A escolarização de jovens e adultos(EJA)
Tipo de documento:Revisão Textual
Área de estudo:Estatística
A ESCOLARIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS INTRODUÇÃO A importância da educação acessível e de qualidade é uma concepção formada a partir do processo de compreensão da história educacional do Brasil. Nesse contexto, alfabetizar jovens e adultos não se trata somente de uma dedicação ao processo de ensino aprendizagem, mas, prioritariamente, a um processo de socialização desses indivíduos que compartilham de uma realidade social excludente, marcada por falta de oportunidades e ocupantes da classe menos favorecida do país. Para que se compreenda que a educação pública e popular é uma urgência ainda permanente na construção política e social brasileira, é necessário compreender que na construção histórica da educação do país, na realidade, a prioridade sempre foi a educação que privilegia a classe dominante, quando no período colonial e no período escravocrata só tinha acesso à educação os filhos da realeza, os filhos dos senhores de engenho, que, por consequência, formavam-se, em sua maioria, médicos e advogados.
De acordo com FRIEDRICH, BENITE e PEREIRA (2010), o processo de escolarização no Brasil foi resultado das necessidades da coroa portuguesa em ter pessoas especializadas para atuarem como espécie de empregadas das suas demandas educacionais, além de atuarem burocraticamente nas ações movidas pelo Estado. Segundo eles, esse processo de alfabetização dos indígenas é resultado de uma catequização forçada realizada por vias de um processo colonizador, onde incutia na cabeça dos nativos o conhecimento europeu e uma língua até então não conhecida, fazendo com que esses nativos passassem, forçadamente, por um processo de aculturação. Mais que isso, percebeu-se que a comunidade não escolarizada sentia-se conformada com a situação que lhes era imposta, passando a viver somente dedicado ao trabalho braçal fabril e rural, desistindo de seguir com o processo de aprender a ler e escrever.
Somente em 1934 é que o processo de reformulação da educação no Brasil tem um avanço considerável, quando o Estado encara como um dever o investimento em ensino primário integral, de acesso à população e com obrigatoriedade de frequência estendida para a população adulta. A partir de então, e nos governos seguintes, algumas pautas educacionais são tratadas com mais vigor e seriedade, encarando o problema do analfabetismo no Brasil como um problema governamental, mais ainda quando, no período de 1940, a realidade do país é praticamente 50% da população em condição de analfabetismo (FRIEDRICH et al, 2010), num momento de transformação no campo do mercado de trabalho, com a instauração de escolas de ensino tecnológico que propunham a profissionalização de jovens para inseri-los no mercado de trabalho.
A década de 40 foi marcada por grandes transformações e iniciativas que possibilitaram avanços significativos na educação e por consequência na EJA. A criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) vem corroborar com a intenção da sociedade capitalista e dos grupos econômicos dominantes: sem educação profissional não haveria desenvolvimento industrial para o país. PALÁCIOS, 1995 et al, apud FRIEDRICH, BENITE, PEREIRA, 2010 p. Por consequência, mesmo existindo pesquisadores que discordem dessa concepção, o programa Ensino Supletivo é modificado para Educação de Jovens e Adultos, tornando-se uma modalidade institucionalizada, com a redução de idade mínima, reformulação curricular e novas perspectivas voltadas para a elucidação do processo de ensino aprendizagem. No entanto, é somente no período do Governo de Luís Inácio Lula da Silva que olhares mais atentos são voltados para o processo de ensino aprendizagem e transformação de uma educação popular e prioritária para jovens e adultos.
Nesse contexto, de compreensão da construção da educação no Brasil, resultando na Educação de Jovens e Adultos (EJA) o profissional docente precisa compartilhar da importância dos avanços em torno da formação de uma educação popular, e não somente isso, mas também compreender que mesmo com os avanços, a realidade vigente ainda está longe de um modelo perfeito de educação inclusiva e acessível. É preciso lançar propostas para reverter o quadro e compartilhar de uma educação que beneficie o processo de ensino aprendizagem voltado para não somente tornar letrada as pessoas analfabetas, mas também, trazer para elas um senso crítico capaz de despertar o interesse em conhecer mais de si mesmos e da realidade em que vivem, para que assim se auto reconheçam como seres pertencentes ao tão sonhado processo de democracia do país.
Esses números são resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) referentes ao levantamento no ano de 2016. Nessa constatação, a região Nordeste do país corresponde à maior taxa de analfabetismo, com uma diferença significativa comparada à região Sudeste e Sul. Entre os dados estatísticos há uma distinção entre sexo, cor e idade e, com relação à essa constatação, os homens estão à 0,4% a mais no índice de analfabetismo comparado às mulheres; sobre a cor da população, as pessoas negras estão a 5,7% a mais com relação à pessoas brancas e o maior índice de não escolarizados estão entre os adultos de 40 à 60 anos, como mostra o gráfico abaixo. As metas estabelecidas pelo Plano Nacional da Educação (PNE) foram visivelmente não atingidas, quando se refere à erradicação do analfabetismo, principalmente em Estados com maiores vulnerabilidades e difícil acesso à educação de qualidade, como os Estados da região Nordeste.
Para entender isso basta conhecer o que compete à Meta 9 do PNE, que corresponde à elevar a taxa de alfabetização da população com faixa etária de 15 anos ou mais para aproximadamente 90%, além de 1 Dados extraídos do Portal do Ins tuto Brasileiro de Geografia e Esta s ca (IBGE), em 15 de maio de 2018. Existem muitos motivos que levam esses adultos a estudar, como, exigências econômicas, tecnológicas e competitividade do mercado de trabalho. Vale destacar, que outras motivações levam os jovens e adultos para a escola, por exemplo, a satisfação pessoal, a conquista de um direito, a sensação da capacidade e dignidade que traz auto estima e a sensação de vencer as barreiras da exclusão. p. No Brasil, o analfabeto vivencia uma espécie de dicotomia, caracterizada pela ideia de ser alguém que não precisa ler para desenvolver seu trabalho e, também, não lê pois teve seu direito à alfabetização negado no decorrer da vida, quando não era prioridade dedicar-se aos estudos pois, para isso, precisava antes exercer um trabalho físico para manter-se economicamente na sociedade e ser inserido nas práticas que competem ao cidadão.
