Tcc mandiocultura na agricultura familiar

Tipo de documento:Redação

Área de estudo:Finanças

Documento 1

Orientador: Rosângela Venâncio Nunes FORTALEZA, CE 2011 2 Sousa, Itamar Gomes de O Perfil da Agricultura Familiar sob a perspectiva de sustentabilidade da cadeia de produção de farinha de mandioca – O caso da comunidade do Córrego da Ramada, Trairi-ce. Itamar Gomes de Sousa. São Gonçalo do Amarante, 2011. f. Monografia – Curso de Administração - Universidade Federal do Ceará – UFC. Data da aprovação ____/____/_____ __________________________________________ Prof. Profa. Ms. ou Dr. Rosângela Venâncio Nunes Orientador __________________________________________ Prof. ª Joana D´arc Oliveira pelo apoio a minha formação profissional. Aos professores, funcionários e colegas do curso de Bacharelado em Administração, da Universidade Federal do Ceará e do pólo de São Gonçalo. A meus amigos do curso de Bacharelado em Administração: Lucia Maciel, Pedro Paulo e Luis Célio pelo apoio e incentivo.

DEDICATÓRIA Dedico este trabalho inicialmente a Deus, que amorosamente nos ofertou a oportunidade de realizar este curso de tamanha importância para nossas vidas; a minha mãe Josefa Rodrigues de Sousa, meus irmãos, amigos, colegas da nossa turma, e finalmente a meu pai, Manoel Gomes de Sousa, in memória e minha irmã, Maria Edivalda de Sousa, in memória. “Viver a vida não significa apenas cumpri- la em seu tempo, mas viver cada momento no seu tempo como se o tempo de viver fosse infinito”. and specific objectives: to conceptualize and contextualize family farming in Brazil and its evolution in Ceará, defining sustainable development and to address their dimensions; contextualize family farming as a tool for development; present cassava production chain and identify how this activity can be potentially developed in Ceará, as a tool for sustainable rural development, research the socioeconomic profile and situation in which family farmers are selected.

First we reviewed the literature in order to contextualize the family farm, as a result, we proceeded to a presentation on the conceptual aspects of family farms and their characteristics, in addition to the conceptual aspects of sustainable agricultural development, carried out a further description of cassava production chain, discussing the concept of chain, chain composition and production of cassava production chain. Thereafter, we performed a field research through interviews with twenty family farmers of the community of Stream in the city of Ramada Trairi - Ce. Shortly after filing the case study of the production chain of cassava in the Stream Community Ramada in TrairiCe. Finally, we did an analysis and interpretation of research data. REFERENCIAL TEÓRICO 24 1. AGRICULTURA FAMILIAR 24 1. DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL 26 1. CADEIA PRODUTIVA DA MANDIOCA 29 1. METODOLOGIA 29 1. CARACTERIZAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS FAMILIARES 45 2.

GESTÃO DE EMPREENDIMENTOS DA AGRICULTURA FAMILIAR AGRICULTURA FAMILIAR E SUA RELEVANCIA NA ECONOMIA CEARENSE OS ASPECTOS CONCEITUAIS SOBRE DESENVOLVIMENTO AGRICOLA SUSTENTÁVEL CONCEITO DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 46 3 3. DESENVOLVIMENTO X CRESCIMENTO 56 3. TIPOS DE DESENVOLVIMENTO 58 3. DESENVOLVIMENTO HUMANO 58 3. ESTUDO DE CASO METODOLOGIA DO ESTUDO DE CASO 82 5. CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE DA PESQUISA 84 6 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS 89 6. PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS AGRICULTORES 89 6. PERFIL DA MANDIOCUTURA NA COMUNIDADE 95 6. ANALISE DAS CASAS DE FARINHA TRADICIONAIS 110 6. No entanto, não obstante destes conceitos conterem uma forte coincidência de públicos, não são exatamente iguais, e suas delimitações estão sujeitas a análises concisas (IBGE, 2006, p. A agricultura familiar no Brasil teve mais espaço nos debates na década de 90, apesar de ser praticada há muito mais tempo no Brasil.

Com isso, Martins Silva e Mendes ressaltam que: O au mento das discussões acerca da agricultura familiar, no decorrer da década de 1990, é atribuído a uma série de fatores, entre eles, destacam-se os problemas relacionados à grande concentração fundiária e a diversidade de situações apresentadas pelas regiões brasileiras, ao modelo de organização sociopolítico e econômico, reforçados por segmentos governamentais compro metidos com os interesses dos grandes proprietários, co m os interesses internacionais e com o fortalecimento do movimento dos trabalhadores que lutam pelo d ireito de reconquistar a terra (MARTINS SILVA e M ENDES, 2009, p 28). Santana (2008, p. cita que a agricultura brasileira tem sido comumente subdividida dicotomicamente com base em características sócio-econômicas e tecnológicas. Dissemina-se a idéia de que, para ser sustentável, o desenvolvimento precisa combinar crescimento econômico, distribuição da riqueza e preservação ambiental, empreitada considerada por muitos como inviável.

De acordo com essa orientação, o desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades da geração presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras para satisfazer suas próprias necessidades. Picolotto (2009, p. em seu artigo: Sindicalismo da Agricultura Familiar e Agroecologia no alto Uruguai do RS cita esse trecho: Um projeto Alternativo de Desenvolvimento que garanta a viabilização da Agricultura Familiar implica em: a) um novo modelo tecnológico que leve em conta as questões sociais e ecológicas da produção agrícola; b) novas formas de organização da produção, comercialização, beneficiamento da produção e abastecimento; c) reforma agrária enquanto instrumento para transformação do atual modelo de desenvolvimento da agricultura brasileira; d) política agrícola diferenciada para o pequeno agricultor; e) pesquisa e extensão rural voltados para o interesse dos trabalhadores; f) construir as bases culturais de um desenvolvimento alternativo, resgatando valores como a solidariedade, a cooperação e estabelecendo uma nova relação ho mem-natureza (DETR-RS, 1993, p.

apud PICOLOTTO 2009, p. Contudo, em virtude de vários motivos, dentre eles, culturais, o processo de organização no Córrego da Ramada não evoluiu muito. A casa de farinha moderna instalada na comunidade do Córrego da Ramada, no município de Trairi-Ce, foi um empreendimento executado pelo Projeto São José 2. Este projeto de combate à Pobreza Rural no Ceará está incluído no Plano de Desenvolvimento Sustentável do Governo como um dos programas estruturantes na área de capacitação da população. Dentro desse enfoque, o programa concentra suas ações na área de desenvolvimento social, redução das desigualdades e promoção do trabalho. Os Agricultores Familiares da comunidade apresentam muitas resistências para utilizar a Casa de Farinha moderna e resolveram continuar produzindo a Farinha d’água e Farinha branca nas casas de farinha antigas, abandonando assim, a nova casa de farinha da 1 Características definidas através de fatores do meio, tais co mo o clima, o relevo, a litologia, a temperatura, a humildade do ar, a rad iação, o t ipo de solo, o vento, a composição atmosférica e a precip itação pluvial.

Conforme análise do desenvolvimento da agricultura familiar no Brasil tem-se constatado que a organização e modernização é uma necessidade cada vez mais enfática dentro do processo de fortalecimento dessa atividade, já que através da transformação dos produtos agrícolas, é que se pode agregar valor e ampliar a renda dos AF. A agricultura familiar é uma importante atividade econômica do município de Trairi –Ce. Segundo a estimativa da população, realizada pelo IBGE para 2007-2008, divulgada pelo Perfil Básico municipal publicado pelo (2009), 68,78% da população do município residem na zona rural. Segundo o Perfil socioeconômico do município de Trairi (2009, p. “a estrutura fundiária do município não difere muito da realidade de outras regiões do estado, onde existe uma predominância de propriedades com área inferior a 10ha, os chamados minifúndios, e um pequeno número ocupando extensas áreas”.

Brasil, 2006). Os agricultores familiares possuem, em seu conjunto de práticas, técnicas de natureza econômica, social e ambiental, ligados à realidade e finalidade do seu sistema de produção, uso do solo e com as suas necessidades fundamentais. Destaca ainda que a combinação dos objetivos familiares com o meio ambiente e a interação produtiva é que motiva cada um deles às razões que admitem explicar por que agem de maneiras diferentes entre si e em comparação ao agricultor capitalista (SUNDERHUS, 2008). Esse autor afirma também que, para compreender a lógica da produção familiar, é imperativo que impetremos uma visualização da autonomia produtiva com o grau de relação familiar. É forçoso caracterizarmos as unidades produtivas através dos seus conceitos e critérios que acolham as necessidades e interesses dos agricultores familiares.

