A arte de alfabetizar e letrar

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Assim, encontramos no letramento uma eficaz ferramenta para trabalhar o desenvolvimento de forma efetiva o processo de alfabetização, para tanto apontaremos o lúdico como proposta de atividades para pôr em prática a mescla da alfabetização e o letramento. Ao final apresentaremos uma proposta de atividade que visa trabalhar o conteúdo programado através do lúdico de forma a atender as necessidades do aluno nesta etapa de extrema importância para a educação. Palavras-chave: Alfabetização; Letramento; Educação Infantil. ABSTRACT The literacy process is an issue that has been the focus of studies for many years. And given the unsatisfactory results present in basic education, the literacy process is a challenge for teachers. Diante disso, o processo de inclusão da criança em um mundo letrado, compreende o desafio de misturar elementos que o aluno domina ou conhece com o novo para fazer parte do processo de aprendizagem.

Mas, o que fazer para que a criança consiga se alfabetizar de forma efetiva? E com isso, vão surgindo outros questionamentos como: por onde começa o processo de alfabetização? Pelo nomes das letras, pelos sons, por histórias? Entramos no tema deste trabalho. Hoje em dia, muito se tem discutido acerca das mudanças que vem acontecendo na educação, como a implantação do ensino fundamental de nove anos que acarretaram mudanças em toda a educação básica, os avanços significativos em toda rede de ensino e as determinação dos documentos oficiais que regem a educação. No entanto, ainda há muito o que se refletir sobre as práticas pedagógicas e suas melhorias da qualidade dos processos de ensino e aprendizagem na língua escritas nas escolas.

Mediante a isso, esse artigo propõe uma discussão sobre os procedimentos que subsidiam a prática pedagógica dos professores alfabetizadores, para tanto será apresentado uma reflexão da trajetória histórica das concepções e procedimentos que subsidiaram práticas pedagógicas do processo de alfabetização e partindo disso a importância do letramento nessa etapa da educação. O registro mais primitivo que se tem conhecimento é o pictográfico, realizado com argila no interior das cavernas, tais registros revelam uma necessidade dos povos primitivos em comunicar-se, desta forma esboçaram desenho nas paredes, representando animais, objetos, pessoas e também cenas de cotidiano. Pode-se deduzir que um dos objetivos dessas ilustrações servirão a comunicação com as pessoas, na medida que ocasionava a reflexão sobre o que se estava representando, transformado as imagens em objeto de leitura.

No Egito antigo, os hieróglifos eram apenas um conhecimento restringido entre os sacerdotes e a nobreza. Para estes povos esse conhecimento era concebido como sagrado e um presente dos deuses. Alguns estudos apontam que a escrita surgiu por volta do ano 4000 a. Deste modo, “estes sistemas sempre se mostraram simples e práticos, o que facilitou seu ensino às novas gerações” (CAGLIARI, 2002). Em tempos remotos no que diz respeito à construção da escrita ler e escrever e sinônimo de dominar e repetir modelos um tanto padronizados. Com o processo de disseminação da escrita, houve um aumento considerável de informações para que fosse possível ler e escrever, desta forma, houve a necessidade de substituir o sistema de símbolos que representavam coisa por outro, que pudessem assim representar os sons da fala.

CAGLIARI, 2002). A escrita suméria se desenvolveu de forma autônoma por volta de 3. No Brasil, a preocupação com a aprendizagem sistemática da leitura e escrita, de forma escolarizada, foi com os jesuítas, os quais ensinavam a ler e escreve, Paiva (2013, p. ressalta que, “desde que chegaram ao Brasil, os jesuítas estabeleceram escolas e começaram a ensinar a ler, a escrever e a contar e cantar”. Com o passar dos séculos a alfabetização foi cada vez mais ganhando prestígio na sociedade. No entanto, vale frisar que as metodologias e técnicas eram ainda muito precárias e atingia uma parcela pequena da população. Porém, é muito recente a conscientização em relação ao processo inicial de transmissão da leitura e escrita, principalmente no que se refere à forma de se evitar o número de insucesso na formação final de alunos.

