Resenha O Serviço Social no Brasil: Os fundamentos de sua imagem social e da autoimagem de seus agentes

Tipo de documento:Projeto de Pesquisa

Área de estudo:Estatística

Documento 1

Rio de Janeiro. E-papers Serviços Editoriais. O Serviço Social no Brasil surge numa época específica da história da sociedade burguesa, a qual, do ponto de vista mundial, observava-se o fortalecimento do capitalismo em sua fase monopólica, cuja dinâmica demandou, dentre os principais aspectos, a construção de uma nova configuração do espaço público-estatal, engendrando, assim, novos papéis e funções para o Estado. Em termos nacionais, observava-se o desenvolvimento de um processo de “dominação burguesa”, o que resultaria décadas mais tarde, na sedimentação de um capitalismo dependente e periférico, atualizando, sob novas bases, a tradição autoritária e conservadora brasileira. Em termos particulares, e considerando a trajetória histórica do Brasil, alia-se a esse conjunto de fatores a reorganização da Igreja Católica em prol de um amplo movimento de recristianização da humanidade e, principalmente no Brasil, da reafirmação de seus interesses e privilégios, temporariamente abalados com o advento da República.

Além disso, muitos de seus primeiros agentes eram oriundos dos próprios segmentos burgueses da sociedade, já trazendo, de suas trajetórias pessoais e de classe, alguns dos elementos constituintes deste ethos profissional. Esta vinculação das protoformas do Serviço Social, com os vários matizes do pensamento conservador, que tinha na Igreja um de seus principais protagonistas, fez com que o Serviço Social se nutrisse de uma espécie de “arranjo teórico-doutrinário”, permitindo que se por um lado, a profissão conquistasse determinado espaço na divisão social e técnica do trabalho; e por outro, mantivesse “. o caráter de uma profissão ‘especial’, voltada para os elevados ideais de ‘serviço ao homem’”. Com efeito, essa ambiguidade entre ser uma profissão inscrita na divisão do trabalho e ao mesmo tempo, se configurar como uma expressão do laicato, incidiu direta e fortemente na configuração de um ethos profissional particular, marcado por alguns elementos.

A profissão não recebeu da burguesia os elementos conservadores que compõem seu ethos profissional [ética profissional] justamente por possuí-los em suas protoformas e estar fundada sobre eles, tornou-se área de investimento institucional e político burguês, com apoio da Igreja Católica, e embora nem todos seus primeiros agentes fossem oriundos da elite da sociedade, alguns eram e muitos se aproveitavam disso, trazendo de suas trajetórias pessoais e de classe, muitos dos elementos constituintes deste ethos profissional. Assim, por muito tempo se teve essa ideia [e ainda se faz presente] de que não era necessária a apreensão teórica para atuar como assistente social. A visão de seus empregadores a respeito da profissão e da opinião pública em geral de que: “só se aprende na prática”; “na prática a teoria é outra”; “não precisa estudar muito para ser assistente social”.

Assim, qualquer um que se disponha do perfil moral exigido pode desenvolver atividades de assistente social. Os processos de seleção para o ingresso do curso ratificavam o caráter vocacional e missionário da profissão, valorizavam os dons, uma competência “natural”, um carisma, uma modéstia [pois se ajustavam ao que era possível para elas]. O que passa para segundo plano o nível intelectual e cultural.

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