IMPACTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA NA QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Fisioterapia

Documento 1

Para isto, foram conduzidas buscas em bancos de dados digitais, sobretudo Pubmed e Scielo, a fim de se obter dados e evidências científicas sobre a temática aqui abordada. Diante do exposto, foi observado que a manifestação de episódios de incontinência urinária, seja esporádica ou periódica, é capaz de impactar negativamente sobre a saúde global da paciente, com efeitos tanto sobre a saúde física quanto emocional. Considerando-se que se trata de uma condição clínica mais prevalente na população idosa, a observação de incontinência urinária resulta em indesejável dependência funcional, de forma que cuidados adicionais por uma equipe especializada se mostra necessária. Sendo assim, a incontinência urinária também reflete na manifestação de outros quadros clínicos relacionados, incluindo episódios de depressão e ansiedade.

A incontinência urinária também frequentemente impacta sobre a autopercepção e satisfação pessoal, afetando o convívio social do indivíduo acometido, enfatizando a necessidade de implementação de estratégias de promoção de saúde mais contundentes e eficazes. Urinary incontinence also frequently impacts self-perception and personal satisfaction, affecting the social life of the affected individual, emphasizing the need to implement more forceful and effective health promotion strategies. Keywords: Comprehensive Health Care. Indicators of Quality of Life. Women’s Health. Introdução A incontinência urinária compreende uma patologia bastante comum na população contemporânea, sobretudo em mulheres, sendo definida como a perda involuntária de urina pela uretra. Além disso, as chances de observação clínica de incontinência urinária podem depender das características anatômicas de cada sexo, bem como de especificidades metabólicas características de cada paciente.

Similarmente, Kessler et al. relataram valores de prevalência de incontinência urinária de 26,9% entre as mulheres e 10,3% entre homens. Os fatores de risco incluíram idade superior a 70 anos, cor da pele amarela/parda/indígena e nenhuma escolaridade. Ou seja, fatores socioambientais também podem apresentar influência sobre a manifestação da incontinência urinária. A avaliação periódica do perfil e histórico clínico de cada paciente, assim, é crucial para a promoção de uma melhor qualidade de vida a mulheres incontinentes (13, 14). Sendo assim, a incontinência urinária em mulheres é considerada multifatorial e se caracteriza clinicamente bastante complexa. De forma geral, a liberação de urina pela uretra é controlada pelo sistema nervoso autônomo, mas pode ser comprometida em detrimento de algumas condições fisiológicas.

A manifestação de um quadro de obesidade, por exemplo, é referida como um fator de risco para a observação clínica de incontinência urinária, sobretudo em mulheres (1, 3). Outras potenciais causas que influenciam para um aumento na susceptibilidade de desencadeamento para a incontinência urinária em mulheres ainda incluem gravidez e parto, manifestação de tumores e outras doenças que comprimem a bexiga, tosse crônica em fumantes e/ou outras condições que induzem a pressionamento abdominal, e bexigas hiperativas involuntárias. Neste contexto, a complexidade clínica oriunda da incontinência urinária incentivou a intensificação de estudos acerca da temática nos últimos anos, enfatizando a relevância clínica de tal enfermidade para a sociedade em geral (9, 10, 19, 20). Neste contexto, o presente trabalho conduziu uma revisão de literatura especializada acerca do cenário atual relacionado aos impactos da incontinência urinária sobre a qualidade de vida de mulheres.

Os objetivos específicos incluíram a apresentação dos principais danos observados à saúde física e mental de mulheres incontinentes, bem como as possíveis abordagens de prevenção e tratamento empregadas na contemporaneidade sobre a terapêutica da incontinência urinária. Materiais e métodos O presente trabalho baseou-se na elaboração de uma revisão de literatura especializada, com abordagem descritiva narrativa, por meio da busca de dados e evidências clínicas acerca dos impactos causados pela incontinência urinária na qualidade de vida de mulheres. Foram pesquisados trabalhos científicos, com ênfase em artigos publicados em periódicos indexados, acerca da temática, a partir de buscas digitais nas seguintes bases: Scielo (http://www. Os descritores de busca empregados foram compostos pela associação dos seguintes termos: “incontinência urinária”, “saúde feminina”, “prevenção” e “tratamento”.

Neste contexto, foram pesquisados trabalhos realizados nos últimos vinte anos, ou seja, entre 2000 e 2020. Trabalhos anteriores à referida data e, considerados como essenciais para compor o presente estudo, também foram incluídos na análise. Inicialmente, as publicações foram analisadas a partir dos respectivos título e resumo, de modo que os trabalhos que divergiram do objetivo geral de pesquisa do presente trabalho foram excluídos da análise. Em seguida, cada publicação selecionada foi lida na íntegra e os relatos mais importantes foram apresentados e debatidos a seguir. Como consequência, a incontinência urinária pode também afetar as relações sociais dessas pacientes (20). Comparando-se a qualidade de vida de idosas com ou sem incontinência urinária, até 60% das pacientes com pelo menos um episódio de incontinência mensal também relataram necessidades de cuidados não atendidas.

