A indisciplina na Educação infantil:Causas e consequências

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Para que seja possível atingir sucesso nesta investigação traçou-se como objetivos: Refletir sobre a indisciplina como fator de perdas na aprendizagem; compreender a importância da família no intuito de amenizar tal problemática e; destacar a ação docente neste percurso. Na intenção de compilar de forma mais fidedigna tal proposta, utiliza-se a pesquisa bibliográfica de caráter descritivo por se propor a estudar, registar, analisar e interpretar a realidade a ser investigada baseada nos achados de alguns aportes teóricos. Abordar está problemática não é algo fácil levando em consideração a pouca literatura sobre este tema. Nem tampouco colocar em evidência o mal comportamento doa alunos. Entender esse assunto é propício pois na dimensão do campo social em que os alunos estão inseridos levanta grande discussão.

Para que seja possível atingir sucesso nesta investigação traçou-se como Objetivos: Refletir sobre a indisciplina como fator de perdas na aprendizagem; compreender a importância da família no intuito de amenizar tal problemática e; destacar a ação docente neste percurso. Na intenção de compilar de forma mais fidedigna tal proposta, utiliza-se a pesquisa bibliográfica de caráter descritivo por se propor a estudar, registar, analisar e interpretar a realidade a ser investigada baseada nos achados de alguns aportes teóricos. A INDISCIPLINA COMO FATOR DE PERDAS NA APRENDIZAGEM Entender a escola, conhecer os indivíduos que dela fazem parte, possibilita uma melhor compreensão do sentido que se dá a indisciplina que tanto faz parte da vivência da escola. Observando o contexto em que se insere a história da educação brasileira, verifica-se que as atribuições aplicadas à educação, foram sendo retiradas gradativamente da igreja, da família e sendo depositada no colo da escola.

Portanto, o próprio desenvolvimento da história da humanidade deu-se no surgimento da criação e da manutenção das instituições que seriam capazes de ofertar informação e preparar o indivíduo para a vida em sociedade. As situações de conflito que se desenvolvem com a indisciplina acarretam a vida diária do professor um alto grau de estresse e descontentamento com o trabalho em sala de aula. A desmotivação na profissão tem sido cada vez mais percebida pois um grande número de docentes começam a prestar concurso para outras áreas visando abandonar em definitivo a profissão. De acordo com Vasconcellos (1996, p. “Um dos causadores do enfrentamento da problemática disciplinar é que o educador não dispõe de uma concepção, de um método, de uma ferramenta eficiente.

Sem apoio vê-se lutando sozinha contra a maré. Conforme se interpreta do exposto acima, a indisciplina afeta o aprendizado dos alunos, já que os alunos indisciplinados além de não conseguirem ter concentração nas aulas, eles também não permitem o progresso dos demais, pois impedem que os outros se foquem na aula e em suas atividades. CONCEITO, CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DA INDISCIPLINA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Para se entender o que é a indisciplina infantil é necessário primeiramente demonstrar o que é a disciplina segundo conceituam alguns autores. Nesse sentido, Parrat-Dayan (2016) define: Em geral, o conceito de indisciplina é definido em relação ao conceito de disciplina, que na linguagem corrente significa regra de conduta comum a uma coletividade para manter boa ordem e, por extensão, a obediência à regra.

Evoca-se também a sanção e o castigo que se impõem quando não se obedece à regra. Assim, o conceito de disciplina está relacionado com a existência de regras; e o de indisciplina, com a desobediência a essas regras. Para Picado (2009) as regras existentes nas escolas são as determinantes para delinear a conduta das crianças, e a esse conjunto de obrigações é denominado de disciplina escolar. Logo, deduz-se que disciplinar significa o estabelecimento de imposições que devem ser respeitadas, buscando moldar o comportamento dos alunos. Acrescenta-se ainda que a disciplina pode ser entendida como uma conduta do aluno esperada pelo docente (ANTUNES, 2002). Portanto, a disciplina também pode ser vista pela ótica do professor, quando este espera por determinado comportamento do aluno e que considera como sendo disciplinado.

Antunes (2002, p. Sendo assim, a disciplina vem para contribuir com a formação do caráter das crianças já que sua moral é moldada pelas normas ditadas. DURKHEIM, 2008, s/p). Conforme afirmam Vasconcelos (2002), a disciplina na escola baseia-se em um mecanismo que visa estabelecer limites e corresponde à vontade de um determinado grupo de pessoas. Portanto, verifica-se que a disciplina não é algo que é imposto apenas por uma pessoa, pelo contrário, traduz-se em ideais impostos por certos grupos sociais. O ato de disciplinar significa concomitantemente o de impor limites, e em consequência disso, quando a criança não tem limites isso gera a indisciplina. uma instabilidade e ruptura no contrato social da aprendizagem. Ela é, assim, uma força que atua no tecido da relação entre educadores e alunos (.

