Resumo - La ciudad letrada - Ángel Rama

Tipo de documento:Redação

Área de estudo:Zootecnia

Documento 1

Hardoy (comps. Cultura urbana latinoamericana. O presente resumo centra-se no ensaio “La ciudad letrada” de Ángel Rama, escritor e crítico uruguaio. Nela, Rama apresenta como as cidades latino-americanas foram formadas, não apenas sob uma ótica urbanística social, mas sob uma ótica sígnica, onde sociedade, cidade e literatura caminham juntas para a construção de uma identidade cultural, sendo elas instrumentos de dominação e manutenção de poder dos conquistadores sobre os territórios do Novo Mundo. A narrativa é construída em quatro seções correspondentes aos quatro momentos históricos que essas cidades vivenciaram: “a cidade ordenada”, “a cidade letrada”, “a cidade escriturária” e “a cidade modernizada”. Para justificar essa concepção, utiliza o ensaio Facundo (1845), de Sarmiento, em que cidade e campo são colocados em oposição, sendo o campo a barbárie e as cidades as responsáveis por um futuro civilizado.

O alcance desse futuro só seria possível com a imposição de normas, sendo a educação letrada a primeira delas. Assim, abre-se o caminho para a edificação da cidade letrada. A cidade letrada possui uma missão civilizadora e o grupo social incumbido dessa função era equiparado a uma classe sacerdotal, já que “los signos era obra del espíritu y los espíritus se hablan entre sí gracias a ellos” (p. Esse grupo, dotado de um caráter sagrado e localizado no topo da pirâmide, era formado por religiosos, administradores, educadores, escritores e demais profissionais intelectuais. Segundo ele, foi a distância entre a letra rígida (escritura) e a fluída (oralidade) que transformou a cidade letrada em uma cidade escriturária. O crítico também expõe que havia um “secular desencuentro entre la minuciosidad prescriptiva de los escritos y la anárquica e incontaminada confusión de la sociedad sobre la que ellos legislaban” (p.

Isso abriu espaço para o surgimento dos escreventes, escrivãos e advogados, por onde passavam documentos como contratos e testamentos que definiam e redefiniam a propriedade de bens e terras. Outra consequência foi o surgimento de duas línguas: a escrita (da oratória, das relações protocolares) e a falada, popular e cotidianamente, utilizada na vida privada, e cuja liberdade foi identificada constantemente como corrupção, ignorância e barbarismo, correspondendo a chamada plebe. Em torno da cidade escriturária, haviam dois anéis, linguística e socialmente inimigos: o anel urbano e o do subúrbio. Assim, advogados passam a compartilhar o poder com sociólogos e economistas, por exemplo. Também ocorre, nesse momento, o surgimento das primeiras Academias da Língua, que funcionou como resposta da cidade letrada frente a democratização e subversão que estava em curso.

Com exceção das academias brasileira e da argentina, as demais nascem como correspondentes da Academia espanhola. À medida que o crescimento das cidades encadeava macrocefalia em várias capitais, também ocorria o crescimento da escritura por dois caminhos: a escolarização e o avanço do jornalismo que desencadeia o surgimento de grandes e poderosas empresas. Este último não só fortalece a cidade letrada, como também ocasiona a fragmentação de grupos intelectuais que competem entre si pelo poder e movimentam a seu favor grupos semialfabetizados ou analfabetos.

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