, onde em seus diálogos aborda quase todos os problemas que tocam a existência humana, principalmente, a busca pela felicidade. À vista disso seu legado permanece até a atualidade, devendo isso ao seu grande conhecimento cultural e a relevância e importância de seus escritos, ilustrando a ânsia pela leitura e admiração, sem se deixar levar pelo tempo. Na contemporaneidade, os escritos de autores da Idade Média são considerados válidos, visto que tratam de temas debatidos e de difícil e/ou várias compreensões.

Para Santo Agostinho, o amor e o apego são eternos, visto que quando se morre na terra, há a possibilidade de reencontro no céu. AGOSTINHO, Santo. Confissões. Trad. de Maria Luiza Jardim Amarante. ed. N. lições sobre Santo Agostinho. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. CICERO, Marco Túlio. Da República. de J. Oliveira Santos e A. Ambrósio de Pina. Petrópolis: vozes 2009. p. São Paulo: Paulus, 1998. GILSON, E. Introdução ao estudo de Santo Agostinho. São Paulo: Discurso Editorial, Paulus, 2006. GORBY, Ivan. Felicidade: dos filósofos pré-socráticos aos contemporâneos. São Paulo. Editora Claridade, 2017. SANGALLI, Idalgo José. O fim, último do Homem: Eudaimonia Aristotélica à Beatitude Agostiniana. p.

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