Judeus e Cristãos em Portugal na Idade Média: Mentalidade e convivência

Tipo de documento:Produção de Conteúdo

Área de estudo:Estatística

Documento 1

Fernanda Santana Chaves Introdução: A trajetória de um povo cruzando a história de outro. O povo judeu é marcado pela luta, pela busca de se estabelecer no território por eles denominado de Terra Prometida, ao longo de sua História, travaram muitas batalhas no anseio pelo cumprimento dessa promessa ancestral, e por consequência foram se espalhando por outras regiões. A presença judaica é notada em muitos locais e em períodos variados, inclusive na região Ibérica, ponto de nossa pesquisa, mais especificamente, Portugal na Idade Média. Considerando que essa busca fez com que se espalhassem, outro ponto nos proporciona uma reflexão, a relação desse povo, com tradições tão bem definidas e valorizadas, com outros povos, que possuem culturas e religiões diferentes, isso por si só, é obviamente, uma situação que exige jogo de cintura quando se está na desvantagem de não estar em seu próprio país, e a melhor saída, em alguns casos, é a adaptação.

Se pensarmos ainda, quando se é necessário lidar com um povo cuja religião dominante, em tese, seria uma ramificação da sua, mas que na verdade por um contexto histórico, vêem a religião ancestral como inimiga e perigosa, qual seria a melhor forma de estabelecer uma convivência? Haveria essa possibilidade? E até em que momento poderiam sustentar? É a relação entre judeus e cristãos em Portugal na Idade Média que analisaremos neste trabalho. Porém cito aqui um trecho sobre o assunto: “Depois, quando o emprego do dinheiro urbanizou-se, os judeus desempenharam um importante papel de emprestadores, uma vez que, segundo a Bíblia e o Antigo Testamento citados no início deste livro, o empréstimo a juro era, teoricamente, qualquer que fosse o caso, proibido entre cristãos, por um lado, e judeus, por outro, mas autorizado se de judeus para cristãos e vice-versa, e os judeus, mantidos fora da agricultura, acharam em certos ofícios urbanos, como a medicina, uma fonte de rendimentos que puderam aumentar emprestando a cristãos urbanos sem fortuna.

” (LE GOFF, 1924, p. Por mais que se constate todos pontos positivos de desenvolvimento e de contribuição dos judeus para a comunidade cristã em Portugal, a relação estabelecida entre eles não seria dada de forma amigável, ou harmoniosa em sua totalidade, para compreender isso é necessário resgatar um contexto histórico 4 Judeus e Cristãos em Portugal na Idade Média: Mentalidade e convivência. Fernanda Santana Chaves primordial na formação religiosa cristã, existia por parte dessa maioria argumentos para sua visão acerca dos judeus, argumentos esses que respeitava uma história das mentalidades. Visão Cristã sobre o judeu: impacto na convivência A visão cristã em relação a comunidade judaica, colocava a segunda em posição de inferioridade em relação a outra, sendo visto como mal e diabólico, perigoso para o homem e a mulher da cristandade, essa concepção se apoiava no “crime de deicídio”, a rejeição do Messias e negação de sua divindade, essa história dominava a psicologia social, os judeus não eram perdoados por tal ato cometido muito tempo antes, no livro “Os judeus em Portugal no século XV”, da autora Maria José Pimenta Ferro Tavares, vemos como essa posição de inferior e superior, e o inferior como sendo o criminoso culpado pela morte do Messias, traz um estigma para relação entre as duas partes Mesmo que não completamente harmoniosa, existia uma convivência até certo ponto conveniente, pois como vimos os judeus eram capazes de exercer certas contribuições, percebemos porém que no final da Idade Média, entre os séculos XIII, XIV e XV, a convivência se torna mais complicada.

Afonso II que proibia que judeus fossem ovençais reais ou “exercerem ofícios por conta de outrém, em que aqueles ​possam ser aggravados” (​ PIMENTA, 1982, p. sendo possível até a cobrança de multa caso essa determinação fosse transgredida. Outras medidas foram tomadas e percebemos que cada vez mais, gradativamente, o afastamento vai ficando mais acentuado, os cristão vêem os judeus como mais uma heresia a sua fé, e se sentem ameaçados pelo povo cujo os antepassados mataram o Salvador de sua fé, a liderança católica por meio de cartas e recomendações fortalecem o sentimento de medo e intolerância, criando um ambiente anti judaico, até que culmina na determinação da expulsão ou conversão forçada do povo judeu em 1496 e 1497.

Judeus e Cristãos em Portugal na Idade Média: Mentalidade e convivência. Fernanda Santana Chaves Conclusão Ainda tem muito a ser lido e desenvolvido sobre o assunto, o importante é que a partir deste trabalho inicial temos uma base para os próximos passos. uab. cat/pub/mirabilia/mirabilia_a2003m12n3/mirabilia_a2003m12n3p21 2. pdf​>. Acesso em: 10/07/2018 DELUMEAU, Jean. ​A História do medo no Ocidente 1300-1800: Uma cidade sitiada. Fontes levantadas, mas ainda não utilizadas: FERREIRA, Joaquim de Assunção. ​Estatuto Jurídico dos Judeus e Mouros na Idade Média Portuguesa. ​Lisboa: Universidade Católica Editora, 2006. PEREIRA, Rosaline Helena de Souza. ​Na senda da razão: Filosofia e Ciência no Medievo Judaico.

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