O primeiro é o que assimila, confunde, transforma em sinônimos “agricultura familiar” e expressões como “produção de baixa renda”, “pequena produção” ou até mesmo “agricultura de subsistência”. O segundo é o que considera as grandes extensões territoriais trabalhadas por assalariados como a expressão mais acabada do desenvolvimento agrícola. Os dois preconceitos são evidentemente solidários e respondem pela visão tão freqüente de que, apesar de sua importância social, não se pode considerar a agricultura familiar como relevante sob o ângulo econômico (ABRAM OVA Y, 1997, p. A FAO publicou em 1995 uma pesquisa baseada em grande parte nos documentos que deram origem ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, apoiam esta tendência internacional apontando com base em uma amostra que os estabelecimentos patronais estariam entre 500 e 10.

hectares, já os familiares entre 20 e 100 hectares, e que o segmento familiar intensifica mais o uso do solo que o patronal. A agricultura familiar e o desenvolvimento rural sustentável estão intrinsecamente ligados, dependendo um do outro, visto que, segundo Costabeber e Caporal, (2003, p. A agricultura familiar se apresenta como um segmento que tem sérias dificuldades para sua reprodução social, ao mes mo tempo em que representa a forma de organização mais adequada para potencializar o desenvolvimento agrícola e rural. Nesse contexto, exemp lifica-se esse potencial a partir da indicação de algumas estratégias que vêm sendo adotadas pela Extensão Rural do serviço público no Rio Grande do Sul, nos últimos 4 anos. Conclui-se pela necessidade imed iata de novas descobertas científicas e produção tecnológica que considere a diversidade biológica e sociocultural presente no rural, o que coloca nas mãos das Universidades, Escolas Agrárias e Institutos de Pesquisa uma importante parcela da responsabilidade que 27 tem o Estado de promover processos de Desenvolvimento Rural co mpatíveis com o imperativo ambiental e co m as expectativas sócio-econômicas e culturais daqueles segmentos da população que até agora ficaram marg inalizados das políticas públicas.

Porém, essa produção de conhecimentos e tecnologias, para ser útil e não ser inerte, precisa estar associada organicamente, no seu planejamento, execução e avaliação, ao público a quem se dirige, pois já se assistem novos riscos derivados do processo de ecologização em curso. p. Dentre os focos discriminados na Agenda 21, podemos destacar:  Cooperação internacional 28  Combate à pobreza  Mudança dos padrões de consumo  Habitação adequada  Integração entre meio ambiente e desenvolvimento na tomada de decisões  Proteção da atmosfera  Abordagem integrada do planejamento e do gerenciamento dos recursos terrestres  Combate ao desflorestamento  Manejo de ecossistemas frágeis: a luta contra a desertificação e a seca  Promoção do desenvolvimento rural e agrícola sustentável  Conservação da diversidade biológica  Manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e questões relacionadas com os esgotos  Fortalecimento do papel das organizações não- governamentais: parceiros para um desenvolvimento sustentável  Iniciativas das autoridades locais em apoio à agenda 21  A comunidade científica e tecnológica  Fortalecimento do papel dos agricultores  Transferência de tecnologia ambientalmente saudável, cooperação e fortalecimento institucional  A ciência para o desenvolvimento sustentável  Promoção do ensino, da conscientização e do treinamento Para Almeida (1995, p.

o grande desafio pode residir na aptidão das forças sociais envolvidas na procura de outras formas para o desenvolvimento de imprimir sua marca nas políticas públicas, a fim de que estas venham a afirmar política econômica e socialmente a opção pela agricultura familiar, forma social de uso da terra que responde muito bem a noção de sustentabilidade e as carências locais, regionais e do país. As causa das vitórias das iniciativas atuais na busca de um novo e diferente modo de desenvolvimento reside na razão direta dos resultados alcançados nesta direção, isto é, através do fortalecimento dos processos organizativos da agricultura familiar nas suas diferentes formas associativas. Cadeia Produtiva da mandioca Cadeia produtiva é o processo constituído por etapas consecutivas, nas quais insumos pertinentes à cadeia passam por certa transformação, para atingir seu grau de produto final (bem ou serviço) e sua instalação no mercado (MIELKE, 2002 apud WIKIPEDIA, 2011, on line).

Para tanto, foram utilizados procedimentos exploratório e descritivo: exploratório visto que buscou alçar questões para este estudo, e descritivo, por incluir acontecimentos e fatos de certas realidades dentro do setor da agricultura familiar. Para a análise quantitativa dos dados, foram empregados recursos para elaborar planilhas e gráficos com base no software Excel. Classificação da pesquisa Esta pesquisa se classifica como bibliográfica, pois, conforme Gil (1999, p. a pesquisa bibliográfica é toda pesquisa “desenvolvida a partir de material elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Os dados do material preparado compreenderam artigos publicados em eventos, dissertações, teses, livros e reportagens divulgadas sobre temas de Agricultura familiar, desenvolvimento rural sustentável e cadeia produtiva da mandiocultura. Este se preocupa em fazer a descrição direta da experiência da forma como ela se apresenta.

A realidade é estabelecida socialmente e percebida como o compreendido, o interpretado, o comunicado. Desse modo, a realidade não pode ser considerada única: pode existir uma diversidade de acordo com as suas interpretações e comunicações. O protagonista é considerado importante no processo de construção do conhecimento Esse método foi utilizado por fazer entender e respeitar como se apresentam as sociedades, sua cultura e os fenômenos que ocorrem no seu seio. Com relação à utilização de métodos e técnicas de análise de dados, na procura de consolidar os dados quantitativos, foi aplicado o método descritivo de distribuição de freqüência, apoiado pelo software Excel. O indicador de pessoas entrevistadas não pode ser deliberado a priori, já que a quantidade das entrevistas pode comprometer a qualidade das informações conseguidas em cada depoimento, assim como, o grau de multiplicação e desavença entre as informações obtidas (DUARTE, 2002 apud OLIVEIRA, 2006, p.

Segundo Selltiz (1974, p. “A entrevista é a técnica mais adequada para revelação da informação sobre assuntos complexos, emocionalmente carregados ou para verificar os sentimentos subjacentes a determinada opinião apresentada”. Após a escolha do instrumento de pesquisa e escolha da amostra, procedeu-se a distribuição e aplicação dos questionários na comunidade. A coleta de dados Conforme informações da Associação Comunitária dos Moradores do córrego da Ramada - ACMCR (2011), a região, universo da pesquisa, possui cerca de 145 famílias que se dedicam à agricultura familiar, sendo que todos praticam a mandiocultura. No segundo momento da análise, empregou-se a técnica de Análise de Conteúdo, indicada por Bardin (1977), com o desígnio de aferir maior entendimento das análises. Esse procedimento busca separar os riscos da compreensão espontânea e lutar contra a proeminência do saber subjetivo, segundo Bardin (1977).

Para tanto, faz-se necessário muita atenção e um bom roteiro metodológico e o emprego de técnicas, apresentando-se muito mais útil para os pesquisadores das ciências humanas, quanto mais ele tenha sempre uma impressão de familiaridade em face do seu objeto de análise. Bardin (1977, p. pondera a análise de conteúdo como um conjunto de técnicas de análise das comunicações, objetivando conseguir, por procedimentos sistemáticos e finalidade de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores que admitam a dedução de conhecimentos referentes às condições de produção e recepção destas mensagens. Conforme Duarte, (2010, p. “A agricultura foi tipificada em dois seguimentos patronal e familiar – com base nos estudos realizados conjuntamente pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e pelo INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.

Segundo o Censo Agropecuário, o IBGE (2006) qualifica como estabelecimento agropecuário: Toda unidade de produção dedicada, total ou parcialmente, a atividades agropecuárias, florestais e aquícolas, subordinada a uma única administração: a do produtor ou a do administrador. Hoffmann e Ney (2010, p. descrevem que além das unidades voltadas à produção comercial e de subsistência, são considerados como empreendimentos agrícolas recenseáveis os hortos, reformatórios, asilos, escolas profissionais, hotéis fazendas e locais para lazer, desde que tenham algum tipo de exploração agropecuária, florestal ou aquícola, com exceção dos quintais de residência com pequenos animais e hortas domésticas. Afirma-se ainda, que fundamentalmente os conceitos divergem entre si, quando relacionados à origem e o objetivo para que foram criados.

Têm ainda conceitos que possuem visões procedentes da área sociológica, ou da área econômica, de órgãos governamentais e de organismos internacionais. Segundo o autor acima, há uma série de origens dos conceitos. A FAO publicou um estudo com base no Censo Agropecuário de 1985, publicado em 1996, o qual definiu como familiares aqueles agricultores com um empregado permanente. Já o Ministério da Agricultura, baseou-se no PRONAF, e ponderou como familiares todos os agricultores que possuem até dois empregados permanentes e detinham área inferior a quatro módulos fiscais. destaca seis estratégias dos pequenos agricultores: 1. Buscam u ltrapassar a ruptura entre as funções de produção e aquelas de transformação e de co mercialização dos produtos, utilizando-se para isso a comercialização direta e a d iversificação das atividades produtivas; 2.

São caracterizados por um procedimento que consiste em ro mper co m a separação entre o agrícola e o não agríco la, produzindo produtos não alimentares, ou através de atividade de complemento da renda fora da propriedade; 3. Os agricultores buscam incorporar novas produções ao seu sistema tradicional, diversificando as produções, visando assegurarem a entrada de dinheiro ao longo do ano (porcos, galinhas, piscicultura, hortícolas, etc. Div isão clara das atividades agrícolas dentro da propriedade, integrando estas a vida familiar, co mo por exemp lo, a mu lher torna-se responsável pelo leite, manutenção do lar, o agricultor assegura a ligação co m os mercados. Seguindo os ensinamentos de Altieri (1989 apud SCHULTZ 2001, p. coloca que os pequenos agricultores usam como estratégia produtiva, a lógica da diversificação e dos policultivos, visualizando uma dieta diversificada, geração de renda satisfatória, estabilidade, tendo a subsistência e a diminuição dos riscos como objetivos principais; com isso eles preferem preservar a posse da terra, a qual é o principal meio de produção do sustento da sua família, do que alcançar um maior retorno financeiro e maiores lucros.

