A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA SAÚDE MENTAL

Tipo de documento:Monografia

Área de estudo:Estatística

Documento 1

agradecimentos Agradeço a. A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA SAÚDE MENTAL 2022 48 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação Serviço Social) – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paraná, Nilópolis 2022. RESUMO O presente trabalho tem como objetivo mostrar a contribuição do assistente social na área de Saúde Mental, a partir da minha experiência de estágio no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas, definido como Objetivo Geral: Realizar revisão bibliográfica relativa a trajetória do serviço Social em relação a Saúde Mental, tendo como Objetivos Específicos: Conhecer a história da Reforma Psiquiátrica no Brasil; Analisar a atuação e contribuição do assistente social na área de saúde mental; Descrever a trajetória do Serviço Social no Brasil.

Para alcançar o objetivo deste trabalho utilizou-se da pesquisa bibliográfica, por meio das publicações de livros, Artigos científicos, procurou-se contextualizar a trajetória do Serviço Social na atuação e contribuição na saúde mental. A Reforma Sanitária no Brasil 21 3. Influências da reforma Psiquiátrica e da desinstitucionalização na Saúde Mental 24 3. A Saúde Mental como Política Pública 27 4 A TRAJETORIA DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL 30 4. O Serviço de Atenção Psiquiátrica no Brasil. O Serviço Social na Saúde Mental 37 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 44 6 REFERÊNCIAS 46 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho pretende apresentar a contribuição do assistente social na saúde mental. Como, sua contribuição e atuação na Saúde Mental. SAÚDE MENTAL No âmbito da saúde, doença não se trata apenas de enfermidades relacionadas particularmente às condições biológicas do ser humano, como pensa como senso comum.

Cientificamente, saúde refere-se a um estado de bem-estar físico, mental e social, proporcionado pelos fatores que envolvem a vida do homem. Saúde não se trata de um “estado estável”, que não possa ser modificado após ser atingido, de forma que até para fins de compreensão, a saúde exige um alto grau de subjetividade e determinação histórica, uma vez que cabe ao sujeito interpretar se está bem ou mal de saúde. Afetar ou não a saúde em qualquer dos estados de bem-estar depende muito dos coeficientes externos ao sujeito. Essas pessoas sofriam com a exclusão na sociedade, pois não se “enquadravam” nos padrões de pessoas “normais”. O autor afirma ainda que: Ao final da Idade Média, o homem europeu estabelece relação com alguma coisa que confusamente designa Loucura, Demência, Desrazão.

Mas essa relação é experiênciada em estado livre, isto é, a loucura circula, faz parte da vida cotidiana e é uma experiência possível para cada um, antes exaltada do que dominada. FRAYZE, 1984, p. Apesar da patologia não ser recente, o avanço na área da medicina em áreas como a psicologia e psiquiatria foram um grande marco para a evolução no tratamento da doença, as quais desenvolveram formas humanitárias para tratarem os pacientes com transtornos psicológicos. Personagens sacros e temidos, eles expressam a cólera e a bondade de Deus. A lepra, que é sofrimento, purifica e castiga o pecador. A segregação ritual do leproso abre-lhe as portas da salvação. Isto é, sua exclusão compreende outra forma de comunhão. FRAYSE–PEREIRA, 1984, p. A navegação entrega o homem à incerteza da sorte; nela, cada um é confiado ao seu próprio destino; todo embarque é, potencialmente, o último.

É para outro mundo que parte o louco em sua barca louca; é do outro mundo que ele chega quando desembarca. FOUCAULT, 2013, p. No século XVIII, essa realidade é modificada a partir do surgimento de uma nova orientação, para o tratamento da loucura. Phillipe Pinel, considerado o pai da psiquiatria, cria um novo modelo, o hospitalocentrico, que se inicia a separação dos pacientes com problemas mentais dos demais pacientes. Surgiram a clínica, como local de internação, e os estudos sobre psiquiatria. Com essa nova estrutura, coube aos enfermeiros os cuidados com os loucos. Na constante tentativa de dominar a loucura e defender-se de tudo o que o desconhecido representava, as instituições psiquiátricas no mundo inteiro se transformaram em locais de repressão, onde o paciente era isolado da família que desconhecia ou ignorava o que se passava com ele.

