Análise sistêmico familiar do filme a pequena miss sunshine

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Psicologia

Documento 1

A figura do pai (Richard) um homem obsessivo por vitória e às vezes intransigente que se percebe em meio à falência, uma mãe (Sheryl) que tenta a todo custo manter o equilíbrio honesto harmônico da família, todavia se vê compulsiva secretamente ao fumo como forma de válvula de escape, o filho mais velho (Dwayne), que no auge da sua adolescência aos 15 anos se utiliza de estratégias compensatórias, como o comportamento de não emitir uma palavra há cerca de nove meses como forma de protesto para encarar condicionantes de suas questões conflituosas juvenis, a filha caçula (Oliver), uma encantadora e sonhadora garotinha de 07 anos que em meio a todo seu contexto familiar, voluntariamente se personifica como elemento de equilíbrio nas relações.

Ainda podemos nos deliciar nessa aparentemente típica família americana, com as figuras de (Frank), o tio gay que acabou de ser integrado ao seio da família, por estar sob cuidados após uma tentativa de suicídio e o avô paterno, uma figura extremamente atípica a pressupostos, pois apesar da sua meia idade está inserido neste contexto após ser expulso da casa de repouso, devido seu hábito de consumo de heroína. Logo de início, por meio da descrição do enredo já se percebe claramente o momento de caos em que a família se encontra. Embora aparentemente ela se caracterize como estilo clássico de família constituída por casal heteroafetivo e dois filhos, logo se evidenciam que elementos paralelos são de importância crucial no desenrolar desta história familiar.

Uma das primeiras cenas se configura na sala de jantar após Sheryl ir buscar seu irmão na clínica, o clima está tenso porque todos os adultos sabem que Frank está ali por conta de sua tentativa de suicídio, contudo dentro do esquema de segredos que toda família tem, aqui fica evidente a necessidade do rompimento do não dito, tendo em vista que Oliver questiona o tio o que aconteceu com seu pulso, e mesmo sobre protesto do pai, que insiste que esse não é um assunto que deveria ser falado com uma criança, ainda assim a mãe e o tio falam clara e abertamente para Oliver sobre o ocorrido, e para surpresa de todos, a garotinha não se choca e naturalmente responde “nossa que babaquice”.

Tal comportamento reflete na sua relação com Oliver, quando ele sempre a questiona sobre ela realmente se achar capaz de concorrer no concurso, ou sobre ela se manter em forma, não comendo sorvete para atingir seu objetivo que é ganhar um concurso de beleza, assim sem perceber Richard fere a construção individual do outro em detrimento de seu esquema de regras inflexível. Pensar sistematicamente é pensar a complexidade, a instabilidade e a intersubjetividade (VASCONCELOS 2013, p. E é por meio desta reflexão que considero aqui a importância da figura de Frank, o tio em decadência, o bode expiatório, infeliz, sem esperança e de comportamento suicida, percebo esse elemento neste sistema familiar como outro ponto de equilíbrio na família, embora aparentemente e inicialmente ele é o que mais vislumbra ajuda, mas que no decorrer do filme percebe-se que sua experiência o fez assumir um papel de rede de apoio a esses familiares em todas as suas demandas subjetivas, assim Frank acolhe e conduz o sobrinho em sua construção juvenil confusa, apoia a sobrinha em sua corrida fantasiosa, que é apenas uma criança em meio ao caos intersubjetivo neste esquema familiar e traz certa condução de compreensão conciliatória entre esse casal que já não se ouve mais em meio a tanto caos.

A partir de certa parte do filme o que se vê, é uma família unida por laços sanguíneos, mas principalmente pela afetividade, que os une e fortalece, considerando e respeitando as esferas particulares de cada um e que como qualquer sistema tem como objetivo máximo a união e equilíbrio deste sistema, ou seja, sob o custo que for. Dois momentos são pontuais no filme para esse entendimento a primeira é quando o avô morre no meio da viagem e toda a família se une para roubar o corpo do hospital, considerando que na leitura deles é inconcebível abandonar um de seus membros, mesmo depois de morto, esse sujeito ainda tem seu lugar de pertencimento no meio. São Paulo. Cultrix, 2006. VACONCELOS, M. J. E.

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