Filosofia e a ciência - visão de René Thom

O que é conhecimento cientifico? 4 É possível uma teoria acerca de toda a realidade? A entrevista apresentada foi feita ao matemático e directos de estudos no C. N. R. S, por Maria-Odile Monchicourt, a cerca da sua ida para o Japão e tendo como principal tema o que é a ciência para René Thom. Identificar a tese defendida pelo entrevistado A principal tese apresentada e defendida pelo entrevistado René Thom é que “o conhecimento e a ciência não são sinónimos”, afirmando que o conhecimento individual pode até ser considerado superior à ciência, e que esta, por sua vez. Assim, acaba por afirmar que o "fim da ciência" é fornecer fórmulas que funcionem, usando nesta altura como exemplo, a mecânica quântica(teoria fundadora da física, levantando problemas relacionados com o espaço, a matéria e a radiação), uma teoria considerada ininteligível mas que fornece fórmulas, indo contra a ideia do repórter de que a controvérsia existente por causa da mecânica quântica fez estragos, afirmando que não teve efeitos na evolução da ciência e que este "é um problema essencialmente técnico, não é um problema filosófico real".

Nesta altura da entrevista apresenta um dos argumentos que eu achei mais interessante, afirmando que existe grandes mudanças na ciência ao longo do tempo, acrescentando que quando essas mudanças ocorrem é necessário dar uma nossa descrição ao objecto em questão, senso que "essa descrição está ainda para ser criada". Ainda relativamente á mecânica quântica, mostra como a mudança da posição do sujeito, muda a forma como vemos qualquer objecto, relacionando com esta, pois há também "uma espécie de apreciação subjectiva, que aparece na chamada fase da função de onda (. e, quando nos deslocamos ou deslocamos os aparelhos de medição, modificamos a fase por um certo factor". Como argumento utiliza também que existe um problema em saber de entre todas as ontologias regionais se existe alguma mais determinante que as outras: "os níveis de organização do real que constatamos empiricamente (.

Por último, afirma que até as capacidades de atracção de uma forma devem ter um suporte ontológico de natureza matemática, mostrando as suas ideias a cerca do que é a ciência e apoiando a sua principal tese, em que a ciência é diferente do conhecimento. O que é conhecimento cientifico? Eu penso que, ao contrário do sendo comum, o conhecimento científico resulta de uma esforço intelectual para romper com as evidências do senso comum, implicando o uso de procedimentos lógicos e com métodos que têm de ser definidos em função do objecto a investigar. Assim, é uma construção racional, envolvendo um conjunto de operações de lógica ou experimentais, que são repetidas conduzindo sempre aos mesmos resultados teóricos, independentemente do investigador.

Pode-se ainda dizer que estabelece relações causais entre os fenómenos, formula leis e integra-se em teorias, conjugando a capacidade intuitiva, criadora e organizadora do pensamento com o respeito pelos factos: “O primeiro princípio da ciência será para nós a objectividade. O pensamento deve ser submetidos aos factos. No entanto, a realidade é vista por cada um de nós de uma maneira diferente, e não só, é a nossa maneira de pensar ou as nossas características enquanto seres vivos que condicionam a informação ou conhecimento que podemos retirar da realidade que nos rodeia. Assim, estas características vão mudar entre os seres vivos: a maneira como vemos, cheiramos, ouvimos, etc. varia muito e estes factores fazem variar a maneira como a realidade é para nós, não como ela é realmente.

Mesmo considerando apenas o ser Humano, por ser o único animal racional, e considerando aquilo que vemos mais real do que aquilo que os outros seres vivos vêem, a forma como é vista a realidade vai mudar de pessoa para pessoa, ou mesmo ao longo do tempo, já para não falar que mesmo nós não temos as mesmas características visuais ou auditivas. Seja o que for, há pessoas que ouvem ou vêem melhor do que outras, outras que cheiram melhor, outras que têm um tacto ou um paladar mais aguçado, variando a forma como é vista a realidade em termos gerais, também os nossos gostos, hábitos, culturas, maneiras de pensar, ideais, etc.