EXERCICIO FISICO E ALTERAÇÕES GLICEMICAS EM PORTADORES DE DIABETS MELLITUS TIPO II
Tipo de documento:TCC
Área de estudo:Educação Física
Objetivo: O presente trabalho apresentou o objetivo geral de investigar e analisar os benefícios proporcionados pela prática de exercício físico sobre as alterações glicêmicas em indivíduos portadores de diabetes mellitus do tipo II. Materiais e métodos: Trata-se de um trabalho de revisão da literatura especializada, em que foram realizadas buscas livros e artigos científicos de grande relevância. Conclui-se que o exercício físico de diferentes modalidades é de fundamental importância, visto que pode reduzir os efeitos causados pela aumento de glicose sérica, resultando em melhorias sobre o transporte e captação tecidual da glicose. Desse modo, a literatura reportou ainda um considerável aumento do metabolismo basal, contribuindo para a perda de peso e diminuição do risco de desenvolver outras doenças associadas ao diabetes mellitus tipo II.
Palavras-chave: Diabetes Mellitus, Exercícios Físicos, Prevenção, Tratamento 1 INTRODUÇÃO O diabetes mellitus (DM) caracteriza-se como uma síndrome do metabolismo relacionada a alterações nas concentrações de lipídios, proteínas e carboidratos, decorrentes tanto da incapacidade de secreção quanto pela redução da sensibilidade tecidual à ação do hormônio pancreático insulina (1). Adicionalmente, o diabetes também é responsável por consideráveis índices de aumento da mortalidade e alto risco de desenvolvimento de complicações micro e macro-vasculares, bem como de neuropatias. Por isso, uma substancial redução da capacidade de trabalho e da expectativa de vida também são comumente reportados para tais pacientes, ampliando gastos excessivos de saúde pública relacionados a tal patologia (6). Sob tal perspectiva, as complicações clínicas decorrentes do aumento na prevalência da doença são consideradas bastante graves e incentivam a realização de estudos mais conclusivos sobre os efeitos da diabetes tipo II sobre a saúde dos pacientes portadores.
Sendo assim, a compreensão mais aprofundada acerca dos fatores relacionados à etiologia e progressão da diabetes tipo II se mostra uma medida necessária e de grande valia, a fim de se investigar possibilidades de prevenção e tratamento mais eficazes para garantir uma melhor qualidade de vida a tais indivíduos (4). Neste sentido, o incentivo à realização de atividade física, sobretudo para pacientes com histórico familiar de diabetes representa uma estratégia que pode resultar em obter benefícios advindos da prática. Tal patologia encontra-se em expansão na contemporaneidade, atingindo uma considerável parcela da população mundial (4). Sendo assim, o diabetes mellitus é considerado uma epidemia contemporânea e um grave problema de saúde pública mundial, em que mais de 380 milhões de indivíduos são acometidos atualmente, e mais de 470 milhões poderão ser afetados até 2015 (12).
Com relação à diabetes mellitus tipo II, mais de 140 milhões de indivíduos são acometidos pela patologia nos tempos atuais, de modo que tais valores estatísticos tendem a dobrar até 2015 (10). Dados da Federação Internacional de Diabetes (2013) evidenciaram que a maior prevalência de diabetes ocorre em países em desenvolvimento, sobretudo em indivíduos mais jovens, alertando para a manifestação de potenciais riscos à saúde de tais indivíduos, especialmente a longo prazo (12). Estima-se que, hoje, até 7% da população brasileira seja acometida pela doença (4, 5). Uma das ferramentas mais recomendadas por especialistas na contemporaneidade corresponde ao tratamento medicamentoso do paciente. A metformina, por exemplo, consiste em um fármaco com efeitos hipoglicemiantes, mostrando-se bastante benéfico para portadores de diabetes tipo II, uma vez que auxilia em uma maior captação da insulina sérica pelos tecidos periféricos (15; 16).
Entretanto, alguns pacientes manifestam determinados efeitos colaterais pelo uso de tais medicamentos, os quais podem incluir problemas cutâneos variados. Ainda mais, outros indivíduos podem se mostrar resistentes ao tratamento medicamentoso, resultando em uma redução nas taxas de adesão à terapêutica medicamentosa (15, 17). Alguns efeitos adversos, de ordem sistêmica, também foram recentemente reportados, podendo inclusive acarretar acidose láctica em tais pacientes. Consequentemente, a prática esportiva representa uma alternativa de minimização e até mesmo reversão de muitos declínios físicos, psicológicos e sociais enfrentados pelo portador da doença, especialmente para idosos (8; 22). Assim, os exercícios físicos podem resultar em uma melhora da saúde global de cada indivíduo, representando uma estratégia de melhoria das condições e da qualidade de vida para a população em geral, sobretudo para portadores de diabetes mellitus tipo II (8, 22).