Com relação ao conceito de agricultura familiar Schultz (2001), traz à baila que: Patriarca (1998) apresenta o conceito de agricultura familiar utilizado pela Embrapa como sendo “caracterizada por uma forma de organização da produção em que os critérios utilizados para orientar as decisões relativas à exploração não são vistos unicamente pelo ângulo da produção e rentabilidade econômica, mas considera também as necessidades e objetivos da família. Ao contrário do modelo patronal, no qual há completa separação entre gestão e trabalho, no modelo familiar estes fatores estão intimamente relacionados” (SCHULTZ , 2001, p. Os escritos de Schultz (2001) relatam que são muitos os fatores que diferenciam as unidades de produção empresariais das unidades de produção familiares. Apesar dos agricultores terem características semelhantes, cada um possui vida própria e métodos particulares.

A agricultura familiar não pode ser tratada como empreendimento capitalista, uma vez que a conduta desse segmento difere muito dos capitalistas, posto que, primeiramente não tem o lucro como principal objetivo. Contudo apesar disso, todo empreendimento necessita ter rendimentos para crescer e se tornar um viável e sustentável. É o lucro que contribui para as melhorias do empreendimento, sem ele não há como realizar investimentos em tecnologias, capacitação, e estruturação física. Mediante a análise das características e dos conceitos desse importante segmento econômico, há que se conhecer melhor a evolução da agricultura familiar no Brasil a fim de que se possa compreender o seu comportamento e as causas e conseqüências desse setor para a população brasileira. Deste modo, o IBGE (2006) afirma que esses resultados indicam uma estrutura agrária ainda concentrada no País, onde, os estabelecimentos não familiares, mesmo que representem 15,6% do total dos estabelecimentos, ocupavam 75,7% da área utilizada.

Entretanto, não obstante de cultivar uma área menor com lavouras e pastagens, a agricultura familiar é uma respeitável fornecedora de alimentos para o mercado interno e garanti parte da segurança alimentar do país (OLIVEIRA et al. p. Conforme se vê acima, a agricultura familiar é um importante segmento produtivo no Brasil, mesmo não ocupando uma área territorial significativa. Apesar das grandes propriedades serem exploradas pelo agronegócio, e sendo em quantidade bem inferior ao número de estabelecimentos familiares, estes têm a agricultura familiar como um forte concorrente, uma vez que sua forma de organização contribui para o barateamento dos custos de produção, já que usa a mão-de-obra familiar de forma coletiva e solidária. Conforme o artigo “Agricultura familiar do agronegócio do leite em Rondônia, importância e características” o qual cita Batalha et al.

em respeito a assistência técnica afirma:“que apesar de estar disponível para grande parte dos produtores rurais no Brasil, essa assistência é incapaz de atender às necessidades do agricultor”. Uma vez que não atendem as expectativas e condições de cada produtor (OLIVEIRA, et al. p. O artigo citado acima menciona ainda que as políticas de crédito são um importante instrumento de modernização da agricultura familiar, pois possibilitam a aquisição de maquinário e insumos necessários ao processo produtivo. Quadro 1 - Valores aplicados e Anunciados no PRONAF (R$ mil) a partir da safra 1999/2000 Ano-Safra Val or Val or Aplicado Aplicado/ Val or aplicado Programado programado (% ) deflacionado IGP-DI* 1999/2000 3. Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário – Secretaria da Agricultura Familiar. IGP-DI calcu lado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Considerou-se o índice do último dia do ano-safra (31/ 12/ 1996, por exemp lo). Elaboração: Deser Apesar do quadro 1 apresentar que houve um crescimento no valor do PRONAF programado e no valor aplicado, observa-se que ainda não atinge a 100% do programado. Ao analisar o processo histórico do desenvolvimento da agricultura familiar podemos observar que a concentração de renda e de terra, assim como as diversas formas de exclusão social no meio rural cearense representa a conseqüência direta do modo como aconteceu o processo de ocupação do seu território e a gestão patrimonial do poder político (XAVIER, 1999, p. Com relação à situação da agricultura no Ceará, Xavier expõe que: A predominância no Estado do Ceará de uma agricultura rudimentar de baixo nível tecnológico, constatado pelo Censo Agropecuário (IBGE: 1995-1996), bem co mo o agravamento da situação sócio-econômica dos trabalhadores rurais não é por falta desconhecimentos técnicos de como conviver de forma sustentável com a realidade de semi-árido.

Essa situação é fruto do descaso político e do não compro misso dos que estão no poder com os interesses econômicos dos pequenos produtores, microemp resários agrícolas, assalariados rurais e sem terra. Part indo desse pressuposto é que podemos entender, porque as três prioridades – reforma agrária com pro moção do acesso a terra, apoio a produção e aumento da produtividade; implantação de um vasto programa de irrigação e apoio a produção pesqueira artesanal – da " revolução social no campo", anunciada por Tasso no seu Plano de Mudanças (1987), até agora não foram implementadas(Xavier, 1999, p 28). A atual estrutura fundiária do Ceará caracteriza -se, ao mesmo tempo, pelo minifúndio improdutivo e pelo latifúndio ocioso (XA VIER, 1999, p.

No Ceará existem seis territórios da cidadania e oito territórios estaduais. O município de Trairi está inserido no Território Vale do Curu/aracatiaçu, que congrega 18 municípios (DUARTE, 2009, p. No Ceará foi desenvolvido também o Projeto São José, Segundo Xavier (2009, p. O Pro jeto São José é a continuidade de uma linha de projetos como o Polonordeste, Projeto Sertanejo, Projeto São Vicente, Projeto Ceará, Programa de Apoio ao Pequeno produtor rural – PAPP, que desde o final da década de 70 vêm pro metendo desenvolver o meio rural nordestino. A cada governo são feita algumas modificações em seus programas e nomes. Caracterização dos empreendimentos familiares Os empreendimentos familiares se caracterizam por serem pequenos, com áreas de até 4 módulos fiscais conforme a Lei Federal da agricultura familiar n° 11.

O modelo de 46 produção desses empreendimentos se caracteriza pela grande diversificação produtiva (BRASIL, 2006). De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária-INCRA (2010), um módulo fiscal é uma unidade de medida expressa em hectares, fixada para cada município, considerando alguns fatores, tais como: tipo de exploração predominante no município; renda obtida com a exploração predominante; outras explorações existentes no município que, embora não predominantes, sejam significativas em função da renda ou da área utilizada; e o conceito de propriedade familiar (OLIVEIRA, et al, 2010, p. Segundo a Fundação Konrad Adenauer (2004, p. os segmentos mais pobres dos agricultores familiares do Brasil se concentram no Nordeste, onde as políticas de geração de renda se deparam com maior dificuldade em sua implementação.

afirmam que a gestão do empreendimento rural, a qual envolve a coleta de dados, geração de informações, tomada de decisões e ações que derivam destas decisões, não tem sido tratada satisfatória na literatura nacional e internacional. As pesquisas realizadas nesta área geralmente se prendem aos aspectos financeiros e econômicos 47 da gestão do empreendimento rural (custos, finanças e contabilidade). Dizem que comumente a questão da gestão na propriedade rural, notadamente aquela de menor porte, é vista de forma muito compartimentada e específica. Desse modo, os modelos disponíveis existentes são apenas para controle de custos na produção leiteira ou para programação da produção pecuária bovina. Os autores citados no parágrafo anterior consideram também que os esforços dedicados a outras ferramentas de gestão são ineficazes, por exemplo, os critérios de definição do produto e do processo de produção que ultrapassem a visão de curto prazo das margens de contribuição, sistemas de gestão da qualidade, sistemas de planejamento e controle da produção, sistemas de gestão logística, dentre outras.

esses autores apontam que alguns estudiosos da agricultura familiar são unânimes em constatar a baixa eficiência gerencial destes empreendimentos. Rezende e Zylbersztajn (1999 apud BATALHA, et al. p. relatam em estudo concretizado com produtores agropecuários do Estado de Goiás, que verificaram que os aspectos relacionados à produção (assistência técnica, nível dos funcionários e mecanização), de regra, fazem parte da rotina operacional das propriedades rurais. Confirmaram também que no conjunto das propriedades analisadas, não havia a 48 utilização de instrumentos de gestão (aspectos comerciais e contábeis, planilhas de resultados etc). Gaiger (2008, p. comenta Singer (2000, p. o qual fala que é conveniente recordar que a boa administração de um empreendimento econômico, ainda que cada vez mais deva apoiar-se no conhecimento profissional especializado, não pode ser considerada uma questão de competência científica, e sim de habilidade em lidar com problemas diários os mais variados, isso requer “tarimba e liderança”.

A experiência é capaz de conduzir ao aprendizado coletivo. Na ausência de competência especial ao ramo de negócios escolhido, ela “será construída ao longo da vida prática da empresa, da mesma forma que acontece na empresa capitalista. Conta-se também no Ceará com uma industrialização tardia, o que contribuiu para manter a população praticando a agricultura, apesar de muitos terem abandonado e migrado para outros estados expulsos pelas estiagens e conseqüentemente pelo desemprego e pela fome. Conforme o portal de notícias do MDA: Mais de 90% dos estabelecimentos agropecuários do Ceará são da agricultura familiar. São mais de 341 mil estabelecimentos em 3,5 milhões de hectares que respondem por 62% do valor bruto da produção. Para esse universo de agricultores e agricultoras familiares e assentados da reforma agrária, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, anunciou nesta segunda-feira (10) u m investimento de R$ 771 milhões para a safra vigente durante lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar 2011/ 2012, em Fortaleza.