Portanto, a indisciplina verifica-se quando o aluno não está comprometido com o processo de aprendizado fazendo com que interfira negativamente na relação professor/aluno. Antunes (2002) traz o que é indisciplina ao definir a sala indisciplinada, por meio de três fatores. O primeiro diz respeito ao empecilho da indisciplina na sala como forma de prejudicar o ensino do professor, o que gera dificuldades no processo de conhecimento do aluno. Por isso, a falta de disciplina não está correlacionada apenas à infringência dos preceitos a serem observados, mas pode estar associada também a uma fragilidade na interação entre a escola, os alunos e as matérias. Garcia (2008, p. afirma que “um aluno indisciplinado seria não somente aquele cujas ações rompem com as regras da escola, mas também aquele que não está desenvolvendo suas próprias possibilidades cognitivas, atitudinais e morais”.

Portanto, a indisciplina não é só a desobediência às normas, mas ela também está presente quando o próprio aluno se prejudica. Parrat-Dayan (2016) traz alguns exemplos de como a indisciplina pode se apresentar, afirmando que: Os problemas de indisciplina traduzem-se de diferentes maneiras. Cumpre frisar que a indisciplina tem motivos geradores de sua existência. E assim, há diversos fatores que podem levar à indisciplina conforme dizem Vergés e Sana (2012): O que devemos entender é que nenhum aluno nasce indisciplinado; ele se torna indisciplinado em determinadas situações, dependendo do sentido da indisciplina para ele naquele momento, com vários fatores que possam levá-lo a agir dessa forma. VERGÉS E SANA, 2012, p. Pelo exposto, não há como a criança nascer indisciplinada, já que o comportamento inadequado é um processo de formação.

Sendo assim, a indisciplina vai se desenvolvendo na criança conforme as circunstâncias em que ela passa a estar inserida. Ou seja, muitas crianças permanecem na escola devido a tal incentivo, sem a devida preocupação, por parte de alguns pais, com a educação de seus filhos, as prioridades são em relação ao incentivo. PIMENTA, 2012, p. Diante do supra exposto, os pais por receio de perderem o incentivo financeiro do governo obrigavam os filhos a frequentarem as escolas. Alguns deles só pensavam na bolsa família sem levar em conta a importância da educação para seus filhos. Por essa razão é notória a falta de comprometimento de certos pais em razão do interesse naquilo que lhes favoreciam. Sendo assim, a criança que não sabe obedecer aos preceitos estabelecidos nem consegue se sujeitar a quem tem autoridade sobre ela, se comporta dessa maneira porque os seus pais não souberam discipliná-las.

Oliveira (2009) também traz a responsabilidade da falta de disciplina das crianças aos próprios pais quando: [. o excesso de mimos, a superproteção e a permissividade por parte dos pais/responsáveis também acarretam problemas de comportamento nessas crianças em casa e na escola. A criança educada dessa forma acha que todos estão a seu dispor para atendê-la e que não tem regras a seguir, tudo gira ao seu redor, ela é o centro das atenções. OLIVEIRA, 2009, p. Segundo enuncia Oliveira (2009) ainda que a mídia gere essa influência, há quem afirme que a culpa é dos pais por não dar limites aos filhos e impedi-los de assistirem programas inapropriados à sua faixa etária. Com isso, a autora atribui aos pais a responsabilidade de evitar que suas crianças vejam conteúdos inadequados nas redes televisivas.

Pelo exposto, incumbe aos genitores o compromisso de observar aquilo que seus filhos veem na mídia e que possa influenciar em seus comportamentos. Vale acrescentar ainda que segundo Parrat-Dayan (2016): Os meios televisivos não são agressivos em si, mas expressam e são espelho de aspectos agressivos de uma sociedade. Há diferentes estudos mostrando que a TV não gera, diretamente, a violência, mas coloca o sujeito na situação de insensibilidade perante a violência. O problema é que a escola não é um meio de comunicação como os outros. Os meios de comunicação têm como objetivo a difusão da informação e o objetivo de um professor é que a criança adquira o conhecimento acumulado em certos campos do saber. Além do mais, o professor não é um animador de plateia e o aluno não é um espectador que escuta, mas um sujeito ativo, corresponsável e associado no contrato pedagógico.

