Evasão escolar : Causas e Consequências

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Todos os dias milhares de crianças e adolescentes deixam de frequentar os bancos escolares. Algumas retornam logo, outras demoram ou nunca voltam. Culpados podem ser apontados durante todo o processo. Pessoas também que poderiam intervir antes e prevenir a evasão. Mas, de fato, ela continua ocorrendo. Seus prejuízos são enormes e, por isto mesmo, a necessidade de entender este fenômeno é tão urgente. Conforme o pensamento de Digiácomo (2005): A evasão escolar é um problema crônico em todo o Brasil, sendo muitas vezes passivamente assimilada e tolerada por escolas e sistemas de ensino, que chegam ao cúmulo de admitirem a matrícula de um número mais elevado de alunos por turma do que o adequado já contando com a "desistência" de muitos ao longo do ano letivo.

É tão comum que já é rotina e está sendo prevista, seja no número de alunos por sala, no transporte escolar e na quantidade de merenda. Como estes alunos não vão à escola deixam de ser ouvidos e suas queixas são abafadas por números. Números estes que no Brasil são grandiosos, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o INEP. Art. º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. As duas instituições, Estado e família, estão igualmente responsáveis pela educação dos que estão em idade escolar, ainda que se pese cada um ter obrigações específicas.

O Estado tem de prover os meios para a efetivação da Educação; a família deve garantir a frequência do aluno e também acompanhar seu rendimento, além de, é claro, participar da elaboração da proposta pedagógica da instituição escolar. Mas o que presenciamos no cotidiano é, por vezes, muito diferente do que o legislador tinha por objetivo. Art. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as seguintes regras comuns: VI - o controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o disposto no seu regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino, exigida a frequência mínima de setenta e cinco por cento do total de horas letivas para aprovação; A escola, enquanto representante estatal, deve garantir que haja a efetiva frequência do aluno, utilizando dos meios que estão a sua disposição para fazer contato com a família caso isto não ocorra.

Caso a família permaneça inerte e o aluno continue infrequente, as autoridades competentes devem ser notificadas a fim de evitar maiores danos para a trajetória escolar do estudante faltoso. Toda uma rede de atenção é acionada a fim de contatar a família e ver o que está ocorrendo. Apesar de todo o respaldo legal e de profissionais que tentam evitar as faltas, existem entraves neste trabalho: exemplo disto é quando a família, por algum motivo, não é localizada, o que impede que todo o trâmite seja feito. Segundo DOURADO (2005, p. O Brasil apresenta estrutura educacional descentralizada e fortemente marcada por disparidades entre as cinco regiões que o compõe (norte, nordeste, centro-oeste, sul e sudeste). Desse modo, os indicadores educacionais retratam esse processo desigual e combinado e requerem políticas e gestões para a educação que considerem esse cenário na busca de alternativas e proposições educativas.

A desigualdade regional, extremamente cruel em qualquer perspectiva, também faz suas vítimas no cenário educacional. E como em um grande ciclo, o jovem sai da escola procurando melhores condições de vida no contexto em que está inserido, mas - sem concluir a educação básica - as oportunidades são escassas e ruins. As causas da evasão escolar podem ser internas, intrínsecas ao estudante, sua vida e família; ou externas, mais ligadas ao contexto escolar, econômico e social. Dentre estas causas externas, além das já citadas, existem também as questões estritamente econômicas, ligadas às condições de vida dos estudantes. Apesar das políticas de inserção social e dos esforços governamentais, a pobreza ainda tem afastado muitos jovens das salas de aula.

Com poucos recursos para o sustento, não sobram fundos para serem investidos na educação dos filhos. Apesar da educação básica na rede pública ser gratuita, há custos que a família deve arcar, como: material escolar, vestimenta e, em alguns casos, o transporte. Se a experiência dentro da escola não é agradável, fora dela também, muitas vezes, o estudante não encontra o que estava procurando e, por vezes, retorna aos bancos escolares. Infelizmente, já com alguma defasagem idade/série. Segundo Abramovay, M. Castro, M. G. Quando o número de estudantes faltantes aumenta, a tendência é que a turma e também os professores se desmotivem com a situação, interferindo em todo o processo de ensino-aprendizagem. Existe também, para aqueles que evadem do sistema de ensino, uma sensação de exclusão e marginalidade, já que a partir da evasão não fazem mais parte daquela esfera de convívio.

Sendo então por vezes taxado como aquele que falta muito ou que não consegue aprender. Estas questões afetam muito a autoestima de crianças e jovens e acabam por afastá-las ainda mais da escola. Infelizmente o futuro não é promissor para aqueles que evadem do sistema escolar e não conseguem concluir o ensino básico, é provável que fiquem por muitos anos em empregos informais, empregos formais e mal remunerados ou ainda dependentes de programas governamentais de distribuição de renda. É possível concluir que o caminho é longo e árduo, possui ainda inúmeras variáveis, já que depende da ação de muitos setores. Mas não é impossível, visto que com a utilização de diferentes estratégias e atacando em diferentes frentes - atraindo novamente os estudantes que já evadiram e fazendo um trabalho preventivo com todos os estudantes e professores - talvez seja possível reverter estes números que assombram as estatísticas educacionais brasileiras.

Analisando o presente artigo, também é possível concluir que é preciso divulgar as consequências da evasão escolar, já que as mesmas não interferem somente na vida educacional dos estudantes e nas suas famílias. O problema da evasão escolar tem consequências no futuro da nossa nação, as questões econômicas são extremamente afetadas, assim como o aumento dos gastos governamentais com as políticas de distribuição de renda e também com os índices de violência. Com a divulgação de tais consequências talvez seja possível uma tomada de consciência por parte da população. br/ojs/index. php/porescrito/article/download/24527/15729> Acesso em abril de 2018. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Evasão escolar: não basta comunicar e as mãos lavar.

Disponível em: <http://www. crianca. mppr. mp. gov. br/artigo/-/ asset_publisher/B4AQV9zFY7Bv/content/inep-divulga-dados-ineditos-sobre-fluxo-escolar-na-educacao-basica/21206> Acesso em março de 2018.

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