BRASIL, 2003, p. O alienismo de Pinel aplicava um tratamento moral a partir do trabalho definido no principio terapêutico, fixado na disciplina com o acompanhamento de banhos e duchas e isolamento terapêutico através da exclusão do paciente do convívio em sociedade. Para Fonte (2012), a loucura passou a ser responsabilidade do Estado somente no século XIX, após a chegada da família Real ao Brasil. Os “Loucos” sempre existiram, porém, após o título de país independente, mesmo os portadores de transtornos mentais sendo objetos de intervenção do Estado, passaram a ser vistos como marginais à sociedade e consequentemente como uma ameaça a ordem pública. O autor assegura ainda que àquele que por ventura apresentassem comportamento agressivo seria banido do direito de andar nas ruas, principalmente, se fosse um louco pobre.

Nesse cenário, então surge, em 1952, a criação do primeiro manicômio do país designado a tratar de pessoas doentes mentais. O manicômio foi criado no estado do Rio de Janeiro e atuava junto com a Santa Casa de Misericórdia. ao se deparar com a violência do manicômio e a destruição das pessoas internadas, inicia um radical processo de crítica e de transformação da instituição. Seus escritos problematizaram a condição da pessoa internada e os significados do manicômio, questionando a Psiquiatria, seus instrumentos e sua finalidade como ciência. Basaglia destacava que a transformação da condição do paciente internado exigia a criação de propostas que tivessem por princípio a sua liberdade. YASUI, 2015, p. Este novo modelo de tratamento baseia-se no respeito aos direitos humanos e cidadania dos pacientes que já carregam consigo o fardo dos transtornos mentais.

O tratamento dispensado à questão social era meramente convencional apesar da consolidação de uma estrutura de saúde e educação com a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública, em 1930, cuja função era absorver as questões relativas ao ensino à saúde pública e assistência hospitalar" (Barcellos, 1983 p. O marco do início da assistência psiquiátrica no país é a criação na cidade do Rio de Janeiro, do Hospital Psiquiátrico Pedro II em 1852. A partir de então, as instituições psiquiátricas se espalharam por todo o país e no século XX a situação era drástica, pois o número de manicômios cresceu assustadoramente e os maus tratos e repressões eram cada vez mais severos.

Na primeira fase do desenvolvimento das políticas sociais, a elite dominante era alimentada pela ideia de que a ascensão de Vargas, e seu regime autoritário de governo, promoveriam o desenvolvimento econômico e social do país. Ideologicamente, a criação de uma sociedade mais moderna representava à industrialização, cujo processo era conduzido pela conjugação de esforços de militares e setores dissidentes da aristocracia agrária nacional, neste período a estratégia intervencionista do Estado se materializou na criação de diversas instituições, satisfazendo a um sentimento nacionalista ascendente, sem que as experiências de planejamento incorporassem a problemática social em sua plenitude. De 1992 a 1995 períodos que foi marcado pelas maiores e mais significativas mudanças nas políticas de saúde mental no Brasil.

Houve uma redução no número de leitos em hospitais psiquiátricos, aumento do número de profissionais na atuação em saúde mental, inclusive de assistentes sociais, aumento de leitos psiquiátricos em hospitais gerais e aumento de uma rede ampla de serviços de atenção psicossocial como: hospitais-dia, centros (CAPS) e núcleos de atenção psicossocial (NAPS), assim houve uma substituição do tipo de assistência psiquiátrica baseada na internação para serviços abertos. Recentemente, a partir da reforma sanitária, alterou a concepção do modelo de atenção que toma como matriz teórica uma compreensão orgânica de saúde-doença, que se concretiza em práticas assistenciais de intervenção focalizadas na sintomatologia e tendo como meio, quase que exclusivamente, os hospitais psiquiátricos (Amarante, 1995).

A política de saúde no Brasil, ao longo dos anos, caracterizou-se por ser um eficaz instrumento de controle político e social do Estado sobre a classe trabalhadora formal. Objetivando, entre outras medidas, dar suporte à implantação do sistema produtivo nacional, o seu desenvolvimento tem sido direcionado para relativizar as contradições inerentes ao próprio sistema, contribuindo, dessa forma, para minimizar os efeitos nocivos das atividades econômicas sobre a sociedade industrial contemporânea. No período de 1946 a 1964, o traço marcante da ação política foi o populismo, cristalizando-se como forma de relacionamento Está-Sociedade. Os mecanismos populistas utilizados por Dutra e JK permitiram a realização de empreendimentos ambíguos, favorecendo, duplamente, o crescimento dos movimentos populares e a manipulação das aspirações dos trabalhadores.