PARRAT-DAYAN, 2016. p. Sendo assim, é preciso que professores, família e comunidade tenham claro que a escola precisa contar com o envolvimento de todos. SOUSA, 2008, p. A responsabilidade do ensino é do professor, porém também é da família e sociedade, ou seja, é de todos. Assim, depreende-se que a criança não pode ser educada apenas pela instituição escolar, mas a educação é uma incumbência também dos pais e da própria sociedade. Isso ocorre porque a criança assimila como deve se comportar em qualquer meio que esteja inserida. Isso porque o professor tem uma formação para ajudar o aluno no processo de aprendizagem, em consonância com os incentivos públicos para o ensino escolar. Já os pais, não precisam de uma formação acadêmica para educar seus filhos, pois têm sua própria forma de ensiná-los.

A autora ainda acrescenta que mesmo os professores se deparando com alguma situação inusitada que sai do previsto na sua preparação acadêmica não faz com que tomem a posição que deve ser exercida pelos pais. Ela continua afirmando mesmo que cada um tenha seu papel, ambos perseguem o mesmo objetivo. Entretanto, o professor também pode ter culpa no mau comportamento da criança, pois segundo Parrat-Dayan (2016, p. Outra causa que pode ser vista é no que diz respeito ao próprio ambiente escolar, uma vez que segundo Oliveira (2005, p. turmas numerosas, escolas superlotadas, falta de material didático, sistema de avaliação do rendimento dos alunos, trabalhos burocráticos excessivos, remuneração insatisfatória, dentre outros. Há, também, fatores de estrutura física da escola como: edifícios impróprios e degradados, sala de aula apertada, com pouca ventilação e pouca iluminação, sala que sofre interferência do barulho de fora, etc que, com certeza, irão interferir negativamente no comportamento dos alunos.

LIVEIRA, 2005, p. A referida autora faz menção a fatores que afetam o psicológico do aluno, e dentre eles está o ambiente físico da instituição. A diferença cultural na sala de aula pode gerar a indisciplina, em especial, quando o aluno não sabe as regras da cultura do docente. Portanto, por ter diferenças culturais em sala, as crianças podem não compreender aquilo que o professor impõe a elas. As causas para a indisciplina podem ser externas ou internas. As causas externas podem ser vistas na relativa influência dos meios de comunicação, na violência social e também do ambiente familiar. O divórcio, a droga, o desemprego, a pobreza, a moradia inadequada, a ausência de valores, a anomia familiar, a desistência por parte de alguns pais de educar seus filhos, a permissividade sem limites, a violência doméstica e a agressividade de alguns pais com os professores podem estar na raiz do problema.

Com isso, a sociedade interfere na conduta das crianças, posto que ela passa a adotar valores que destoam de uma vida regrada. O meio social acaba sendo outro fator que propicia a atitude indisciplinada, já que vem demonstrando pouco valor àquilo que é imprescindível à disciplina, que é a obediência às imposições determinadas. Sobre a interferência social cabe trazer o exposto por Parrat-Dayan (2016): Na realidade, a escola não está isolada da sociedade. Ao contrário, ela reproduz os problemas da sociedade em escala reduzida: falta de comunicação, pobreza, marginalização, intolerância, perda de valores, fatores todos que desembocam numa espécie de analfabetismo emocional. PARRAT-DAYAN, 2016, p. Conforme Basso (2010) antigamente não era permitida a participação dos alunos em sala de aula: Os alunos eram punidos de forma rígida.

As regras disciplinares se caracterizavam principalmente pela determinação e fiscalização do corpo e da fala. O silencio nas aulas deveria ser total e, fora delas, contido. A disciplina era imposta de forma autoritária, a base de ameaças, castigos, medo e coação. As atitudes contrárias a essas recomendações eram consideradas grandes indisciplinas, e tratada com total rigor. BASSO, 2016, p. Busca-se reforçar as regras às crianças, por meio de repetições, o que permite incentivá-las a memorizar as determinações trazidas pelo professor. Por isso, fica mais fácil assimilarem aquilo que lhes é imposto. Dessa maneira, pode-se depreender que as regras se tornam inerentes à consciência das crianças, que acabam cumprindo-as sem muita resistência. Vasconcellos (2009) traz como solução para a indisciplina o ato de dialogar, reconhecendo-o como um meio de reforçar os relacionamentos e apaziguar os conflitos existentes em sala de aula.

