INFLUÊNCIAS ECONÔMICAS NAS ORGANIZAÇÕES - PIPA CONCLUÍDO

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Administração

Documento 1

FACULDADE CENSUPEG 2021 “A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê. ” (Arthur Schopenhauer) SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO. V 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA. A busca da sobrevivência torna-se o alvo a ser perseguido pelas organizações, que devem procurar gerir as mudanças e não deixar que elas a gerenciem. As empresas vivem um ciclo de altos e baixos, caracterizado pela incerteza, pela velocidade da informação e pelo avanço tecnológico. É um ambiente altamente competitivo e as empresas procuram encontrar alternativas para garantirem a sua permanência no mercado. As pequenas e médias empresas integram estratos da economia mundial e exercem um papel importante como geradoras de emprego e renda, promovendo o desenvolvimento econômico e social.

Entretanto, a cada dia fica mais difícil mantê-las no mercado. Esses dados revelam a grande importância que as micro e pequenas empresas exercem no Brasil. Barros (1978, p. previu um cenário promissor para as empresas de pequeno porte e ressaltou alguns aspectos que favoreciam o sucesso dessas empresas e deveriam ser explorados pelos governos. São eles: o aparecimento, nas sociedades de consumo, de novas necessidades e, portanto, de uma diversificação de produtos e serviços; • a atitude geral dos indivíduos face ao tamanho das empresas, tão semelhante no mundo de negócios quanto no ambiente urbano, após a busca do gigantismo, constatam-se agora as vantagens e benefícios de unidades com porte mais humano; • novas estratégias de organização e técnicas administrativas, colocadas à disposição das pequenas e médias empresas; • o desenvolvimento dos mercados financeiros que se organizam melhor e, no momento em que se consolidar uma verdadeira economia de mercado, pode augurar que será mais fácil, no futuro, para essas empresas encontrarem recursos necessários à sua prosperidade; As diferentes classes políticas, quer no sistema capitalista, como no socialista, têm descoberto as virtudes econômicas das pequenas e médias Empresas.

Historicamente, as empresas de pequeno porte sempre exerceram um papel importante no desenvolvimento de um país (LONGENECKER et al, 1997), em virtude de absorver um grande número de trabalhadores, se transformando em formadoras de mão-de-obra para empresas de médio e grande porte (SILVA, 1998). As empresas, independentemente do porte, devem se preocupar com a questão social, pois estão se tornando instituições sociopolíticas. Esse novo conceito de responsabilidade social é conseqüência de mudanças no pensamento da sociedade, que passou a valorizar aspectos sociais que incluem distribuição de renda mais justa, qualidade de vida, relacionamento humano, realização pessoal, entre outros (DONAIRE, 1995). Essas mudanças foram causadas pela influência de grupos sociais externos à organização, pela mudança nos valores e atitudes da sociedade em relação ao papel desempenhado pelas empresas e pela intervenção do Estado na economia.

Desse modo, o papel social das pequenas empresas tornou-se relevante. Segundo o Sebrae (1995), as pequenas empresas funcionam como base do princípio de sistema de livre empresa, princípio este, estabelecido pela concorrência entre elas, é o responsável pela saúde de qualquer economia de mercado e a única forma de garantia do preço justo dos produtos. De acordo com os resultados acima, percebe-se que a taxa de mortalidade é maior no primeiro ano de vida. Talvez a causa dessa mortalidade esteja nas principais dificuldades encontradas no primeiro ano de atividade da empresa. A pesquisa realizada pelo Sebrae (1998) constatou que a falta de capital de giro, a recessão econômica, a carga tributária elevada, os maus pagadores, a concorrência, a falta de clientes, o ponto inadequado, a falta de crédito, o desconhecimento do mercado, entre outros, foram os maiores problemas enfrentados pelas empresas durante o primeiro ano de vida.

Uma das causas da mortalidade das empresas pode ser a mentalidade com a qual os pequenos empresários entram no negócio: os objetivos são ligados a maiores lucros e “status” social, quando deveriam mover-se mais pelo desejo de realização profissional, exercício da criatividade e busca de um produto ou serviço que atenda as necessidades do mercado. Os pequenos empresários que não tiverem uma visão global do mercado, um espírito empreendedor e criativo, não conseguirão obter bons índices de produtividade e rentabilidade. O que indica a necessidade de uma gestão específica para as pequenas empresas são quatro características comuns: a importância do papel do empreendedor, o papel do ambiente, a natureza da organização e a natureza das atividades.