As questões sociais passaram a ser tratadas via ampliação do aparelho estatal e de suas funções, com intervenções dirigidas para o atendimento de algumas das necessidades geradas pelo incremento da urbanização. Com a instalação dos governos militares, a partir de 1964, a intervenção do poder público na área social passou a ser desenvolvida através de organizações com perfil eminentemente técnico-burocrático, assentadas em regime de governo centralizado e autoritário, que se voltaria para a implantação com vigor do WelfareState no Brasil. Com a redemocratização do país na década de 80, marcada pelas tentativas de conquista de direitos de cidadania, foram institucionalizados diversos canais de participação da população, favorecendo sua colaboração na formulação e implementação de políticas sociais.

Sendo que mais tarde, na Constituição de 1988 foram definidas as ações relativas ao SUS, sendo considerado de “relevância pública”, ou seja, é atribuído ao Poder Público a regulamentação, a fiscalização e o controle das ações e dos serviços de saúde, independente da execução direta do mesmo. As regiões metropolitanas revelam-se como espaços de acentuada fragmentação social, expressa em uma composição populacional diferenciada, com diversos níveis de consumo e acesso a serviços. Áreas onde existem diferentes riscos de adoecer e morrer exige uma combinação de respostas diferentes dos serviços de saúde às demandas de segmentos sociais heterogêneos (Marsiglia & Carneiro Junior, 1997). Além disso, é necessário apontar os desafios à equidade em países, regiões e metrópoles com consideráveis parcelas de suas populações no limite da pobreza absoluta, mesmo em suas áreas mais desenvolvidas (Gerschman, 1995).

A Reforma Sanitária no Brasil Para adentrar nos aspectos da Reforma Sanitária, torna-se fazer um apanhado histórico acerca do assunto, posteriormente discorrer sobre o Serviço Social no Brasil. Através delas algumas empresas, inicialmente as das estradas de ferro, ofereciam aos seus funcionários assistência médica, além de aposentadorias e pensões. A assistência médica curativa prestada pelas CAPs era financiada pelas empresas e seus empregados (BRASIL, 2007, p. Após esse período o Estado passa a intervir na sociedade como um todo, inclusive no que se referia às questões de saúde. Salienta-se que a saúde pública predominante nos anos 60 tinha como referência as campanhas sanitárias; a interiorização das ações para a área de endemias rurais e a criação de serviços de combate às endemias (BRASIL, 2007, p.

Bravo (2006, p. não foi possível alterar a ênfase da política de saúde, que na época predominava a participação da Previdência Social, por meio de ações curativas, iniciativa do setor privado. O Ministério da Saúde, de forma limitada retoma as medidas de saúde pública, aumentaram as contradições do Sistema Nacional de Saúde. Avançando na história, a década de 1980 é considerada como marco histórico da política de saúde brasileira, em especial, a 8ª Conferência Nacional de Saúde em 1986, momento de discussão acerca de aspectos de suma importância de um modelo de saúde, idealizado para atender a todos os seguimentos sociais sem previa contribuição. Bravo e Matos (2006, p. Com a promulgação de 1988, a denominada Constituição Cidadã, trouxe como inovação, o direito à saúde reconhecida como direito de todos e dever do Estado, “instituindo a integração dos serviços de saúde de forma regionalizada e hierárquica, constituindo um sistema único” (BRASIL, 1988).

” (VASCONCELOS, 2009, p. Ainda de acordo com Vasconcelos (2009), o Movimento Social pela Reforma psiquiátrica no Brasil aconteceu em quatro fases: na primeira fase, alguns outros movimentos surgiram, no período de 1978 à 1995, em busca de melhorias e conquistas para a classe das pessoas portadoras de transtornos mentais, dentre eles estão: • No ano de 1978, reivindicações por condições de trabalho dignas e de um tratamento mais humano de combate as doenças psíquicas; • O Movimento dos Trabalhadores em Saúde (MTSM); • Criação de leis de proteção e seguridade aos direitos das pessoas com doenças mentais; • Mobilização social civil contra a mercantilização da loucura e o “alisamento genocida” nos hospitais psiquiátricos das esferas públicas e privadas. A vista disso, o manicômio passou a ser visto como: […]instituição que, no plano ético e jurídico, viola os direitos humanos dos portadores de transtorno mental sem reconhece-lhes os direitos inerentes à condição de cidadania.

