Como a crise de 2008 afetou Brasil, Chile e Venezuela

Tipo de documento:Monografia

Área de estudo:Economia

Documento 1

Foi utilizado como metodologia intensa pesquisa bibliográfica, incluindo outros trabalhos acadêmicos já desenvolvidos, livros e sites de órgãos governamentais. Foram identificadas muitas medidas políticas e fiscais implantadas pelos três países que geraram resultados em cada território para o enfrentamento da crise, gerando menos intensidade no que tange aos impactos e auxiliando às economias no caminho de saída deste cenário difícil do período estudado, além dessas medidas anticíclicas tomadas, foi identificado individualmente um breve histórico econômico de cada um e como esse histórico desempenhou um papel importante na fase da crise. E finalmente como resultado pode-se dizer que Brasil e Chile obtiveram mais sucesso no decorrer da crise, bem como uma recuperação relativamente rápida após o boom do primeiro impacto, enquanto a Venezuela que por muitos anos foi considerada economicamente estável sofreu bastante com a chegada da crise, principalmente por ter como base econômica a exportação de petróleo e minérios, o preço do petróleo despencou à valores alarmantes e afetou profundamente o país, que mesmo com a aplicação de muitas medidas anticíclicas sofreu bastante com esta crise e devido a uma sucessão de crises internas permanece até a atualidade em situação crítica.

Abstract This research addresses a brief economic history of three countries in Latin America, Brazil, Chile and Venezuela, with the objective of analyzing the impacts that the 2008 world crisis has on each of the countries, as well as the results that the pre and post crisis measures. affected the economies at the beginning, during and supposed end of the crisis in each country. A REAÇÃO À CRISE 23 2. A RETOMADA DO EQUILÍBRIO PRÉ CRISE 25 2. O ÂMBITO FISCAL 28 2. A CONSOLIDAÇÃO DO MERCADO INTERNO E A REDUÇÃO DA TAXA DE DESEMPREGO 31 2. MEDIDAS A PARTIR DA CRISE 32 CAPÍTULO 3 35 3. CAPÍTULO I O presente capítulo tem como objetivo analisar os motivos que levaram a crise de 2008 eclodir, e também os impactos nas instituições e economia norte americana. A crise de 2008 foi algo que atingiu a economia mundial de surpresa, pois como apresenta Holland e Brito (2010 p.

“Tudo indicava que os ciclos econômicos estariam razoavelmente domados e que as boas práticas monetárias e fiscais seriam suficientes para evitar algo como a Grande Depressão dos anos 1930”. Segundo Rebelo (2010 p. a crise financeira de 2008, seria a maior crise financeira desde a quebra da bolsa de nova York de 1929, também conhecida como crise de 29. Como diz Torres (2008 p. existia um grupo de pessoas que não tinham seu patrimônio equivalentes a suas hipotecas ou sequer apresentar documentação mínima para o empréstimo, por estarem morando ilegalmente ou por apresentarem inadimplência nos últimos dois anos. O MERCADO DE SUBPRIMES Inicialmente, era obvio que pessoas sem fundo de garantia e com históricos de inadimplência não conseguiriam obter empréstimos de bancos e instituições tradicionais, pois o risco era alto demais, visto bancos tradicionais para cederem empréstimos a população precisam de âncora cambial, além de estarem sujeitos a e regras taxas do governo, o que encarece as taxas de juros para a população.

Nos EUA, a diversas maneiras de se conseguir financiamento, uma dessas maneiras é através de instituições como Frannie Mae e Fredie Mec, são elas instituições criadas na década de 90, atuando para facilitar para facilitar empréstimos a população, que por sua vez graças as essas instituições não precisam de passar por essa série de restrições de bancos convencionais, pois assim que realizavam um financiamento, essas instituições transformavam essa dividas da população e as transferiam para investidores, como títulos de dividas, sendo assim, não precisariam de uma ancora cambial, então além de possuírem de taxas de taxas de juros menores, possuíam também maior facilidade em ceder créditos, pois em caso extremo de dificuldades financeiras, poderiam contar com um auxílio monetário do governo.

Como aponta Torres (2008 pag. Esse processo era realizado através de agencias de ranks, eram Standard and Poor’s, Moody’s e Fitch as mais conhecidas dessas agencias, ficavam elas responsáveis por categorizar o financiamento dos devedores em categorias baseadas em seu histórico de pagamento. Segundo Torres (2008. Pag. “O processo se iniciava com a transferência de diferentes contratos de hipotecas para um único fundo de investimentos – o mortgage pool. Esse fundo, por sua vez, emitia cotas (tranches) de classes diferentes”. Os fundos de hipotecas formados por CDOs então, poderiam ser compostos por dezenas de milhares de outros tipos de dividas, que seriam agrupados de diferentes formas através de diversos instrumentos de classificação. Através dessa técnica de agrupamento de dividas hipotecarias subprimes, os CDO visavam de maneira geral, diluir os riscos dos investimentos classificados como mezzanine e equity.

