Formação de hábitos alimentares saudáveis na primeira infância

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Administração

Documento 1

A partir da leitura e análise dos textos, conclui-se a importância da constituição de hábitos alimentares saudáveis na primeira infância, atentando-se para fatores os fisiológicos e, principalmente, ambientais que atuam nesse processo. PALAVRAS-CHAVE: Nutrição; Primeira Infância; Hábitos alimentares. INTRODUÇÃO Em 2016, foi sancionada a lei 13. BRASIL, 2016) que dispõe sobre as políticas públicas para a primeira infância, alterando o já conhecido Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para assegurar a prioridade e o atendimento das especificidades dessa fase da infância. A lei também é responsável por reconhecer legalmente e, portanto, institucionalizar a noção da primeira infância enquanto período que corresponde aos seis primeiros anos de vida ou os primeiros 72 meses. Foram analisadas, ao longo do trabalho, as principais referências que mais dialogam com a temática de hábitos alimentares na primeira infância presentes nas bases de dados Scielo e no Google Schoolar.

A partir da leitura das bibliografias, foram identificados os principais tópicos que atravessam a temática abordada pelos artigos e foi definido o caminho de exposição dos argumentos e questões. O artigo apresenta, primeiro, um cenário geral do debate sobre a alimentação na primeira infância. Articulando alguns autores que já discutem a temática, o objetivo é introduzir os leitores nas principais questões abordadas. Em seguida, seguindo as premissas de Valle (2007), são apresentados os dois principais elementos de interferência no processo alimentar da primeira infância: os fisiológicos e os ambientais. São muitos os incentivos por alimentos mais calóricos que acabam deixando de lado os alimentos ricos em micronutrientes como as frutas e as hortaliças. Além disso, uma série de instrumentos reforça esse cenário: A internet, o cinema, a televisão também influenciam os hábitos alimentares das crianças, ratificando a tendência à preferência por alimentos doces e/ou gordurosos.

A transição nutricional que passa a maior parte das crianças contemporâneas, mesmo que não necessariamente na primeira infância, é um processo que já faz parte da realidade de trabalho de muitos dos profissionais que trabalham com o público infantil. Já existem relatos de pesquisas (YOKOTA et. al. É na primeira infância, principalmente, quando as famílias têm um grande impacto na saúde global das suas crianças. Pois, nesse momento a família é a principal (às vezes a única) referência comportamental, além de constituírem o primeiro ambiente de aprendizagem infantil. Tais influências/referências são argumentadas por Aparício (2010), que demonstra como a família e, especialmente, os pais, influenciam de diferentes formas o comportamento alimentar das suas crianças.

Hoje, é possível identificar que os muitos panfletos, a internet, a televisão, o acompanhamento médico, enfim, todos eles e muitos outros elementos existem e funcionam como mecanismos de dispersão de informações. A partir deles, sabe-se, por exemplo, que a formação dos hábitos alimentares inicia-se a partir da gestação e da amamentação. Apesar disso, a autora traz uma descrição muito precisa do que seriam os fatores fisiológicos. Os fatores fisiológicos envolvidos com a formação do hábito alimentar são de diversos tipos. Entre eles estão incluídas as preferências pela doçura e pelo sabor salgado e a rejeição pelos sabores azedo e amargo. Outra característica fisiológica da criança é a rejeição para alimentos novos, também chamada de reação neofóbica a alimentos e a habilidade para adquirir preferências alimentares baseadas nas conseqüências pós-ingestão de vários tipos de alimentos (VALLE, 2007, p.

Para Valle (2007), entre os principais fatores fisiológicos estão: Experiências intrauterinas, o paladar do recém-nascido, leite materno, neofobia, regulação da ingestão de alimentos (densidade energética e palatabilidade). Ela explica o processo: As alterações na aceitação de alimentos resultantes da exposição repetida são provavelmente atribuíveis à “segurança aprendida”. Quando o consumo de um novo alimento, em repetidas ocasiões, não é seguido de náuseas ou vômitos, aprendemos, gradualmente, que se pode comer o referido alimento sem receio e que ele pode tornar-se parte da dieta. Nesta perspectiva, a rejeição precoce de novos alimentos pelas crianças pode ser considerada como um exercício de adaptação (VALLE, 2007, p. Há, ainda, a regulação na ingestão de alimentos.

Esse processo foi exposto a partir de dois elementos principais. Dessa forma, torna-se igualmente desejável a continuidade do aleitamento materno ao longo do período da diversificação alimentar, ou seja, após os quatro ou seis meses de vida. Entretanto, em São Tomé e Príncipe, a manutenção do período de amamentação por menos de seis meses é frequente entre os dados levantados na região. Segundo Silva, “esses valores [de amamentação] são preocupantes, tendo em conta a relação encontrada por vários autores entre crianças que nunca foram amamentadas e um risco acrescido de desnutrição e consequente aumento da mortalidade durante a infância. ” (SILVA et. al. Estes resultados vão de encontro a um outro estudo, realizado na Gâmbia, em que a maioria das crianças, partilham a “tigela” de comida da família ao sexto mês de vida.

No caso particular de São Tomé e Príncipe, um outro estudo mostra que 26% das crianças com idades entre 6-8 meses não consumiam nenhum alimento sólido ou semi-sólido como complemento ao aleitamento materno, muito embora uma percentagem elevada de lactentes já o tivesse feito (59% cereais, 53% proteína animal, 45% fruta/legumes e 36% tubérculos). Esta situação pode ser justificada pela inexistência de um plano de diversificação, com base nas recomendações vigentes e na maximização dos recursos alimentares do país (SILVA et al. p. Os hábitos alimentares da região foram mapeados pelo grupo e outros muitos dados foram apresentados ao longo do artigo. FATORES AMBIENTAIS Refletindo sobre os fatores ambientais que podem interferir nos hábitos alimentares, Valle (2007) considera uma multiplicidade de dimensões que atuam nesse processo.