Porém, essas regras não podem ser exageradas, pois afetaria diretamente o desempenho da criança, impedindo sua liberdade de expressão. A PRÁTICA DOCENTE DIANTE DA INDISCIPLINA NA EDUCAÇÃO INFANTIL A indisciplina dentro da escola e mais precisamente dentro da sala de aula é um evento que tem ganhado cada vez mais notoriedade e apresentado danos evidentes na aprendizagem de inúmeros alunos e desmotivado cada vez mais um grande quantitativo de professores. É como nos destaca Amado (1999, p. “quando falamos de indisciplina, não falamos de um mesmo fenômeno, mas de uma diversidade de fenômenos por detrás de uma mesma significação”. Os professores devem ser cooperadores do ensino, estimulando a aprendizagem das crianças ao se relacionar com elas em busca de dar limites, sem deixar que os alunos faltem com respeito às normas que são estabelecidas pela escola.

No caso de ser desrespeitado, restabelecer os limites (não entrar no círculo vicioso do desrespeito). VASCONCELOS, 2004, p. O respeito entre professor e aluno deve ser um hábito, além de que tal respeito precisa também estar presente entre os alunos, e isso deve ser estimulado pelo docente. Ademais, quando o aluno é desobediente e insubmisso, ou seja, passa a desrespeitar há a necessidade da imposição de limites. Os professores têm grande contribuição na educação da criança e em consequência na formação da conduta desta, segundo afirma Kramer (apud Vergés e Sana, 2012): Outro fator importante a ser destacado no ambiente escolar é o relacionamento professor-aluno, que possivelmente é o mais importante, pois nesse estágio o professor pode ser o primeiro adulto, fora da família, a desempenhar um papel central na vida da criança.

VERGÉS E SANA, 2012, p. Conforme o exposto, a atitude dos educadores deve ser de tal forma que eles possam ter autoridade, mas sem que isso os impeça de ter uma comunicação tranquila com as crianças. Diante disto, os professores devem escutar e compreender o que as crianças estão comunicando, pois isso facilitará o relacionamento entre eles, fomentando o processo de conhecimento dos alunos. O professor não pode tentar fazer o aluno acompanhar o seu ritmo de aprendizagem, mas deve se adequar ao da criança, para que não crie uma relação baseada só em passar informações sem se preocupar com o real aprendizado. Dessa forma, o professor deve criar uma relação de afeto, para que a aula se torne mais prazerosa, sem comprometer o ensino, e sem prejudicar o comportamento das crianças.

Alunos indisciplinados geralmente não aprendem nada, não participam das atividades e só tentam a todo custo chamar a atenção de tudo e de todas. A maioria dos docentes, prefere chamar os pais na escola para que juntos possam entender como buscar soluções de forma positiva para superar e ajudar o aluno. O ideal para se prevenir uma conduta desregrada da criança parte do próprio professor, uma vez que este deve ser democrático à medida que se importa com a opinião dos alunos, permitindo as suas participações em sala de aula. Com isso, demonstra-se confiança nos alunos de que eles podem se relacionar bem uns com os outros e inclusive com o docente. Além disso, outra forma de evitar a falta de disciplina é negociar as regras que embasam as suas relações.

n. p. ANTUNES. C. Professor bonzinho igual aluno = aluno difícil: a questão da indisciplina em sala de aula. ed; São Paulo: Summus, 1996 a. J. G. A desordem na relação professor – aluno. In: Aquino,Júlio. Dissertação (Mestrado) – Universidade de Brasília, Brasília, 2016. BOARINI, Maria Lucia. Indisciplina escolar: uma construção coletiva. Psic. Esc. Julio Gropa (Org. Indisciplina na escola: alternativas teóricas e prática. São Paula. Summus, 1996. DURKHEIM, E. Curitiba. Anais. Curitiba: PUCPRR, 2013. p. J. jan. abr. KRAMER, S. A infância e sua singularidade. In: BEAUCHAMP, J. G. As atitudes dos professores relacionados à indisciplina escolar. fl. Dissertação de Mestrado em Educação-Universidade do Tuiuti do Paraná, Curitiba, 2005. PARRAT- DAYAN, Silva. PIMENTA, Kedna Gomes. A indisciplina na percepção de educadores e algumas possibilidades.

Disponível em: http://facos. edu. br/publicações. In: ARANTES, Valéria Amorim. Org). Afetividade na escola: alternativas teóricas e práticas. Ed. São Paulo: Summus, 2008. Disciplina: Construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola. Cadernos pedagógicos do Libertad v. São Paulo: Libertad, 2009. Celso S. In)disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola. WERNECK, Hamilton. Professor, profissão perigo. Petrópolis. DP. Et, Allii editora.

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