Combinando títulos de natureza e riscos diversos nas mesmas categorias esses instrumentos utilizados pelas agências eram capazes de mascarar os riscos reais das hipotecas de subprimes, fazendo com que as mesmas, mesmo possuindo um risco alto de investimento, tivessem ranques maiores, algumas delas chegando até mesmo à classificação de senior. O resultado disso foi uma grande disseminação dos riscos reais das hipotecas, sendo enviadas as mais diversas instituições financeiras, onde atrairiam investimento. Com base nesse processo, os bancos conseguiam com que as dividas alocadas no fundo de CDO que seriam mediados a transformações, originariam novos títulos, essas dividas, que podiam ser de investimento conhecidos como equity, serem realocadas em outras categorias onde até 75% das dívidas colocadas no fundo de CDO seriam transformadas em títulos de classificados como superiores, podendo ser até mesmo reclassificados como senior, ou seja, uma dívida classificada como equity, poderia ser ranqueada como AAA AA ou A, através disso os bancos conseguiam captar recursos a um custo menor.

Foi possivel também para os bancos transferir parte dos risco do investimento para o mercado de capitais e para os investidores, uma vez que vendiam toxic waste classificados com ranques mais elevados devido a complexidade dos mecanismos de CDOs e SIV. Nessa maximação dos lucros agora foi possivel, no mercado de supbrimes de investimento mais arriscados, fazer com que investidores adentrassem nessse mercado incerto de pagamentos, resaltando que as subprimes eram titulos de financiamento cedido a pessoas com historico de pagamentos ruins. A DESSACELERAÇÃO E O INICIO DOS PEJUIZOS NO MERCADO DE SUBPRIMES A desaceleração do mercado de subprime esta relacionado a queda de preços do mercado imobiliario norte americano. Segundo Torres (2008 pag. depois de um acentuado crecimento do mercado imobliario no quarto trimestre de 2005, chegando a venda de mais de 8,5 milhões de imoveis, o mercado começou uma trajetoria de declínio, em 2008 onde a crise estourou de vez atingiram 5,4%, uma queda global de 36,5%, e a queda é ainda mais acentuada no mercado de imoveis novos, onde atingiu uma queda de 61,5 aproximadamente.

Em 2008 o Fundo Monetário Internacional (FMI) foi autor de uma das projeções mais pessimistas da crise, onde segundo levantamentos feito pela instituição, esse prejuízo já estava ultrapassando o valor de 1 trilhão de dólares. O EFEITO DOMINO NOS BANCOS E INSTUIÇÕES NORTE AMERICANAS A economia norte americana possui alguns mecanismos caso haja inadimplências por parte das famílias, as mesmas poderiam entregar seu bem hipotecado aos credores, esse mecanismo é conhecido como “walk away”. Conforme a desvalorização dos imóveis ia progredindo junto a inadimplências de tranches de riscos maiores e menores, era mais provável que os dividendos entregassem seus imóveis aos credores, uma vez que a divida já superava o valor do imóvel hipotecado durante o empréstimo. Com a desvalorização dos imóveis e o aumento da dívida, o número de pessoas tendo seus imóveis pegos pelos credores aumentavam, porem o mercado já de imóveis já estava em deflação, quando os credores adquiriam os mesmos colocavam a venda para garantir liquidez, fazendo com que a desvalorização dos imóveis fosse ainda maior, já que havia muitos casas a venda.

Logo a desvalorização de ativos começou a atingir não só o mercado imobiliário, passou a atingir também o mercado de crédito e a bolsa de valores. Acreditava-se que essa crise era uma crise de liquidez por problemas pontuais de intuições especificas, que começou com Frannie Mae e Frannie Mec. Diante desse cenário, o governo norte americano reduziu suas taxas de juros de 5,25% para 4,25%. Segundo Gontijo e Oliveira (2011 pag. Essa medida foi feita para que auxiliariam as instituições detentoras de ativos tóxicos a recompor suas carteiras e voltar a operar trazendo retornos positivos. Em janeiro de 2009, o governo dos EUA fez outro corte nos percentuais das taxas de juros, um corte de 1,25% que trouxe calmaria momentânea para o mercado, porem cada vez mais era notório o enfraquecimento da confiança, fazendo com que agentes resgatassem seus investimentos, somando a liquidez se tornando cada vez mais restrita no sistema.