No aspecto clínico, pela sua ineficácia terapêutica, tornou-se um espaço patogênico e cronificador; na sua face institucional reproduz a violência por sustentar-se em relações de poder desigual e em relações interpessoais, desumanas, massificadoras, burocratizadas, figurando assim como uma instituição total – que fecha os indivíduos na lógica e no tempo construído organizacionalmente. ROSA, 2000, p. No que se refere ao quarto período que foi de 1992 a 1995, Vasconcellos (2009) assegura ter sido a fase em que mais ocorreram mudanças na política de saúde mental no Brasil, como: • II Conferência Nacional de Saúde Mental; • Lançadas portarias ministeriais com fins de aquisição de serviços para o tratamento da doença mental; • Redução do quantitativo de leitos em hospitais.

A priori, na antiguidade, o doente mental era visto como figuras escatológicas, das quais tinham nojo e os tratavam como qualquer coisa que se podia bater torturar, esquecer à margem da sociedade ou jogá-los no lixo por não valerem nada. Porém um percurso dinâmico pela história da evolução da Saúde mental e seus aspectos fizeram perceber que apesar de longos anos de luta, na atualidade, pode-se desfrutar dos benefícios conquistados por meio da luta do próprio povo. Os avanços para além da efetivação de direitos, pois com a legislação também será regulamentada o atendimento em saúde mental, seu financiamento, credenciamento de técnicos e serviços, padrões mínimos de qualidade em saúde mental, entre outros aspectos.

Yasui (2015) disserta que “a reforma Psiquiátrica transformou-se em uma ampla política pública, ampliando a rede de serviços e as ações da saúde mental, reduzindo leitos psiquiátricos, aumentando o investimento na rede extra-hospitalar”. Neste contexto o trabalho de uma equipe de saúde mental de um centro de atenção psicossocial (CAPS), enquanto serviço substitutivo do modelo asilar deverá ir ao encontro desta nova pasta proposta que conduza a construção de uma pratica de atenção saúde mental mais justa democrática e solidaria. Frente ao exposto, surgiu a necessidade de investigar como se dá o trabalho de uma equipe que atua em um serviço de atenção psicossocial no contexto da reforma psiquiátrica, embasado no referencial da sociologia fenomenológica de Alfred Schutz.

O trabalho é a ação no mundo exterior, baseada num projeto e caracterizada pela intenção de realizar o estado de coisas projetado, por meio de movimentos do corpo o trabalho é o mais importante forma descritiva de espontaneidade para a construção da realidade do mundo, da vida diária. O eu no seu trabalho se realiza como uma totalidade se comunica com outros e organiza as diferentes perspectivas espaciais do mundo da vida por meio de atos de trabalho, e integrando presente, passado e futuro. Já o texto de Heitor Resende procura traçar uma visão histórica das Políticas de Saúde Mental no Brasil, deixando evidente que a história das políticas de assistência ao doente mental, é, antes de tudo, “uma crônica de desencontros, propostas e práticas concretas nem sempre caminhando lado a lado, num constante divórcio entre discursos e ações”.

dez. Este processo caracteriza-se por ações dos governos federal, estadual, municipal e dos movimentos sociais, para efetivar a construção da transição de um modelo de assistência centrado no hospital psiquiátrico, para um modelo de atenção comunitário. A TRAJETORIA DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL O profissional de Serviço Social surgiu da necessidade de uma Formação Técnica Especializada para a prestação de assistência e da emergência da “Questão Social”, desigualdade social, economia e cultural. Os primeiros profissionais de serviço social se deram com a criação do Centro de Estudos e Ação Social (CEAS) em 1932, que foi fundadora da primeira Escola de Serviço Social do país. A criação do grupo foi acompanhada pela Arquidiocese de São Paulo, tinha como objetivo a difusão da doutrina e ação social da Igreja Católica, nesta época o Centro de Estudos (CEAS), oferecia cursos como: filosofia, moral, legislação do trabalho, encídicas papais.

