JK Era de Ouro de Tolo

Tipo de documento:Projeto de Pesquisa

Área de estudo:Religião

Documento 1

Mas será que isto é uma verdade absoluta? O texto a seguir discorre sobre o assunto, abordando alguns pontos que consolidaram a figura de JK e seu empreendimento no Brasil dos meados de 1950, quando a comoção pelo suicídio de Getúlio Vargas ainda balançava a sociedade. Governo Nacional-Desenvolvimentista Após o suicídio de Vargas, o conturbado governo de Café Filho, e as eleições de 1955, a posse de Juscelino e João Goulart tutelada pelo golpe legalista de Henrique Lott se dá com efervescência em janeiro de 1956. Utilizando uma retórica inspirada no modelo varguista, Kubitschek criara um novo tipo de “linguagem do desenvolvimento”, com o uso de números, metas e estatísticas, inventando um estilo pioneiro de campanha eleitoral. Campanha esta que apresentou ao Brasil um arrojado “Plano de Metas”, que, apesar de comtemplar uma vasta gama de setores, se imbuiu da energia elétrica e do transporte como peças para o aprofundamento da industrialização.

O que de fato alcançou (MOREIRA in FERREIRA; DELGADO, 2003). A “Operação Brasília”, projeto de mudança do centro político nacional, deslocando do litoral carioca para o planalto central a esfera de poder governativa, entrava em consonância com as transformações do Brasil que já vinham ocorrendo entre o fim da década de 1940 e o início da de 1950, principalmente econômicas. O diálogo entre os projetos nacional-desenvolvimentista e ruralista vinha se promovendo. Sem uma proposta visível de reforma agrária para melhorar as condições de vida das camadas depauperadas, o governo juscelinista induz a apropriação extensiva do solo ao interior e conquista com efetividade as grandes elites; um modelo de industrialização atrelado à modernização da agricultura e expansão das fronteiras agrícolas oligárquicas criara estabilidade ao governo.

Estabilidade esta que pode ser resumida na soma dos interesses rurais com os do capital industrial – seja ele nacional, estrangeiro, misto (idem, 2003). A Era JK seria marcada pela não ampliação da cidadania ao campo e as disparidades latentes entre as condições de vida no “interior” e no “litoral”. Os artifícios criados pela imprensa udenista de desconstruir a simbologia traçada pelo governo juscelinista não impediu, ao menos na própria produção historiográfica, de descrever esse período como “Anos Dourados”. E porque tal designação? A constituição de uma democracia espremida entre dois regimes ditatoriais (1937-1945 – 1964-1985) consolidou a ideia de um momento onde prevaleceu a “atmosfera nacional”, identificada por palavras como liberdade, desenvolvimento e esperança (idem, 2013). A despeito da pouca aprovação social da transferência de capital verificada por algumas pesquisas no final da década, em 1960 o movimento do imaginário tendia a aceitar Brasília como um fato a ser legitimado, gostado ou não.

O mundo musical vivenciaria as turbulências de tal situação, conferindo embates sonoros entre apoiadores e opositores ao empreendimento. A edificação do novo centro físico governativo do país absorveria uma outra atmosfera: o ambiente do pó, da lama, e dos sonhos. A eleição e posse de Jânio Quadros se mostrou um duro golpe nos sonhadores de Brasília. Foram determinados que todos os trabalhadores, após o término da edificação e do mandato de JK, se retirassem das terras em que haviam manuseado durante vários anos. As recompensas pelo suor, solidão, saudade e privação não chegaram. Os candangos foram relegados ao esquecimento. Entretanto, antes do fim da utopia, algumas flores circulariam pelo cerrado brasileiro. ” A modernização é apelo mais frequente, apontando o trabalho como o maior júbilo: se Juscelino era um presidente incansável, Brasília também deveria funcionar 24 horas por dia.

Suas mais carinhosas recordações falam da proximidade com que Juscelino se apresentava às mulheres e crianças, deixando-as visitarem o Palácio da Alvorada. O espírito de cooperação é colocado como fator fundamental; mas não uma integração qualquer, dizia respeito, por exemplo, aos negócios realizados entre as senhoras dos altos funcionários do governo e as mulheres humildes, aquelas dependentes dos serviços prestados por estas. O lamento se desdobra com o desatino do Governo Quadros e dos militares em 1964, pois perante as entrevistadas, removeu dos recantos de Brasília o sentimento popular. De fato, então, o que a nova capital simbolizou para estas mulheres? Segundo uma das entrevistadas, Brasília deveria ser vista como uma mulher, que acolheu em seu princípio, com amor, os esperançosos de um novo Brasil.

Audiovisual digital. Disponível em: <https://www. youtube. com/watch?v=Q0ut6D2oRz4>. Acesso em: 14 mai. Acesso em: 14 mai. POEIRA E BATOM no Planalto Central Parte 1. Documentação. Audiovisual digital. Disponível em: <https://www. MOREIRA, Vânia Maria Losada. Os anos JK: industrialização e modelo oligárquico de desenvolvimento rural. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucilia de Almeida Neves (Orgs. O Brasil Republicano – o tempo da experiência democrática: da democratização de 1945 ao golpe civil-militar de 1964. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

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