Essa medida mostrou a todos o que estava por vir no mercado mundial. Com a queda do Lehman Brothers o mercado inteiro americano começou a fragilizar, pouco tempo depois foi a vez de Merrill Lynch, que também começou a perder valor de mercado e acabou sendo adquirido pelo Bank Of America por apenas 33% do seu valor de mercado afim de evitar declarar falência total. Logo em seguida a seguradora AIG também começou a enfrentar vários problemas de liquidez pois a mesma possuía grande parte de seus ativos em carteiras e títulos ligadas a instituições que haviam falido. Esse efeito domino é explicado por Gontijo (2011 pag. onde em um mercado global desregulamentado um banco possui ativos de outras instituições em seu portifólio, sendo assim a quebra de um banco causa impactos severos em outras instituições, além de investidores ficarem receoso em investir naquela economia.

Segundo Mercadante (2009) o governo disponibilizou recursos para o financiamento das exportações e para cobrir compromissos externos das empresas, num montante superior a US$45 bilhões. “Os bancos públicos ampliaram a oferta de crédito, adicionaram-se R$100 bilhões aos recursos do BNDES destina­dos ao financiamento de investimentos e liberou-se uma parcela de R$99,2 bilhões do compulsório para reforçar a liquidez do sistema bancário. Ampliaram-se também os recursos para o Plano Safra e para o financiamento habitacional destinado aos setores médios. O reajuste do salário mínimo foi antecipado, injetando R$27 bilhões na economia, e estendeu-se a sete semanas a cobertura do seguro desemprego. Mo­dificou-se a tabela do imposto de renda para beneficiar os contribuintes de menor capacidade econômica e ampliou-se a abrangência do Bolsa-Família.

O G3 (Brasil, Índia e África do Sul) contribuiu para o crescimento do peso do país no cenário mundial principalmente no que tange a negociações comerciais. A criação do G22 na Organização Mundial do Comércio que transformou-se em G-8 e posteriormente em G-20 incorporou países em desenvolvimento ao fórum de governança global, o que converteu o Brasil num ator internacional de primeira linha que determinou muito da expansão e diversificação no comércio internacional. Entre 2003 e 2008 nossas exportações apontaram um crescimento de 228%, de US$ 60,4 bilhões no ano de 2002 para US$ 197,9 bilhões no ano de 2008. O saldo comercial acumulado de US$ 215 bilhões permitiu cobrir o déficit estrutural e reverter o cenário de constante endividamento externo.

GRÁFICO 7 - SALDO DA BALANÇA COMERCIAL NACIONAL EM 2009 Fonte: Fonte: IPEADATA/ANFAVEA Nossa divida internacional foi intensamente reduzida de 45% do PIB em 2002 para 17% do PIB em 2008 conforme expresso pelo gráfico do Banco Central abaixo: GRÁFICO 8 Fonte: Banco Central do Brasil “A convergência desses três vetores – dinamização-diversificação das expor­tações, reversão do endividamento externo e aumento das reservas –, reduziu signifi­cativamente a exposição cambial da economia, suas necessidades de financiamento externo e sua vulnerabilidade diante de choques externos e explica por que, apesar da magnitude da atual crise, o país pode administrar com consistência os desequilí­brios ocorridos nessa esfera. A CONSOLIDAÇÃO DO MERCADO INTERNO E A REDUÇÃO DA TAXA DE DESEMPREGO Notou-se que de modo significativo essas políticas adotadas pelo Governo influenciaram diretamente na redução e até mesmo reversão do quadro de concentração de renda e desigualdades sociais, bem como a elevação de nossa capacidade de investimento e aumento da produção.

Entre 2003 e 2008 o crescimento do PIB duplicou em relação aos anos de 1990 e 2002. Em 2006 a taxa de desemprego aberto nas regiões metropolitanas caiu de 11,7% (2002) para 7,9% (2008). Já os empregos formais acumularam um montante de 7. de novas vagas de trabalho elevando nossa taxa de trabalho formalizado para 60,9% contra a anterior 57,1% em 2003. E DO IOF NOS FINANCIAMENTOS DE MOTOCICLETAS, MOTONETAS E CICLOMOTORES. TENDÊNCIA DE AUMENTO DAS VENDAS DE CARROS NACIONAIS DE JANEIRO A OUTUBRO DE 2009; E DAS VENDAS DE VEÍCULOS, MOTOS E AUTOPEÇAS A PARTIR DE DEZEMBRO DE 2008. Agricultura QUEDA NA PRODUÇÃO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS A PARTIR DE OUTUBRO DE 2008 ATÉ FEVEREIRO DE 2009. ANTECIPAÇÃO DE CRÉDITO DE R$ 5 BILHÕES PARA FINANCIAMENTO DA SAFRA AGRÍCOLA A PRODUÇÃO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS EM 2009, QUE INDICA O NÍVEL DE ATIVIDADE ECONÔMICA NA AGRICULTURA, FOI INFERIOR À PRODUÇÃO MENSAL DE 2008, EXCETO EM DEZEMBRO.

