O PROBLEMA DO LIVRE ARBÍTRIO EM SANTO AGOSTINHO

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Filosofia

Documento 1

O primeiro capítulo abordará um breve desenvolvimento da palavra “liberdade”, partindo do pressuposto das três concepções de liberdade oferecida pelo dicionário Nicolas Abbagnano. Estas concepções são bases fundamentais para que se possa entender mais tarde o conceito de livre-arbítrio e de liberdade no pensamento Agostiniano. A primeira concepção adotada por tal dicionário é referente à liberdade como autocausalidade ou determinação; a segunda concepção anseia descrever a liberdade como necessidade; e a terceira quer conceituar a liberdade como possibilidade ou escolha. No segundo capítulo será aprofundado o conceito de livre-arbítrio no pensamento filosófico de Santo Agostinho. O capítulo será embasado a partir da obra ‘‘o livre-arbítrio’’, com aspectos de fundamentação ao seu segundo livro. O dicionário Nicolas Abbagnano abordará três concepções da palavra “liberdade”: 1.

A concepção de liberdade como autocausalidade ou determinação. A concepção de liberdade como necessidade, que é introspecta ao mesmo conceito precedente, ou seja, está vinculada ao conceito de autodeterminação cuja totalidade é atribuída ao próprio conceito de autodeterminação. A concepção de liberdade como possibilidade ou escolha, sendo a liberdade limitada e condicionada, finita. Para Nicolas Abbagnano estas três concepções de liberdade estão ligadas aos variáveis campos que assumem o papel de resolver ou desenrolar o problema da liberdade. O desenvolvimento do conceito de liberdade como autodeterminação ou autocausalidade pode se fundamentar no conceito de liberdade como necessidade. Para os Estóicos, toda ação que possuísse um mesmo princípio ou uma mesma causa deveria em si ser livre, pois, segundo eles ‘‘somente os sábios eram livres’’ e os malvados, na concepção dos Estóicos, eram tidos como escravos porque a liberdade nada mais é, segundo eles, que a autodeterminação, isto sendo que a escravidão é apontada como a falta de autodeterminação3.

Para Epíteto o conceito de “livre” é denominado como coisas que estão em nosso poder, ou seja, as ações do homem que terão no próprio homem o seu princípio de liberdade. Já a segunda concepção dada pelo dicionário introduz a liberdade dentro da identificação da necessidade. Esta segunda concepção está muito ligada com a primeira concepção. N. Abbagnano, Dicionário de Filosofia, p. A totalidade aqui tem o sentido de causa. O PROBLEMA DO LIVRE-ARBÍTRIO COMO UM BEM DE DEUS Depois de termos analisado a liberdade em Nicolas Abbagnano, convido agora ao caro leitor a mergulhar na compreensão do livre-arbítrio no ponto de vista de Santo Agostinho de Hipona no livro II de sua obra; ‘‘O livre-arbítrio’’.

Nesta obra, Agostinho de Hipona intercala um diálogo entre ele e seu amigo Evódio com a finalidade de resolver o problema do mal e da liberdade concedia ao homem. Com este argumento, Agustinho acaba entrando em um outro problema, pois uma vez que foi fundamentado que Deus é o criador de tudo e que tudo o que ele criou é um bem, como então o livre-arbítrio pode ter sido criado por Deus, se é o próprio livre-arbítrio que também concede a possibilidade de pecar? O bispo de Hipona resolve este problema dizendo que a vontade livre deve contar como mais um bem atribuído de Deus, pelo fato de que só podemos dizer que existe um homem justo ou injusto se este homem teve a possibilidade de escolher a ação, caso contrário não se pode atribuir o título de justo ou injusto ao homem em consequência da justiça ser uma virtude, e se a justiça for uma virtude, então esta virtude deve ser uma possibilidade de escolha; se o homem não é livre então não será possível condená-lo por ato injusto, e mesmo que ele tenha cometido falhas por falta de possibilidade, não é culpado pelo ato, porque não teve a possibilidade de escolher outra ação.