“Estamos disponibilizando mais recursos com as mais baixas taxas de juros dentro do contexto de uma crise internacional e de uma perspectiva nacional de solidez e incentivo à produção”, afirmou Flo rence, que anunciou as medidas do Plano para o estado reforçando os objetivos do Governo Federal de garantir mais alimentos para a mesa dos brasileiros e a segurança alimentar. Neste capitulo deu-se ênfase a discussão sobre as características dos empreendimentos agrícolas, onde os autores pesquisados caracterizam esses empreendimentos procurando nortear uma visão geral das particularidades que fazem a agricultura familiar persistirem no cenário produtivo. Sobre o conceito da agricultura familiar, apresentou-se algumas idéias que conceitua a agricultura familiar e mostra como essas categoria se diferencia das demais atividades. Falou-se também da evolução da agricultura familiar no Brasil e no Ceará, fazendo uma exposição do passo-a-passo que consolidou esse setor e que o fortaleceu diante do sistema capitalista e do agronegócio.

Enfatiza-se também a caracterização dos empreendimentos familiares demonstrando a diferença entre esses empreendimentos e os empreendimentos do agronegócio. Já com relação a gestão de empreendimentos familiares e da agricultura familiar e sua relevância na economia cearense foi trazido a baila a visão de vários autores que procuraram contribuir para propiciar novos rumos para agricultura familiar. Os agricultores ainda não conseguem produzir com regularidade nem inserir seus produtos no mercado capitalista competitivo e exigente. Enfrentam muitas dificuldades, desde assistência técnica, que é a base para o sucesso da atividade até mesmo ao acesso a financiamentos, devido à burocracia dos bancos. Procura-se desenvolver no capitulo seguinte uma explanação acerca dos aspectos conceituais sobre desenvolvimento agrícola sustentável. OS ASPECTOS CONCEITUAIS SOBRE DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA SUSTENTÁVEL Os conceitos de desenvolvimento rural sustentável vêm sofrendo muitas alterações desde seu surgimento.

Atualmente, esses conceitos estão presos à questão ecológica, alimentar, educacional, cultural e ambiental, devido a problemática da baixa produção de alimentos e dos problemas climáticos enfrentados pelo mundo, assim como a escassez de recursos naturais e de terras férteis. Silva (2006) expõe o desenvolvimento sustentável como o: [. resultado da interação social em u m determinado espaço, com bases culturais cultivadas no decorrer do tempo, com finalidades econômicas e obedecendo às instituições reconhecidas naquela sociedade e considerando a manutenção do estoque ambiental existente (SILVA , 2006, p. Tendo em vista o foco no desenvolvimento sustentável, faz-se a seguir uma abordagem sobre o que é crescimento e desenvolvimento, e explicita ainda os diversos tipos de desenvolvimento. Conceito de crescimento e desenvolvimento econômico.

Matos e Rovella (2011) expõem que o conceito de crescimento econômico aparece em 1776 no livro “A Riqueza das Nações”, de Adam Smith, obra na qual o autor estuda a constituição da riqueza de uma nação, ponderando sobre o funcionamento dos mercados e a relação da expansão destes para proveitos de escala de produção, com o fim de obter a redução dos custos médios e a geração de lucros. Furtado (1974 apud VEIGA 2005) afirma que: [. a idéia de desenvolvimento econômico é um simples mito. Graças a essa idéia, diz ele, tem sido possível desviar as atenções da tarefa básica de identificação das necessidades fundamentais da coletividade e das possibilidades que abre ao homem o avanço da ciência, para concentrá-lo em objetivos abstratos, como são os investimentos, as exportações e o crescimento.

A partir da década de 1960, a idéia de desenvolvimento sugerida ao Terceiro Mundo foi baseada na mesma seguida pelas nações ocidentais, consideradas “ricas” ou “avançadas” industrialmente. Acreditava-se que para países mais pobres se tornarem também “ricos” e “avançados”, era necessário seguir o mesmo caminho do processo de industrialização desenvolvido nos países ocidentais (ALMEIDA, 1995, p. Ao invés das originalidades se exprimirem e se fortificarem, aparecem as características singulares dos povos e das culturas. É u m modelo idêntico que se propaga em detrimento de todas as diferenças de situação, de regime e de cultura (A LM EIDA, 1995, p. Ainda seguindo as idéias de Almeida, a qual relata que comumente o conceito de desenvolvimento é confundido com o de modernização, tendo como conseqüência, o julgamento dos países do Terceiro Mundo “à luz dos padrões dos países desenvolvidos”.

Isto contribuiu para a aplicação no mundo inteiro de um modelo único de modernização e, deste modo, classificando como atrasados os países “subdesenvolvidos”. A diferença entre modernização e desenvolvimento ainda não foi bem esclarecida. O crescimento econômico não está ligado diretamente ao processo de desenvolvimento, posto que, nem sempre os dois acontecem em conjunto e nem de forma global. Sachs (2001, p. contribui ao enfatizar: Por outro lado, o fato de que o desenvolvimento não está contido no crescimento econômico não deve ser interpretado em termos de uma oposição entre crescimento e desenvolvimento. O crescimento econômico, se repensado de forma adequada, de modo a minimizar os impactos ambientais negativos, e colocado a serviço de objetivos socialmente desejáveis, continua sendo uma condição necessária para o desenvolvimento.

Precisamos de taxas mais altas de crescimento econômico para acelerar a reabilitação social, uma vez que é mais fácil operar nos acréscimos do PNB que distribuir bens e rendas numa economia estagnada O desenvolvimento, apesar de compreender o crescimento econômico, não abrange toda a complexidade estrutural da sociedade. No que diz respeito ao modelo de desenvolvimento aplicado atualmente, conclui-se que esse modelo não está preocupado com a sustentabilidade, não controla o uso dos recursos naturais, distribuição de riquezas igualmente, inclusão social e bem estar social. Por isso Brasileiro (2006, p. apud Matos e Rovella , 2011) aponta que: [. os resultados alcançados com a implantação do modelo de desenvolvimento vigente, baseado na otimização dos lucros, na industrialização como única via de desenvolvimento, no uso indiscriminado dos recursos naturais, no crescimento econômico como fator antecedente ao desenvolvimento, propiciaram a emergência de novas formas de pensar o desenvolvimento, procurando atender ou mesmo explicar, a questões até então negligenciadas, tais como: a d istribuição desigual das riquezas; o agravamento da pobreza e exclusão social; a precarização das relações de trabalho; e o esgotamento dos recursos naturais.

Em todas as idéias que se referem às diferenças entre crescimento e desenvolvimento econômico, observa-se que há uma clara diferença entre esses temas. Tipos de desenvolvimento A complexidade social e econômica exige que o processo de desenvolvimento seja dividido em três linhas, a fim de que se possa analisá- los e entendê- los. Essa tríade, constituída por desenvolvimento humano, social e econômico, é sem dúvida a base para que a população possa atingir um nível equacionado de avanço econômico sustentável, socialmente justo e humanizado. Desenvolvimento humano O conceito de desenvolvimento humano se originou como observou Amartya Sen, (2011) no pensamento clássico e, notadamente, com as ideias de Aristóteles, o qual acreditava que conseguir a plenitude do florescimento das capacidades humanas é o sentido.

Desenvolvimento humano pode ser considerado como: O processo pelo qual uma sociedade melhora a vida dos seus cidadãos através de um aumento de bens com os que pode satisfazer suas necessidades básicas e complementares, e a criação de u m entorno que respeite os direitos humanos de todos elos. Também é considerado como a quantidade de opções que tem um ser humano em seu próprio médio, de ser ou fazer o que ele deseja ser ou fazer. Desenvolvimento Social O desenvolvimento social só acontece quando se colocam políticas que aprimorem as relações entre os componentes de um conjunto e a forma como interagem entre si e com o meio externo. Percebe-se como conjunto uma pequena comunidade rural, um centro urbano ou, inclusive, uma nação inteira.

Para se ter uma imagem mais conceitual, expõe-se sobre o conceito de desenvolvimento social: O conceito de “desenvolvimento social” é algo que não constava originalmente da Carta das Nações Unidas. Emerg ira, aos poucos, na década de 60, quando a questão do desenvolvimento, na esteira do processo de descolonização, passara a ocupar o centro das atenções internacionais. Nunca fora, porém, definido co m clareza. Dizemos que u m país é socialmente desenvolvido quando a sua população tem u m ótimo n ível de qualidade de vida. Mas o "ótimo" é sempre relat ivo a um " menos ótimo", o que significa que só a comparação entre duas ou mais populações é que permite avaliar o nível de desenvolvimento social de um país. Então, o que deve ser considerado para se fazer a avaliação? Em primeiro lugar, a proporção de pessoas que têm as suas necessidades básicas satisfeitas (alimentação necessária para atender aos requisitos nutricionais mínimos, trabalho, escola, hospital e assistência médica, morad ia servida de água tratada, esgotamento sanitário, energ ia elétrica e coleta de lixo).

