DIÁRIO E SUBALTERNIDADE: UMA POSSIBILIDADE DE LEITURA DA OBRA DE ESMERALDA DO CARMO ORTIZ

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Letras

Documento 1

CURITIBA 2019 FOLHA DE APROVAÇÃO AUTOR, Nome do. Título do trabalho acadêmico: subtítulo sem negrito. Dissertação (Mestrado) apresentada à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Filosofia. Aprovado em: Banca Examinadora Prof. Dr. Ao meu pai Roberto e minha mãe Clarice, que sempre acreditaram em mim me ajudando em todos os aspectos. À minha cunhada Eliane, que sempre me dizia palavras de ânimo, admiração e superação. Aos meus irmãos, André, Rodrigo e Júnior, que sempre acreditaram em mim, mesmo quando eu achava que não iria vencer. À professora Elizane, que me deu muito apoio psicológico, pois quando tive o meu bebê a minha vida era só chorar e eu queria deixar a faculdade, mas através de suas sábias palavras eu consegui dar continuidade aos estudos, que Deus te abençoe e te dê tudo em dobro pelo que você fez por mim.

À minha orientadora, a professora Ana Paula, que realmente foi um anjo que Deus colocou em meu caminho, para que este trabalho de conclusão de curso se tornasse realidade. COMO A LITERATURA É REPRESENTADA NA SOCIEDADE? 19 capítulo III 21 3. O papel da mulher na literatura 21 CAPÍTULO IV 23 4. As ações sociais mais obscuras dos atos humanos COMO preconceito e a relação da subalternalidade 23 CAPÍTULO V 25 5. MULHER E LITERATURA 25 CAPÍTULO VI 32 6. UM POUCO SOBRE ESMERALDA DO CARMO ORTIZ 32 CAPÍTULO VII 34 7. No que diz respeito aos objetivos específicos foi utilizado o diário da autora, observando a construção da personagem que coincide com a narradora que se aproxima do perfil que a escritora Esmeralda Ortiz tem. Foram feitas observações através do contexto que ela está para se construir como personagem real.

Foi feita a leitura comparativa do diário da Esmeralda, que foi feita para adultos, em relação ao diário infanto-juvenil, para identificar a mudança de formato da narrativa de determinadas experiências. A obra foi analisada para identificar em que momento que ela fala que é mulher, negra e que ela veio de uma classe social pobre. No qual. T. GUEIRAL,M. B. A mulher “ Nem recatada ou do lar” em Esmeralda, Porque não dancei e Ponciá Vivêncio. f. E também para mostrar que a mulher não é tão frágil assim, apresentando aqui, em especial, Esmeralda, que conseguiu dar a volta por cima, se tornando um exemplo, lutando a favor das crianças em situação de rua, ela também se tornou escritora e cantora , provando a todos o quanto a mulher, o ser humano é forte.

Esta análise foi importante porque a obra de Esmeralda, não faz parte da fortuna crítica sobre escritoras brasileiras. Porque não existia um conjunto de crítica já feita, escrita ou publicada, sobre a autora Esmeralda do Carmo Ortiz. Estudá-la trouxe uma contribuição aos estudos de leitura pós-colonial e contemporânea, ao se lançar o olhar em uma produção ficcional do gênero diário, que possui elementos literários e sociais. E no que diz respeito ao social, foi trabalhado com a narrativa da autora sobre a sua vida, as suas experiências como moradora de rua, viciada, menosprezada, porquanto todos tinham medo de serem assaltados quando ela estava por perto, não que ela não roubasse, ela roubava, e era para sustentar o seu vício e com isto ela vivia “rodeada” de pessoas, mas, ao mesmo tempo sozinha, porque é isso que a droga faz, ela te deixa feliz, por um instante somente, depois é só tristeza, vazio de alma.

O estudoanalisou a experiência individual da narradora, Esmeralda Ortiz, como uma criança de rua, identificando os aspectos de identidade do sujeito que narra por meio do relato autobiográfico no diário. capítulo 1 1. ANÁLISE CRÍTICA DO LIVRO “O DIÁRIO DE RUA” DE EMERALDA DO CARMO ORTIZ Em 2003 a editora SALAMANDRA, com ilustrações de Caeeto o livro “O diário de rua” foi publicado. O livro é composto por 47 ilustrações bem coloridas e alegres. Esmeralda do Carmo Ortiz ao escrever o livro “O Diário de Rua” fez uma dedicação do seu trabalho a todas as crianças do Brasil. Ainda depois do sumário Heloísa Pietro faz a inserção de um texto: “Reinações de Narizinho” e faz um contraponto com a vida de Esmeralda do Carmo Ortiz, buscando conciliar a felicidade de Esmeralda com a de Narizinho.