A RESTRIÇÃO AO CRÉDITO, A DIMINUIÇÃO DA PROCURA MUNDIAL POR PRODUTOS AGRÍCOLAS E A CONSEQUENTE QUEDA DOS PREÇOS DAS COMMODITIES AGRÍCOLAS EXPLICAM A TÍMIDA RECUPERAÇÃO DO SETOR. O Brasil conseguiu de fato enfrentar tempos difíceis com louvor, atravessou o mar turbulento da crise com o máximo de equilíbrio possível sentindo os impactos de forma menos intensa do que o restante do globo. CAPÍTULO 3 OS EFEITOS DA CRISE NA AMÉRICA LATINA – CHILE Ffrech (2012) aponta que turbulência trazida pela crise causou um impacto significativo principalmente na demanda agregada, sendo que o produto e a demanda doméstica ficaram estagnadas no quarto trimestre do ano de 2008 e continuou caindo exponencialmente até o terceiro trimestre de 2009 chegando a despencar até 8%.

O declínio da demanda foi expresso pela paralisação no crescimento do consumo privado e redução dos investimentos apesar dos esforços das medidas anticíclicas implementadas por meio da política fiscal. Desde o início do ano de 2004 até o terceiro trimestre de 2008 o consumo durável cresceu a taxas médias anuais de 19% e na sequência caiu 14% nos três trimestres seguintes. O fato é que mesmo sem a crise das finanças internacionais a moderação na taxa de crescimento e uma mudança em sua composição seriam necessários visto que os gastos estavam crescendo bem acima do produto durante vários trimestres, o que estava afetando diretamente no excessivo aumento da taxa de câmbio implicando num preocupante desvio de consumo para bens importados.

A APEX (2010) - Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos destaca que nos últimos anos o Chile recebe reconhecimento por sua estabilidade e abertura econômica. Geograficamente o Chile é um país favorecido no que tange ao comércio com países do oceano pacífico. No ano de 2010 o Chile possuía vinte e três acordos comerciais com aproximadamente sessenta países. Os laços comerciais formados com estes países superam e muito os laços com países vizinhos, isso se dá devido ao histórico de conflitos com os países vizinhos, principalmente Bolívia e Peru que perderam parte de seus territórios após a Guerra do Pacífico. O censo de 2012 apontou uma população de aproximadamente 16 milhões de habitantes no Chile (hoje já passam dos 19 milhões).

Entre os anos 2000 e 2010 quinze acordos comerciais foram firmados. No ano de 2007 os riscos iminentes da crise tornaram-se reais no cenário externo e interno gerando complicações na administração macroeconômica, pela primeira vez desde 2001 a inflação superou o índice estabelecido como meta de 4% e as quedas nas exportações foram significativamente inevitáveis. Já no ano de 2008 no auge da crise agravou-se a contratação da demanda agregada, seguida pela queda produção e do emprego formal. Segundo informações do Banco Central do Chile (2014), o PIB chileno passou US$ 173. em 2007, para US$ 172. Tanto o PIB como as exportações voltaram a crescer e a inflação retomou ao patamar da meta. RECUPERAÇÃO NOS ANOS 2009 E 2010 Após os impactos da crise, no decorrer do ano de 2009 o choque inicial foi gradativamente sendo compensado pelo crescente impulso positivo das políticas internas adotadas com foco em moderar os efeitos adversos no crescimento e nos indicadores sociais.

A recessão de 2008 somado à queda do PIB e a vasta destruição causada por um intenso terremoto em 27 de fevereiro de 2010 (27-F) geraram uma abertura para aumento no PIB com base na recuperação e um novo PIB potencial. Conforme Ffrech (2012) no último bimestre de 2009 o que prevalecia era o impulso reativo com a recuperação da atividade econômica, passando de -2,9% para 4%. Este crescimento foi significativamente interrompido, de forma temporária devido ao terremoto de 27 graus F. Com isso, as diversificações das exportações sofreram uma estagnação e falhas determinaram este resultado. O objetivo de sustentar o crescimento econômico contra os fluxos de preços voláteis de exportação, exigiam o uso de uma diversidade de instrumentos de política anticíclica. No caso do Chile, a combinação de instrumentos equivalentes aos impostos para tentar impedir entradas especulativas, a operação de divisas com intervenção intramarginal e o deperecimento dos efeitos das entradas monetárias de capital, funcionaram de forma efetiva durante o primeiro semestre a partir dos anos noventa.

