OS IMPACTOS DA INDUSTRIA 4.0 NA GESTÃO EMPRESARIAL

Tipo de documento:Monografia

Área de estudo:Administração

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” ou “Quarta Revolução Industrial” tem sido usado para destacar os avanços tecnológicos que estão criando uma nova Revolução Industrial. Diversos tipos de organizações dos mais variados setores já vêm aplicando algumas destas tecnologias em suas operações, mas ainda há poucas empresas brasileiras que o fazem de maneira efetiva. Assim, este trabalho apresenta, por meio de uma revisão bibliográfica, uma discussão sobre como a indústria 4. vêm sendo aplicadas por empresas que estejam, direta ou indiretamente, inseridas no mercado brasileiro. METODOLOGIA A definição do método científico a ser utilizado em um trabalho “científico” é de suma importância para compreender o estudo e sua estrutura. Segundo Rodrigues (2007), no tipo de estudo descritivo exploratório, os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem interferência do pesquisador.

São utilizadas técnicas padronizadas de coleta de dados (questionário e observação sistemática). O interesse pode ser descrever o fato ou fenômeno. Gil (2009) classifica as pesquisas em relação aos seus objetivos e aos seus procedimentos técnicos. Em relação aos objetivos, pode ser do tipo exploratória, descritiva ou explicativa, o que auxilia ao pesquisador estabelecer o que será o seu marco teórico. Diante dessas transformações, as empresas que desejarem se destacar em seu mercado de atuação e sair na frente da concorrência, necessitarão adotar os suportes tecnológicos adequados para seu setor, sabendo explorar cada um deles e suas potencialidades. Diante desse contexto, a gestão empresarial sofre impacto, tanto direta como indiretamente, já que a mesma abrange a escolha de estratégias e ações para atingir os objetivos de um negócio bem sucedido, tendo como fonte diversos recursos, tanto os financeiros como os humanos ou estruturais.

No entanto, esse tema ainda ocupa espaço restrito na agenda da maioria das empresas brasileiras (FERREIRA, 2017, CNI, 2016, PWC, 2016) e há necessidade de se conhecer mais sobre as oportunidades para exploração de tais tecnologias, bem como ampliar o entendimento sobre como sua extensa e diversificada aplicação pode afetar a gestão empresarial. Diante desse contexto, este trabalho apresenta como problema de pesquisa: de que maneira a Indústria 4. pode influenciar na gestão empresarial de empresas nacionais? Assim, a investigação que se pretende abordar neste trabalho trata dos impactos da indústria 4. Com isso, as decisões poderão ser tomadas em tempo real, com base em dados precisos ou por meio de máquinas autônomas, de acordo com as necessidades de cada momento. Essa pesquisa é importante tanto sob o ponto de vista prático, já que a inserção da Indústria 4.

causa impactos em toda a cadeia de produção, bem como nas esferas cultural, social, econômica e política, assim como sob o ponto de vista acadêmico, pois o trabalho poderá aprofundar as compreensões sobre implicações importantes para a sugestão de pesquisas futuras para abordar lacunas encontradas no atual corpo de conhecimentos do tema. CAPÍTULO I INDÚSTRIA 4. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Neste capítulo serão apresentados os principais conceitos e definições sobre a Quarta Revolução Industrial e a Indústria 4. Em 1785, foi inventado o tear mecânico, aumentando consideravelmente a produção de tecidos e colocando a Inglaterra na liderança mundial na época, até a chegada da máquina a vapor, que proporcionou um incrível primeiro salto tecnológico. Seu uso na indústria de tecidos, nas usinas de carvão mineral, na industrialização do ferro, nas embarcações (navios a vapor), nas estradas de ferro (locomotiva a vapor), entre outras, representou uma revolução não apenas no parque fabril, mas também no transporte de passageiros e cargas (SCHWAB, 2016).