A autora ainda propõe um agrupamento das especificidades que caracterizam as pequenas e médias empresas, classificadas em três grupos: organizacionais, decisionais e individuais apresentadas no quadro abaixo. Especificidades Organizacionais Especificidades Decisionais Especificidades Individuais • pobreza de recursos; • gestão centralizadora; • situação extra-organizacional incontrolável; • fraca maturidade organizacional; • fraqueza das partes no mercado; • estrutura simples e leve; • ausência de um planejamento formal de trabalho; fraca especialização; • estratégia intuitiva e pouco formalizada; sistema de informações simples. • tomada de decisão intuitiva; • horizonte temporal de curto prazo; • inexistência de dados quantitativos; • alto grau de autonomia decisória; • racionalidade econômica, política e familiar. • onipotência do proprietário- dirigente; • identidade entre pessoa física e jurídica; • dependência perante certos funcionários • influência pessoal do proprietário- dirigente; • simbiose entre patrimônio social e pessoal; • propriedade dos capitais; • propensão a riscos calculados.

Esse é um problema que dificulta a atuação da empresa no mercado. Se a empresa tem um baixo volume de produção e a tecnologia utilizada na fabricação do produto não é de ponta, a qualidade e a produtividade podem ser comprometidas. A maioria das empresas de pequeno porte, por exemplo, não consegue competir com as médias e grandes, em virtude de não dispor de maquinário moderno, comprarem matéria- prima a preços mais altos, elevando assim os custos de produção. Também existem vários problemas organizacionais que limitam o crescimento e a expansão das empresas de pequeno e médio porte. O maior deles é que o dono da empresa, na maioria das vezes, é o produtor, o vendedor, o administrador, o gerente financeiro, o de recursos humanos e o de marketing - tudo numa única pessoa.

Podem também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza”. O trabalho de campo foi realizado em empresas localizadas no município de Coronel Domingos Soares. A coleta de dados foi realizada através de um questionário estruturado com fatores que foram enquadrados em cinco grupos: fatores mercadológicos, fatores de produção, fatores gerenciais, fatores econômico-financeiros e outros fatores. Para cada um dos fatores, pretendeu-se identificar o nível de influência do fator na criação do empreendimento, que envolve o período que vai da fundação da empresa até os 12 primeiros meses de atividade; e o nível de influência na gestão da empresa nos dias atuais. Vale destacar que apenas os fundadores das empresas pesquisadas deveriam emitir a sua opinião referente à criação.

Vale ressaltar que o ramo de atuação das empresas é muito variado. Na pesquisa, foram elencados vários ramos de atuação e o que apresentou o maior índice foi o da construção. A pesquisa também indicou que na maioria das empresas pesquisadas existe grau de parentesco entre os sócios e os funcionários, o que caracteriza essas organizações Omo familiares. Bernhoeft (1989, p. define uma empresa familiar como “ aquela que tem sua origem e sua historia vinculados a uma família; ou ainda aquela que mantém membros da família na administração dos negócios”. Outras percepções também foram levadas em consideração, onde o posicionamento da empresa no mercado é o fator de maior importância e que o fator importante de influência é a satisfação dos clientes.

Por outro lado, os participantes consideram que a divulgação tem grande influência no momento da criação da empresa. Tendo em vista a distribuição das freqüências obtidas com a análise dos dados, pôde-se observar que a maioria dos participantes alega que os fatores mercadológicos exercem grande importância para a gestão das empresas. A pesquisa também apontou que o relacionamento com os clientes, que obteve uma média elevada, é um fator de grande influência na gestão das empresas; os fundadores concordam que a satisfação do cliente influencia na gestão da empresa, o que demonstra a preocupação das empresas em relação a seus clientes. Outras médias também foram bastante significativas, que na percepção de outros dirigentes são fatores de influência na gestão das pequenas empresas tais como: ramo de atividade, concorrência, volume de vendas.