Resultou numa contribuíram para criar um ambiente macroeconômico favorável para o crescimento do PIB e do emprego e reduziu as chances de apreciação desequilibrada da taxa de câmbio, mantendo assim sob controle a vulnerabilidade que causou estragos na Argentina e no México em 1995 (Ffrench-Davis, 2005, capítulo VI). CAPÍTULO 4 – CONTEXTO DA VENEZUELA Comprovadamente a Venezuela possui a maior reserva de petróleo do mundo, o que representa 17% de todo o petróleo do globo. No entanto, após Washington mostrar desfavor à prática, a Venezuela flexibilizou a clausula de modo a usá-la somente contra Cuba, agindo de acordo com interesses americanos. Essa segregação da Venezuela fez com que eles aderissem de forma tardia ao GATT (Acordo Geral Sobre Tarifas), à Comunidade Andina e a outros organismos multilaterais, deixando evidente sua falta de inciativa no cenário global.

Este isolamento passou a ser parcialmente revisto em momentos tempestuosos, como no final da década de 80 quando o preço do petróleo caiu devido a sua abundância, somada à crise da dívida, gerou uma superficial mudança de estratégia na política externa. Ao poucos as relações privilegiadas com os EUA foram sendo substituídas por uma estratégia mais realista, onde o Caribe e América do Sul passaram a ocupar um lugar de destaque na compra dessa commodity. No entanto, ainda com esta modesta mudança de estratégia a Venezuela continuou a basear-se nos interesses dos EUA, tornando-se junto com a Colômbia um dos aliados mais fiéis. Segundo Gonçalves (2009), o primeiro processo de ruptura de que se tem registro foi a eleição de Hugo Chávez em dezembro de 1998.

A reforma constitucional culminou em novas eleições em julho de 2000, por meio da qual Chávez foi novamente eleito para governar até 2006 e neste ano foi mais uma vez eleito para um mandato até 2013. Os primeiros 5 anos do governo de Chávez foram destacados por forte oposição liderada pelo setor empresarial, principalmente pela Federação de Associações Patronais (Fédecamaras) dirigida pelas grandes empresas. Nos anos de 2002 e 2003 houveram greves no setor de petróleo que impactaram negativamente na produção e na renda do país. Após o golpe de estado fracassado de 2002, a Venezuela entrou num novo ciclo de desenvolvimento econômico, social e institucional, beneficiando-se da fase ascendente do ciclo econômico externo. O petróleo é uma fonte importantíssima para a expansão e é a principal base fiscal do país.

No gráfico a seguir, notamos que no período de apenas um ano (2008-2009) o preço do petróleo despenca drasticamente de S$ 140,00 para S$ 40,00. Volta a se recuperar razoavelmente, porém em 2015 apresenta nova queda, ainda mais abrupta do que a queda de 2008: Gráfico 14 A Venezuela sofre um aprofundamento na crise econômica, política e social no ano de 2014, grandiosas manifestações tomaram conta do país, tomando as ruas das principais cidades devido falta de produtos básicos para subsistência da população, o então presidente Nicolás Maduro passa a conduzir as manifestações de forma repressiva. HISTÓRICO DAS RELAÇÕES COMERCIAIS ENTRE VENEZUELA E BRASIL No contexto histórico dos dois países as relações comerciais e politicas entre sim sempre foram diminutas, ambos no início de suas histórias eram colônias da Espanha e de Portugal, desta forma, suas funções eram apenas prover insumos aos seus colonizadores, além disso, ambos produziam os mesmos tipos de produtos e isso contribuiu para que se mantivessem sem estreitar laços até mesmo após a independência.

As duas economias possuem a característica a concentração territorial do desenvolvimento em locais opostos de seus territórios, o Brasil possui volume demográfico e econômico no centro-sul do território, enquanto a Venezuela possui essas características na região norte do país ao longo da região do litoral, por consequência o contato na fronteira é inexpressivo do ponto de vista econômico. Já a Venezuela, embora tenha sido considerada uma economia estável por muitos anos, foi fortemente afetada pela queda do preço do petróleo e suas sucessivas crises internas dificultam que o país se recupere. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SINGER, Paul. A América latina na crise mundial. São Paulo: Estudos Avançado, 2009. Disponível em <http://www. jun. Disponível em:<https://bell.

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