O que é cidade?

A SUSTENTABILIDADE NOS CENTROS URBANOS. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. INTRODUÇÃO A história da cidade é contada a partir da história do espaço urbano, através das edificações que fruto da arquitetura tem o dom de manter os vestígios da sua existência. Para Raquel Rolnik, a cidade é uma obra coletiva, pois mesmo sendo uno o ser humano é parte da massa geral que contempla a cidade, e é a partir dessa massa que surge o sedentarismo humano, que engloba a perspectiva do viver a cidade. A cidade antiga era fixa, densa, murada e fechada, enquanto a cidade atual tem predominância significativa sobre o campo e sua barreira física é a sua própria expansão, de modo a transformar toda a massa social em urbana. Essas relações mutáveis fazem com que o modelo social ocorra através de etapas, essas etapas constituem as formações econômicas e sociais que não podem ser compreendidas senão no quadro de um movimento totalizador, no qual todos os seus elementos são variáveis e interagem e evoluem juntos, submetidos à lei do todo.

Esse paradigma é esclarecedor quando nos atentamos para a questão da segregação espacial nas cidades modernas. Essa segregação não é característica dos burgos medievais, pois havia autonomia entre as famílias, oferecendo-lhes os direitos básicos a todos os cidadãos. A segregação espacial é ampliada com a formação do estado moderno, contrastando as classes sociais como aquelas que exercem o poder e aquelas que servem ao poder. Esse modelo de segregação espacial e social é intensificado com a criação do trabalho assalariado, que extingue qualquer vínculo de responsabilidade que existia entre o senhor feudal e o servo. Para Marx, o desenvolvimento da formação econômica da sociedade é assimilável à marcha da natureza e de sua história. Desse modo, a chegada da indústria na cidade teve o impacto de uma revolução que alterou a natureza da aglomeração urbana.

A industrialização da produção constitui a formação de grandes cidades, com populações até então nunca vistas, à exemplo, as cidades europeias que constatou um inchaço de sua população no período de modernização da vida urbana. Esse fenômeno social também conhecido como mundo ‘urbanocêntrico’ faz com que toda a população residente no planeta sofra os efeitos da globalização, sejam esses cidadãos da cidade ou do campo. De acordo com S. Portanto, o espaço urbano carece de uma reformulação de pensamento, onde o mesmo possa estar associado ao meio ambiente e a uma correta organização do espaço urbano. Esta reconfiguração de conceito tem sido apresentada como sustentabilidade urbana ou cidades sustentáveis (Rydin, 2003; Evans et al, 2005; Bulkeley & Betsill, 2005).

O conceito de sustentabilidade saiu do âmbito político e organizações internacionais e entrou na casa de milhares de cidadãos, fazendo com que esse recurso seja discutido por aqueles que vivem o meio urbano diariamente. De acordo com a esfera da globalização, ser cidade aproxima as diversas entidades urbanas. Sendo o desenvolvimento sócio econômico uma variável determinante, onde a existência de problemas ambientais resulta tão só da condição urbana e da concentração populacional que esta implica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS RODRIGUES, M. E. Ambiente, Sustentabilidade e Cidade. Coimbra: Carlos Fortuna e Rogério Proença Leite (orgs). ROLNIK, R.