LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO NA PRIMEIRA LÍNGUA E SEGUNDA LÍNGUA ESTRANGEIRA
Se esse processo de construir um aluno letrado na própria língua, a dificuldade se apresenta também nos estudos de uma língua estrangeira. Esse trabalho traz essa problemática de discussão, sobretudo busca em muitos autores discussões que reforçam que os espaços escolares devem mudar seus planos de ensino, mediante dados de insuficiência de resultados positivos mostrados em exames de avalições externas. O trabalho com a língua inglesa é um processo não muito fácil se abarcar em um ensino que vise codificar e decodificar letras e palavras, o processo de construção mais significativa está na mudança de posturas e um estudo mais afundo sobre o letramento. Ao passo que isso for construído, o aluno será capaz de entender todos os processos culturais e sociais que compõem a língua e de nenhuma forma podem ser deixados de lado na hora de ensinar.
O ensino é universal e não fragmentado. Must be responsible in order to promote literate students. This is the keynote of the whole work, a deeper discussion of literacy processes and the literacy of a second language. Key words: Literacy, Literacy, Second Language INTRODUÇÃO O presente trabalho versa discutir um assunto muito importante e que é fundamental na construção de um indivíduo interativo e agente transformador da sociedade: os processos de alfabetização, letramento e letramento de uma segunda língua: a inglesa. Não obstante das discussões do processo de letramento estão os caminhos que levam a sua construção verdadeira e mais efetiva, pois afinal o letramento é ferramenta que faz o aluno pensar, interagir e conceber o conhecimento de forma significativa e efetiva. Para responder toda essa problemática, partiu-se do seguinte problema: Por que é tão difícil trabalhar os assuntos de letramento em sala de aula principalmente o trabalho na busca de compreensão de um segundo idioma? Se os resultados para um letramento da primeira língua já não apresentam bons resultados, no segundo ainda é preciso entender melhor sua deficiência.
Além da pesquisa qualitativa outra fonte foi usada para compor esse trabalho, a pesquisa bibliográfica. A pesquisa bibliográfica é importante para embasar todo o escopo desse trabalho. Tartuce (2006) aponta que a metodologia de pesquisa trata de método e ciência que conduzem a um caminho e a um fim que se quer chegar. Nesse caso é o objetivo que se quer chegar e que o conjunto de conhecimento pode incorporar e dar validade e veracidade da pesquisa. Por fim, fez-se uma coleta de dados qualitativos que servirão para uma análise do assunto sobre o letramento e de que forma ele é uma ferramenta importante para escola. Há dois séculos antes da era crista, Segundo Silva (1992), na Alexandria, os gregos declinaram os seus primeiros estudos ao ensino da gramática.
O objetivo dos gregos era manter a pureza da língua uma vez que tinham a interferência dos bárbaros. A gramatica tinha estudos sobre a sintaxe e a morfologia. Bagno (2002) também aponta a preocupação dos gregos em garantir a pureza da língua, uma vez que as diferentes linguagens da população pudessem afetá-la, por isso a normatização e regras para o uso da linguagem tornou-se ferramenta necessária, pois quem a falasse corretamente poderia mostrar que estava incluso numa classe social mais elevada. Ainda para Bagno (2002): Quando o estudo da gramática surgiu, no entanto, na antiguidade clássica, seu objetivo declarado era investigar as regras da língua escrita para poder preservar as formas consideradas mais “corretas” e “elegantes” da língua literária.
Cagliari (1998) aponta que na antiguidade o ensino nos processos de alfabetização assumia modelos mecânicos e padronizados de cópia e leitura. Começavam a decodificar palavras e depois de ter autonomia sobre elas passavam para textos, que eram lidos e copiados exaustivamente, num processo mecânico e não significativo. Não se havia o objetivo da compreensão do que se escrevia ou lia. Isso não importava. O bom aluno era aquele que lia sem erros e tropeços. Essa reformulação traz que o ensino deve estar atrelado com mecanismos interdisciplinares a todos os componentes curriculares. Isso já é um caminho para uma nova ação de letramento. Essa preocupação veio depois de muitas avaliações de proficiência no país que mostraram que alunos, ao terminar seus estudos, não conseguem compreender textos simples e elaborados.