Na figura 1, a seguir, é apresentada uma ilustração dessa primeira fase da Revolução Industrial. Figura 1 – Primeira Revolução Industrial Fonte: reproduzido de Schwab (2016, p. Entre 1850 e 1950, a busca por descobertas e invenções que trouxessem uma evolução nos ambientes fabris e um maior conforto para o ser humano foi intensificada. Figura 2 – Segunda Revolução Industrial Fonte: reproduzido de Schwab (2016, p. Na década de 1960 iniciou-se a Terceira Revolução Industrial, também chamada como Revolução Técnico-Científica-Informacional, pois foi impulsionada pelo desenvolvimento dos semicondutores, da computação em mainframe (década de 1960), da computação pessoal (década de 1970 e 1980) e da internet (década de 1990). Segundo Bezerra (2018), as principais características e consequências da Terceira Revolução Industrial foram: • uso de tecnologia e do sistema informático na produção industrial; • desenvolvimento da robótica, engenharia genética e biotecnologia; • diminuição dos custos e aumento da produção industrial; • aceleração da economia capitalista e geração de emprego; • utilização de várias fontes de energia, inclusive as menos poluentes; • aumento da consciência ambiental; • consolidação do capitalismo financeiro; • terceirização da economia; • expansão das empresas multinacionais; Na figura 3, a seguir, está ilustrada a Terceira Revolução Industrial.

Figura 3 – Terceira Revolução Industrial Fonte: reproduzido de Schwab (2016, p. Conforme as definições e argumentos utilizados para descrever as três primeiras revoluções industriais, de acordo com Schwab (2016), atualmente estamos dando início de uma Quarta Revolução Tecnológica. Em contraste, a internet espalhou-se pelo globo em menos de uma década. SCHWAB, 2016. p. A inovação é um processo complexo, porém não deve ser dada como um método inviável. Entretanto, devemos dar importância quanto a garantir que estes avanços sejam realizados e orientados aos melhores resultados possíveis, independente do país que esteja sendo aplicado. Diante disso, a indústria 4. em linhas gerais, trata-se da inserção, visão e execução de novas tecnologias as fábricas, tornando-as “inteligentes” utilizando módulos de estruturas, assim os sistemas ciberfísicos monitoram processos físicos, além de criar uma cópia virtual do ambiente físico e realizar decisões descentralizadas.

Assim a indústria 4. também chamada de Quarta Revolução Industrial tem uma cronologia interessante, segundo Donavan (2018), “é um novo método de produção que está criando a Quarta Revolução Industrial”. Donavan (2018) informa que, James Watt há 250 anos propôs melhorias para máquinas a vapor, no século 18 já se iniciava a primeira revolução industrial. Kastner (2016) informa que algumas possíveis motivações para o surgimento da indústria 4. foram: o avanço exponencial da capacidade dos computadores, o imenso volume de informação digitalizada, e as estratégias de informação. Além disso, foram os diversos desenvolvimentos de tecnologias que aconteceram principalmente em três áreas: digital, física e biológica, que ao se destacarem tanto isoladamente como em sua aplicação combinada que fizeram surgir os princípios que orientam o conceito de Indústria 4.

Esses princípios são a interoperabilidade, a virtualização, a descentralização, a capacidade de operação em tempo real, a orientação aos serviços e a modularidade (SANTOS et al, 2018). A interoperabilidade é a capacidade de comunicação entre humanos e máquinas e entre máquinas e máquinas nas linhas de produção com os sistemas ciberfísicos. Figura 6 – Componentes do conceito que envolvem a indústria 4. Fonte: reproduzido de Kastner (2016). Concluindo este capítulo, compreende-se que as empresas que desejarem se destacar em seu mercado de atuação aplicando o conceito de indústria 4. deverão buscar suportes tecnológicos que possam explorar cada um dos elementos mencionados. Somente assim será possível aplicar o conceito de indústria 4. É possível observar que nem todos os modelos são adequados para todos os tipos de organizações; cabendo assim a necessidade de que seja implantado o modelo que melhor atender as principais exigências empresariais do negócio (MAXIMIANO, 2000).

As pessoas são consideradas como os principais recursos das organizações, porque são elas que realizam os objetivos e metas da empresa. Assim, os gestores tem um papel importante dentro das organizações, pois eles são os responsáveis por gerenciar os principais recursos, ou seja, as pessoas. Em função disso, o papel do gestor recebe maior destaque quando se trata de liderança e motivação de pessoas. Para que uma empresa atinja os seus resultados com excelência é necessário haver motivação de variados grupos sociais e, portanto, um gestor líder executa diversas ações coordenadas para a obtenção dos resultados esperados (CHIAVENATO, 2005). Assim como as pessoas possuem suas próprias características, no caso das organizações, também existem as particularidades específicas que servem para diferenciá-las das demais.