Quando abordados sobre a influência dos fatores na gestão da empresa, os fundadores pesquisados consideram que os fatores gerenciais passam a exercer uma maior influência na gestão do empreendimento, com exceção do fator centralização do processo decisório que apresenta redução nesse nível de influência quando comparando a média obtida com a que foi apresentada quando se considerou a criação. No que se refere ao fator conhecimento das técnicas gerenciais, os resultados apontaram que esse fator exerce uma influência grande na gestão da empresa nos dias atuais. Isso demonstra a preocupação com a profissionalização da gestão da empresa. Corroborando com esse resultado, os fatores planejamento estratégico e a utilização de praticas de gestão de pessoas também exercem influência considerável na gestão da empresa.

Um dado interessante apontado pela pesquisa é que a maioria dos pesquisados considera a centralização do processo decisório como um fator de grande ou muito grande influência na gestão do empreendimento. A carga tributaria foi o fator de maior divergência. Para alguns dos pesquisados, ela exerce uma pequena influência, para outros consideraram que exerce uma média influência quanto para outros significa uma influência grande e muito grande. Essa mesma tendência ocorreu para o fator condições gerais da economia. No que se refere ao fator distribuição dos resultados financeiros, que apresentou a menor média, a grande maioria dos pesquisados, considerou esse fator de baixa ou média influência na gestão do empreendimento. e) Outros Fatores Esse grupo de fatores contempla aspectos importantes para uma pequena empresa, mas que não estão enquadrados nos grupos de fatores apresentados anteriormente.

A seguir, são apresentadas algumas considerações finais, levando em consideração a análise dos fatores de influência na criação e na gestão das empresas pesquisadas que se configurou como o objetivo geral da pesquisa. Para tanto, serão considerados os cinco fatores de maior ou menor influência tanto na criação quanto na gestão, como pode-se verificar no quadro abaixo. NÍVEL DE INFLUÊNCIA FATORES DE INFLUÊNCIA CRIAÇÃO GESTÃO GRANDE • Carga tributária • Centralização do processo decisório • Condições gerais da economia • Ramo de atividade • Qualidade dos produtos • Qualidade dos produtos • Satisfação dos clientes • Relacionamento com clientes • Conhecimento do mercado • Conhecimentos técnicos inerentes ao produto PEQUENA • Instalações físicas • Planejamento estratégico • Distribuição dos resultados financeiros • Divulgação • Assistência por parte dos orgãos governamentais • Instalações físicas • Excesso de trâmites burocráticos • Distribuição dos resultados financeiros • Divulgação • Assistência por parte dos órgãos governamentais Figura 2: Cinco fatores de influência na criação e na gestão das empresas pesquisadas.

Fonte: Dados primários, 2021. O fator de maior influencia na criação foi à carga tributaria. Em relação aos fatores que exercem menor influência na gestão das empresas no momento da realização da pesquisa, foi apontado um fator financeiro, um mercadológico e três fatores que envolvem a definição do espaço físico onde a empresa está localizada e aspectos referentes ao excesso de tramites burocráticos e assistência por parte dos órgãos governamentais. Os resultados demonstraram uma mudança significativa nos fatores que exerceram grande influencia na criação, pois apenas o fator qualidade dos produtos continuou exercendo influencia na gestão. Todos os outros fatores foram diferentes. Já no que se refere aos fatores que exerceram pequena influência na criação apenas um não é comum aos que foram apontados na gestão, que foi o planejamento estratégico referente a criação, que passa a ser considerado um fator que exerce está entre os intermediários entre os grandes e de pequena influência.

Já o excesso de tramites burocráticos passa a integrar os fatores de pequena influência na gestão das empresas nos dias atuais. São Paulo: Atlas, 1995. LEONE, Nilda Maria de Clodoaldo Pinto Guerra. As especificidades das pequenas empresas. Revista de Administração, São Paulo, n. p. Trad. Maria Lucia da Rosa e Sidney Stancatti. São Paulo: Books, 1997. MACHADO, I. P. FARIA, L. I. L. et al. Método para caracterização das demandas tecnológicas de multi-empresas de pequeno porte utilizando-se da análise de cluster. A Pequena Empresa na Busca da Excelência. João Pessoa: Universitária, 1998. SILVA, A. B. Gestão empreendedora: uma alternativa para a sustentação das pequenas empresas no Brasil. EGEPE, 2001, Londrina/PR.

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