RESENHA CRÍTICA DA OBRA RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL E EMPRESA SUSTENTÁVEL DA TEORIA À PRÁTICA

Tipo de documento:Resenha Crítica

Área de estudo:Direito

Documento 1

O conceito de “responsabilidade social empresarial” pode ser dado sob várias acepções, contudo é primordialmente o agir empresarial em torno de uma conduta ética, levando em conta variáveis como os recursos naturais, culturais, biológicos, etc. Frequentemente nos perguntamos se é possível empresas alcançarem seu desenvolvimento econômico de forma plena, gerando empregos e bens de consumo para a sociedade, mas sem gerar impactos tão negativos para o meio externo. De outro lado, também se pergunta se as legislações que responsabilizam os empreendedores existem em demasia, de forma a travar a iniciativa empresarial e causar mais malefícios que benefícios em nosso país. Todas essas questões são respondidas satisfatoriamente por José Carlos Barbieri e Jorge Emanuel Reis Cajazeira, em sua obra “Responsabilidade Social Empresarial e Empresa Sustentável – da teoria à prática”, que se passa a analisar abaixo.

RESENHA CRÍTICA - 1º Capítulo - O primeiro capítulo da obra tem foco nas teorias existentes atualmente sobre a responsabilidade das empresas no meio onde estão instaladas. No fundo, trata-se do auto interesse velado que foi exposto acima. A Teoria do Acionista busca separar a figura dos sócios proprietários da figura dos administradores da pessoa jurídica. Por essa linha de pensamento, os acionistas teriam relevância sobre os administradores e o verdadeiro poder de decisão, por serem os que detêm o direito de propriedade. Em seguida, os autores apresentam a Teoria das Partes Interessadas. Por ela, o enfoque não está mais no acionista, mas sim nos “stakeholders” que são quaisquer pessoas interessadas ou envolvidas de alguma forma com o empreendimento. No entanto, apesar dessas teorias serem bem antigas (por volta do século XVII), sua utilização na responsabilidade empresarial é recente e parte do princípio de que os governantes foram colocados no poder pelos homens.

Assim sendo, quem tem o poder também tem o dever e a responsabilidade de garantir um ambiente digno para a população. Isso inclui o âmbito empresarial, pois as políticas públicas devem garantir uma atuação ética das empresas perante a sociedade. º Capítulo - Os autores iniciam o segundo capítulo tratando das dificuldades de se aplicar as teorias apresentadas à administração empresarial, seja qual for o teórico adotado. Os obstáculos estão principalmente na diversidade de direitos e expectativas das partes interessadas direta ou indiretamente na empresa. O livro destaca nesse capítulo o modelo de gestão da Pirâmide de Responsabilidade de Carroll. Ela tem quatro estruturas, tendo como base as Responsabilidades Econômicas, onde está o “ser lucrativo” e é dela que derivam todas as outras.

Logo acima estão as Responsabilidades Legais, que é o ato de “obedecer à lei” e a legislação dita as regras do que é correto e incorreto na sociedade. As Responsabilidades Éticas vem depois, e tratam de buscar o certo e o errado moralmente, o justo e o injusto. No topo da pirâmide estão as Responsabilidades Filantrópicas. O “ser virtuoso”, dessa forma, é uma meta a ser alcançada na vida para um bem interno e externo. Da Grécia Antiga, os autores partem para um escritor bem mais recente: Robert Solomon, autor de “Excelência e Ética”. O livro é voltado especificamente para a ética empresarial, e procura desconstruir a ideia de que para alguém ganhar alguma coisa, outra pessoa tem que perder. Isso faz com que os empresários assumam uma postura individualista e egoísta.

Não se pode mais enxergar o mundo de forma tão dualista, já que as situações podem ter várias visões possíveis. O quinto busca trazer ferramentas que auxiliem traçar uma estratégia empresarial, como uma espécie de guia ao empresário. Ele traz princípios como Direitos Humanos, inerentes a todos os seres humanos, independentemente de suas características, e englobam direitos políticos, econômicos, sociais, etc. Os autores também abordam as Metas do Milênio, que são um conjunto de objetivos traçados pela ONU ao longo de várias conferências dos anos 90. Entre as metas estão combater o HIV, a mortalidade infantil, a pobreza extrema, promover a igualdade feminina e sua emancipação em relação à figura masculina, dentre outras.

Tais metas vinculam também os estabelecimentos comerciais e empresariais, direta ou indiretamente a depender do ramo de atuação da empresa. As empresas que possuem certificação ISO são obrigadas a manter o registro de seus processos, analisar os produtos e matérias primas em laboratório para que obedeçam sempre à mesma qualidade. Tal prática favorece o controle e a fiscalização dos poluentes emitidos, da aplicação de inseticidas, de ingredientes nocivos e é um mecanismo de cumprimento da gestão sustentável. Conclusão - O livro cumpre a proposta de tratar da Responsabilidade Empresarial desde a teoria até a prática. Inicialmente a teoria é tratada sob vários aspectos, não apenas na superficialidade, mas a fundo, explicando a sua pertinência para o assunto.

Os autores buscaram um arcabouço filosófico rico e muito informativo, a partir de pensadores da Antiguidade e chegando aos dias atuais.

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