No tocante às empresas, essas individualidades existentes são evidenciadas em formatos como: os níveis de eficiência produzidos, a eficiência nos serviços oferecidos, as estruturas do negócio (tanto física como organizacional) a postura profissional e outros aspectos que fazem da empresa um negócio com as suas devidas características próprias (MAXIMIANO, 2000). A diferenciação entre gestão empresarial praticada pelas empresas é definida pelo modelo de gestão adotado e aplicado, levando assim cada empresa uma cultura organizacional única, de modo a abranger toda a sua filosofia de atuação e desempenho. Portanto, ao aplicar um novo modelo de gestão dentro da empresa, é necessário que os seus gestores possam se familiarizar com o mesmo, assimilando todas as suas particularidades a fim de repassar para os demais setores da organização.

Modelo de Negócios Em 2010, Osterwalder criou uma metodologia de análise e planejamento para um modelo de negócios denominada de “Business Model Canvas”, que pode ser traduzido como “Quadro de Modelo de Negócios”. As características de segmentação dos grupos de clientes podem ser: suas necessidades; os canais de distribuição que os alcançam; tipos de relacionamento; lucratividade e se estão dispostos a pagar ofertas diferentes. Entre os segmentos possíveis, os autores indicam que está o mercado de massa, em que não há distinção entre clientes; o nicho de mercado, quando o negócio atende grupos específicos; o segmentado, em que as necessidades e problemas são um pouco diferentes; o diversificado, com as características muito diferentes; a plataforma multilateral, no qual a organização serve múltiplos grupos interdependentes, entre outros segmentos (OSTERWALDER; PIGNEUR, 2011).

A proposta de valor indica qual será o conjunto de produtos ou serviços que criarão valor para cada segmento de clientes, ou seja, o que leva os clientes a escolher uma empresa em detrimento de outras. Para entender o que a empresa vai entregar, existem alguns pontos a serem explorados, como entender qual será o valor entregue, que problema a empresa irá resolver, quais necessidades são atendidas e que pacote de produtos ou serviços serão oferecidos para cada segmento de clientes (OSTERWALDER; PIGNEUR, 2011). Entre as propostas de valor existentes estão a novidade, o desempenho, a personalização, a contribuição para a execução de algum serviço, o design, o status da marca, o preço, a redução de custo, a redução de risco, a acessibilidade e a conveniência ou usabilidade (OSTERWALDER; PIGNEUR, 2011).

Estes podem ser físicos, humanos, intelectuais ou financeiros, bem como próprios, alugados ou de parceiros (OSTERWALDER; PIGNEUR, 2011). As atividades-chave representam as principais ações de uma empresa para que seu modelo de negócios funcione. De acordo com Osterwalder e Pigneur (2011), elas devem ser voltadas para produção, resolução de problemas ou plataforma/rede. Os parceiros principais abrangem as redes de fornecedores e parceiros que fazem o modelo de negócios funcionar. De acordo com Osterwalder e Pigneur (2011), entre os tipos de parcerias estão: as alianças estratégicas entre não concorrentes; a “coopetição”, com parcerias entre competidores; as joint ventures, para o desenvolvimento novos negócios e a relação de comprador-fornecedor, baseada em confiança. Schwab (2016) cita alguns exemplos práticos já introduzidos através da Indústria 4.

veículos autônomos, impressão em 3D, nanotecnologia, biotecnologia, ciência dos materiais, armazenamento de energia e computação quântica. Para este autor há três razões que justificam a utilização do termo sob seu ponto de vista: “a velocidade, a amplitude e profundidade e o impacto sistêmico”. Assim, percebemos que, na visão de Schwab (2016), as descobertas científicas em geral estão remodelando as economias e as sociedades rapidamente, e, da mesma forma, as políticas e intervenções governamentais tem acompanhando esse rápido avanço tecnológico para tirar proveito das oportunidades e obter crescimento econômico e inclusão além das tecnologias digitais. Segundo Schwab (2016, p. nas áreas de marketing, de acesso a clientes e canais de venda” (PWC, 2016, p.

Além disso, a maior parte dos respondentes da pesquisa afirmou a intenção de aumentar seus investimentos para obter ganhos em receitas digitais e economia operacional. Isso demonstra que ainda seriam pouco exploradas as possibilidades da indústria 4. no que diz respeito às melhorias de produtividade para a indústria brasileira. Sabe-se que a Indústria 4. e pouco detalhadas (FERREIRA, 2017). O autor recomenda que as empresas passem a armazenar o máximo de informações e que criem “protocolos para a governança dos dados”. Também ressalta a importância em aproximar as empresas e as instituições de ensino, principalmente no momento de crise, de forma a incentivar a inovação nas empresas. Gestão Empresarial Nacional a partir da Indústria 4. A partir do que foi apresentado até o momento, entende-se que a indústria 4.