Em segundo lugar, a comparação destas proporções entre países, ou entre regiões de um mes mo país (WIKIPÉDIA, 2011, on line). O desenvolvimento sustentável está intimamente ligado ao desenvolvimento social, posto que um dos principais objetivos do primeiro é a garantia e a preservação dos recursos naturais para atender as necessidades das sociedades futuras. O processo imp lica a atuação de certas forças, que operam durante um longo período de tempo e representam modificações em determinadas variáveis. Os detalhes do processo variam sob condições diversas no espaço e no tempo, mas, não obstante, há algumas características comuns básicas, e o resultado geral do processo 62 é o crescimento do produto nacional de uma economia que, em si própria, é u ma variação particular a longo prazo (WIKIPÉDIA, 2011,on line).

Matos e Rovella (2011) fazem referência que Sen (2000) questiona o atual modelo de desenvolvimento econômico, e qualifica-o como uma política cruel de desenvolvimento. Este modelo possibilita o colapso da base de recursos naturais, e pode ampliar as deformidades sociais. Em virtude disso, segundo o autor, o alicerce de desenvolvimento não deve se basear somente na busca pela dimensão econômica, mas também na dimensão sociocultural, em cujo contexto os valores e as instituições são fundamentais. Desenvolvimento agrícola sustentável Mediante as diversas conceituações de desenvolvimento sustentável, faz-se necessário conhecer os diversos aspectos que constituem o contexto social, cultural, organizacional, econômico e financeiro. “Desenvolvimento sustentável significa atender às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender suas próprias necessidades” (CMMAD, 1988, p.

Aspectos culturais Cultura, conforme Mowen e Minor (2003) é a acumulação de significados, rituais, normas e tradições compartilhadas entre os membros de uma organização ou de uma sociedade. Faz-se necessário implantar efetivamente e com urgência uma política agrícola diferenciada em relação ao desenvolvimento rural sustentado. Para isso é preciso muito mais do que decisão política, é imperativo que o conhecimento técnico, teórico e metodológico identifique e proponha, de forma participativa um planejamento estratégico participativo, que permita recomendar caminhos entre as distintas formas de interpretar e entender a lógica de produção da agricultura familiar e sua sustentabilidade. Em termos culturais verifica-se, atualmente, u ma hibridização entre o local e o global. Ou seja, os traços da globalização se encontram nos mais diversos e longínquos lugares,expressos principalmente pela oferta de mercadorias cujas marcas são globalmente conhecidas.

A oferta de mercadorias produzidas em diferentes locais do mundo, o avanço das comunicações e dos transportes e a “mercantilização dos produtos culturais” têm promovido rápidas mudanças na cultura e nos “modos de vida”, inclusive e até mais rapidamente no meio rural. No entanto, isso não significa que o global, representado pela cultura e pelas mercadorias, tenha substituído o local, mas o que ocorre é uma h ibridização. O que praticamente não há mais é o local isento das interferências do global (NUNES 2007, p. Portanto, a administração participativa, amplia o ambiente para estudos sobre o comportamento humano nas organizações, onde se propõe superar o conflito entre o indivíduo e a organização. Se constitui de várias técnicas para a implementação de uma cultura participativa, no qual os estudos sobre tópicos pertinentes são desenvolvidos, motivando o nascimento das mais diferentes propostas.

Por exemplo: o enriquecimento e ampliação das tarefas, o trabalho em equipe, a rotação de cargos, etc. Na concepção de Motta (1991, p. a gestão participativa brota da consciência de que o alcance dos objetivos empresariais está diretamente dependente do uso apropriado do poder e da solução de conflitos organizacionais. apud NUNES, 2007, p. Segundo a mesma autora, cada agricultor tem um grupo de práticas e técnicas, econômicas e sociais, conexos entre si, com o fim unido ao seu sistema de exploração. Combinando os desígnios familiares com o meio ambiente, integrando informações e subsistemas muito longe da verificação da sua composição produtiva e das sugestões técnicas. Com relação à organização da produção da agricultura familiar, Carmo (1998), também fala que: A produção familiar, dada as suas características de diversificação/integração de atividades vegetais e animais, e por trabalhar em menores escalas, pode representar 67 o lócus ideal ao desenvolvimento de uma agricultura ambientalmente sustentável.

É fundamental, porém, que seja alvo de uma política estruturada e imp lementada para este fim. o nível de conexão familiar e a afinidade entre autonomia e dependência da exploração ao mercado, apontam variadas tipologias de exploração agrícola. Dentre suas pontualidades, podem-se determinar quatro categorias de exploração: a empresa agrícola, a empresa familiar, a exploração moderna e a exploração camponesa. Desse modo, em um sistema de eixos cartesianos da autonomia em relação ao grau de relação familiar, as empresas agrícolas e colocariam como totalmente dependentes do mercado e não familiar; a empresa familiar como dependente do mercado e familiar; a exploração moderna como de máxima autonomia e não familiar e o camponês como autônomo e totalmente familiar.

Em relação às explorações familiares, Carmo diz que: A maioria das explorações familiares se localiza entre esses extremos em d iferentes níveis de autonomia em relação ao mercado e em mú ltip los planos de atuação, acarretando uma ampla variedade na constituição desse segmento. Afirma também que a existência simultânea de unidades produtivas, com d istintas dinâmicas internas bloqueia um esclarecimento geral voltado para o funcionamento da produção familiar. O setor econômico familiar é um dos mais frágeis, face às barreiras enfrentadas pelo setor agrícola familiar. Esses aspectos estão amarrados aos demais aspectos inerentes ao 69 desenvolvimento agrícola sustentável, já que sem organização, sem conhecimentos não há como promover crescimentos econômico. No próximo tópico, discorrer-se-á sobre os aspectos financeiros que contribuem para gerar os recursos necessários para a sobrevivência dos grupos sociais.

Aspectos financeiros A situação financeira da agricultura familiar tem sido uma preocupação constante. Nunes (2007, p. Através do programa, o governo federal adquire produtos agrícolas (alimentos) de agricultores que se encaixam nas condições do programa, os quais são destinados, principalmente, à escolas, creches e entidades assistenciais (NUNES 2007, p. No que diz respeito à situação financeira dos agricultores familiares, foram implementadas linhas de crédito rural, conforme a citação abaixo: O credito rural foi u m dos instrumentos básicos da modernização agrícola e fortaleceu, de maneira acelerada, o processo de capitalização no campo. Para concessão de financiamento exig ia-se certo padrão tecnológico, elevada densidade de capital, monetarização, alem de farta aquisição de fert ilizantes e outros insumos. A diversidade de linhas de créditos, bem como as taxas de juros subsidiadas, estimularam grande numero de interessados a se instalar nos Cerrados (ESTEVAM, 2004, p.

apud MARTINS SILVA e M ENDES, 2009, p. Os esforços dedicados a ferramentas de gestão são insignificantes, notadamente nos critérios que definirão o produto e o processo de produção que superem a visão de curto prazo das margens de contribuição, sistemas de gestão da qualidade, sistemas de planejamento e controle da produção e sistema de logística (BATALHA, et al, 2005 apud BORTOLINI, 2010, p. No que diz respeito a gestão agrícola: A gestão agrícola consiste em formalizar, isto é, colocar no papel, o que se pretende que aconteça em determinado mo mento no futuro. No caso dos empreendimentos rurais, muitos fatores dificultam o planejamento da produção. “A gerência da produção agrícola é diferenciada e particularmente mais difícil que nos demais setores da economia.

O equilíbrio entre a oferta e a demanda da produção, numa situação de queda de preços não é retomado simples mente por uma decisão gerencial” (BATA LHA, 1997 apud BORTOLINI, 2010, p. Posteriormente a má aplicação de recursos oriundos de financiamentos sem o retorno desejado causa uma descapitalização nos agricultores, fazendo com que abandonem a atividade e fiquem endividados; outro fator preocupante na gestão é o custo dos financiamentos, pois o aumento desses gera um descontrole do empreendimento. Geralmente as margens de lucro dos produtos agrícolas são instáveis e pequenas, isso causa também a instabilidade da gestão no espaço agrícola; há ainda a possibilidade de escassez ou aumento dos custos dos insumos, que sem duvida é outro causador de insucesso e prejuízo.

O agricultor pode ainda se deparar com eventos climáticos, falta de crédito e políticas governamentais desfavoráveis. Todos esses pormenores exigem do agricultor uma boa gestão de negócio familiar, caso contrário, não conseguirá progredir, e ainda, com o crescimento do seu negócio, o controle administrativo precisa aumentar também. Essencial é que a propriedade seja administrada como uma empresa, seguindo técnicas e procedimentos gerenciais apropriados à realidade da agricultura familiar para que o produtor familiar cresça e acompanhe a evolução da esfera rural. Ele alega também que o empreendimento familiar precisa ser gerenciado tendo como fim a procura da viabilidade em curto prazo e da riqueza, em longo prazo. O negócio familiar mistura emoção e sentimentalismo co m objetiv idade e racionalidade.

A família e o negócio são inseparavelmente conectados, apesar de relativa inco mpatibilidade entre os dois componentes. O negócio familiar, diferentemente do negócio corporativo, deve tratar as demandas dos relacionamentos familiares tão bem como as demandas do mercado consumidor (ROBBINS e WALLA CE, 1992 apud BORTOLINI 2010, p. Assim sendo, o comportamento da agricultura familiar é definido por um conjugado de variáveis, oriundas das políticas públicas e da conjuntura macroeconômica, ou de 74 especificidades locais e regionais. Para ser mais preciso, elas são descrições de um futuro estado de coisas, podendo essa descrição ser verdadeira ou falsa, num sentido empírico. Por outro lado, elas possuem, também, u ma qualidade imperat iva, pois selecionam u m estado de coisas de futuro em detrimento de outro, e orientam o comportamento ru mo à alternativa escolhida.

