DESIGUALDADE DE GÊNERO EM CARGOS EXECUTIVOS

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Administração

Documento 1

São ainda a maioria da população, mas a minoria delas ocupam cargos de chefia nas organizações. Destarte, a proposta deste trabalho, cuja temática partirá da desigualdade de gênero nas empresas, se pauta em analisar as ações gerenciais a serem desenvolvidas nas organizações com o objetivo de superação da desigualdade de gênero no acesso a cargos executivos. A metodologia aplicada ao trabalho se ateve a um estudo descritivo, do tipo revisão bibliográfica, que se respaldou em literaturas científicas, trabalhos acadêmicos referenciados que tentem refletir sobre esta temática, sendo que os resultados obtidos responderam satisfatoriamente à proposta da pesquisa em foco. Palavras-chave: Desigualdade. Gênero. O problema da desigualdade entre os gêneros pode ser enfatizado através de um longo percurso histórico, que convergiu na evolução das mulheres através de inúmeras conquistas, dentre elas, a oportunidade de ocupar postos de trabalho.

Destarte, ainda que as mulheres sejam capazes de exercer os mesmos postos de trabalho que, historicamente, foram considerados ‘funções masculinas’, ou ainda que desempenhem a mesma carga de trabalho, ou até superior, a questão salarial e, sobretudo, a desigualdade de gênero ainda são problemas persistentes em muitas organizações. Destarte, é por esta via que este estudo pretende-se balizar, ou seja, a proposta foca-se em analisar os impactos da desigualdade de gênero nas empresas. A partir disso, esta pesquisa estará ancorada na tentativa de responder ao seguinte questionamento: Quais ações gerenciais devem ser desenvolvidas em uma organização, seja ela industrial, comercial ou prestadora de serviços, cujo objetivo seja superar a desigualdade de gênero no acesso a cargos executivos? Deste modo, esta pesquisa pretende-se demonstrar as ações gerenciais necessárias de serem desenvolvidas em uma organização (industrial ou comercial ou prestadora de serviços) cujo objetivo seja superar a desigualdade de gênero no acesso a cargos executivos, configurando as características desta organização, de modo a descrever o acesso aos cargos executivos, e, por conseguinte, conceituando as desigualdades de gênero existentes.

No que tange à sua relevância, não há dúvidas de que o ordenamento jurídico, principalmente a Constituição Federal de 1988, consagrou o direito à igualdade, assim como diversos direitos fundamentais. Gênero serve, dessa forma, para determinar tudo que é social, cultural e historicamente definido. É mutável, pois está em constante processo de ressignificação devido às interações concretas entre indivíduos do sexo feminino e masculino (AMORIM, 2011, p. Neste sentido, quando fazemos uma análise mais detalhada percebermos que a desigualdade de gêneros se fundamenta nas relações historicamente construídas. A partir daí que começamos a entender as nuances desta ideologia. Entender gênero enquanto categoria de análise implica compreender melhor as relações sociais e culturais entre os sexos, uma vez que as relações entre os sexos são construídas socialmente, mas é preciso explicar como essas relações são construídas e por que são construídas desigualmente privilegiando o sujeito de sexo masculino (AMORIM, 2011, p.

Os marxistas defendiam o direito das mulheres ao trabalho remunerado, mesmo encontrando oposição em outros setores. Também prevaleceu a crítica à família e ao trabalho doméstico, visto como algo pesado, rotineiro e escravizante que deveria ser abolido. Queriam abolir o trabalho doméstico, por um lado coletivo o que é positivo: pelas creches, lavanderias etc. Não entravam na discussão que uma parte do trabalho doméstico continuará em casa (depois que as crianças saem das creches, vão para as casas dar trabalho). Portanto, não aparecia a ideia de que os homens deveriam dividir o trabalho doméstico, apenas que deveria haver a socialização das tarefas domésticas para liberar as mulheres (FARIA, 2008, p. A seguinte afirmativa é respaldada no pensamento marxista: Dentro das famílias, em especial com estrutura patriarcal, o espaço privado “sentimentalizado”, reservado à mulher junto com a “invisibilidade de sua produção econômica”, é o terreno onde é “gerada a apropriação de seus ‘bens’ eróticos”.

“Desta maneira no privado são criadas tantos as condições objetivas e subjetivas para sua circulação desigual no mundo público como as condições para uma tensão conflitiva entre espaços de certo poder e espaços de subordinação feminina” (SCHREINER, 2006, p. Marx percebeu este problema, mas não soube como atacá-lo, não conseguindo colocá-lo num sistema. Ou seja, ele apontou o problema, mas não conseguiu instrumentalizá-lo como ideologia a ponto de atacar este problema. Faria assim expõe: Marx e Engels defenderam o direito das mulheres ao trabalho e também situaram a questão da opressão das mulheres como uma questão histórica e não como produto da biologia. MENDES, 2010, p. Este foi o “ingrediente” na formação do conceito de Butler ancorado em Derrida e Foucault.

