Transições no Futebol: Um Caminho Bidirecional a "Ponte" entre o Ter a Posse da Bola e recuperar a Posse da Bola

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Educação Física

Documento 1

RESUMO O jogo de futebol é uma dinâmica coletiva que resulta da interação entre vários jogadores, com idéias, experiências e características diferentes. Com a constante evolução dos métodos de treinamento no futebol os momentos de transição assumem uma grande importância na organização defensiva e ofensiva de uma equipe de futebol. O presente trabalho teve por objetivo aplicar um programa de treinamento tático sobre os principais sistemas de transição. Para tal foi realizado um estudo qualitativo, experimental, descritivo e de caráter transversal e participaram desta pesquisa 12 atletas da categoria juvenil (nascidos entre 1996 e 1997 ) de uma escola de futebol da cidade de Caxias do Sul. Com o intuito de alcançar os objetivos propostos neste estudo foi aplicado um teste tático, adaptado Greco (2009), denominado GR3-3GR, este teste foi concebido para que treinadores e pesquisadores possam avaliar o desempenho tático dos jogadores de futebol em situações reduzidas de jogo.

Keywords: football, organization, transition. INTRODUÇÃO O jogo de futebol é uma dinâmica coletiva que resulta da interação entre vários jogadores, com idéias, experiências e características diferentes. O jogo só começa quando estes estabelecem relações, ou seja, quando se percebe a interação uns com os outros. Com maior ou menor qualidade, o jogo acaba por acontecer, os jogadores relacionam-se entre si e fazem emergir um conjunto de comportamentos, os quais constituem o grande jogo. Levando em consideração como os atletas dessa equipe se relacionam e como os comportamentos se mostram, juntamente com as características individuais de cada um, surge então um maior entendimento do jogo, uma necessidade de traçar um caminho em direção ao que idealizaram. Segundo Santos Filho, (2002), o futebol que muitos chamam de “arte milenar” e outros conhecem como “o esporte das multidões”, é a modalidade esportiva mais praticada em todo o mundo, inicialmente por homens e atualmente também por mulheres.

O futebol cumpre seu papel social, ele acolhe atletas de todas as classes sociais, cor, procedência e outras características. Segundo Leal, (2001), a facilidade deste esporte poder ser praticado em pequenos espaços e ao baixo custo do material, pois, uma simples bola feita de meia velha, recheada de papel, jogada por pés descalços, exercita, diverte e socializa uma coletividade. De acordo com Bangsbo (2002), as exigências do Futebol podem dividir-se em quatro componentes: técnicas, táticas, sócio-psicológicas e físicas. Colaborando com o autor anteriormente citado Alves (2007) diz que a realidade do Jogo é complexa e são muitas as variáveis que estão implícitas ao mesmo, porque não é só colocar onze jogadores em campo, como permite as leis do jogo, envolve muito mais que isso.

Estes segundos revelam-se de suma importância, uma vez que ambas as equipes se encontram momentaneamente desorganizadas para as novas funções que têm que assumir como tal, ambas tentam aproveitar as desorganizações adversárias. Garganta & Pinto (1998) destacam que quando não se tem a bola, deve-se procurar recuperá-la recorrendo a quatro princípios básicos: contenção – fechar linha de remate ou de progressão colocando um jogador entre a bola e a baliza, cobertura defensiva – criar superioridade numérica junto da bola incluindo um segundo defensor, equilíbrio – restabelecer a igualdade numérica após situações de ruptura e concentração – restringir o espaço disponível para jogar, diminuir a amplitude do ataque, obrigando o adversário a jogar em pequenos espaços, de forma a facilitar a cobertura defensiva e a criação permanente de situações de superioridade numérica.