CAGLIARI, 1998, p. Mas, vale ressaltar que mesmo com a evolução dos estudos sobre metodologias de alfabetização, no Brasil ainda encontramos em muitas escolas uma metodologia não muito diferente do modelo presente na antiguidade. Professores que ainda ensinam de forma padronizadas e mecânicas, provocando assim uma grande defasagem, prejudicando a aprendizagem dos alunos que saem das séries iniciais do ensino fundamental. DIFICULDADES EM ALFABETIZAR Não se pode negar que umas das maiores dificuldades enfrentadas no cotidiano nos anos iniciais de ensino é fazer com que todas as crianças consigam alfabetiza-se no tempo “proposto”. Hoje, nos deparamos com crianças passando de série em série chegando anos mais avançados sem estarem totalmente alfabetizados. Diante desse cenário podem-se apontar as pesquisas sobre o construtivismo e demais linhas que defendem o conhecimento verdadeiro solidificado como a solução para uma parte significativa dos problemas que levam a defasagem na educação.

Foi compreendido que a criança precisa sentir interesse e compreender a importância do objeto a ser estudado. No entanto isso não é tão simples quando estamos lidando com crianças compreenda todo esse pressuposto, além disso, deve-se levar em consideração que cada aluno possui uma história de vida diferente do outro, e que para muitos o estudo como um todo, seja um objeto de interesse importante para a sua vida. Num marco de referência piagetiano, (. os estímulos não atuam diretamente, mas são transformados pelos sistemas de assimilação do sujeito (. FERREIRO; TEBEROSKY, 1985, P. Desta forma, pode-se afirmar que ensinar a ler e escrever vai muito além da repetição, cópia, transcrição literal da fala, decodificação dos caracteres, reforço e memorização repetitiva.

Partindo dessas reflexões, tendo como base os estudos de Piaget, diversos autores mostram aos educadores que as crianças precisam não somente do lápis para escrever aquilo que ouvem muito menos apenas saliva para repetir o que se decodifica nos caracteres (SANCHIS; MAHFOUD, 2007. p. Entender que a leitura e escrita como ferramentas utilizadas no âmbito social deve ser o ponto principal da alfabetização nos dias de hoje, isso é pensar no letramento. É um atlas do mundo, sinais de trânsito, caças ao tesouro, manuais, instruções, guias, e orientações em bulas de remédios, para que você não fique perdido. Letramento é, sobretudo, um mapa do coração do homem, um mapa de quem você é, e de tudo que você pode ser” (Soares, 1998) Desta forma, o letramento é uma ferramenta fundamental para que, trabalhado em paralelamente com o processo de alfabetização, consigamos formar leitores e escritores críticos que vão muito além das paredes da sala de aula.

Uma vez que, a educação infantil apresenta uma oportunidade única de fazer com que as crianças desde o primeiro contato com o ensino regular adquiram “simpatia” em ir para a escola. Partindo disso, trabalhar com o lúdico na educação infantil faz com que o aluno se identifique com a escola, pois encontram neste ambiente coisas que gostam de fazer e fazem parte do seu dia-a-dia fora da sala de aula. O trabalho com brincadeiras entre outros recursos fazem com que as crianças não tenham a alfabetização como “um bicho de sete cabeça” e sem utilidade e sentido para elas, além disso, favorecem a ideia que o alfabeto e outros conteúdos trabalhados são jogos que podemos utilizar para compreender o mundo através da combinação de suas peças.

SOARES, 2003) Sendo assim, o processo de alfabetização e letramento se somam, ou seja, o letramento é um complemento da alfabetização e deve-se alfabetizar letrando. É preciso, a esta altura, deixar claro que defender a especificidade do processo de alfabetização não significa dissociá-lo do processo de letramento [. Entretanto, o que lamentavelmente parece estar ocorrendo atualmente é que a percepção, que se começa a ter, de que, se as crianças estão sendo, de certa forma, letradas na escola, não estão sendo alfabetizadas, parece estar conduzindo à solução de um retorno à alfabetização como um processo autônomo, independente do letramento e anterior a ele. SOARES, 2003) Diante disso, deve entender o letramento como elemento que precisa ser trabalhado em conjunto com o processo de alfabetização.