Nesta época a escola de Serviço Social passa por um rápido processo de adequação para atender a demanda do Estado, neste processo que se inicia a mercantilização dos profissionais dessa formação técnica especifica. Os assistentes sócios se constituem uma força de trabalho que pode ser comprada, englobada na divisão social e técnica do trabalho. Com a necessidade de profissionais com formação técnica especializada para a prática da assistência, realizava-se em 1936, o primeiro Curso “Intensivo de Serviço Social com bolsa de estudos, pois nesta época a demanda por este profissional era maior que o número de profissionais disponíveis, com objetivo de atender o problema da infância abandonada, neste mesmo período foi realizado o curso prático de serviço Social, com a participação de duas Assistentes Sociais paulistas, recém-formadas na Bélgica.

Em 1938, começa a funcionar, o Curso regular da Escola Técnica de Serviço Social, sob orientação leiga. As primeiras escolas de Serviço Social surgiram em 1936, profissão foi regulamentada em 1957, pela Lei 8662/93, profissional de formação técnica especializada de nível superior. Londina: UNOPAR, 2008. Segundo Iamamoto (p. “os assistentes sociais são desafiados nos tempos atuais, cortado em suas possibilidades de trabalho”. Os profissionais de Serviço Social enfrentaram muitos desafios, sem facilidades para desenvolver suas atividades profissionais. Muitas vezes o profissional exerce suas funções conforme a orientação da instituição os quais eles prestam serviços. de 27 de agosto de 1957, criando o Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS), com a finalidade de orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão; elaborar o Código de ética Profissional; zelar pela ética profissional; orientar e fiscalizar os Conselhos Regionais de Assistes Sociais (CREAS).

O Serviço Social brasileiro passa por um processo de “teorização” e “reconceituação em um grande evento histórico para profissão com a realização do 1° Seminário de Teorização do Serviço Social, realizado em Araxá-MG em 1967, que propôs ações profissionais mais vinculadas a realidade social e política do país. Entre os autores que debatem sobre o surgimento da profissão no país e muitas são as constatações. Iamamoto (2005), afirma que o Serviço Social surgiu como uma das estratégias concretas de disciplinamento, controle e reprodução da força de trabalho, sendo o seu papel conter e controlar as lutas sociais. No ano 1993 em 07 de dezembro, foi promulgada a LOAS, Lei nº 8. afirma Tal perspectiva reforça a preocupação com a qualidade dos serviços prestados, como o respeito aos usuários, investindo na melhoria dos programas institucionais, na rede de abrangência dos serviços públicos, reagindo contra a imposição de crivos de seletividade no acesso aos atendimentos.

Volta-se para a formulação de propostas (ou contrapropostas) de políticas institucionais criativas e viáveis, que alargarem os horizontes indicados, zelando pela eficácia dos serviços prestados. Enfim, requer uma nova natureza do trabalho profissional, que não recusa as tarefas socialmente atribuídas a esse profissional, mas lhes atribui um tratamento teórico-metodológico e ético-político diferenciado. O Serviço de Atenção Psiquiátrica no Brasil. O Movimento de Reforma Psiquiátrica no Brasil caminha em consonância com o processo do “Movimento Sanitário na década de 70, que demandou em mudanças na prática de saúde”. No fim dos anos 80, surgem iniciativas reivindicando os direitos dos indivíduos com transtornos psiquiátricos, que deveriam ser reconhecidos como cidadãos de direitos.

Assim sendo esse debate não se limitava ao interior dos muros dos hospícios, ele se estendia para as entidades da sociedade civil e para a grande empresa (FERNANDES, OLIVEIRA e FERNANDES, 2003). De acordo com Fernandes, Oliveira e Fernandes (2003), a questão psiquiátrica tornara-se uma questão política, trazendo o debate da cidadania e direitos da pessoa com transtorno mental, além do direito a uma assistência digna, torna-se necessária o respeito aos direitos fundamentais dos pacientes psiquiátricos, principalmente no que refere ao direito de viver em comunidade, de ser tratado em ambiente menos restritivo possível, ter acesso à informação no que se refere ao seu tratamento. O Movimento da Reforma Psiquiátrica brasileira se apresenta como conjunto de iniciativas políticas e sociais que buscam transformar a relação da sociedade para com o doente mental, por meio da proposta de reversão do modelo manicomial e instauração de uma nova clínica.