O sistema de Avaliação da Educação Básica tem mostrado um quadro preocupante sobre o ensino no país. São mostrados em muitas pesquisas que os alunos possuem dificuldades para entender textos simples e complexos. Os índices de qualidade precisam ser melhorados não por questão apenas de menções de números, mas sim para melhorar e qualificar o cidadão que estará no convívio social. As grandes dificuldades que os jovens têm quando procuram um emprego é enorme. Devido a falta de compreensão do que estão lendo, encontram barreiras na busca de um emprego, mas a culpa também pode estar atrelada a questões das condições sociais de extrema pobreza e de políticas públicas mais efetivas (EL PAÍS, 2018).
BAGNO (2002) argumenta que a escola já vem há muito tempo cumprindo um papel não construtivo da Língua portuguesa na formação de pessoas, pois a mesma entrelaça-se em conceitos sistemáticos, isolados e, na maior parte das vezes, seguindo cegamente regras que a norma culta estabelece como verdadeira e imutável. Ainda para o autor, esse direcionamento de letramento dessa escola conservadora e arbitrária em seus fundamentos, exerce um modelo que assume uma construção não verdadeira, não real da oralidade e da escrita. Hoje sabemos que para desenvolver nossas crianças em patamares satisfatórios na construção do letramento é a leitura. Pois bem sabemos que ler é vital, no entanto, a escola não assume tal perspectiva ou até mesmo dificulta esse processo. MARTINS 1992) Ainda para Martins (1992) a escola vem apresentando patamares não satisfatórios ao desenvolvimento da leitura de forma a não produzir leitores críticos e construtivos.
Isso não quer dizer que o professor não trabalhe a leitura em sala de aula, mas o que preocupa é o tipo de leitura de forma a promover o letramento, e de que forma está encaminhando esse processo aos alunos, muitas vezes, elas não têm sequer sentido, são fragmentadas e não produzem uma ação crítica do aluno em relação a ela. E é nesse caminho de trabalho que surgem os analfabetos funcionais. As diretrizes encontradas na escola não é a aquisição também do lado histórico e cultura da língua, o que hoje é esquecido. Os professores, em seus planos de aula, focam apenas estudar a estrutura linguística, gramatical da língua. Sem efeitos mais concretos de sua comunicação com seus laços mais presentes do retrato de um povo.
Esses novos letramentos aliadas tantas nas questões linguísticas quanto as comunicativas precisam ser trabalhadas nas aulas de inglês (BRASIL,,OCEM, 2006). Cope; Kalantzis (2000) apontam que a escola deve adotar várias formas de letramento e que isso contribua para a materialização de um ensino mais efetivo, que compreendam que a comunicação em seu ensino vai muito além de que ler e traduzir textos em inglês. Ela pode ser de posse de todos os tipos de pessoas que dela quiserem incorporar. Tanto os mais ricos quanto os mais simples cidadãos. Para os autores, àqueles que a dominarem podem ter sucesso econômico e social. Mas o verdadeiro propósito do ensino da língua inglesa estaria, por parte da escola e de seus professores, é formar alunos que sejam capazes de se relacionar com os interlocutores da língua em mais diversas áreas da compreensão, seja cultural ou social, sobretudo que sejam capazes de serem críticos e que sejam considerados cidadãos letrados do mundo (RAJAGOPALAN, 2003).
Mas infelizmente o ensino da língua inglesa pelos professores, se resume num ensino mecânico e totalmente conteudista, sem fazer uma relação mais efetiva e real da língua. Elas ainda ficam em cima de programas que não desenvolvem ações de letramento, afastando dos alunos o real sentido de adquirir conhecimento: entendê-lo como parte de um processo de formação mais abrangente do que decorar conceitos. A sociedade evolui a cada momento. A inserção das novas tecnologias e o alcance delas por parte de todas as pessoas devem ser consideradas pela escola no processo de ensino-aprendizagem. Diante disso, a escola também deve fazer uma revisão do ensino compactuando com as novas mudanças sociais e culturais (Blommaert e Rampton, 2011). Letramento crítico como processo de internalização e aquisição de uma nova língua Pinar (2007) fala que no Brasil que o ensino de língua inglesa se configura numa forma padronizada de ensinar: conteudista e mecânica.
Ainda para o autor quando o professor tem uma formação mais consolidada, terá como elaborar estratégias que contemple não somente um aluno que terá contato com uma nova língua, mas sim interagir efetivamente e de forma crítica com ela. Edmundo (2013) afirma que: A escola se torna uma instância adequada – ou privilegiada – para a valorização da educação crítica, como forma de contribuir para a preparação de pessoas ou indivíduos para a sociedade com as características que esta apresenta. E, nessa proposta, o ensino de línguas estrangeiras não é visto de forma segmentada ou isolada, mas como um ensino que se integra com a aprendizagem da língua materna e das outras disciplinas curriculares no desenvolvimento de um letramento condizente com o momento sócio-histórico-cultural que se vive.