No entanto, se o homem tem o livre arbítrio de escolher fazer o bem e o mal, então pode ser tido como culpado, pois ele teve a possibilidade de escolher entre o bem e o mal. Para Santo Agostinho o livre arbítrio é a possibilidade de escolher entre o bem e o mal e a liberdade é o bom uso do livre arbítrio. Desta maneira Agostinho procura explicar que o livre-arbítrio deve ser considerado como um bem, pois somente a possibilidade de escolha que tratará o homem como um ser justo ou um ser injusto. A medida que o homem usar seu livre-arbítrio com o intuito de fazer o bem será digno de receber glória e louvor; somente uma ação feita por livre e espontânea vontade que pode ser considerada como uma ação boa ou uma ação maléfica.

Na categoria de bens criados por Deus existe uma classificação de três tipos de bens que são: os bens maiores, os bens médios e os bens inferiores7. A virtude é um bem que, com a qual, ninguém pode usá-la para fazer o mal, pois ela pertence à categoria dos bens maiores, portanto ninguém pode tomá-la em mau uso. Por outro lado, os bens médios e inferiores podem ser usados para fazer tanto o mal como o bem, e o livre- 6 7 AGOSTINHO, Santo. O livre-arbítrio, pag. AGOSTINHO, Santo. Contudo, mesmo que o homem venha a escolher sempre o mal e a cair no pecado isso não é fato que faça com que a vontade livre deixe de ser um bem dado por Deus, porque se este bem é usado para o mal, se dá por causa da má conduta do homem; se este homem optasse a fazer o bem o mal no entanto não existiria.

Convido agora ao caro leitor a seguir com a leitura ao próximo capítulo que destrinchará o conceito de liberdade dentro do cunho da verdade. Santo Agostinho em seu segundo livro da obra o livre-arbítrio procura finalizar a segunda parte do segundo livro, abordando o conceito de verdade como fonte de liberdade e segurança. Ele também introduz a verdade como fruto de escolha da vontade humana. Em que consiste a verdade? A verdade e a sabedoria podem ser divididas? Porque a verdade possui muitas semelhanças com relação aos 8 Bens menores: Agostinho considera os bens médios e os bens inferiores como bens menores s. A verdade e a sabedoria são bens providos de Deus e ninguém consegue perdê-las usando sua contravontade Santo Agostinho procura assegurar que não pode ser possível alguém separar a verdade da sabedoria em questão de distância, somente o amor aos bens inferiores é que podem ser separados, pois ninguém pode conseguir alguma coisa sem de fato ao menos ter desejado o fato de querer.

A verdade no pensamento agostiniano tem pouca semelhança em relação aos objetos de sentidos como o tato, o olfato e o gosto, portanto, a verdade - para o mesmo pensador - faz muita analogia com os sentidos da visão e da audição, e sobretudo da palavra pronunciada poder ser ouvida e escutada por todos em um mesmo período de tempo11. Esta lógica também pode ser atribuída para a visão, porque toda imagem colocada de frente aos olhos podem ser vista por todas as pessoas em um mesmo período de tempo. AGOSTINHO, Santo. O livre-arbítrio, pag. Ninguém pode ser juiz da verdade e da sabedoria, porém sem esses, ninguém pode ser julgado com uma verdadeira justiça. Santo Agostinho procura finalizar afirmando que a verdade é de fato algo mais excelente que qualquer outro ser carnal, a verdade aqui é ao mesmo tempo una e sábia, e segundo ele, a mente nunca poderá ser juiz da verdade transcendente.

AGOSTINHO, Santo. O livre-arbítrio, pag. CONCLUSÃO Com tudo o que foi visto gostaria de concluir que o livre-arbítrio de Santo Agostinho está constituído na vontade livre. Agostinho também acredita que foi a própria verdade que quis vir ao mundo para fins de poder salvar e libertar todos aqueles que creem. É também a segurança que possibilita a alma de gozar a liberdade. Em outras palavras, Santo Agostinho procura conceituar tudo isto para fins de assegurar o livre arbítrio e a liberdade como frutos da benevolência divina. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Aurélio Junior: dicionário escolar da língua portuguesa. Nova edição ver. E ampl. São Paulo: Paulus, 2013.

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