Com o fim de consolidar seus projetos, os produtores adotam várias decisões e executam diferentes ações. Os objetivos estratégicos orientados pelas decisões dependem das potencialidades e limitações de sua situação. Comumente, na agricultura familiar, a estratégia seguida incide em variar a produção conforme os recursos disponíveis, “garantindo a subsistência, reduzindo os riscos e elevando a renda total da família, mesmo que isso não signifique a melhor remuneração do capital investido e a maximização dos lucros” (LIMA et al. Outro fato a considerar é que as condições culturais, educacionais e sociais dos agricultores não lhes permitem ainda acompanhar o processo de desenvolvimento. Os mesmos não possuem conhecimentos da maioria das inovações tecnológicas e muitos não aceitam o uso delas, isso especificamente no norte e nordeste.

Em fim, o desenvolvimento agrícola sustentável não acontecerá enquanto não houver um desenvolvimento global dos aspectos sociais, culturais e educacionais. Por fim, cabe afirmar que a principal barreira para o desenvolvimento dos estabelecimentos agrofamiliares é a gestão. Concluiu-se que sem um treinamento adequado visando à capacitação dos agricultores em técnicas de gerenciamento, dificilmente os mesmos terão sucesso. Esse sistema pode abranger muitas empresas de indústrias diferentes e dominar díspares espaços geográficos, até mesmo de vários países, sendo influenciados por regras institucionais diferenciadas (ZYLBERSZTAJN, 1995 apud NUNES, 2009, p. No que se referem ao acompanhamento do desempenho da cadeia produtiva, Harrington (1997 apud NUNES 2009, p. constata que para chegar a níveis de desempenho elevados em uma cadeia produtiva, é preciso construir um sistema de medição de desempenho.

O uso das medidas de desempenho é fundamental, a fim de que se possam ponderar os resultados e desempenho de uma empresa, isto é, deve conjeturar os princípios fundamentais da organização. De acordo com Prochnik (2002, p. Entende-se que o olhar de Porter, não obstante de atender os elos externos, volta-se internamente para uma única empresa e especificamente para empresa industrial. Contudo, pode-se dizer que, O enfoque de cadeia produtiva dado por Shank e Govindarajan (1997) é considerado mais amp lo do que o de Porter (1990), pois considera que “a cadeia de produção de qualquer empresa em qualquer setor é o conjunto de atividades criadoras de valor desde as fontes de matérias-primas básicas, passando por fornecedores de componentes e até o produto final entregue nas mãos do consumidor”. Esta é portanto, uma visão que abrange todo o processo produtivo, considerando cada empresa co mo u ma das partes de um conjunto formador de valor, que é mais amp lo, indo desde o fornecedor mais elementar até o consumidor do produto ou serviço finais disponibilizados (NUNES 2009, p.

Nunes (2009, p. firma que ao sopesar a cadeia produtiva interna à empresa, segundo Porter prioriza, não é o bastante, uma vez que, Shank e Govindarajan (1997, p. Podem ser municipais, estaduais, nacionais ou internacionais. As referências feitas nesta seção acerca dos componentes da cadeia produtiva da mandioca fazem com que se perceba que são etapas necessárias para fechar o ciclo do produto. Cada componente é responsável por contribuir para que esse ciclo seja efetivo da maneira mais eficiente, a fim de que colabore para produzir um bem que seja economicamente viável e proporcione ao produtor um custo remunerável e ao consumidor uma satisfação completa. Cada fase da cadeia de produção possui seu custo e seus entraves. É preciso que haja uma sintonia entre cada uma, para que qualquer gargalo seja eliminado, já que um simples atraso da entrega de um insumo pode afetar o resultado final.

O Brasil produz em torno de 24 milhões de toneladas da raiz de mandioca, o país é o segundo maior produtor mundial, sendo que a Nigéria lidera a produção, com 32,5 milhões de toneladas. Outros países produtores são, em ordem, o Congo – 18,5 milhões de toneladas, a Tailândia – 18,0 e a Indonésia – 16,0 (GAMEIRO, 2002 apud SEBRAE, 2003, p. Segundo o SEBRAE-Ba, A mandioca é uma planta que resiste à seca e a solos de baixa fertilidade, de origem brasileira e cultivada em todo país. A composição química média da raiz da mandioca é: 65% água, 25% amido, 3% proteína, 2% de celulose e 5% outros. O Brasil já fo i o primeiro produtor mundial desta raiz, alcançando produções de até 30 milhões de toneladas/ano no início da década de 70.

Com relação à comercialização, os agricultores familiares precisam se aperfeiçoar e ampliar suas relações com o mercado, pois têm se preocupado apenas com a produção, deixando a comercialização limitada aos intermediários, cooperativas e indústrias (ROSA, 2003). Rosa (2003), coloca também que sistema de comercialização abrange o produto, desde a produção até sua inserção no mercado para ser obtido pelos consumidores, no local, na hora e na forma desejada. Ter ciência do funcionamento da comercialização é fundamental para os agricultores que carecem tomar decisões eficientes para disporem seus produtos no mercado. Segundo o estudo da cadeia produtiva da mandioca feito pelo SEBRAE, a raiz da mandioca é uma das fontes de carboidratos mais importantes para uma parte expressiva da população de baixa renda no Brasil.

O consumo dessa raiz acontece por meio da compra do produto e de seus derivados como também através da produção doméstica. Em virtude do elevado número de produtores e da quantidade de raízes produzidas no Brasil, mesmo sendo a maioria para o consumo familiar, isso contribui para a desvalorização dos produtos e dos subprodutos no mercado. Geralmente, os produtores de mandioca são analfabetos ou semi-analfabetos, isso contribui para o despreparo organizativo e administrativo de suas produções, deixando-os a margem da cadeia, na fase da comercialização, dando espaço para os atravessadores. Contudo, há que se destinar um apoio técnico maior aos mandiocultores visando sua organização produtiva e administrativa, a fim de que venha fortalecer a cadeia como o um todo e possibilitar a ascensão econômica dos produtores e dos produtos.

No capitulo seguinte será apresentado o estudo de caso, realizado através de entrevista com perguntas semiestruturadas. ESTUDO DE CASO Esse estudo de caso se dedica a estudar o perfil da agricultura familiar e a cadeia produtiva da mandioca da comunidade de Córrego da Ramada – Trairi - Ce. Para complementar a pesquisa foram feitos registros fotográficos de produtos agrícolas, feiras agroecológicas, criação de galinha caipira, liberação do PRONAF em TrairiCE, inauguração do posto do PAA em Trairi, policultivos, plantações de mandioca, casas de farinha, os mesmo serão dispostos no apêndice B deste estudo. A amostra, intencionalmente escolhida, foi composta por 20 agricultores, que representa cerca de 14% da população da comunidade, selecionados dentre as famílias moradoras na comunidade do Córrego da Ramada com mais de 10 anos de residência, e praticantes da mandiocultura.

A pesquisa teve como foco analisar o perfil socioeconômico das famílias entrevistadas, o perfil da mandiocultura na comunidade e o perfil das casas de farinhas. A análise dos dados envolveu um método principalmente descritivo qualitativo, pois abrangeu um conjunto de diversas técnicas, que visam interpretar, descrever e decodificar os componentes de um sistema complexo de significados. Seu objetivo é traduzir os fatos, aproximando o pesquisador do objeto pesquisado. As primeiras propriedades no Brasil colônia eram doadas aos Colonizadores vindos de Portugal para explorar as terras brasileiras pela Lei da Sesmaria. Era nestas propriedades que eram feito os monocultivos com fim de exportação. Nela era também realizada a agricultura de subsistência para o sustento dos colonizados. Segundo Lima, (1991 apud GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2011, on line) Sesmaria foi u m instituto jurídico português que normatizava a distribuição de terras destinadas à produção.

O Estado, recém-formado e sem capacidade para organizar a produção de alimentos, decide legar a particulares essa função. O município de Trairi possui, ainda, 209 localidades distribuídas pelos seus 924,56 km2, são áreas situadas tanto na parte do litoral como na parte do semi-árido, onde a seca é predominante. Isso acaba conferindo ao município uma diversidade cultural e econômica interessantes (PDP-Trairi, 2009). MAPA DO CEARA COM FOCO EM TRAIRI M apa 01 - Ceará com foco em Trairi – Fonte: PDP – Trairi-2009. O mapa 01 demonstra a localização do município, onde se situa a comunidade foco da pesquisa, na qual foi escolhida a amostra para realizar a entrevista acerca do perfil da mandiocultura. Vem em seguida o mapa do território da cidadania Vale do Curu/Aracatiaçu.

Localização da comunidade de Córrego da Ramada Mapa 03 - Localização por satélite do Córrego da Ramada Fonte: Google earth – 26 nov. O mapa 3 apresenta a localização da comunidade de Córrego da Ramada através de foto via satélite, para que se tenha um visão geográfica de onde ocorreu o estudo do caso. No próximo tópico será mostrada a análise e interpretação dos dados. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Para conhecer e entender o comportamento dos agricultores familiares e da cadeia produtiva da mandioca foi realizado uma pesquisa de campo, divida em seis grupos de análise. No tópico que analisa o perfil socioeconômico dos agricultores é feito um estudo acerca da distribuição da idade dos entrevistados, renda familiar, grau de escolaridade, número de filhos e tempo de residência na comunidade.