Os mesmos autores salientam aqui outro aspecto importante, quando estamos defendendo a pressão é no portador da bola, ou seja, não dar espaço para quem estiver de posse dela, não dar tempo para ele pensar e encontrar a melhor solução para a sua tomada de decisão devemos sim condicioná-lo ao erro. Neste sentido, Garganta (1997) defende que restringir o espaço disponível para jogar significa diminuir o tempo para agir e, nessa medida, o jogo consiste numa luta incessante pelo tempo e pelo espaço. Segundo este entendimento, quanto menos tempo uma equipe ou um jogador tiverem para pensar o jogo, mais dificuldades apresentarão. Pesquisas experimentais antes - depois com um único grupo, definido previamente em função de suas características e geralmente reduzido.

Em vista disso adotou-se o sistema de transição GR3-3GR a fim de atender o que preconizam os autores aqui citados. Os participantes deste estudo são integrantes de uma equipe de futebol da categoria sub 17 de uma escola de futebol da cidade de Caxias do Sul. Schlüter (2005) discorre a respeito da determinação da amostra dizendo que pode ser realizada de acordo com dois procedimentos básicos: o primeiro é o método aleatório ou probabilístico e o segundo, que é adotado nesse estudo, é o método que gera amostras denominadas não aleatórias, porque os pesquisadores trabalham na referida escola de futebol como auxiliares técnico, sendo que, para facilitar a autorização da aplicação da pesquisa, optou-se como grupo de estudo pela categoria referida anteriormente.

Com intuito de alcançar os objetivos propostos neste estudo, foi aplicado no dia 11/04/2013 um teste tático, adaptado de Greco (2009), denominado GR3-3GR. Não foi realizada nenhuma filmagem durante o teste. Com base nos resultados foi aplicado um programa de treinamento durante o período de 08 a 12 semanas, duas sessões por semana, somando assim, aproximadamente 16 a 24 sessões de treinamento com duração em torno de 40 minutos de trabalho específico. Os exercícios foram contemplados segundo a periodização do treinamento da categoria juvenil e foram descritos os exercícios utilizados nas sessões de treino em uma planilha de treino diária. Tendo como referência o primeiro teste foram programadas as sessões de treino do mês subseqüente até o próximo teste onde se tinha como objetivo da sessão estimular o conhecimento dos princípios táticos tanto ofensivos e defensivos.

O número de treinos na semana foi definido com a coordenação da escola de futebol. Corroborando com o estudo, traz-se a luz da discussão Soares (2009) dizendo que os exercícios de treinos devem obedecer a uma organização fractal, sendo tanto mais ricos quanto mais se aproximarem dos momentos de decisão a que o jogador vai ser sujeito no jogo; A assimilação dos comportamentos pretendidos levará os jogadores a realizar as transições com mais apropriação e naturalidade, diminuindo as possibilidades de erro, aumentando as possibilidades de incremento da intensidade dessas transições, permitindo explorar mais acentuadamente os desequilíbrios da equipe adversária nos momentos de perda e recuperação da posse de bola. O autor citado anteriormente acredita que ocorre um processo na mente dos jogadores que, tendo por base as experiências anteriores, os leva a visionar o futuro antes de este ter ocorrido, ou seja, perante as condições apresentadas pelo jogo num determinado momento de provável perda da posse de bola, os jogadores analisam os indicadores apresentados e decidem, com base em experiências anteriores proporcionadas pelo jogo ou pelo treino, sobre as ações a realizar de seguida, isto é, se intervêm sobre a bola, ou se não sendo possível essa intervenção, adotam um posicionamento diferente preparando já a ação seguinte.

Durante a aplicação do estudo ficou nítido que aqueles participantes que possuíam uma experiência anterior em outra escola de futebol conseguiam identificar os momentos de transição com e sem a bola mais facilmente em relação aos que não possuem uma base anterior, sendo que estes em muitas situações de jogo tiveram uma maior dificuldade em acompanhar as atividades gerando um desconforto aos que já realizam e entendem o processo de transição no futebol. Outro fator que se constatou é que um processo de treino sistematizado de acordo com os objetivos e necessidades individuais e coletivos da equipe faz com que a mesma se desenvolva, tome corpo, mesmo aqueles participantes que não tinham experiências anteriores conseguem adaptar-se, evoluir com treinamentos adequados aproximando-o da realidade que irá encontrar em uma partida de futebol.

