Incêndio Florestal: uso de retardantes químicos de longa duração em combates a INCÊNDIOS florestais no Brasil

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

Desta forma, os meios aéreos requisitados e a disposição dos bombeiros, geralmente, para o combate a incêndios florestais, representam os helicópteros e aviões, como ilustra a Figura 17. Fonte: Castro et al. p. Os aviões podem além de atuar no despejo de água, espumas e caldas retardantes, no transporte de bombeiros ou ainda, para auxiliar ações de salvamento, evacuação e transporte de vítimas. Já os helicópteros, permitem o carregamento de balde, cargas suspensas ou contam ainda, com tanque acoplado à fuselagem (CASTRO et al. Desta forma, o estudo de produtos químicos capazes de melhorar a eficiência da água, durante a etapa de combate, possui grande relevância, em especial, a aqueles direcionados a retardantes (MARTINS, 2010). Um retardante de fogo pode ser definido como um produto químico responsável por reduzir, bem como eliminar a combustão de um determinado material combustível e a possibilidade da propagação do fogo (RIBEIRO et al.

Este agente químico pode ser aplicado em sua forma natural ou ainda, misturado com água (MARTINS, 2010). Desta forma, como complementa Canzian (2010), o retardante constitui um composto químico que desempenha a função de reduzir a intensidade de queima, de modo a contribuir para a extinção do incêndio. O qual é despejado sobre a combustão, por meios, geralmente, aéreos, como demonstra a Figura 18. A fixação, bem como durabilidade do produto, segundo o mesmo autor, permanece até com 4 mm de chuva, condições em que o retardante mantem sua função por tempo indeterminado. Os retardantes químicos, utilizados no combate de incêndios florestais, podem ser classificados de diversas maneiras, porém, a classificação mais empregada e conhecida é aquela que considera o tempo de duração da ação do produto, sendo: os retardantes de curta e os retardantes de longa duração (BATISTA, 2008).

Os retardantes de longa duração constituem os produtos que continuam a atuar sobre o material combustível após a água ter sido evaporada, sendo responsáveis por deixar resíduos de agentes inibidores da combustão, fixados e exercendo a função de mitigar a ação do fogo ou ainda, extingui-lo (FIEDLER et al. Sendo assim, representam os produtos que permanecem ativos sobre o material combustível e compostos, geralmente, à base de sais de amoníaco, tais como: sulfatos, fosfatos e polifosfatos, como também os nitrogenados (IBAMA, 2018). De acordo com Maraboti (2015), constituem sais compostos, basicamente, por polifosfato de amônia, diluídos em água para aplicação. constitui um produto eficiente, uma vez que, em uma dosagem de 1. mL/m², a linha de fogo demorou cerca de 25 vezes mais tempo para queimar o material combustível.

Já no estudo de Machado et al. o produto, exposto a um período de quatro semanas às intempéries climáticas (sem ocorrência de precipitação) não apresentou perda significativa de eficiência. Além disso, como ressalta o mesmo autor, este composto apresenta uma clara eficiência e efeitos favoráveis, visto que, auxiliou também, de maneira satisfatória, na redução da altura da chama e na intensidade da linha de fogo em espécies vegetais características do Bioma do Cerrado, em especial, do Paraná. Além disso, constitui um composto biodegradável, que possui baixa toxidade para seres humanos e para algumas espécies do ecossistema aquático, bem como terrestre. Já o produto Fertil Fire possui efeito bloqueador e extintor, porém, sua forma de apresentação é solida, podendo ser em forma de pó ou granulada, que também sofre diluição em água.

É composto por uréia e sulfato de amônio, entretanto, sua formulação pode variar de acordo com o tipo de aplicação (terrestre ou aérea), uma vez que, os produtos destinados a cada meio possuem pequenas modificações, em especial, no teor de “Goma Guar”, que constitui uma fibra solúvel utilizada como espessante. Pode, também, variar na coloração, sendo: branco, bege ou avermelhado. A confiabilidade e a segurança do composto estão relacionadas com a ocorrência de 15 dias sem chuvas e a faixa de aplicação (barreira) entre 4 a 8 metros (IBAMA, 2018). O que tende a dificultar sua implantação adequada no país, de modo a impedir o aprimoramento de técnicas de combate, que possam reduzir a quantidade e intensidade de danos, especialmente, em casos de grandes proporções ou de difícil acesso (MARTINS, 2010).

O IBAMA (2018) reafirma que não há nenhuma regulamentação para o uso de retardantes em incêndios florestais, o que dificulta o monitoramento e a contenção de incêndios. Além disso, Machado Filho et al. relata que, os retardantes de fogo são pouco conhecidos e utilizados no território brasileiro devido a falta de conhecimento ou ainda, os preços elevados destes produtos, uma vez que, não são fabricados no país. Segundo o Jornal Dom Total (2011), o Brasil já poderia ter poupado, pelo menos, metade de suas florestas incendiadas, caso já existisse um regulamento direcionado ao uso de retardante no combate ao fogo. A última etapa, consistiu em entender e reunir as informações obtidas, e, apresenta-las de forma clara e coerente, para um melhor entendimento do leitor.