Portanto, o conceito de gênero nasceu deste apanhado científico: estrutura hegeliana, discurso desconstrucionista, uso científico da palavra gênero e por último, quase como uma urgência das feministas de final da década de 1960. DESIGUALDADE DE GÊNERO E O FEMINISMO Ainda existem muitos equívocos ao se pensar o conceito de “feminismo”, sendo que o primeiro deles é acreditar justamente neste desejo feminino de dominação frente à categoria masculina. O segundo é de se acreditar que as mulheres querem assumir essa posição de mando, sendo bastante comum ouvir se falar de uma troca de papéis, como por exemplo, as mulheres deixarem de desenvolverem atividades como cozinhar, lavar, relegando essa função ao público masculino. Neste período, organizou-se um movimento de mulheres burguesas e de classe média, chamadas de sufragistas.

Elas lutaram pelo direito ao voto, a estudar e a exercer determinadas profissões. Ao mesmo tempo, as trabalhadoras se organizaram nos sindicatos e desde o início das organizações socialistas houve a presença das mulheres. Essa organização encontrou resistência e oposição de vários homens militantes. Eles argumentavam que o lugar adequado para as mulheres era a família e, decorrente disso, que as mulheres eram ladras de emprego. Defendemos uma visão de feminismo, de movimento social, profundamente vinculada à realidade do conjunto das mulheres. O que não significa fechar os olhos à desigualdade entre mulheres. Mas significa, sim, conceber a ação política desse movimento, seu pensamento, a visão de mundo daí decorrente, diretamente vinculados às questões concretas vividas pelas mulheres em seu cotidiano e engajados na proposta de transformação global da vida das mulheres (GODINHO, 2008, p.

Assim, esse é um processo de conquista de igualdade de direitos, em que os mesmos direitos de oportunidades que os homens dispõem, as mulheres lutam para também terem. E a partir daí poder ir se segmentando. E a partir daí poderíamos nos fazer os seguintes questionamentos na nossa atual conjuntura política: Por que durante toda a história republicana temos somente agora no Brasil uma primeira presidenta da república? Isto é natural? Isto é algo que vem da essência feminina ou que veio da essência masculina ocupar postos de poder? Quando o feminismo traz a ideia de que as relações de poder nas sociedades foram socialmente construídas, elas devem ser desestabilizadas devido ao fato de que não há nada natural entre homens e mulheres, para que homens ocupem majoritariamente, enquanto grupo social, posições hierarquicamente superiores.

Portanto, esse é um questionamento do feminismo. Além disso, questiona também valores e divisão de poder. Convergente a isso, BEAUVOIR aponta: Elas são mulheres em virtude de sua estrutura fisiológica; por mais longe que se remonte na história, sempre estiveram subordinadas ao homem: sua dependência não é consequência de um evento ou de uma evolução, ela não aconteceu. E, em parte, porque escapa ao caráter acidental do fato histórico que a alteridade aparece aqui como um absoluto. Esse daí é o desejo do feminismo e é por isso que lutam as mulheres. Neste sentido faz-se mister que tenhamos leis para coibir, que tenhamos política pública para trabalhar o machismo na sociedade. É importante ainda considerar os meios televisivos e os meios de comunicação como formas massacrantes de abordar e mostrar a mulher da forma que são mostradas até os dias de hoje, “coisificando”, transformando-as em mercadoria.

Temos a seguinte acertiva: Os meios de comunicação de massa tem sido um importante veículo na divulgação, construção dos padrões de beleza, de exclusão social e consumo, pois enquanto dispositivo de poder a serviço de uma comunicação baseada nas fórmulas de mercado atualiza constantemente as práticas coercitivas que atuam explicitamente sobre a materialidade do corpo (FLOR, 2010, p. São vários aspectos, portanto, que necessitam ainda ser modificados, seja no que se refere aos direitos reprodutivos e, especialmente, no que tange ao mercado de trabalho. Ainda diante deste cenário, as vêm mulheres ocupando cada vez mais os postos de trabalho. Na atual conjuntura, vêm sendo um processo natural, no qual estas ocupações não se medem mais pelo gênero, mas, contraditório a isso, pela capacidade, pela gestão que faz, pelo cumprimento dos resultados esperados pela empresa.

