Resenha crítica sobre Georges Duby

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Religião

Documento 1

RESUMO DA OBRA A história contada no livro se inicia no ano de 1942, quando Duby acabara de se tornar ​agregé​, um profissional capacitado para dar aula nos liceus (secundários) e em algumas faculdades. Lecionava história e geografia, e decidiu preparar uma tese de doutorado. Como oficina de trabalho, Duby escolheu a Idade Média, sob influência de seu mestre Jean Déniau. Nesta época, segundo o autor, os historiadores estavam sob forte influência de uma historiografia voltada somente ao estudo do poder político, militar ou religioso. Com a vinda dos anos 30, começou um movimento onde os historiadores passaram a voltar sua atenção ao aspecto econômico. Duby afirma que quando recebeu o ​Recuil ​não estava preparado para a leitura de tais arquivos.

Nessa empreitada de leitura, Duby percebeu a distância que existia entre a verdade que ele perseguia e o que os documentos ofereciam. Mesmo sendo documentos em sua maioria neutros, como cartas, notícias e inventários, o historiador percebeu que havia erros de transcrição, omissão de nomes e datas, e também pelo fato de os 1 Georges Duby, A História Continua ( Rio de Janeiro, UFRJ, 1993), p. Ibid. ibid, p. Também nessa empreitada o autor se convenceu ainda mais da necessidade da cooperação entre as ciências humanas (geografia, antropologia, economia, sociologia), parte do programa dos Annales. Segundo o próprio autor: “Com efeito, o conjunto das ciências humanas constitui um sistema. Quando uma delas começa a movimentar-se, não demora a arrastar as demais.

”6 Esse projeto, começado logo após o término da Segunda Guerra Mundial, onde os historiadores estavam descrentes da antiga ideia de progresso, de um sentido para a história, e grande 4 Ibid, p. Ibid, p. Segundo o próprio autor: “Estou hoje convencido de que se encontra aqui a única ‘realidade’ que posso tocar. ”7 Dez anos mais tarde, nos anos 60/70, Duby foi convidado por Braudel para ocupar um cargo na VI seção da ​École Pratique des Autes Études​, onde o autor se dedicaria à pesquisa e à divulgação da mesma. Foi aí que teve contato com uma nova historiografia, com escrita menos rígida, menos notas de rodapé, agradável, voltada para um mercado consumidor que ansiava por livros de história. Este mercado era composto não por acadêmicos, mas por pessoas comuns, que simplesmente se interessavam por história.

Dedicando um capítulo para falar se suas viagens, Duby ressalta a importância destas para a formação do historiador, ressaltando o contato com diferentes culturas, com diferentes formas de se fazer história. Esse trabalho coincidiu com a época das transformações das estruturas tradicionais da família, com as liberdades sexuais sendo mais abertamente discutidas e reivindicadas. Certamente as agitações do presente repercutem no trabalho do historiador. Neste trabalho, Duby tentou concluir que “casamentos ou heranças se davam, no povo, como entre os senhores”10 Termina o livro falando de sua vontade de pesquisar mais sobre as mulheres da época medieval, e que este trabalho ficará para os jovens historiadores. PROPOSIÇÕES DO AUTOR E ANÁLISE Esta análise será baseada nos seguintes temas e comentários e atitudes do autor: -Vontade de pesquisar a História Social -“Com efeito, o conjunto das ciências humanas constitui um sistema.

Quando uma delas começa a movimentar-se, não demora a arrastar as demais. Quando uma delas começa a movimentar-se, não demora a arrastar as demais. ” Aqui surge mais uma vez a influência dos Annales na formação acadêmica do autor. Outra das transformações na concepção da ciência histórica proporcionada pela escola dos Annales é a noção de interdisciplinaridade. Ao contrário da historiografia tradicional, que começa com Ranke e é taxada de “positivista”, pregando uma história como ciência com método único, os Annales pregam que a história, assim como o conjunto das ciências humanas (geografia, antropologia, economia, sociologia, etc. acompanhem umas as outras, sempre levando em conta os avanços nas disciplinas “vizinhas”. Propondo que o objeto na verdade seria uma coisa “viva”, construído pelo sujeito cognitivamente através das fontes às quais ele tem acesso e a pergunta que faz, quebra com o paradigma historiográfico “positivista”, onde o objeto seria um ser “morto”, apenas esperando para ser desvendado pelo historiador.

Diferenciam-se aqui os reconstrucionistas (“positivistas”) dos construcionistas (Annales). Crítica ao materialismo Duby se mostra claramente não materialista. Apesar de ter sofrido influência do pensamento marxista, principalmente no seu estudo da economia rural no Ocidente Medieval, o autor se mostra contrário à noção defendida por Marx e Engels de que a economia seria a base de estudos e principal determinadora das relações sociais entre os homens. Segundo Marx e Engels: “Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência”12. ​La Ciencia histórica em el siglo XX: las tendencias actuales. Barcelona: IDEA BOOKS, S. A MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. ​A ideologia alemã (Feuerbach).

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