Sabemos que o livro “Reinações de Narizinho, foi escrito pelo grande escritor brasileiro Monteiro Lobato, que foi o primeiro escritor brasileiro a pensar numa literatura voltada especificamente para crianças. Pode perceber semelhanças entre a história de Esmeralda e Oliver Twist, que foram crianças de rua que viveram todas as facetas perigosas da rua, pois desamparados socialmente, encontraram na rua momentos difíceis e alguns momentos alegres. Os momentos alegres são retratados pela autora do livro “Esmeralda do Carmo Ortiz” quando fala da sexta-feira que cantava com sues amigos na Praça da Sé em São Paulo. Esmeralda do Carmo Ortiz passa aos seus leitores que mesmo abandonado socialmente, não estava sozinha. Em relação aos capítulos, são organizados dando referência aos dias da semana, que começa até segunda-feira e vai até domingo.

Todos eles fazem trazem lembranças da autora pela vida perigosa das ruas. Na segunda-feira ela relata as brincadeiras na qual é intitulado “Brincadeira de criança”. A menina não demonstra nenhum interesse escolar, para ela o importante era brincar, sempre tinha desculpas esfarrapadas à sua mãe sobre a fuga da escola. Uma delas era que a professora ficou doente. Os comerciantes chegando, os ladrões se preparando e a polícia de olho em todos. Eles tinham que se cuidar, pois a polícia vivia no calcanhar deles. Quando a polícia investia numa corrida atrás dos moleques, eles pulavam no chafariz e ficavam no alto da torre. Assim os guardas não os pegavam e os mesmos ficavam dando risada dos oficiais. Na quinta-feira, fala da solidão que abatia sobre ela em meio a multidão.

O Rogério no cavaco, o Diógenes no tantã, o Miquinho no pandeiro, o Carequinha no repinique, o Rato no surdão e o Perácio no timba. ” (ESMERALDA DO CARMO ORTIZ – Livro Diário de Rua p. Nessa lembrança de menina fala, que quando acabavam de apresentar a música na rua ganhavam palmas. Isso fazia nascer nela uma sensação de poder. E sua autoestima era elevada. Pessoas essas que não se importavam se ela estava suja ou fétida. Foi convidada a participar do Projeto Travessia. No começo, nesse projeto que tinham aulas de música, Esmeralda tinha muita vergonha, mas isso foi mudando aos poucos, os sonhos e fantasias foram sendo substituídos pelas perspectivas de mudança. Ela começou a acreditar em si, foi onde mais tarde, por influência de outros educadores do Projeto Aprendiz que começou a escrever.

capítulo II 2. Ao escrever muitas vezes os fatos podem não ter a legitimidade fiel com os fatos, entretanto, trazem referências do que nela acontece. Candido (2010) aponta que: Quando fazemos uma análise deste tipo, podemos dizer que levamos em conta o elemento social, não exteriormente, como referência que permite identificar, na matéria do livro, a expressão de certa época ou de uma sociedade determinada; nem como enquadramento, que permite situá-lo historicamente; mas como fator da própria construção artística, estudado no nível explicativo e não ilustrativo. Candido (2010, p. Samuel (1985) diz que o texto literário deve ter como fonte de estudo, não somente as palavras que nele contém, mas também há um contexto histórico a ser refletido.

Pois por detrás das palavras podemos perceber os interesses ideológicos, políticos, morais e econômicos de uma época, entretanto, é preciso entender que esses fatos históricos podem influenciar na hora de criação de uma literatura. Zolin (2003, p. apud Silva (2012,) Ainda para o autor, esse tipo de relação de submissão da mulher dentro da literatura, deu-se porque durante muito tempo as obras literárias tinham como autores homens, que influenciados pelos contextos históricos machistas e patriarcais relacionavam a mulher como submissa. Machado (2008, p. apud Silva (2012) aponta que por muito tempo o papel da mulher era apenas servir o homem e cuidar dos filhos. Sendo boa esposa e boa mãe. A figura da mulher, segundo o autor começa a ganhar destaque graças às lutas pela igualdade de gênero.

CAPÍTULO IV 4. As ações sociais mais obscuras dos atos humanos COMO preconceito e a relação da subalternalidade Muitas pessoas ao longo de sua vida sentem a necessidade de escrever a sua própria história. Há pessoas que viraram personagens de relatos onde a vida muitas vezes foi um ensinamento de vida. Lejeune (2008), diz essa prática foi direito apenas de uma classe rica e dominante. Para ele a mulher era o exemplo perfeito de um ser que não conseguia acesso e direitos iguais dentro da sociedade. Foi o que aconteceu com Esmeralda do Carmo Ortiz. Esmeralda foi uma criança que recebeu todos os “não” de uma sociedade preconceituosa, deformativa e sobretudo, excludente. Sem estrutura familiar, Esmeralda achou na rua a vida divertida. Já com seus primeiros anos de vida, foi morar na rua.