Nesse sentido, o papel do educador estaria em desenvolver um trabalho específico, que contemple a realidade dos seus alunos, pois mesmo seguindo o Plano Nacional da Educação (PNE), as especificidades e regionalismos não devem ser descartados, a vivência e experiências exteriores à pedagogia devem ser incluídas no processo de ensino aprendizagem, quando, por exemplo, o educador se utiliza de um “universo vocabular mínimo”, como diz Paulo Freire (2011), para organizar seu programa de ensino que contemple e construa, junto às experiências do aluno, a sua alfabetização. Desenvolver debates com temas provocativos para instigar o senso crítico e a capacidade de raciocínio dos alunos. CONTEÚDOS: HISTÓRIA – Unidade II O processo colonizador português na América: a crise comercial com as Índias, o escambo com os indígenas, as capitanias hereditárias e o governo geral, as invasões holandesa e francesa.
A economia do açúcar no Brasil Colônia: o processo econômico do engenho, a hierarquia social, os senhores de engenho, as vilas e as cidades, o comércio interno. A expansão interiorana no Brasil: as bandeiras, a descoberta do ouro, os tipos de bandeira, as drogas do sertão, o gado e as missões jesuíticas. A história em face atual: o legado cultural africano no Brasil, o fim da escravidão, o Continente Africano pós-escravidão, As Áfricas do século XXI. proposta O processo econômico do Na engenho. em plataforma do do ensino Início das aprendizagem, o conteúdo dessa atividades: 03 de A hierarquia social, os unidade será passado por meio de setembro de 2018. senhores de engenho, as aulas expositivas de conteúdo, Término das vilas e as cidades.
utilizando-se apenas de recursos de atividades: 26 de O comércio interno. lousa branca e piloto de tinta. O Intuito é estimular atividades: 31 de nos alunos o interesse pela leitura outubro de 2018. recentemente desenvolvida com o processo de alfabetização. Para que ao ler os conteúdos, se sintam capazes de compreender o assunto A história em face atual também através da leitura. O legado cultural africano Para a última parte do conteúdo Início das no Brasil. programático, os assuntos serão atividades: 05 de O fim da escravidão. Participação política no Brasil: a participação popular na história do Brasil, a Ditadura Militar no Brasil, o poder democrático, os movimentos sociais, os partidos políticos e o processo eleitoral. Sociologia e Sociedade: pensando diferente das realidades, a sociologia o trabalho sociológico, relações e interações sociais, socialização, cultura e aculturação, a inserção em grupos sociais: família, escola, igreja, vizinhança, trabalho.
CONTEÚDO: TÓPICOS Sociologia Diversidade população brasileira. Realidade brasileira. REALIZAÇÃO METODOLÓGICO E RESUSOS Para iniciar os conteúdos dessa unidade, Início Diversidade nacional e regional da da social brasileira Violência na PERCURSO de forma lúdica. Miserabilidade social e estatística do desprezo. Início das das atividades: 05 de setembro de 2018. Término das atividades: 26 de setembro de será exposto para os alunos por meio atividades: 03 A Ditadura Militar no Brasil. de aula expositiva. Após exposição de outubro de O poder democrático. pincel de tinta e lousa branca, usados A inserção em grupos sociais: para a exposição do conteúdo. família, escola, vizinhança, Término trabalho. novembro das atividades: 28 de novembro de 2018 Observação: O mês de dezembro é dedicado para a realização do projeto temático intitulado: “Brasil, os avanços educacionais ao longo do tempo”.
Onde os alunos irão desenvolver uma espécie de Workshop, com pesquisas densas realizadas em grupo, culminando em um dia e apresentações das temáticas desenvolvidas durante o mês. Essa atividade será aberta à toda comunidade acadêmica. Sociologia: Introdução à Ciência da Sociedade – 2º grau. Editora Moderna. São Paulo, 2005. COSTA, Emília Viotti da. Da monarquia à república: momentos decisivos. Com direção de Steve McQueen. Disponível em www. megafilmeshd. com. br KOSHIBA, Luiz et al. E, sobre isso, a prática docente se insere em um contexto, também, de resistência. Resistência social às dificuldades de profissionalização, de desenvolvimento das atividades, de investimento em qualificação profissional para a realização do trabalho. Resistência por ir de encontro à um modelo engessado de ensino, modificando as formas de aprendizagem para inserir sempre mais esses alunos na comunidade escolar.
Por propor renovação dos mecanismos didáticos para atender as dificuldades específicas dos discentes. A reflexão aqui realizada é no intuito de expor a importância de se conhecer sobre história da educação no Brasil, as dificuldades e bloqueios de ensino ao longo do tempo, as transformações no programa da Educação de Jovens e Adultos (EJA), as faltas de oportunidades de ingresso em uma educação democrática, os índices alarmantes de analfabetismo no Brasil, jovens e adultos ainda sem acesso à uma educação de qualidade, ou sem acesso à nenhum tipo de educação. rev. atual. – Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011. FRIEDRICH, M. et all. Seção V: Da Educação de Jovens e Adultos. Disponível em: http://www. planalto. gov. br/ccivil_03/leis/L9394.
Revista HISTEDBR On-line. Campinas, 2010.
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