Vale ressaltar, outro ponto importante que envolve o estudo de letramento são suas duas dimensões: a individual e a social. Na qual tiveram como referência a teoria de Piaget, que mesmo não deixando nada escrito especialmente sobre a construção, detalha as relações de aprendizagem do sujeito com o meio. A teoria de Piaget nos permite (. introduzir a escrita enquanto o objeto de conhecimento, e o sujeito da aprendizagem, enquanto sujeito cognoscente. Ala também nos permite introduzir a noção de assimilação (. A concepção de aprendizagem (. Por isso, a teoria também é chamada de “psicogênese da língua escrita” e significa produção de conhecimento sobre o processo da formação da língua escrita. Por se tratar de níveis cognitivos, pois a palavra cognição diz respeito á aquisição de conhecimento.

COSTA, 2006) Os principais níveis de construção da escrita são: pré-silábico, silábico, silábico alfabético e alfabético. • Nível pré-silabico: o aluno ainda não compreende que a escrita está diretamente relacionada com a fala, utilizando letras e demais caracteres para representar a sua escrita. Além disso, nesta fase a criança não tem domínio de linearidade na escrita na folha. Também observamos aí q dificuldade que os alunos apresentam na segmentação das palavras em uma frase, pois a divisão das palavras em sílabas em seu processo de escrita, confunde-a no pensar onde começa e onde termina cada palavra. O percurso seguindo até a criança conseguir aprender todas as letras do alfabeto, suas utilidades dentro de um conjunto infinito de possibilidades de escrita de palavras.

Neste sentido, o professor enquanto alfabetizador necessita compreender que o erro é uma elemento construtivo que deve ser visto como um meio para auxiliar os alunos progredir no seu processo de aprendizagem. A criança quando ingressa na escola traz consigo conhecimentos que não podem ser negligenciados, tais conhecimentos devem ser aproveitados como ponto de partida para as aprendizagens formais que são trabalhadas na escola. Algo que temos procurado em vão nesta literatura é o próprio sujeito. Sendo assim, o ser humano tem a necessidade de dominar a sua língua a fim de que possa exercer sua participação social, ou seja, comunicando-se, tendo acesso às mais diversas informações, partilhar ou até mesmo construir visões de mundo, expressando e defendendo pontos de vistas ou produzindo conhecimento.

Devido a isso, os processos educativos escolares comprometido com a democratização social e cultural tem o compromisso e a responsabilidade de garantir a todos o acesso aos saberes linguísticos que são imprescindíveis ao exercício da cidadania (MEC, 1997). No entanto ainda persiste o questionamento: o que a escola como agente transformador pode fazer? A escola precisa ampliar o universo de conhecimento que o aluno já carrega, assim, deve propor ao aluno atividades de interpretação e produção dos mais variados tipos de textos, encontrados no contexto social ao qual o aluno está inserido e a produzir textos relacionados às mais diversas situações. A língua deve ser interpretada em seus significados culturais, uma vez que, a língua se trata de um objeto social e cultural que se faz das interações verbais entre as pessoas, sendo assim, a língua deve ser compreendida pelas situações concretas nas quais é produzida.

A linguagem quando produzida se manifesta em diferentes formas de discursos, a partir da carga de conhecimento que se domina sobre o assunto, das formas que é feita a expressão em determinado contexto histórico e dependerá das condições que o discurso é realizado. Abrange atividades despretensiosas, descontraídas e desobrigadas de toda e qualquer espécie de intencionalidade ou vontade alheia. É livre de pressão e avaliação. SÁ, s. d) Ao analisar o caminho percorrido pela criança até ela chegar ao nível silábico, percebemos que o caminho é longo e exige muito das habilidades do professor na condução dessa aprendizagem de seus alunos. Partindo disso, os estudos relacionados ao letramento podem e devem auxiliar o professor a fazer com que o processo de alfabetização tenha resultados satisfatórios.