Esmeralda é um pessoas que ao longo de sua vida, mesma na infância, vai incorporando muitos momentos marcantes em sua vida. Essas marcar não foram negativas como a própria exclusão social, mas sim positivas também, por encontrar na rua a amizade pelos amigos, coisa que eram quase que nulas em sua casa. GUSDORF (1991) que a leitura das memórias reforçam a veracidade de todos os fatos narrados. Ainda para ele experiência vivida no passado começa a ter outros significados. Ainda a leitura feita sobre a primeira história narrada, nos faz criar um elo de participação na história, o qual também nos torna parte dela no decorrer das leituras dos gêneros confissionais. Existem várias mulheres que, através de suas escritas, geram o próprio sustento, um exemplo disso foi “Maria Firmina dos Reis (1825-1917), autora de Úrsula (1859), considerado o primeiro romance de uma autora brasileira”.

Também de acordo com Dignamara (2013) [. muitas mulheres mesmo sendo uma minoria, desempenharam importantes papéis enquanto leitoras e escritoras assíduas para jornais e revistas, tanto produzindo poesia quanto prosa, e escrevendo livros acerca de normas sociais, como Júlia Lopes de Almeida (1862-1934). Muitas mulheres foram silenciadas, pois se acreditavam que a mulher não precisava ser ouvida ou reconhecida como tal, suas escritas muitas das vezes nem chegavam a ser publicadas, mas o seu esforço e a sua dedicação não foi em vão, pois as suas palavras foram eternizadas em seus escritos, por exemplo. A desvalorização da mulher sempre esteve presente entre nós, o termo subalterno, SPIVAKI (2010) descreve: “as camadas mais baixas da sociedade constituídas pelos modos específicos de exclusão dos mercados, da representação política e legal, e da possibilidade de se tornarem membros plenos no estrato social dominante.

Temos que aprender a olhar para o próximo de outro ângulo, se colocando no lugar deles, pois conforme diz SPAVIAKI (2010), confrontá-los não é representá-los mas aprender a representar a nós mesmos”. SPIVAK, 2010, p. Ainda o autor questiona “pode o subalterno falar? O que a elite deve fazer para estar atenta à construção contínua do subalterno?”. Uma pergunta um tanto polêmica, mas necessária, será que ficamos de fora só observando o que os outros fazem para que haja uma mudança ou estamos engajados nesta batalha que diz respeito a todos nós? SPIVAKI (2010) fala que questão da “mulher” parece ser a mais problemática neste contexto. Em relação a raça SPIVAKI (2010) diz que: “[. Em outras palavras são livros escritos com uma linguagem mais simples, ou, seja, alcançável a um público jovem, portanto é mais fácil de adaptar, pois existe um público que irá usufruir desse trabalho.

Porém irá depender de quem está fazendo a adaptação, pois mesmo que é uma adaptação o autor deve levar em consideração a fidelidade aos fatos da primeira obra, na qual nem todos aceitam de bom grado se sair  fora do contexto. HUTCHEON (2013) diz: “[. ser em segundo não significa ser secundário ou inferior; da mesma forma, ser o primeiro não quer dizer ser originário ou autorizado” (p. Dessa forma, “a adaptação é uma derivação que não é derivativa, uma segunda obra que não é secundária - ela é a sua própria coisa palimpséstica” (HUTCHEON, 2013 P. Já a questão da alfabetização está relacionada às regras gramaticais e sendo a escrita como apenas transcrição de códigos. É considerado analfabeto uma pessoa que não conhece o alfabeto, nem saiba ler e escrever.

Existe também o conceito de analfabetismo funcional, que se dá para os indivíduos que conseguem reconhecer letras e números, porém ainda são incapazes de compreender textos simples ou resolver um problema matemático. TOLEDO 2015 aponta que: Essas dificuldades, presentes dentro e fora das salas de aula, estão relacionadas à questão do letramento ou do alfabetismo funcional que, segundo estudos recentes, refere-se às habilidades de leitura e escrita de textos em diferentes gêneros e funções sociais. Ou seja, a criança e o adolescente aprendem as letras, as sílabas e as palavras no processo inicial de alfabetização, mas não conseguem aprender a fazer uso da palavra escrita de maneira significativa e criativa em seu cotidiano. UM POUCO SOBRE ESMERALDA DO CARMO ORTIZ Uma das adaptações que não foi abordada até o momento, que foi julgado importante para essa pesquisa, é a obra de Esmeralda do Carmo Ortiz, em seu diário: Porque não dancei, adaptado para o público infanto-juvenil; O diário da rua, que narra a vida da autora de uma forma mais sutil para atender as necessidades dos leitores mais jovens.