Para Nogueira (2004, p. O mundo do trabalho acentuou profundamente a divisão sexual do trabalho, reservando para as mulheres espaços específicos que, na maioria das vezes, se caracterizavam pela inferioridade hierárquica, pelos salários menores e por atividades adaptadas a suas capacidades inatas. Deste modo, a crescente participação das mulheres em postos empresariais mostra que o perfil de competências está mais voltado para pessoas que sejam mais atentas e possam fazer uma interface mais mediada pelo uso de computadores, são espaços em que não é mais necessária tanta força física, para atuar em processos industriais, por exemplo. A importância de ter mulheres em cargos de liderança não se deve apenas ao fato de que elas compreendem as necessidades das mulheres consumidoras, mas também porque elas entendem as necessidades de seus funcionários, tanto homens quanto mulheres.

E por isso, mulheres na liderança têm maiores probabilidade de conseguir o comprometimento dos funcionários e reter os melhores talentos. Drucker (1996), afirma que as mulheres líderes tendem a apresentar as seguintes características: São dotadas de humor e humildade, tratando com igualdade as pessoas nas organizações - sorrindo ao mesmo tempo em que dão pontapés. São honestas em relação as suas próprias fraquezas e sinceras para melhorá-las. Possuem capacidade de respeitar seus adversários aprendendo com eles. E isso implica ter um olhar voltado para que haja mais igualdade de gênero nas organizações. CARGOS EXECUTIVOS SUPERANDO A DESIGUALDADE DE GÊNERO EM CARGOS EXECUTIVOS Recompensar pessoas no atual mercado de trabalho envolve planos de cargos e salários, envolve plano de benefícios e a retenção de talentos.

Neste sentido, a partir do momento em que se tem um plano de cargos e salários e um plano de benefícios interessante, isto faz com que o trabalhador se sinta valorizado financeiramente, mas não apenas financeiramente. Mas com o que ele irá fazer com estes benefícios e com este salário, pela realização de seus sonhos. Quando trabalhamos num local onde notamos que com o fruto do nosso esforço teremos como recompensa a realização dos nossos desejos individuais trabalhamos muito mais empolgados. Entretanto, estima-se hoje no Brasil que a cada 100 cargos executivos, 15 sejam ocupados por mulheres, e se a mulher for negra, a representatividade é menor ainda. O número não chega a 1% do total de cargos (IBGE, 2008). E não é um problema somente do Brasil.

No mundo mais da metade das grandes empresas não possuem mulheres em cargos de liderança. Como destaca Nogueira (2004, p. Essa ação compreende a realização de discussões sobre as peculiaridades dos processos de socialização feminina, sobre como isso tende a gerar padrões de conduta e aquisição de habilidades diferentes das dos homens, e, ainda, sobre como elas podem conseguir serem mais eficazes e transitar, apesar das barreiras, de modo mais fácil no ambiente corporativo (TEIXEIRA e GÓIS 2015, 161). Também devem ser destacadas ações voltadas a assegurar direitos reprodutivos, como assim nos aponta os autores: Um dos aspectos mais importantes é o aumento do número de meses da licença-maternidade. Embora legalmente sejam obrigadas a conceder 4 meses, empresas como a Petrobrás, o Walmart, a TIM, a Natura a Basf e a Unilever ampliaram essa licença para seis meses (TEIXEIRA e GÓIS 2015, 164).

A igualdade salarial também é outro ponto-chave e apesar da Constituição de 1934 ter garantido isonomia salarial entre mulheres e homens, cabe às organizações efetivar este direito. Enfim, há uma diversidade de ações a serem propostas por empresas e organizações que efetivamente valorizem seus quadro de profissionais, suas habilidades e as competências que acabam dando o grande diferencial e êxito de uma organização. Disponível em: http://www. uel. br/eventos/gpp/pages/arquivos/Linamar. pdf. Acesso em 08 de set. Disponível em: https://www. jusbrasil. com. br Acesso em 10jun2017. CHIAVENATO, Idalberto. FARIA, Nalu. O Feminismo é Uma Prática: Reflexões com Mulheres Jovens do PT. Organizadores: Fernanda Papa e Flávio Jorge. Fundação Friedrich Ebert. São Paulo, 2008. de 2017. GODINHO, Tatau. O Feminismo é Uma Prática: Reflexões com Mulheres Jovens do PT.

Organizadores: Fernanda Papa e Flávio Jorge. Fundação Friedrich Ebert. n. p. Abril/Junho – 2010. Disponível em: http://www. scielo. org. br/conteudosespeciais/difusaoideias/pdf/entrevista_mercado_mais_femini no. pdf. Acesso em 08 de set. MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Acesso em 08 de set. de 2017. MILLETT, Kate. Política Sexual. Traduzido por Alice Sampaio, Gisela da Conceição e Manuela Torres. Disponível em: http://www. fnl. org. br/wp-content/uploads/2009/08/O-impacto-da-globalizacao-nas-relacoes-de-genero-dentro-das-familias. pdf. Niterói. v. n. p. sem.

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