Traz-se a luz da discussão os apontamentos de Piaget (1996) que define assimilação e a acomodação. Portanto os pesquisadores acreditam que o futebol é um contínuo sistema de transições, pois a aleatoriedade em que o jogo acontece é muito complexo e amplo, mesmo parecendo ser o futebol simples e objetivo se marcar mais gols no adversário ganha-se a partida, mas as questões são: como marcar estes gols? Como defender? De que forma atacar? Quais os sistemas ficam mais adequados a a cada equipe em função das características dos seus atletas? Pode creditar ao futebol o fator apaixonante e que desperta cada vez mais questões de pesquisa na comunidade acadêmica. No entanto, acredita-se que os objetivos da pesquisa foram atingidos, que eram conhecer e aprender mais sobre o correto conceito de transição, ajudar os participantes do estudo a evoluírem neste período e conseguiu-se.

Obteve-se os resultados propostos no início do planejamento até a última avaliação, percebendo um bom nível de evolução dos participantes. É importante frisar que o empenho e a dedicação dos participantes em cada teste e em cada treino aplicado foram de fundamental importância para a obtenção dos resultados positivos na evolução em todos os momentos de transição que um jogo de futebol exige. As dificuldades encontradas para a realização deste trabalho foram as condições climáticas, o pouco tempo para a execução do projeto e ausência de alguns participantes durante as sessões de treino. ALVES, S. “ROTATIVIDADE DE JOGADORES” no Futebol. Uma relação «umbilical» do como treinar com o como «jogar». Porto: S. Alves. BANGSBO, J. Entrenamiento de La condición física en El fútbol.

ª edição. Barcelona: Editorial Pai da Tribo, 2002. BARROS, A. CASTELO, J. Futebol - A Organização do Jogo, Edição do Autor, 1996. et al. Metodologia do Treino Desportivo, 3ª edição. Edições FMH, 2000. O lugar do corpo. Elementos para uma cartografia fractal. Tese de doutoramento. Dissertação de Licenciatura apresentada à faculdade de Desporto da Universidade do Porto. FCDEF-UP. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila. OLIVEIRA, J. Eds. O ensino dos jogos desportivos, p 95-135. Lisboa: Edições CEFD. Greco. OLIVEIRA, Guilherme, J. Conhecimento Específico em Futebol. Contributos para a definição de uma matriz dinâmica do processo ensino-aprendizagem/treino do Jogo. Dissertação de Mestrado. FCDEF-UP. Ciência com Consciência. Mem Martins. Publicações Europa- América, Portugal. p. MOURINHO, J. NOGUEIRA, M. Análise da estrutura do treino, no escalão de iniciados e juvenis, em futebol.

Dissertação para provas de Mestrado no Ramo de Ciências do Desporto. FCDEF-UP, Edição do autor. OLIVEIRA, B. Vozes. PRADO, Daniel A. do; & BENETTI, Waldir. As características físicas, táticas e técnicas do jogador profissional em suas respectivas posições dentro do campo. Monografia (Graduação em Educação Física) – Centro Universitário Claretiano. SANTOS FILHO, José Laudier Antunes dos. Manual de Futebol. São Paulo: Phorte Editora 2002. SCHLÜTER, Regina G. Metodologia da pesquisa em turismo e hotelaria. PORTO: P. Soares. Dissertação de Licenciatura apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. THOMAS, Jerry R. NELSON, Jack K. Trabalho de Conclusão do Curso de Licenciatura Plena em Educação Física pelo Centro Universitário Feevale, Novo Hamburgo-RS: 2010. VENDITE, Caroline C. MORAES, Antônio Carlos de.

Sistema, estratégia e tática de jogo no futebol: análise do conhecimento dos profissionais que atuam no futebol. In: XXIX CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO.

1201 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto

Apenas no StudyBank

Modelo original

Para download