Nesse contexto, “a clínica ampliada propõe ao portador de transtorno mental condições de desenvolver, a sua capacidade de reprodução social, não deixando que a doença impossibilite de viver” (ROSA, GUIMARÃES e BRANCO, 2008, p. Dentre os avanços sinalizados pela legislação psiquiátrica, foram contemplados ao CAPS residências terapêuticas, ambulatórios e Centros de convivência, passam ser convocado para oferecer tratamento a estes cidadãos, antes excluídos da rede SUS, com a construção de novas práticas de atenção a esse segmento, com inclusão no Sistema de Saúde, sendo um passo fundamental, na luta pela garantia à assistência, à saúde pública de qualidade e proteção aos Direitos Humanos de um grupo social que há século é vitima de exclusão e preconceito (FERNANDES, OLIVEIRA e FERNANDES, 2003).

A aprovação da Lei n°. de 06 de abril de 2001, Paulo Delgado no Congresso Nacional, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais foi importantíssima para desencadear um novo cenário da assistência à pessoa com transtorno mental: A citada lei datada de 06 de abril de 2001 dispõe sobre os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais (dentre estas, os dependentes químicos) e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Nessa perspectiva ganha destaque também a Portaria n/ 336/gm, de 19 de fevereiro de 2002, que estabelece as modalidades de atendimento no CAPS, oferecendo as bases para a pessoa com transtorno mental ser vista nas suas múltiplas necessidades, potencialidades e especificidades, sendo assim, protagonistas de sua história (LUZ, 2009, p. Por visar o atendimento humanitário e democrático que o profissional do Serviço Social trona-se ferramenta indispensável para a execução de políticas voltada para a saúde mental.

as primeiras práticas dos assistentes sociais se deram nos Centros de Orientação Infantil (COI) e Centros de Orientação Juvenil (COJ) em 1946. Nos dias de hoje o Serviço Social atua em diversos programas e projetos nas instituições psiquiátricas, o trabalho do assistente social vem se modificado em função das transformações pelas quais tem passado à assistência psiquiátrica no Brasil. Conforme afirma Bisneto (2009, p. quando se trata da prática do assistente social na Saúde Mental a questão exige o desafio da ampliação do tratamento teórico. Neste contexto é necessário estudar, criticar e teorizar sobre as inter-relações do social com o subjetivo. Uma das questões centrais no processo de institucionalização e reforma psiquiátrica atual no Brasil é a ressocialização dos usuários, conforme preconizado pelos próprios médicos.

Isto tem sido objeto da prática dos assistentes sociais nos estabelecimentos psiquiátricos reformados e serviços alternativos. Porém exige uma formação profissional com forte base em Saúde Mental, em estudos psicológicos e processos psicossociais dentro do contexto e objetivos do Serviço Social. Hoje já existe demanda de Serviço Social por parte dos estabelecimentos psiquiátricos, uma vez que o assistente social ajuda na minimização dos custos, na medida em que administra a entrada e saída dos pacientes em bases favoráveis para a direção dos hospitais: verifica a documentação do usuário relativa à concessão de benefícios previdenciários, garantindo à clínica o ressarcimento pelo SUS dos serviços prestados; verifica as condições concretas de possibilidade de saída do internado após o prazo máximo de pagamento do tratamento pelo convênio; orienta a família para ajudar o parente internado, aliviando o estabelecimento de alguns encargos onerosos quanto à atenção ao paciente; prepara a família para a alta do paciente em tempo hábil para produtividade hospitalar; atua na diminuição dos conflitos institucionais apresentados pela clientela etc.

As ações desenvolvidas pelo o assistente social no espaço hospitalar, volta-se preponderante para levantamento de dados sociais dos portadores de transtornos mentais e seus familiares; confecções de atestado sociais; encaminhamento para rede socioassistencial e difusão de informações e orientação social, sobretudo, aposentadoria. o surgimento e disseminação das multidisciplinares. Quanto a esse aspecto, será interessante a origem de sua implantação nas instituições assistenciais. Esta origem está profundamente vinculada ao agravamento da “ questão social”, especialmente das condições de saúde da população dos dependentes. Mas adiante, Marilda Iamamoto e Raul de Carvalho fazem a crítica a essa disseminação: Constitui-se assim, numa reorganização parcial dos mecanismos assistenciais, em que a formação de equipes multiprofissionais e o trabalho em equipe são um dos aspectos mais característicos.