Portanto, pode-se considerar que se trata de uma condição clínica negligenciada, a qual requer cuidados de promoção de saúde e qualidade de vida minuciosos por uma equipe multiprofissional especializada (20). A dependência funcional, assim, é considerada uma das principais complicações atreladas ao desencadeamento de incontinência urinária, sobretudo na população idosa. Além disso, a incontinência urinária tem sido apontada como um relevante motivo de internações de população idosa, inclusive em lares adotivos, devido a necessidade de cuidados especiais regulares (20, 23). Neste contexto, a opção por uma vivência solitária tem sido relatada por mulheres incontinentes brasileiras, especialmente em casos de vulnerabilidade social. Assim, a incontinência urinária abrange diversas e complexas alterações físicas e sociais na saúde feminina, sendo frequentemente abordada como um assunto escondido dentre mulheres que manifestam tal quadro clínico (12).

Sentimentos de vergonha, receio indiferença e subestimação de queixas também são frequentemente observados na prática clínica, indicando a necessidade de um olhar ainda mais atento pelos profissionais de saúde pública. Por conseguinte, um quadro de incontinência urinária é capaz de alterar substancialmente a qualidade de vida da paciente portadora, sobretudo a longo prazo, visto que está comumente associado a redução na percepção de bem-estar e convívio social (5, 23). Em conjunto com um quadro clínico de incontinência urinária, outras patologias adicionais foram reportadas, incluindo incapacidade funcional, depressão, déficit cognitivo e autopercepção de saúde péssima/ruim, especialmente em mulheres idosas. Por isso, a divulgação dos riscos relacionados à incontinência urinária deve ser veementemente aplicada em todo o território brasileiro, a fim de se garantir a segurança da saúde da população feminina (6).

Além disso, em detrimento de sentimentos de vergonha percebidos por mulheres incontinentes, muitas pacientes não buscam ajuda profissional, fato que contribui para uma extensão ainda mais grave do quadro clínico. Ou seja, trata-se de uma condição clínica desprezada por uma considerável parcela da população mundial, acarretando um comportamento desproporcional acerca de possíveis buscas para a promoção e estabilização da saúde feminina. Portanto, a incontinência urinária pode ser considerada como uma patologia ainda subdiagnosticada e subnotificada, abrangendo uma parcela ainda maior da população em geral, para além dos dados registrados até o momento pelos sistemas de saúde (5, 15). Por isso, especialistas indicaram que a problemática atrelada à manifestação de incontinência urinária deve ser tratada com bastante respeito e cautela na prática clínica, a fim de se minimizar os impactos emocionais percebidos pelas pacientes.

Como consequência, espera-se ofertar dados mais precisos às equipes profissionais, com a finalidade de se delinear estratégias terapêuticas que visem a prevenção e/ou um desfecho favorável para casos de incontinência urinária (15). Desse modo, evidencia-se a necessidade de se implementar de forma mais contundente estratégias de investigação clínica atreladas à incontinência urinária, para se ofertar um melhor atendimento à população. Assim, os sistemas de saúde desempenham um papel crucial sobre a promoção de uma melhor qualidade de vida a mulheres incontinentes, em que as peculiaridades de cada paciente devem ser respeitadas e consideradas para a sugestão de medidas terapêuticas mais eficazes (15). Neste sentido, Minessian e colaboradores (15) também destacaram que a implementação de estratégias epidemiológicas futuras usando desenhos de estudos longitudinais podem desempenhar um papel fundamental na melhor elucidação das controvérsias na história natural da incontinência urinária e na fisiopatologia de seus subtipos, levando a um melhor atendimento clínico.

Ademais, a adoção de estratégias terapêuticas pode se mostrar bastante promissora sobre a melhora do quadro clínico de mulheres incontinentes. Estudos adicionais ainda evidenciaram que o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico está associado a melhorias na altura da junção uretrovesical em repouso, fato que auxilia em um maior controle da uretra sobre a liberação da urina (30). Tais resultados foram potencializados pela manutenção ao tratamento pelas pacientes, por um período de até seis meses, comprovando a eficácia do fortalecimento muscular pélvico sobre a melhoria da qualidade de vida em mulheres com incontinência urinária. Ainda mais, a adesão a exercícios do método de Pilates e/ou treinamento de biofeedback se mostrou bastante benéfica sobre a promoção da saúde de mulheres incontinentes (28, 29).