A tabela 02 juntamente com o gráfico 02 tem como objetivo fazer uma explanação da renda familiar da amostra foco da pesquisa. Tabela 02 - Distribuição da faixa de renda dos entrevistados Renda(salário mínimo) ate 1 1a2 2a3 3a4 4a5 Total Nº 18 1 1 0 0 20 Freqüência 90% 5% 5% 0% 0% 100% Fonte: Pesquisa direta Gráfico 02 – Baseado na tabela 02 - autoria própria Avaliando os dados apurados acerca da renda familiar dos entrevistados no gráfico 2, conferiu-se que 90% vivem com uma renda abaixo de um salário mínimo. possuem renda de um a dois salários mínimos e os outros 5% com renda de dois a três salários. Salienta-se que aqueles que detêm renda entre um e três salários, contam com aposentadoria rural. Grau de escolaridade é o nível de estudo dos indivíduos participantes da pesquisa.

Tabela 04 - Número de filhos dos entrevistados Filhos 0a2 2a4 4a6 >6 Total Nº 5 7 3 5 20 Freqüência 25% 35% 15% 25% 100% Fonte: Pesquisa direta Gráfico 4 – baseado na tabela 4 - autoria própria Como se pode perceber no gráfico 4, das famílias dos entrevistados 35% tem ente dois e quatro filhos; 25% têm mais de seis filhos, outros 25% têm entre 0 e 2 filhos e apenas 15% estão na faixa de quatro a seis filhos. Tendo em vista esses dados, concorda-se que o tamanho das famílias no campo tem diminuído, mostrando uma redução na taxa de natalidade na zona rural. Pode-se considerar que este dado é positivo, já que demonstra que há certa consciência dos agricultores com relação ao tamanho da família, e se previnem para não ter muitos filhos. Para fazer uma análise da prática da agricultura na comunidade faz-se um estudo do tempo de residência dos agricultores, para se ter uma idéia do tempo de atuação na atividade, os quais são expostos na tabela 05 e no gráfico 05.

Tabela 05 - Te mpo de residência na comunidade Tempo (anos) 0a5 5 a 10 10 a 15 > 15 Total Nº 1 0 0 19 20 Freqüência 5% 0% 0% 95% 100% Fonte: Pesquisa direta Gráfico 05 – baseado na tabela 05 - Autoria própria O tempo de residência na comunidade registrado entre os entrevistados, demonstrado no gráfico 05 é de mais de 15 anos para 95% dos informantes. É possível conferir que esse dado não é bom para a mandiocultura da comunidade, já que a quantidade de área usada é muito pequena e não contribui para o aumento da produção, mantendo assim um reduzido percentual de produção na comunidade. Dando sequência a exposição dos dados da pesquisa, na tabela 07 e no gráfico 07 é publicado o resultado da entrevista para a produção de mandioca na comunidade Tabela 07 - Produção de mandioca (cargas) Cargas 0 a 10 10 a 20 20 a 30 30 a 40 40 a 50 Total Nº 0 11 4 3 2 20 Freqüência 0% 55% 20% 15% 10% 100% Fonte: Pesquisa direta Gráfico 07 - baseado na tabela 07 - autoria própria A produção de mandioca do grupo de entrevistados, de acordo com o gráfico 07 apresenta-se assim: 55% produzem entre dez a vinte cargas, 20% entre vinte e trinta e cargas, outros 15% entre trinta a quarenta, e por fim, apenas 10% conseguem entre quarenta a 97 cinqüenta cargas.

Entende-se assim que, como uma pequena parte possui uma área utilizada para plantio, ou seja, acima de 01 ha, também uma pequena parcela de produtores possui uma produção significativa acima de 40 cargas. Essa decorrência também não pode ser considerada boa, porque há uma estagnação da produção, já que somente uma pequena parcela produz acima de 40 cargas, sendo assim, a renda familiar também é pequena e não contribui para a sustentabilidade financeira da atividade e da família. Para conhecer sobre a produção de farinha, a tabela 08 oferece os números da produção de farinha obtidos pela entrevista. Comumente, todos os agricultores usam parte da mandioca para produzir a goma, outro subproduto que muito usado para fazer a conhecida tapioca, hábito herdado dos índios.

Com o interesse de saber como os agricultores fazem suas compras, na tabela 11 e no gráfico 11, baseado na mesma tabela, vêm ofertar as respostas dos entrevistados. Tabela 11- Forma de compra de insumos. Forma de compras Individual Coletivo Total Fonte: Pesquisa direta Gráfico 11 – baseado na tabela 11 - autoria própria Nº 20 0 20 Freqüência 100% 0% 100% 100 Constata-se pelo gráfico 11, que todos os agricultores responderam que fazem suas compras individualmente. Esse hábito dos agricultores demonstra seu grau de individualidade e desorganização social, o que não tem vantagem para o empreendimento familiar, já que se as compras fossem feitas coletivamente, poderiam barganhar menores preços, e ganhariam também com o custo de frete. Diante disso, procurou-se saber qual o peso e a importância da mandiocultura na comunidade ambiente da pesquisa, dados que serão explicitados na tabela 15 e posteriormente para melhorar a compreensão no gráfico 15.

Tabela 15 - Peso da mandiocutura para a sobrevivência da família Peso 0a2 2a4 4a6 6a8 8 a 10 Total Nº 0 0 14 6 0 20 Freqüência 0% 0% 70% 30% 0% 100% Fonte: Pesquisa direta Gráfico 15 – baseado na tabela 15 - autoria própria De acordo com o gráfico 15, setenta por cento (70%) dos entrevistados responderam que a nota para o peso da importância da mandiocultura para suas famílias está entre 4 a 6, ou seja, responde por aproximadamente cinquenta por cento de sua sobrevivência. Os outros 30% deram nota de 6 a 8. Para a economia esse dado é muito relevante e corrobora para que os governos vejam essa atividade como base para a segurança econômica, alimentar e nutricional de nossa população, ofertando assim mais condições para seu fortalecimento. A Associação Comunitária do Córrego da Ramada conseguiu uma casa de farinha modernizada através do PSJ.

Quantos aos pontos positivos e negativos da mandiocultura visualizados pelos entrevistados, a tabela 18 vem demonstrar suas impressões que serão apostas também o gráfico 18, e para melhor compreensão no quadro 01. Tabela 18 - Pontos Positivos e Negativos da mandiocultura Item Preço da farinha Mecanização Produção baixa Produtividade baixa Acesso a mercado Estradas Assistência técnica Atravessadores Excesso de produção Custo de produção Preço de insumos Terra Qualidade da farinha P 5% 5% 0% 95% 50% 35% 0% 45% 5% 70% 40% 65% 5% N 95% 95% 100% 5% 50% 65% 100% 55% 95% 30% 60% 35% 95% Fonte: Pesquisa direta Gráfico 18 – baseados na tabela 18 – autoria p rópria Segundo o gráfico 18, a 95% dos agricultores acham a que a qualidade da farinha produzida é o ponto mais positivo, 70% declaram que a terra é o segundo ponto mais positivo, 107 65% dizem que o preço dos insumos também são pontos positivos, 50% dizem que o custo de produção e positivo, outros 50% afirmam que é negativo, 55% colocam que por excesso de produção é negativo, pois causa a baixa de preços, 60% acham os atravessadores negativos, porque os exploram, 65% dizem que a assistência técnica é ponto negativo pois é muito ausente e descontínua.

confirmam que as estradas, o acesso ao mercado, a produção baixa, a produtividade e a produção baixa são pontos negativos. Por fim 100% confirmam que a mecanização e os preços são os pontos mais negativos, esses dois últimos, justificam-se porque os preços da farinha geralmente são muito baixos não compensando os custos e não há mecanização para melhorar a produção. Para se ter uma ideia sobre a atuação governamental no processo de desenvolvimento da cadeia produtiva da mandioca na comunidade, a tabela 19 vem citar a opinião dos entrevistados sobre os incentivos do governo. A produção é muito baixa e a as áreas plantadas são poucas, geralmente não passa de um hectare por família, até porque muitos não possuírem muita terra, e plantam em áreas arrendadas, como também por fala de equipamentos, maquinários tecnologia necessária à aplicação do plantio e em consequência da produção.

Com relação aos pontos positivos e negativos da mandiocultura na comunidade, parece que de acordo com os dados coletados que há muito poucos pontos positivos e muitos pontos negativos, havendo necessidade de averiguar com muita eficácia o porquê desse evento, se é porque os agricultores não sabem avaliar a atividade, se estão sendo pessimistas ou se realmente têm razão. No que se refere aos incentivos governamentais, a maioria absoluta afirma que há incentivos e que o mais importante deles são os empréstimos do PRONAF, notadamente o microcrédito através do programa do Banco do Nordeste chamado de Agroamigo. Cabe se perguntar, se esse olhar dos agricultores se deve ao fato de dar mais importância ao dinheiro do que aos outros incentivos, ou se têm acesso a esse incentivo com mais facilidade do que aos outros.

Análise das casas de farinha tradicionais Nessa seção expor-se-á uma análise das casas de farinha tradicionais da comunidade do Córrego da Ramada, procurando entender a opinião dos agricultores acerca da qualidade da farinha tradicional, equipamentos, vantagens e desvantagens e sobre o que mais gostam na casa de farinha tradicional. Consoante a representação no gráfico 23, dentre os entrevistados 100% dizem que o piso é uma desvantagem já que quase todo piso é grosso ou muito irregular e sujo, 70% acentuam que o forno de tijolo é uma desvantagem porque geralmente solta barro que se mistura à farinha; outros 80% acham que o fato de ser quase toda manual é também uma desvantagem, e 95% afirmaram que a casa de farinha aberta é outra desvantagem porque entram animais e poeira, 80% colocam que o fato de ser toda manual é outra desvantagem.