Na busca do material a ser utilizado no presente estudo, optou-se por realizar a pesquisa, utilizando as seguintes palavras-chave: incêndio florestal, retardantes químicos, combate de incêndios florestais, medidas de contenção de incêndios. RESULTADOS E DISCUSSÃO Por meio de todos os dados e informações levantadas, bem como apresentadas no presente trabalho é possível observar que o fogo, de acordo com inúmeros autores, representa o principal causador de danos às florestas, no Brasil e no mundo. A ocorrência de incêndios florestais vem se tornando frequente e intensa nos municípios brasileiros, principalmente, em estações de seca, sendo responsável por gerar grandes pernas ambientais, econômicas e sociais, capazes de reduzir a qualidade de vida dos indivíduos, bem como contribuir para o esgotamento de recursos naturais, fundamentais para a sobrevivência de espécies e para o desenvolvimento econômico do país.

Estas consequências podem, de forma geral, afetar: o equilíbrio dos ecossistemas, em razão da destruição de áreas florestais e a emissão de gases poluentes, que implicam na perda de espécies da flora e fauna características da região, bem como no aparecimento de doenças respiratórias nos indivíduos, uma vez que, a qualidade do ar passa se tornar precária. Essas três etapas são fundamentais no combate a incêndios, uma vez que, a detecção, por exemplo, é que garantirá maior sucesso no controle e extinção das chamas. Quanto antes o foco de incêndio for detectado, melhor será controlado e rapidamente extinto, de modo a evitar que o sinistro ganhe proporções maiores dentro da área florestal. Entretanto, a escolha do método de combate (direto, indireto, paralelo ou aéreo), deve contar com uma prévia análise do incêndio e de suas características, de forma a determinar qual tática será mais eficiente e, consequentemente, capaz de reduzir a velocidade e intensidade das chamas, até sua extinção.

Interessante ressaltar que, o plano de ataque deve ser bem pensado e planejado para atuar sobre o determinado incêndio, uma vez que, qualquer ação ou método falho, contribuirá para uma maior propagação do sinistro e, consequentemente, o aparecimento de impactos socioambientais mais graves. Nota-se, também, que as práticas de combate de incêndios florestais no Brasil ainda apresentam um reportório limitado, sem muitas alternativas e/ou novas tecnologias. e Ribeiro et al. que comprovam que este retardante é capaz de reduzir a intensidade e altura da chama, bem como a linha de frente do fogo. Há ainda, outros produtos relatados pelo IBAMA (2018) e Batista (2008), que demonstram que os retardantes químicos, além de atuar na extinção e controle do fogo, podem apresentar propriedades favoráveis ao meio ambiente, como serem biodegradáveis.

Entretanto, devem, sempre que possível, serem submetidos a análises e testes direcionados a avaliar a eficiência do material, bem como seu comportamento no ambiente, visto que, há produtos que podem vir a promover impactos mais graves do que o próprio incêndio ou ainda, apresentar limitações, como é o caso do produto descrito por Batista (2008), que demonstrou que a presença de chuvas reduziram a eficiência do composto pela metade. Ou seja, este produto, não poderia ser aplicado em regiões caracterizadas por um alto índice pluviométrico. NUNEZ, L. O. PEIXOTO, N. H. Prevenção contra incêndio: um estudo de caso em uma escola. Scientia Forestalis, v. n. p. BATISTA, A. C. gov. br/ccivil_03/decreto/D2661. htm>. Acesso em 10 de março de 2019.

CANZIAN, W. REIS, J. LOURENÇO, L. CORREIA, S. Combate a Incêndios Florestais: Manual de Formação Inicial do Bombeiro. SINTRA: Escola Nacional de Bombeiros, 2003, 95p. Retardantes no combate ao fogo podem auxiliar na redução de incêndios florestais. Disponível em: <http://domtotal. com/noticia/374383/2011/10/retardantes-no-combate-ao-fogo-podem-auxiliar-na-reduaao-de-incandios-florestais/>. Acesso em 09 de março de 2019. FIEDLER, N. n. p. GALHARIM, R. Diagnóstico do sistema de prevenção e combate a incêndios florestais na fazenda Monte Alegre em Agudos. f. Queimadas e incêndios: Cenários e Desafios – subsídios para a educação ambiental. Brasília: MMA, 2008, 32 p. IBAMA. Parecer Técnico n° 514/2018. Brasília: IBAMA, 2018, 15p. O. Análise da efetividade e eficácia do plano de prevenção e combate a incêndios florestais no Distrito Federal. p.

Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável). Universidade de Brasília. S. RIBEIRO, G. A. Avaliação dos incêndios florestais ocorridos no Parque Nacional da Serra da Canastra - Minas Gerais. Cerne, Lavras, v. S. CARDOSO, M. T. TORRES, C. M. Eficiência de diferentes retardantes de fogo em plantio de Eucalipto. f. Monografia (Graduação em Engenharia Florestal). Universidade Federal do Espírito Santo. Jerônimo Monteiro, 2015. f. Dissertação (Mestrado em Dinâmicas Sociais, Riscos Naturais e Tecnológicos). Universidade de Coimbra. Coimbra, 2010. MOTTA, D. Incêndios Florestais. Revista Emergência, v. n. p. PARDO, J. Universidade do Porto – Faculdade de Engenharia. Porto, 2014. SCHUMACHER, M. V. BRUN, E. D. BATISTA, A. C. VASHCHENKO, Y. Análise dos incêndios florestais em vegetação nativa de vinte e dois municípios leste do estado do Paraná – Brasil, v.

OLIVEIRA, A. L. S. CAMARGOS, V. L. B. Determinação de locais ótimos para implantação de torres de vigilância para detecção de incêndios florestais por meio de sistemas de informações geográficas. Floresta, v. n. p.

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