Uma oportunidade para realizar uma nova forma de letramento por meio do qual se compreende o outro que fala um idioma diferente, como constrói seu conhecimento e sua cultura, assim interligando os valores da educação formal, da língua estrangeira e do desenvolvimento crítico. EDMUNDO, 2013, p. CONHECIMENTOS LINGUÍSTICOS – Práticas de análise linguística para a reflexão sobre o funcionamento da língua inglesa, com base nos usos de linguagem trabalhados nos eixos Oralidade, Leitura, Escrita e Dimensão intercultural. DIMENSÃO INTERCULTURAL – Reflexão sobre aspectos relativos à interação entre culturas (dos alunos e aquelas relacionadas a demais falantes de língua inglesa), de modo a favorecer o convívio, o respeito, a superação de conflitos e a valorização da diversidade entre os povos.
British Council,2020?) Nessa perspectiva Educação (2020) fala que o objetivo da disciplina da língua inglesa não é ter mais parâmetro com o estrangeiro seja ele americano ou britânico. Nem tampouco que os falantes dos países como Estados Unidos e Inglaterra sejam tidos como modelos, mas o objetivo e contextualizar os diferentes falantes da língua espalhados por todo o mundo, com o seu vasto repertório linguístico e cultural (EDUCAÇÃO, 2020). De acordo com Educação (2020) o ensino da Língua Inglesa deve proporcionar competências que não fiquem somente no ler, mas sim de inferir mais a fundo o que há no texto, tendo a possibilidade de uma interpretação que consiga resolver facilmente os problemas. Existem duas abordagens que definem melhor o letramento desenvolvido pelo aluno na escola: a primeira definida por Brown (2007) que é a abordagem natural que é aquela em que o aluno aprende das atividades pouco propositivas, apensa aprende.
Já a outra abordagem que leva a aprendizagem é a comunicativa descrita por Ticks (2008) na qual o ensino de língua estrangeira é pautada nas estruturas pré-selecionadas e pré estruturada como ponto de partida para a aprendizagem da língua estrangeira. Tanto um abordagem quanto outro devem promover uma leitura crítica que implica diretamente numa relação harmoniosa do texto e todos os seus contextos que promovam experiências individuais quanto condições sócio históricas de produção e da apresentação de todos os tipos e gêneros de textos expostos (MOTTA-ROTH, 2008). Monte Mór (2015) fala que o letramento critico, amplia a leitura de mundo, cria a possiblidade de elaborar outros sentidos aos conteúdos conforme o que se aplica na teoria feireano como trazer a prática de leitura como forma de criar um indivíduo crítico que consiga interferir de forma inteligente nas ações sociais e consequentemente ser propositivos aos acontecimentos que o cerca.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Já há muito tempo que se discute um processo mais significativo e efetivo no processo de ensino aprendizagem de modo que todas as áreas cognitivas consigam compreender de forma clara e propositiva o conteúdo que está sendo aprendido, que chamamos de letramento. Por muitos anos estudiosos linguistas têm trazido essa discussão junto a sociedade e comunidade escolar, porém as mudanças são pequenas e estas sequer conseguem acompanhar as mudanças sociais e tecnológicas. Fala-se isso porque documentos como os Parâmetros Curriculares Nacionais em 1997 e hoje a nova base curricular BNCC aprovada em 2018, trazem assuntos de letramento que já deveriam ser resolvidos pela escola. Ao contrário, vemos que nossos alunos quando avaliados nos exames de proficiência tem mostrado incapacidade do seu letramento.
Não se quer mostrar que o professor seja o culpado somente desse resultado. São tantos os fatores que contribuem para isso: baixa remuneração, sociedade sem perspectivas de crescimento e de ajuda escolar, políticas públicas ainda pequenas para o ensino mais efetivo, espaço escolar desmotivador violento e com visual nem sempre atrativo, tudo isso contribui para o desenvolvimento de um aluno que passa longe de ser crítico, letrado e interativo, salvo algumas exceções de aluno que por serem autodidatas conseguem driblar esses embates. S. Língua Materna: letramento, Variação e Ensino. São Paulo, Parábola, Editorial 2002. BAKHTIN, M. VOLOCHINOV). Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF. Disponível em: http://portal. mec. gov. Disponível em https://educacaointegral. org. br/especiais/ingles-na-bncc/o-que-propoe-a-bncc-para-o-ensino-da-lingua-inglesa/.
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