História de Uruguai

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Estatística

Documento 1

Antes mesmo da chegada dos europeus o Uruguai já tinha sua história, povos indígenas de diferentes etnias ocupavam o território. Entre eles os guaranis, guenoas, arechanes, guianases, yaros, mboanes, chanás, tapes, mbiás, minuanos e os charruas, estes últimos ocupavam a região ao norte do Rio da Prata e por muito tempo ofereceram grande resistência aos colonizadores. Segundo evidências arqueológicas, estima-se que a ocupação humana no território que hoje é conhecido por Uruguai data 8000 anos atrás e até o século XVII a presença indígena foi quase que hegemônica. Um dos primeiros contatos europeus com a região se deu através do explorador italiano Américo Vespúcio, em 1501, a partir de uma expedição portuguesa. Em 1514 foi a vez do explorador João de Lisboa, enviado também por Portugal para procurar metais preciosos e observar o território, a partir dos relatos de Vespúcio.

Em 1825, José Gervasio Artigas lidera com o apoio da Argentina, uma luta de resistência contra Portugal, buscando a independência do Uruguai. Esse conflito se encerra definitivamente 1828, quando Portugal reconhece a independência do Uruguai na assinatura do famoso Tratado de Montevidéu. A partir da data, o novo estado independente passa a se chamar Estado Oriental do Uruguai, tendo sua primeira constituição em 1830. Porém, o que se sucedeu após isso foi uma série de conflitos internos e disputas de poder, manifestada pela polarização entre dois grupos políticos: os blancos e colorados. Os primeiros apoiados pela Argentina, tinham grande influência sobre o interior do Uruguai e os colorados apoiados pelo Brasil e Inglaterra, concentrados em Montevidéu. O nome do grupo era uma referência a Túpac Amaru, o último imperador inca que se rebelou contra as forças dos colonizadores no século XVI, transformou-se em um símbolo de resistência por toda a América do Sul e Central.

Retomando o contexto, essa instabilidade foi usada como justificativa para um golpe militar em 1973, liderada por Juan María Bordaberry que foi implacável sobre os “tupamaros”. Muitos foram os assassinatos, desaparecimentos e torturas durante o período da ditadura que se encerraria apenas em 1980. Vale a pena mencionar que a ditadura do Uruguai não era um acontecimento isolado no continente americano, nesse mesmo contexto, outros países americanos tiveram suas ditaduras, o Brasil, a Argentina e o Chile são bons exemplos. Boa parte destas ditaduras foram financiadas pelos EUA em sua campanha de hegemonia sobre o continente, contra uma suposta influência do comunismo soviético. A mudança no clima político veio nas eleições de 1999, quando colorados e blancos se unem contra um partido de centro esquerda, surgido na década de 1970, entra na disputa eleitoral.

A Frente Ampla oferecia uma proposta alternativa aos colorados e blancos, principalmente nos temas sociais e de desenvolvimento do Estado, prezando pela confiança e investimento nas empresas estatais, como alternativa às políticas de privatizações. Nas eleições de 1999, a Frente Ampla perde devido a coligação dos colorados e blancos, e quem assume é o colorado Jorge Batlle Ibáñez, que enfrentou um contexto nacional e internacional de muitas dificuldades. Em 2001, a carne uruguaia é desvalorizada no cenário mundial depois dos surtos de febre aftosa, o número de desempregos aumenta, os salários caem. De forma semelhante ao governo blanco de Lacalle, Batlle e o partido colorado caem na crítica popular. Em sua longa trajetória histórica, o Uruguai foi palco de inúmeros conflitos, indígenas e indígenas, indígenas e brancos, blancos e colorados, militares e “tupamaros”, Frente Amplia e colorados, Frente Ampla e blancos.

Os conflitos de interesses fazem parte da história do Uruguai, mas desses conflitos surgem negociações, surge o debate, o dissenso, o desenvolvimento de uma sociedade crítica e politizada. Como foi possível perceber a História do Uruguai está intimamente relacionada com a da Argentina e do Brasil principalmente, porém, dialoga com os demais países do continente e do mundo. Que em suas especificidades também foram construídos a partir de conflitos de interesses, disputas, negociações e cultura. Para compreendermos a história de um país tornasse cada mais necessário observar o grande plano, as relações que são construídas do macro para o micro, do transnacional para o nacional, do nacional para o local. T. Os dois lados da Banda: a construção territorial uruguaia.

ANPUH – XXV Simpósio Nacional de História, Fortaleza, 2009; SIQUEIRA, Luan. M. M.

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