Dimensões econômicas, sociais, culturais e comportamentais. Considerando esses cenários de forma interligada, ela cita como mecanismos principais: a alimentação dos pais, o comportamento do cuidador, a condição sócio-econômica, a influência da televisão e alimentação em grupo. Sobre a alimentação dos pais, Valle (2007) cita estudos que se ocuparam da forma como os hábitos alimentares dos pais influenciam a alimentação dos filhos. Ela cita dois exemplos muito pertinentes, ambos amparados em exercícios de pesquisa empírica. As práticas educativas parentais usadas nessa formação visam incentivar comportamento adequados e evitar que uma má alimentação repercuta no seu crescimento e no seu desenvolvimento cognitivo e social (OLIVEIRA e OLIVEIRA, 2019, p. Além disso, elas dão continuidade as suas reflexões argumentando a importância de, além de orientar, educar, instruir e controlar o comportamento alimentar das crianças, os pais também devem ensiná-las a importância e os benefícios advindos do consumo de uma alimentação saudável.

Pois, quanto mais cedo houver o compartilhamento de refeições com alimentos saudáveis entre pais e filhos nas refeições comuns, mais rápido a criança irá entender a importância da alimentação como ato protetor para evitar o excesso de peso, a obesidade as doenças crônicas. Elas argumentam o quanto o hábito de refeições comuns é importante na aprendizagem de hábitos alimentares. Esse procedimento autoriza a observação e a aprendizagem direta, pelo exemplo. Essas aprendizagens sobre os alimentos constroem referências e preferências alimentares. Valle (2007) comprova isso demonstrando o quanto os momentos das refeições estão carregados de sentidos positivos ou negativos. Para ela, as crianças aprendem desde muito cedo que os alimentos são servidos em uma ordem particular nas refeições, como, por exemplo, a refeição e depois a sobremesa e que as ocasiões sociais especiais, como os aniversários, pedem alimentos diferenciados.

Tudo isso pode e deve ser regulado pelos pais. Entretanto, deve haver mediações nesse processo. Sobre as condições socioeconômicas, Valle (2007) cita um estudo realizado nas grandes regiões urbanas brasileiras que demonstrou, em alguns lugares, uma realidade em que famílias com renda mensal de poucos salários mínimos apresentaram ingestões calóricas inferiores às recomendações mínimas. Um segundo estudo, comparando filhos de adolescentes (portanto, com menor planejamento familiar e menos condições materiais de sobrevivência) e filhos de pessoas adultas possuía uma diferença no consumo de carne, mesmo considerando que ingeriam outros complementos alternativos e mais baratos. Nos Estados Unidos, um estudo comparando crianças pré-escolares – logo, na primeira infância – sofriam as consequências alimentares da condição econômica que dispunham.

Carências nutricionais mostraram-se frequentes nos lares que havia uma quantidade insuficiente de alimentos para os moradores. Valle (2007) cita mais alguns estudos que demonstram a associação direta possível entre dificuldades socioeconômicas e carência nutricional. Diante disso, a autora argumenta a importância das políticas públicas voltadas para o desenvolvimento da escolaridade, das condições de saúde e de acesso à informação. Citando a família e a importância dos pais na formação alimentar e social das crianças, ela aponta como as políticas sociais deveriam privilegiar abordagens que dão importância à dimensão familiar. Entretanto, Morais (et al. se destaca por, além do núcleo, considerar outros valores e princípios que atravessam a família, princípios oriundos do cenário cultural em que o núcleo familiar está inserido.

Nesse cenário podemos citar, por exemplo, os ambientes escolares, tanto os que as crianças frequentam quanto os espaços de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Valle (2007) cita algumas pesquisas que demonstram o quanto a maioria dos programas televisivos está relacionada a exibição de alimentos com gorduras e açúcares em demasia. Além disso, ela cita um segundo estudo que mostra também como crianças que ficam muito tempo expostas à televisão notaram um aumento de massa gorda na sua composição física. Afinal, a televisão, além de promover o sedentarismo, estimula a ingestão de alimentos calóricos. Por último, mas não menos importante, está a alimentação em grupo, que se refere, basicamente, considerando o cotidiano infantil, às creches e escolas.

Essas por aglutinarem muitas crianças tendem a ameaçar hábitos saudáveis de alimentação. Ajudar a desenvolver hábitos alimentares saudáveis na infância. Revista Millenium RE, Repositório Científico do Instituto Politécnico de Viseu; - Número 38 - Junho de 2010. AGUIAR, Marília Caldas de. Hábitos alimentares na primeira infância: revisão de literatura. Monografia (Graduação em Nutrição). CARVALHO, Carolina Abreu de et al. Consumo alimentar e adequação nutricional em crianças brasileiras: revisão sistemática. Revista Paulista de Pediatria, São Paulo, v. n. p. jan. jun. OLIVEIRA, Albanita Maria de; OLIVEIRA, Daiany Steffany da Silva Oliveira. Influência parental na formação de hábitos alimentares na primeira infância – Revisão de Literatura. Revista Eletrônica Estácio Recife.

n. p. jan. jun. YOKOTA, R.

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