O elemento lúdico faz com que o conhecimento que a criança traz em sua bagagem seja aproveitado para toda uma gama de conhecimentos relacionados à leitura e escrita para toda uma gama de conhecimentos relacionados à leitura e escrita desde já. “Que uma criança não saiba ainda ler, não é obstáculo para que tenha ideias bem precisas sobre as características que deve possuir um texto escrito para que permita um ato de leitura. ” (FERREIRO; TEBEROSKY, p. Outro ponto importante e que também deve ser explorado nesta fase é a oralidade, uma vez que ela impulsionará posteriormente as habilidades de argumentação, raciocínio lógico e a escrita. Atividades como contar histórias, trabalhar com materiais escritos que a criança tenha acesso. São exercícios lúdicos que correspondem a uma espécie de simples funcionamento por prazer.

Com o desenvolvimento, a frequência destes jogos diminui e aparecerão os jogos dos outros tipos. Os jogos simbólicos são brincadeiras em que um objeto qualquer representa um objeto ausente. Por exemplo, uma criança que brinca de automóvel deslocando uma caixa está representando simbolicamente o automóvel pela caixa. Tal acontecimento só ocorre a partir dos dois anos de idade, quando a criança já está no estágio pré- operacional. Nesta aula o professor pode usar como porto de partida o filme: “Lucas, um intruso no formigueiro”. Este filme é interessante para ser trabalhado, pois, narra à história de um menino chamado Lucas que cai em um formigueiro por alguns dias e durante esse período percebe como funciona a casa das formigas e acaba percebendo a importância de tratar bem todos os seres, independente do seu tamanho.

Após a exibição do filme o professor deve realizar uma reflexão com os seus alunos para que eles estendam e possam assimilar a animação com a realidade que os rodeiam. Em segunda o professor apresenta aos seus alunos o desafio de cuidar de um intruso em sua casa. O objeto utilizado pelo professor pode ser um brinquedo de pelúcia ou outro objeto, que seja adaptado para a faixa etária dos alunos. A partir dessa concepção o papel do professor é o de conservar o apetite da criança e auxiliar na amenização de sua fome. Costa, 2006, p. A atividade de levar um objeto da escola para casa acaba estabelecendo uma ligação entre as atividades da escola com a família, pois quando as crianças chegarem em casa com a responsabilidade de cuidar de um objeto que pertence a escola e aos seus colegas está mostrando a família que está criando responsabilidade mais madura e independente, pois a responsabilidade de cuidar deste objeto está com a criança e não com os pais.

Assim, está posposta objetiva também aguçar o saber das crianças frente a brincadeiras e dos cuidados com o bichinho, resultando no despertar pelo interesse da escrita. Com a atividade do registro, o letramento é posto em prática. Belém: Universidade de Unama, 2002. f. Trabalho de conclusão de curso de Pedagogia, Universidade da Amazônia, Pará, 2002. CAGLIARI, L. C. FERREIRO, Emília. Reflexões Sobre a Alfabetização. Ed. São Paulo: Cortez, 2001. TEBEROSKY, Ana. shtml. Acessado em 15 de out. de 2018. FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Alfabetização e letramento: perspectivas linguísticas. Campinas: Mercado de Letras, 1998, p. MASAGÃO, V. R. O conceito de letramento e suas implicações pedagógicas. Belo Horizonte: Autêntica, 2003. REGO, L. L. B. Alfabetização e letramento: refletindo sobre as atuais controvérsias.

ufrgs. br/sites/publico/eixo3/ludicidade/neusa/conc_de_ludico. htm>. Acessado em 21de out. de 2018. Belo Horizonte/MG: Autêntica, 2000a. TFOUNI, L. V. Letramento e alfabetização. SP: Cortez, 2002.

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