AUTOMEDICAÇÃO COM HIDROXICLOROQUINA NA PANDEMIA MUNDIAL COVID-19: A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO NA ORIENTAÇÃO DO USO RACIONAL DE MEDICAME

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Farmácia

Documento 1

Diante do grande volume de informações compartilhadas nas redes sociais e imprensa acerca dos efeitos da cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19 a discussão analisou, através de dados estatísticos, o grande aumento na venda dos fármacos, mesmo sem a comprovação científica sobre seus reais resultados. Palavras-chave: Automedicação. Hidroxicloroquina. Covid-19. Importância do farmacêutico. al (2020), foi uma das mais repercutidas e serviu de referência para a Nota Técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sobre a Cloroquina e Hidroxicloroquina. Houve também inúmeras informações na mídia e redes sociais sobre o uso da medicação. Com a vinculação de tais informações a procura pelos medicamentos compostos por hidroxicloroquina aumentaram 355% (PORTAL G1 BAHIA, 2020), gerando uma dificuldade de compra para aqueles que realmente precisam.

A hidroxicloroquina é uma substância utilizada para o tratamento de Afecções reumáticas e dermatológicas; Artrite reumatoide; Artrite reumatóide juvenil; Lúpus eritematoso sistêmico; Lúpus eritematoso discóide; Condições dermatológicas provocadas ou agravadas pela luz solar. Antes da pandemia, a substância era vendida sem a retenção de receita, com o grande aumento na procura pelo medicamento, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), decidiu exigir a Receita de Controle Especial em duas vias. REFERENCIAL TEÓRICO 3. A automedicação A automedicação é uma questão histórica e com fortes influências sociais. Definida pela Organização Mundial da Saúde - OMS - como ato de ingerir medicamentos sem o devido acompanhamento e orientação necessários de profissional de saúde, sendo uma prática recorrente no Brasil e no mundo (AUTOMEDICAÇÃO, 2001).

De outra forma, até mais objetivamente, Oxford Language define automedicação como “consumo de medicamentos sem prescrição médica” (DICIONÁRIO DE PORTUGÊS DA GOOGLE). Nesta definição, encontramos duas problemáticas que julgamos necessário discutir. Tal situação pode gerar danos a saúde e coloca a automedicação dentro do rol dos problemas de Saúde Pública (SOTERIO, 2016). Contexto histórico e conceitual “pandemia mundial” A atual situação definida pela OMS, desde 11 de março de 2020 (FOLHA INFORMATIVA COVID-19, 2020) como pandemia, oportunizou que diversos estudos fossem iniciados com o intuito de encontrar tratamentos para a doença COVID-19. Dentre as pesquisas, a publicada por Gautret et. al (2020), foi uma das mais repercutidas e serviu de referência para a Nota Técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sobre a Cloroquina e Hidroxicloroquina.

Em meio a tantas possibilidades e estudos, a hidroxicloroquina foi exposta precocemente como solução do problema enfrentado mundialmente. BRASIL, 2020) 5. Cloroquina e hidroxicloroquina Ambas substâncias (cloroquina e hidroxicloroquina) são derivados sintéticos da quinina porém, apresentam formulações químicas distintas. São utilizadas para o tratamento da Malária, sendo a hidroxicloroquina mais receitada em casos onde há maior resistência do vírus. Por ser um fármaco menos tóxico e hidroxilado da cloroquina, a hidroxicloroquina apresenta menos efeitos colaterais e é mais seguro para o uso em tratamentos a longo prazo, como acontece em pacientes acometidos por Afecções reumáticas e dermatológicas; Artrite reumatoide; Artrite reumatóide juvenil; Lúpus eritematoso sistêmico; Lúpus eritematoso discóide; Condições dermatológicas provocadas ou agravadas pela luz solar.

Considerando a Portaria n. Importância do profissional farmacêutico Diante da situação, os Conselhos de Farmácia de todo o país iniciaram uma campanha sobre a importância do uso racional de medicamentos para a proteção à saúde. Através de um levantamento solicitado por eles, a consultoria IQVIA, constatou um aumento significativo na venda de medicamentos relacionados ao Covid-19, entre eles a hidroxicloroquina. A partir do estudo, constatou-se que, no período de janeiro a março de 2020 a venda de hidroxicloroquina aumentou 67,93% quando comparado ao mesmo período no ano de 2019. Outros medicamentos como ibuprofeno, paracetamol, dipirona sódica, colecalciferol (vitamina D) e ácido ascórbico (vitamina C) também tiveram aumento. O Conselho Federal de Farmácia (2020) alerta que, entre os remédios citados a hidroxicloroquina é o mais perigoso pois pode gerar problemas de visão, convulsões, insônia, diarreias, vômitos, alergias graves, arritmias e até parada cardíaca.

CAVALCANTI et al, 2020) Portanto, os profissionais farmacêuticos precisaram de mais atenção ainda em face à situação de pandemia que assolou o país. CONCLUSÃO A automedicação é realidade no Brasil e no mundo, é necessária para diminuir a grande demanda da população pelo sistema de saúde mas, infelizmente, dentro do país não está associada a políticas conscientizadoras. Desta forma, as informações veiculadas nas mídias sociais são facilmente aceitas por grande parte da sociedade brasileira gerando cenários preocupantes, principalmente quando relacionado a um contexto de pandemia mundial. O cenário é incerto, a cada dia novas publicações são feitas, a quantidade de informações é gigante. Um estudo comprovou que a cloroquina e hidroxicloroquina não são eficazes para o tratamento da Covid-19, evidencia que deixou em choque grande parte da sociedade, principalmente, aqueles que correram para as drogarias a procura dos fármacos antes mesmo da comprovação de sua eficiência no tratamento da doença causada pelo vírus Sars-CoV-.

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