FOTO DE ESMERALDA DO CARMO ORTIZ Fonte: SESC/ SP Esmeralda do Carmo Ortiz, nascida em 4 de agosto de 1979 no bairro de Vila Penteado, Zona Norte de São Paulo, a escritora, hoje formada em Jornalismo pela Faculdade Anhembi Morumbi, teve uma infânciaconturbada. Vivia com a mãe eu barraco em São Paulo. Ainda pequena começou a pedir dinheiro no farol da cidade. Todo o dinheiro que ganhava, gastava em droga. Tudo que ganhava pedindo esmolas gastava no consumo de drogas. Antes de completar 18 anos, foi resgata das ruas por uma equipe de educadores socioeducativos do Projeto Aprendiz. A partir daí Esmeralda começou a mudar sua vida. Passou por muitos momentos desafiadores. Encaminhada para uma clínica de desintoxicação já nos primeiros momentos. Segundo CISA (2013) o consumo de álcool pode ter implicações graves nas esferas sociais podem trazer o suicídio, doenças de saúdes graves e desagregação familiar e evasão escolar.

E foi esse fato que foi vivenciado por Emeralda do Carmo Ortiz, em meio a bebida consumida pela sua mãe, achou brechas para fugir das aulas. E nessa fuga das aulas, onde a menina poderia ter seguido para uma vida escolar mais tranquila, achou o mundo das drogas. Como esse é um assunto que também está dentro da escola, cabe a ela abrir espaços para discussão entre os alunos. Entretanto esse assunto causa medo entre os professores. Esse ato de brincar retratado no livro “Diário de Rua” pode ser abertura na elaboração de processos importantes na escola. O resgate das brincadeiras que há anos divertiram nossos pais e avós eram saudáveis. A Revista Crescer divulgou pesquisa que 72 % das crianças estão perdendo funções importantes para o desenvolvimento congênito.

Uma delas está a coordenação motora fina. Segundo a pesquisa e enfatiza pela psicopedagoga LIDIANE LEITE (2019): “Muitas crianças chegam no ensino fundamental com dificuldade de amarrar o sapato, de recortar, de segurar o lápis e ainda com problemas cognitivos e emocionais. Ela dá detalhes da moradia, dela e de sua família, na qual confirma a sua situação econômica, da sua pobreza. Como todo trabalho autobiográfico, não é possível afirmar que seja totalmente verdadeiro, pois pode ser que ela omitiu alguma experiência, talvez proposital e/ou por uma falha humana, pois o cérebro é capaz de modificar uma lembrança ao longo dos anos, especialmente quando esta lembrança traz recordações difíceis de suportar. Mas o que vale ressaltar é a superação por Esmeralda Ortiz, pois muitos como ela, não tiveram a mesma sorte.

Muitos, segundo ela mesma, foram presos e alguns já mortos. O exemplo de vida passado por Esmeralda do Carmo Ortiz traz muitos vieses de conceitos: a sociedade que não inclui e maltrata, a falta de aulas cativantes que não permitissem a fuga da escola, o relacionamento perigoso com as drogas, a degradação familiar, os problemas que as instituições sócio educadoras apresenta, a falta do governo na criação de políticas públicas e outra série de fatores que podem ser exploradas pela escola e pela sociedade. É disso que a sociedade precisa: de uma visão humana para quem está marginalizado. referências bibliográficas ALVES, B. N. O que é feminismo? São Paulo, Abril, 1975. ARALDI, Jossara Cattoni et al. UFJF, Revista Práticas de Linguagem.

V. n. jan. jun. CENTRO DE INFORMAÇÃO DE SAÚDE E ÁLCOOL – CISA, 2013. Disponível em http://www. cisa. org. br/. htm. Acesso em 26/11/2019. HUTCHEON, L. Uma teoria da adaptação 2 ed. Florianópolis: Ed. M. Mistérios da fragilidade humana, São Paulo, Cotexto> Ampuh, 1994. SAMUEL, Rogel. Arte e sociedade. In: SAMUEL, Rogel (org. uel. br/pos/letras/terraroxa/g_pdf/vol17B/TRvol17Bk. pdf>. Acesso em: 28 de Novembro de 2019. SILVA,M. Babel) LAKATOS, E. M. MARCONI, M. A. Fundamentos de Metodologia Ciêntífica. br/em-excesso-smartphone-prejudica-desenvolvimento-das-criancas/ Acesso em 28/10/2019. MAMEDE-NEVES, Maria Apparecida Campos. O jovem no centro da dimensão oculta da internet. In: Cabeças digitais: o cotidiano na era da informação. Rio de Janeiro: PUC Rio, São Paulo: Loyola, 2006. Esmeralda, por que não dancei – 3ª edição – São Paulo : Editora SENAC São Paulo ,2001.

TADIÉ, Jean Yves. Acrítica literária no século XX. Rio de Janeiro: Bertrand Bra-sil, 1992.

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