A DOUTRINA DA SEMELHANÇA EM WALTER BENJAMIM

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Serviço Social

Documento 1

Platão concebe a mimesis como uma mera imitação que desfigura a verdade e os valores morais. Aristóteles atribui propriedades positivas, pois a vê como objeto privilegiado da aprendizagem humana, por não é uma simples imitação da aparência. Já Walter Benjamim concebe a mimesis como a capacidade da linguagem produzir semelhanças, principalmente por elementos lúdico, como a arte, que é um dos processos mimético que mais produz energia criadora e criativa. O objetivo desse trabalho foi fazer um levantamento das semelhanças, diferenças e as implicações do conceito de mimesis nos filósofos Platão, Aristoteles e Walter Benjamim. Palavras-chave: mimesis; processo mimético; educação; filosofia. Por sua vez Walter Benjamim, propõe que o processo mimético não apenas faz reconhecer, mas também produzir semelhanças.

Isso é visível nas brincadeiras de criança, quando a brincadeira é também um processe prazeroso de aprendizado e conhecimento. A novidade no pensamento do Benjamim é a observação de que há uma história da mimesis e que ela se dá de diferentes formas ao longo da história. Da mesma forma que Aristóteles, Benjamim vê o processo de aprendizagem mimético lúdico como benéfico, uma vez que faz o conhecimento não ser um terreno tão hostil. A arte serve bem a essa finalidade. evidencia que o primeiro sentido seria o original e os outros dois apenas variações. O conceito de mimesis aparece mais fortemente em Platão e Aristóteles, ao falarem da vida política. Os dois filósofos divergem radicalmente um do outro.

Enquanto Aristóteles vê a mimesis como uma reprodução fiel da realidade, Platão a vê como uma confusão por causa do seu caráter poético, tudo não passando de uma imitação, necessitando um filósofo para distinguir de uma mimética filosófica. Mimesis em Platão Caimi (2003, p. Isto por que a mimesis em Aristóteles não é uma simples imitação da aparência, mas um processo de arranjo de certos eventos em uma estrutura determinada, isto é, uma atividade condicionada por uma forma que é regulada por princípios que são próprios do objeto que é seu produto (Susin, 2010, p. Nas palavras de Gagnebin (1993, p. para Aristóteles o êxito da representação artística não é se encontra em partes especificas, mas no desenvolvimento integral e harmonioso da faculdade mimética.

Aristóteles não atribui à coisa o conhecimento, mas ao homem conhecedor, pois antes de tudo faz parte da natureza humana e por isso é capaz de reconhecer nelas as semelhanças. A mimesis aristotélica designa um processo de aprendizagem próprio do homem, uma vez que a aquisição de conhecimentos se dá pelos aspectos prazerosos, pois repousa na faculdade de reconhecer semelhanças e de produzi-las na linguagem. Portanto, tudo seria linguagem (Ito, 2012, p. O segundo período da filosofia de Benjamin é marcado pelo espírito materialista pós 1933. Nesta fase se destacam dois textos: A doutrina das semelhanças e Sobre a capacidade mimética. É, pois nesta neste segundo momento que se introduz a dimensão mimética da linguagem, que na fase anterior fora a “dimensão nomeadora”.

Portanto, há um deslocamento da dimensão nomeadora para a dimensão mimética, em que as semelhanças não sensíveis ficam arquivadas nas palavras, em sua virtualidade (Ito, 2012, p. Há uma história da capacidade mimética e essa é a maior originalidade de Walter Benjamim (Gagnebin, 1993, p. As semelhanças se modificam no decorrer dos séculos, não são imutáveis, não existem em si, mas são redescobertas e ressignificadas pelo conhecimento humano em diferentes épocas. Na teoria mimética da linguagem há uma lógica não da identidade, mas da semelhança. Não há uma concepção de identidade do sujeito e da consciência, mas “a eclosão de um verdadeiro outro” (GAGNEBIN, 1993, p. A atividade mimética não se reduz a uma cópia, como queria Platão.

Também para Benjamim a ludicidade é a parte mais importante da mimesis, pois por ela há possibilidade de reavivar no homem moderno o desejo pelo processo de conhecimento, ou ainda melhor, o prazer em aprender. E, também, que reordenar a realidade aparentemente hostil que o circunscreve pode ser, não apenas possível, como prazerosa. Considerações Finais Estudar o conceito de mimesis é antes de tudo falar sobre a educação, não qualquer educação, mas a educação adequada para o público que se quer formar. Enquanto na Grécia de Platão o mundo ideal é superior, quase inalcançável, logo não é qualquer mimesis suficiente para se alcançar as verdades da alma. É um mundo tão fechado, de tão difícil acesso que não dá margem para o lúdico.

Clássica. São Paulo, V. n. p. Universidade de Ijuí, RS. Walter Benjamin: o marxismo da melancolia. Rio de Janeiro: Campus, 1999. PIRES, Eloiza Gurgel. Experiência e linguagem em Walter Benjamin. Educ.

135 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto

Apenas no StudyBank

Modelo original

Para download