Também será necessário para as empresas uma aplicação correta e eficaz das ferramentas e dos métodos de fabricação inteligente, bem como de estudos visando a antecipação de soluções para o mercado, pois haverá maior pressão por uma alta eficiência e por produtos personalizados. Portanto, as empresas necessitarão modificar o seu modo atual de produção em massa para adotar um modo de produção mais intelectual, digital e automatizado, porém com facilidades para a customização de produtos e serviços. As competências necessárias para esse novo modo de produção não são apenas aquelas descobertas por meio da inteligência competitiva ou pela aplicação e uso intensivo de tecnologia de ponta, mas será a aplicação e uso intensivo de serviços para estar capacitada à integração entre as diferentes tecnologias, como no caso dos sistemas ciberfísicos.

Sob um ponto de vista geral, as principais necessidades de infraestrutura essencial para as empresas se desdobra em quatro fatores principais, que são cultura, pessoas, processos e sistemas podem ser resumidas em: • cultura inovadora, com foco no desenvolvimento de soluções inéditas para o mercado; • pessoas altamente capacitadas, com aptidão para trabalhar em equipe e domínio de ferramentas para uso de softwares inteligentes e interligados com outros tipos de dispositivos, bem como orientadas para a prestação de serviços em nível de excelência; • processos enxutos e com possibilidade de interação entre humanos e máquinas; • sistemas com alto grau de especialização, capacidade de armazenagem e processamento de uma quantidade grande de informações e interligados com diversos tipos de agentes, sejam físicos ou biológicos.

Percebe-se então que a indústria 4. necessitam de capacitação e ousadia para, de certa forma, fazer uma aposta em novos desenvolvimentos de produtos para colher os investimentos no futuro, o que se trata de um grande desafio. E as empresas que não estiverem dispostas a enfrentar esses desafios poderão até mesmo ser extintas. Com o passar do tempo, haverá uma crescente pressão para atender às novas demandas dos clientes e empregar as tecnologias avançadas trazidas pela Quarta Revolução Industrial. Isso exige recursos humanos cada vez mais qualificados, capazes de acompanhar e participar dessa tendência de mercado. Assim, as pessoas capazes de lidar com essas tecnologias, ou mesmo desenvolver novas tecnologias avançadas que trabalhem em sistemas ciberfísicos, além de habilidades como o trabalho em equipe serão cada vez mais necessárias.

br/>. Acesso em: 19 dez. BEZERRA, Juliana. Terceira Revolução Industrial. Toda Matéria. Desafios para a indústria 4. no Brasil. Brasília: CNI, 2016. p. Disponível em: <http://www. com. br/index. php/eletronica/52-artigos-diversos/7571-industria-4-0-o-que-e-isso-art1350>. Acesso em: 19 dez. FERREIRA, Pedro Guilherme. KASTNER, Guilherme Alfredo. Indústria 4. em 4 partes – Parte 1. CIMM – Centro de Informação Metal Mecânica, 10/03/2016. Disponível em: <https://www. Acesso em: 30 nov. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia cientifica. ed. São Paulo: Atlas, 2003. São Paulo: Atlas, 2000. OSTERWALDER, Alexander; PIGNEUR, Yves. The Business Model Generation: inovação em modelos de negócios. Rio de Janeiro: Alta Books, 2011. PwC – PricewaterhouseCoopers. Organizações Inovadoras que Utilizam a Revolução 4. Interfaces Científicas - Exatas e Tecnológicas, Aracaju, v. n. p. fev. sebrae. com.

br/sites/PortalSebrae/artigos/saiba-o-que-e-a-industria-40-e-descubra-as-oportunidades-que-ela-gera,11e01bc9c86f8510VgnVCM1000004c00210aRCRD?origem=segmento&codSegmento=9>. Acesso em: 19 dez. RODRIGUES, William Costa. Indústria 4. Desafios e Oportunidades. Revista Produção e Desenvolvimento, v. n. p. na Gestão Empresarial Nacional 3. A Indústria 4. Aplicada às Empresas Brasileiras 29 3. Gestão Empresarial Nacional a partir da Indústria 4. CONCLUSÃO 35 BIBLIOGRAFIA 37.

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