Granuloma Leproide Canino

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Área de estudo:Administração

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Em cães, as micobactérias causam a Granuloma Lepróide Canino, enfermidade cosmopolita que ocorre no Brasil, principalmente no estado de São Paulo (MARUYAMA, 2010). Estudos mostram predisposição da raça boxer e cães de pelagem curta de grande porte, principalmente aqueles que vivem em ambiente externo associado à predisposição genética ou deficiência imunológica que permite a infecção (WOLMEISTER, 2015; DELUCHI, 2014). A infecção é decorrente de patógenos obrigatórios que precisam de um organismo vertebrado para sua sobrevivência ou saprófitas ambientais que causam infecções oportunistas, divididas em grupos leproso e tuberculoso (MCGAVIN, ZACHARY, 2013). As micobactérias podem atingir o sistema tegumentar, sendo Mycobacterium lepraemurium a mais comum, bem como granulomas cutâneos associados a doença sistêmica, tendo como patógenos principais M.

bovis e M. Os microrganismos oportunistas de crescimento rápido são M. fortuitum, M. smegmatis, m. chelonae, M. abscessus e M. A doença sistêmica é transmitida por animais e humanos doentes ou por fômites e alimentos contaminados. O quadro está associado ao status imune do animal. Já a forma cutânea é transmitida por picada de insetos (QUINN et al. Ocorre principalmente em regiões suscetíveis às picadas, tais como orelha e cabeça (DELUCHI, 2014). O diagnóstico é realizado por sinais clínicos e histórico; microscopia de material das lesões com coloração de Ziehl-Neelsen, onde observam-se tufos de micobactérias dentro dos macrófagos; cultura Lowenstein-Jensen, onde observa-se crescimento rápido das micobactérias atípicas e crescimento lento de M. Apesar da doença ser relatada pela primeira vez há 40 anos atrás, ainda sabe muito pouco sobre ela.

Epidemiologia O Granuloma Lepróide Canino tem vasta distribuição geográfica, sendo descrito originalmente em 1973, no Zimbábue, África (ACHA, 2009), e é frequentemente relatada na Austrália e Nova Zelândia (DELUCHI, 2014). Há relatos do GLC em várias cidades federativas no Brasil, como São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, entre outros. Sendo as regiões sul e sudeste, de maior casuística (MARUYAMA, 2010). Mesmo tendo poucos trabalhos publicados confirmando a hipótese, acredita-se que no Brasil a enfermidade seja relativamente comum, tendo em vista a semelhança climática com a Austrália (ACHA, 2009). Clinicamente, as lesões se caracterizam pelo aparecimento de nódulos alopécicos, ulcerados, que envolvem derme e subcutâneo e aparecem na porção dorsal das orelhas, na cabeça e nos membros anteriores, podendo ocorrer uni ou bilateralmente (ALMEIDA, 2013).

Essa doença também é relatada como autolimitante, devido à regressão espontânea das lesões em cães imunocompetentes (MARUYAMA, 2010). Apresentação Clínica Na maioria das vezes, os cães acometidos encontram-se em bom estado geral de saúde e não se evidencia o envolvimento de outros órgãos, tais como os linfonodos satélites. MARUYAMA, 2010). As lesões frequentes são abscessos crônicos com fistulação, dor variável e os sinais clínicos sistêmicos são raros. A localização topográfica das lesões tegumentares, assim como a propensão das raças de cães de porte grande e pelame curto, novamente sugerem que insetos possam ser os agentes vetores que inoculam as micobactérias. MARUYAMA, 2010). Essas observações reforçam que o agente causador da doença é incapaz de invader tecidos profundos, restringindo-se à pele e ao tecido subcutâneo de cães.

DELUCHI, 2014) A infecção pode ser autolimitante com regressão espontânea em dois ou três meses, em função de uma resposta imunomediada por células efetiva ou pode evoluir para uma forma crônica e ter tempo de duração indeterminado. DELUCHI, 2014). Os bacilos apresentam-se não corados quando utilizados panóticos, podendo estar dentro dos macrófagos ou no meio extracelular, supostamente devido ao rompimento de macrófagos. DELUCHI, 2014). Essa característica se deve ao fato de os corantes terem dificuldade de penetrar na barreira lipídica da parede celular das micobactérias. DELUCHI, 2014). Cultivo bacteriológico: Torna-se impossível a confirmação do diagnóstico de glaucoma lepróide canino, ao utilizar os clássicos critérios microbiológicos. Entre os protocolos mais utilizados internacionalmente estão, combinação antibiótica com claritromicina (por até dois meses), doxiciclina (por até oito semanas), e rifampicina (por até dois meses), sendo a rifampicina o tratamento mais barato (DELUCHI,2014).

A rifampicina é o tratamento mais barato hoje em dia, mas deve ser usado com cautela em pacientes hepatopatas, pois pode levar um aumento das enzimas hepáticas, podendo progredir para hepatite. Uso elevados e por tempo prolongado de claritromicina podem levar a desconfortos gastrointestinais como, dor, cólicas e até vômitos e diarreia. Mas apesar dessa irritação gastrointestinal a claritromicina não causa toxicidade renal ou hepática, mas seu custo é bem elevado (DELUCHI,2014). No Hospital Veterinário “Professor Ricardo Alexandre Hippler” no Centro Universitario Vila Velha em 2011 foi atendido uma cadela, SRD, apresentando lesões cutâneas progressivas a 15 dias. Os animais mais acometidos são da raça boxer e cães de pelagem curta que vivem em ambientes externos. A enfermidade ocorre com lesões nodulares necróticas e drenantes podendo ser facilmente confundida com outras doenças cutâneas, por isso, o diagnóstico e o tratamento são, muitas vezes, negligenciados, por falta de uma observação mais acurada do médico veterinário para considerar a Granuloma Lepróide Canino como um diagnóstico diferencial.

Como o agente envolvido na enfermidade não é cultivável, é recomendada a realização de PCR para identificação do DNA. REFERÊNCIAS ACHA, Livia Maria. Granuloma Lepróide canino: aspectos clínicos, epidemiologia, histopatologia e biologia molecular - estudo retrospectivo de 38 casos. Zootec. Rio de Janeiro, v. n. p. DELUCHI, Priscilla. Micobacteriose cutânea em cão. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do Crmv-sp, Vila Velha, v. n. p. nov. Estudo anatomopatológico e epidemiológico de casos de granuloma leproide canino diagnosticados pelo setor de patologia veterinária da UFRGS. XXVII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFRGS, 27. Porto Alegre. Iniciação científica. Porto Alegre: Ufrgs, 2015.

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