Neste contexto, a atividade física é classificada como a prática de movimentos corporais não-planejados, em que o exercício compreende uma subclasse da atividade física, correspondendo a um movimento corporal estrutural e planejado (23). Por conseguinte, a realização de exercício físico requer a utilização de energia proveniente da interação de vias metabólicas de ordem tanto aeróbia quanto anaeróbia. Diante disso, os exercícios físicos e as subsequentes modalidades esportivas podem, assim, serem classificados como exercícios anaeróbios e aeróbios (24). Sendo assim, as vias de obtenção de ácido lático são também ativadas, possibilitando o fornecimento de energia durante a realização de exercícios anaeróbios (24, 28). EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE A GLICEMIA A partir de uma excelente revisão de literatura, Santos et al.
demonstraram que a prática de diferentes modalidades esportivas se mostra bastante benéfica para a qualidade de vida de portadores de diabetes tipo 2. Conforme apontado pelas autoras, a prática esportiva por tais indivíduos é capaz de reduzir os efeitos causados pela hiperglicemia, resultando em melhora sobre melhorando o transporte e captação da glicose (29). Ainda mais, foi detectado um desejável aumento do metabolismo basal, contribuindo para a perda de peso e diminuição do risco de desenvolver outras doenças associadas ao DM2 (13). Neste trabalho, foram observadas diferenças estatísticas apenas sobre as seguintes variáveis: massa corporal total, índices de gordura e capacidades de VO2máx (14). Por conseguinte, não foram observadas alterações significantes sobre as taxas de glicemia sanguínea nas mulheres estudadas.
Tais dados sugerem, assim, que o protocolo de exercício físico sugerido para portadores de diabetes tipo II representa uma etapa fundamental para a obtenção de resultados satisfatórios sobre os níveis de glicose sanguínea. Ainda mais, os autores sugeriram que a prática esportiva constante e a longo prazo representa uma medida desejável para a obtenção de melhoras sobre a saúde e qualidade de vida em portadores da doença (14). Vale ressaltar também que a idade e o gênero compreendem fatores que podem influenciar sobre os resultados, de modo que a avaliação de grupos étnicos e de faixas etárias distintas podem apresentar efeitos diferentes. Em consequência, sobretudo após a realização a longo prazo de exercícios aeróbios, uma consideração redução na quantidade de tecido adiposo corporal é observada (32).
Assim, os benefícios da prática de exercício físico por portadores de DM2 também incluem a redução sobre fatores de risco para o desencadeamento de doenças cardiovasculares. Portanto, tais indivíduos apresentam menores taxas de progressão de alterações coronárias, quando comparados com diabéticos sedentários. Para a obtenção de tais resultados, D’ângelo e colaboradores (2015) sugeriram que o indivíduo deve praticar 150 minutos de atividades semanais, pelo menos, ao longo de três dias alternados. Além disso, a prática contínua de exercícios aeróbios é primordial para a manutenção e aprimoramento dos resultados obtidos, possibilitando, assim, uma substancial redução nos riscos de progressão de doenças coronarianas (33). Desse modo, ao compreender os riscos relacionados à progressão do quadro clínico do DM2, o indivíduo acometido passa a aderir mais efetivamente às medidas terapêuticas para um tratamento mais adequado (36).
Além dos benefícios sobre o controle glicêmico, proporcionados pela prática de exercício físico, a sensação de bem-estar após a realização do esporte também compreende um valioso fator motivacional para a manutenção do indivíduo à terapêutica a longo prazo. A prática esportiva também possibilita uma maior inserção social do praticante, mostrando-se extremamente vantajosa para diferentes setores da vida (36, 37). Adicionalmente, o agravamento o quadro clínico do diabético também resulta em excessivos gastos de saúde pública relacionados. Dessa forma, a adesão do indivíduo a alternativas terapêuticas, especialmente à prática esportiva, é apontada como uma medida desejável para se minimizar os dispendiosos custos por doenças crônicas, como o DM2, pelo Sistema Único de Saúde no Brasil.
CONSTRUÇÃO DA REVISÃO DE LITERATURA Após a seleção dos principais trabalhos, publicados nos últimos dez anos e relacionados aos objetivos do presente projeto, será realizada a etapa de análise crítica e confecção da revisão de literatura. Nesta etapa, diferentes parâmetros serão analisados e discutidos, tais como a epidemiologia do diabetes mellitus tipo II, as metodologias e protocolos esportivos indicados para a prática por portadores de diabetes mellitus tipo II e os efeitos e benefícios de cada metodologia esportiva sobre o perfil glicêmico e lipídico em portadores de diabetes tipo II. Serão escolhidas, analisadas e discutidas dez publicações para cada um dos parâmetros apresentados a seguir. Os principais dados e relatos de cada trabalho avaliado pela revisão sugerida serão demonstrados por tabelas.
Análise da epidemiologia relacionada ao diabetes tipo II Primeiramente, será avaliado os dados estatísticos referentes ao perfil epidemiológico do diabetes mellitus no mundo e no Brasil, enfatizando os dados mais recentes a respeito da prevalência de diabetes tipo II. Galvin EA, Navarro, FG, Greatti VR. A importância da prática do exercício físico para portadores de Diabetes Mellitus: uma revisão crítica. SALUSVITA, 2014; 33(2): 209-222. Disponível em: < https://secure. usc. gov. br/saude-de-a-z/diabetes>. Acesso em 05 jul. Sociedade Brasileira de Diabetes. Disponível em: <https://www. scielo. br/pdf/rn/v18n2/24378. pdf>. Gomes-Villas Boas LC, Foss MC, Freitas MCF, Pace AE. Relação entre apoio social, adesão aos tratamentos e controle metabólico de pessoas com diabetes mellitus. Disponível em: <http://scholar. google.
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