Já 100% dizem que na casa de farinha tradicional é possível fazer goma que é uma boa vantagem, também no mesmo percentual dizem que como não gasta muito energia elétrica tem mais vantagem, 95% asseveram que outra vantagem importante é o costume em fazer farinha nessas casas de farinha. Por fim, todos aceitam que o tipo de farinha produzida também é outra vantagem relevante. É possível chegar à conclusão por meio desta seção que os agricultores familiares da comunidade de Córrego da Ramada estão ainda muito presos ao tradicional e aos costumes herdados de seus antepassados. Não percebem que seus métodos de produção estão ultrapassados e não atendem às exigências do mercado. Pode-se inferir que isso se dá por conta do dispêndio alto de energia, e talvez pela falta de qualificação no manuseio do equipamento, soma-se a isso a questão cultural A seguir, na tabela 26 expõe-se a análise sobre a despesa da casa de farinha moderna e após apresenta-se a mesma no gráfico 26.

Tabela 26 - Despesas de produção da casa de farinha moderna Opinião Mais alto Mais baixo Igual Não sabe Total Nº 10 1 1 8 20 Freqüência 50% 5% 5% 40% 100% Fonte: Pesquisa direta Gráfico 26 – baseado na tabela 26 - autoria própria. Os agricultores foram questionados também sobre as despesas de produção das casas de farinha tradicionais e moderna. Dentre eles, 50% afirmaram que a despesa de produção na casa de farinha moderna é mais alta do que na tradicional, 30% responderam que não sabiam, pois não tinha feito farinha lá, 5% colocaram que era igual e os últimos 5% disseram que era mais baixo. Conclui- se por meio dessas respostas que metade dos entrevistados percebe que as despesas podem ser mais baixas na casa de farinha moderna, que a qualidade seria melhor e que poderiam mudar muito a imagem de seu produto.

Tabela 29 – Melhor preço Opinião Feita da casa de farinha tradicional Feita da casa de farinha moderna Total Nº Freqüência 6 14 20 30% 70% 100% Fonte: Pesquisa direta Gráfico 29 – baseado na tabela 29 - autoria própria. Com relação ao preço, 70% afirmaram que a farinha que tem melhor preço é aquela produzida na casa de farinha moderna, os outros 30% acham que a feita tradicionalmente. Salienta-se que mesmo sabendo que podem conseguir melhores preços com a farinha produzida com melhores condições técnicas e com mais higiene, ainda assim acham que a tradicional é melhor de venda. O que se percebe é que os agricultores só conhecem os compradores locais e os atravessadores e se acomodam vendendo sua farinha para os mesmos, não buscando, contudo, outros mercados consumidores que valorizem um produto mais qualificado.

Com a finalidade de conhecer as vantagens e desvantagens da casa de farinha moderna e fazer um comparativo com as tradicionais, questionaram-se os agricultores sobre suas opiniões, dissecando-as na tabela 30 e no gráfico 30, baseado nessa tabela. Após a captação do nível de satisfação dos agricultores com as casas de farinha tradicionais, procedeu-se a investigação acerca de sua satisfação com a moderna que será apresentada na tabela 32 e para se ter um melhor entendimento foi figurado no gráfico 32. Tabela 32 - Satisfação com a Casa de farinha moderna Opinião Muito satisfeito Satisfeito Pouco Satisfeito Insatisfeito Não sabe Total Nº 4 14 1 1 0 20 Freqüência 20% 70% 5% 5% 0% 100% Fonte: Pesquisa direta Gráfico 32 – baseado na tabela 32 - autoria própria. Acerca da satisfação com a casa de farinha moderna, 70% se dizem satisfeitos, 20% demonstraram-se muito satisfeitos, 5% pouco satisfeitos e 5% insatisfeitos.

Quanto ao nível de satisfação com a assistência técnica, a tabela 33 expressa os resultados obtidos junto aos entrevistados. Tabela 33 - Nível de satisfação com assistência técnica Opinião Muito satisfeito Satisfeito Pouco Satisfeito Insatisfeito Não sabe Total Nº 1 7 2 0 10 20 Freqüência 5% 35% 10% 40% 10% 100% Fonte: Pesquisa direta Gráfico 33 – baseado na tabela 33 – autoria própria. Apesar de também existir muitos pontos negativos, como pouca terra, ausência de tecnologia, assistência técnica frágil, comodismo e individualismo, há possibilidades de se construir um processo baseado em outros exemplos de organização sustentável da cadeia produtiva da mandioca. Foi identificada durante a pesquisa bibliográfica a existência de muitos programas de governo que têm como objetivo apoiar a agricultura familiar. Entretanto, o que falta é organização da comunidade para acessar a esses programas e se dedicar para evoluir e modificar o perfil da mandiocultura em Trairi e por consequência no Ceará.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo teve por objetivo realizar um diagnóstico de modo a traçar o perfil da agricultura familiar sob a perspectiva de sustentabilidade da cadeia de produção de mandioca, o qual foi atingido por meio da investigação realizada através das entrevistas realizadas junto aos agricultores familiares da comunidade do Córrego da Ramada, que proporcionou o conhecimento da realidade dos mandiocultores que serviram de amostra para a pesquisa. A pesquisa bibliográfica mostrou os diversos conceitos de agricultura familiar, desenvolvimento sustentável, sustentabilidade, a história da agricultura familiar no mundo, no Brasil e no Ceará, bem como suas dificuldades e potencialidades, que contribuiu para conhecer melhor todo o contexto da agricultura familiar e suas nuances. Segundo as impressões obtidas pela entrevista de campo, constatou-se que a agricultor familiar ainda pratica sua atividade do mesmo modo que há muitos anos.

As tecnologias e o conhecimento científico ainda não são utilizados pelos mesmos, talvez devido à falta de possibilidade ou por desinteresse, uma vez que as poucas tecnologias ao seu alcance são desperdiçadas. Um exemplo é a casa de farinha moderna, visto que conforme os dados coletados na entrevista, tais como insatisfação com assistência técnica, falta de comercialização, algumas desvantagens, como não produzir a goma, os custos de produção, notadamente o consumo de energia elétrica, demonstra o desinteresse em usar a casa de farinha moderna. Alguns autores acreditam que a agricultura agroecológica dispensa as tecnologias, contudo, usando as mesmas ferramentas que utilizaram até hoje, não há como prosperar e auferir uma renda maior. Uma das principais tecnologias necessárias à organização produtiva é o conhecimento de gestão administrativa, o que está muito longe de ser dominada pelos agricultores familiares.

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Qual a idade? ( ) até 20 anos ( ) 20 a 30 anos ( ) 30 a 40 anos ( ) 40 a 50 anos ( ) Acima de 50 anos 2. Qual a renda? ( ) até 1 salário ( ) de 1 a 2 salários mínimos ( ) de 2 a 3 salários mínimos ( ) de 3 a 5 salários mínimos ( ) maior que 5 salário mínimos. Qual é o grau de Escolaridade? ( ) Alfabetizado ( ) Ensino Fundamental 4. Quantos filhos tem? ( )0a2 ( )2 a4 ( )4a6 ( )Ensino Médio ( ) Ensino Superior ( ) mais de 6 5. Qual a peso da mandiocutura para a sobrevivência da família? ( ) 0 ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9 ( ) 10 16. A Associação Comunitária contribui para o desenvolvimento da mandiocutura e da comunidade? ( ) muito ( ) pouco ( ) médio ( ) não sabe 17. Você se sente motivado a participar da Associação Comunitária? ( ) sim ( ) não ( ) médio ( ) pouco 18. Coloque N para negativo e P para positivo para cada item abaixo em relação a cadeia produtiva da mandioca ( ) produção baixa ( ) assistência técnica ( ) terra ( ) produtividade baixa ( ) mecanização ( ) atravessadores ( ) preço da farinha ( ) excesso de produção ( ) preço de insumos ( ) qualidade da farinha ( ) acesso a mercado ( ) estradas ( ) Custo de produção 19.

Há incentivo do governo para a cultura da mandioca? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe 20. Quais as vantagens e desvantagens da casa de farinha moderna? Coloque V – Vantagem e D - Desvantagem ( ) Não faz goma ( ) Gasta muita energia ( ) Não estão acostumados ( ) É fechada ( ) Tem cerâmica no piso ( ) O forno de ferro ( ) É mecanizada ( ) O tipo de farinha  NIVEL DE SATISFAÇAO DOS AGRICULTORES DA COMUNIDADE 31. Nível de satisfação com a casa de farinha moderna? ( ) Muito satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Pouco Satisfeito ( ) Insatisfeito ( ) Não sabe 32. Nível de satisfação com as casas de farinha tradicional? ( ) Muito satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Pouco Satisfeito ( ) Insatisfeito ( ) Não sabe 33. Nível de satisfação assistência técnica? ( ) Muito satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Pouco Satisfeito ( ) Insatisfeito ( ) Não sabe 34. Nível de satisfação com a produção de mandioca? ( ) Muito satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Pouco Satisfeito ( ) Insatisfeito ( ) Não sabe.

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