A manutenção da contração da musculatura pélvica se mostra como um dos principais objetivos da terapia em mulheres incontinentes, uma vez que cerca de 70% das pacientes reportaram incapacidade de contração de tais músculos. Além disso, a condução de exercícios de fortalecimento da musculatura pélvica tem demonstrado eficácia de aumento de sensibilidade em até 77% das pacientes, com uma especificidade de cerca de 88% dos casos (21, 30). Diante disso, a melhoria da qualidade de vida de portadoras de incontinência urinária é desejável para um desfecho favorável da doença, minimizando também as indicações para a condução de tratamentos cirúrgicos. Por isto, a sugestão de treinamento da musculatura do assoalho pélvico, a partir de exercícios de fisioterapia e outras técnicas relacionadas, é bastante vantajosa, a fim de se evitar a indicação de procedimentos mais invasivos (21).

Vale ressaltar também que os exercícios sugeridos para o fortalecimento da musculatura pélvica apresentam relativa facilidade de execução, bem como estão associados a uma rápida observação de resultados sobre a melhoria clínica da paciente. Além disso, a realização de exercícios físicos é geralmente desprovida de efeitos colaterais à saúde do paciente, podendo se mostrar mais benéfica, sobretudo quando comparada com procedimentos cirúrgicos. Tais achados se apresentaram como valiosos fatores motivacionais sobre um aumento na adesão e manutenção de terapias não-invasivas que visem uma melhor qualidade de vida a mulheres incontinentes (21). Espera-se que novos estudos sejam conduzidos, com o intuito de se compreender melhor os fatores e impactos associados à incontinência urinária sobre a qualidade de vida de mulheres acometidas, minimizando, assim, os riscos relacionados ao comprometimento da saúde física e mental dessas pacientes (5, 23).

Considerações finais A revisão bibliográfica realizada pelo presente trabalho detectou que um possível quadro de incontinência urinária pode resultar em inúmeros e indesejáveis prejuízos para a saúde física e emocional de mulheres que manifestam perdas urinárias involuntárias. Dessa forma, a incontinência urinária frequentemente resulta em sentimentos de vergonha, por exemplo, comprometendo o convívio social a estabilização do quadro psicobiológico das mulheres incontinentes. De modo geral, um diagnóstico precoce de um quadro de incontinência urinária é primordial sobre a atenuação de possíveis complicações no quadro clínico da paciente. Além disso, o estímulo do fortalecimento da musculatura pélvica e abdominal também tem sido apontado como uma promissora abordagem terapêutica sobre a oferta de uma melhor qualidade de vida a mulheres incontinentes.

Acesso em 14 set. Kubagawa LM, Pellegrini JRF, Lima VP, Moreno AL. A eficácia do tratamento fisioterapêutico da incontinência urinária masculina após prostatectomia. Revista Brasileira de Cancerologia. Carneiro JA, Ramos GCF, Barbosa ATF, Medeiros SM, Lima CA, Costa FM, Caldeira AP. Huang AJ, Brown JS, Kanaya AM, Creasman JM, Ragins AI, Van der Eeden DT, Thom DH. Quality of life impact and treatment of urinary incontinence in ethnically diverse older women. Arch. Intern. Med. Bras. Geriatr. Gerontol. Abrams P, Cardozo L, Khoury S, Wein A. Incontinence: 5th international consultation on incontinence. p. Minassian VA, Yan X, Pilzek AL, Platte R, Stewart WF. Does transition of urinary incontinence from one subtype to another represent progression of the disease? Int Urogynecol J.  2018 Aug;29(8):1179-1185. Komesu YM, Schrader RM, Ketai LH, Rogers RG, Dunivan GC.

Sep;40(9):534-539.   (17) Lopes MHB, Higa R. Restrições causadas pela incontinência urinária à vida da mulher. Rev. Esc. Mazur-Biali AI, Kolomanska-Bogucka D, Nowakowski C, Tim S. Urinary Incontinence in Women: Modern Methods of Physiotherapy as a Support for Surgical Treatment or Independent Therapy. J Clin Med. Coyne KS, Kvasz M, Ireland AM, Milsom I, Kopp ZS, Chapple CR. Urinary incontinence and its relationship to mental health and health-related quality of life in men and women in Sweden, the United Kingdom, and the United States. MEDICC Rev. Bolina AF, Dias FA. Santos NMF, Tavares DMS. Self-reported urinary incontinence in elderly and its associated factors. Rev RENE. Effect of electromyographic biofeedback as an add-on to pelvic floor muscle exercises on neuromuscular outcomes and quality of life in postmenopausal women with stress urinary incontinence: A randomized controlled trial.

Neurourol Urodyn. Chmielewska D, Stania M, Kucab-Klich K, Blaszczak E, Kwasna K, Smykla A, Hudziak D, Dolibog P. Electromyographic characteristics of pelvic floor muscles in women with stress urinary incontinence following sEMG-assisted biofeedback training and Pilates exercises. PLoS One.

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