Aparece como um projeto nacionalizador, não apenas por contornar a questão da universalização da assistência, interligar instituições etc, mas também por permitir a utilização, em escala ampliada, de pessoal auxiliar em diferentes níveis e, portanto, a redução do número de técnicos cuja formação-e mais demorada e cara, engajados nos programas. O compromisso com a competência, que só pode ter como base o aperfeiçoamento intelectual do assistente social. Daí a ênfase numa formação acadêmica qualitativa, fundada em concepções teórico-metodológico, crítica e sólida, capazes de viabilizar uma análise concreta da realidade social – formação que deve abrir a via à preocupação com a (auto) formação permanente e estimular uma constante preocupação investigativa.

Com isso vale ressaltar que há grandes desafios para concretização desses princípios, que ocorre com a prática profissional. Assim o assistente social tem como norte orientador o Código de Ética da profissão que vem contribuir com o profissional, atrelado às outras duas competências, a teórica-metodológica e a técnica-operativa que vem contribuir para a construção do perfil profissional qualificado, crítico e propositivo fundamentado o projeto ético político do Serviço Social: É a partir do desenvolvimento dessas competências profissionais que o assistente social poderá em seu cotidiano de trabalho dar resposta com eficácia as demandas tradicionais e as demandas emergentes [. Essa eficácia exige uma relação com usuário dos serviços oferecidos pelos assistentes sociais (IAMAMOTO, 2000, p.

Todavia, o profissional deve estar preparado para decifrar as múltiplas expressões que gravitam em torno da questão social; precisando para desenvolver esta habilidade de conhecimentos teórica - pratico que irá subsidiá-lo no cotidiano da vida profissional. Uma profissão bastante dinâmica e que possui um belo processo histórico, com sue fundamentos estruturados no final do século XIX, quando, as questões sociais se intensificaram, fazendo com que o Serviço Social ganhasse força para iniciar sua trajetória (SANTOS, 2012). Conforme Paiva (1999, p. “A Assistência Social tronou-se com a Constituição de 1988, em seus artigos 203 e 204, parte integrante da rede de proteção social pública no Brasil, considerando-o como um artefato político-histórico desta sociedade". Na década de 90 o Serviço Social vivencia os efeitos do neoliberalismo, da flexibilização da economia e reestruturação no mundo do trabalho, da minimização do Estado e da retração dos direitos sociais.

Por fim, os objetivos traçados nesta pesquisa pode-se afirmar que foram alcançados, podemos dizer o Serviço Social foi suma importância no decorrer das mudanças e transformação do modelo psiquiátrico brasileiro, da construção dos direitos dos pacientes portadores de transtornos mentais e que este é um campo amplo para o assistente social. É possível concluir que a concepção multicausal do processo saúde-doença vem fundamentando as práticas nos diferentes serviços de saúde mental, instaurando processos de trabalho que tomam majoritariamente por objeto o sujeito em adoecimento psíquico. Há uma ampliação do recorte do objeto, se comparado aquele da psiquiatria. Da mesma forma a finalidade do trabalho amplia-se, porém com vistas a prevenir novas crises, recuperar a convivência social através da potencialização dos esforços individuais – indivíduo e família – para lidar com suas limitações.

É inegável a apropriação de instrumentos mais complexos do que aqueles que visam à redução de sintomas, valendo-se de conhecimentos de outras áreas, instaurando práticas que embora humanizadoras não visem o enfrentamento dos determinantes estruturais o processo saúde-doença mental. REFERÊNCIAS AMARANTE, Paulo. Saúde mental e atenção psicossocial. ed. Rio de Janeiro, Ed. Fiocruz, 2008. Disponível em: <http://www. planalto. gov. br/ccivil_03/ constituicao/constitui%C3%A7ao. htm>. Fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social IV -, São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. UNIVERDIDADE NORTE DO PARANÁ, Graduação em serviço Social: módulo I. Londrina 2007. UNIVERDIDADE NORTE DO PARANÁ, Graduação em serviço Social: módulo 3. Londrina 2008. Fundamentos de metodologia científica. Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

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Teresina: EDUFPI, 2008. IAMAMOTO. Marilda. OLIVEIRA, JullymaraLais Rolim de. CAPS e Serviço Social: Um novo paradigma no campo da saúde mental. Disponível em: http:www. webartigos. com acesso em 27 de novembro de 2022. Panorama,Rio de Janeiro. Antunes R 2000. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a formação e a negação do trabalho. Ed. Boitempo,São Paulo. br/ojs/index. php/fass/article/viewFile/7384/5785> Acesso em: 27 de Nov.

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